Olá, concurseiros, tudo bem? Sabemos que a Língua Portuguesa é uma disciplina-chave em todos os concursos. Quem a domina, certamente sai com grande vantagem na frente dos outros candidatos. Um dos assuntos que gera grande dúvida nos alunos é sobre voz passiva e passividade.
Você sabe o que são? Sabe a diferença entre elas?
Com tantos certames em aberto, o concurseiro deve estar com o conhecimento afiado.
Neste texto, pretendemos fazer um breve resumo para que você aprenda a diferenciar as vozes verbais e detone as bancas. Vamos lá?
Antes de adentrarmos no tema propriamente dito, precisamos relembrar alguns conceitos iniciais deste tópico, pois não é possível falar sobre voz passiva e passividade sem recapitular o que são vozes verbais.
Desta forma, voz verbal pode ser definida como “a forma que o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito”, ou seja, ela exerce a função de informar a relação entre a ação e os seus respectivos participantes, indicando se o sujeito é agente ou paciente na ação expressa pelo verbo.
Na Língua Portuguesa, existem três tipos de vozes verbais. São elas:
Vamos analisar rapidamente uma a uma?
Este tipo de construção é a mais recorrente na Língua Portuguesa. Afinal, ocorre quando o sujeito, chamado de agente, pratica a ação expressa pelo verbo. Ela é a mais simples de se identificar. Vamos ver alguns exemplos:
(1) O concurseiro acertou as questões.
(2) Ele escreveu a carta.
(3) Eles forneceram abrigo aos necessitados.
Atente que nas três estruturas acima, reparem que os sujeitos/agentes (“O concurseiro”, “Ele”, “Eles”) praticaram a ação expressa pelo verbo (“Acertou as questões”, “Escreveu a carta” e “Forneceram abrigo”).
Nas orações indicativas de voz passiva, o sujeito, chamado de paciente, sofre ou recebe a ação. Esta voz verbal pode ser subdivida em dois subtipos, conforme veremos a seguir.
Sua principal característica é, em geral, a construção feita através de locução verbal formada por ser/estar/ficar + particípio do verbo principal. Normalmente, o sujeito é paciente, em outras palavras, é ele quem sofre a ação.
Além disso, a voz passiva analítica é marcada pela presença do agente da passiva, que pode ser definido como o termo da oração que pratica a ação verbal quando o verbo se encontra na voz passiva. Normalmente vem acompanhado pela preposição “por” e suas variações (pelo, pelos, pela, pelas).
Em geral, a estrutura da passiva analítica aparece da seguinte forma:
Sujeito Paciente + Verbo Auxiliar + Particípio do Verbo Principal + Preposição + Agente da Passiva.
Para ficar mais claro, vamos conferir alguns exemplos:
(1) Os resultados da pesquisa foram apresentados pela Instituição.
(2) A casa está cercada por bandidos.
(3) Os meninos serão conduzidos pelo mestre.
Observem que, nas três construções acima, os sujeitos/pacientes (“Os resultados”, “A casa””, “Os meninos”) sofrem/recebem a ação expressa pelo verbo (“Foram apresentados”, “Está cercada” e “Serão conduzidos”).
Na passiva sintética, também conhecida por pronominal, a formação se dá pelo pronome “se”, que exerce a função apassivadora.
Nesse tipo de construção, não há verbo auxiliar. Por este motivo, alguns gramáticos a denominam passiva sintética. Ao contrário da voz analítica, o agente da passiva não se faz presente.
A estrutura da passiva sintética segue a seguinte estrutura:
Verbo Transitivo + Pronome Se + Sujeito Paciente
Vamos novamente aos exemplos para clarificar as ideias:
(1) Apresentaram-se os resultados da pesquisa.
(2) Obras de arte raras salvaram-se no incêndio do museu.
(3) Praticaram-se boas ações.
Nas três construções acima, os sujeitos/pacientes (“Os resultados da pesquisa”, “Obras de arte raras””, “Boas ações”) sofrem/recebem a ação expressa pelo verbo (“Apresentaram-se”, “Salvaram-se” e “Praticaram-se”).
TOME NOTA: Para saber se o “se” é uma partícula apassivadora, passe a voz passiva sintética para analítica, ou seja, se a reescritura fizer sentido, o “se” é pronome apassivador. Veja:
“Apresentaram-se os resultados da pesquisa” X “Os resultados da pesquisa foram apresentados“
A voz reflexiva ocorre quando o verbo indica uma ação praticada e sofrida pelo próprio sujeito, isto é, o sujeito que pratica, ao mesmo tempo, sofre a ação verbal.
Para ilustrar, podemos citar como exemplos:
(1) A mulher se feriu com a faca.
(2) O homem se barbeou muitíssimo bem.
(3) Maria se cortou com a faca.
Repare que, nas frases acima, “A mulher”,“O homem” e “Maria” são os sujeitos que praticam e recebem a ação concomitantemente (“se feriu”, “se barbeou” e “se cortou”). Desta forma, o sujeito da voz reflexiva é um sujeito agente/paciente.
DICA RÁPIDA: Se, diante de uma questão, ainda restar dúvidas, pergunte quem praticou e quem sofreu a ação. Vamos ver?
“A mulher se feriu com a faca”.
a) Quem se feriu? A mulher.
b) Quem foi ferida? A mulher.
Simples, né?
Normalmente, verbos que podem ser realizados tanto em outra pessoa quanto em si mesmo representam voz reflexiva, quando escoltado de pronome reflexivo.
ATENÇÃO: Além da voz reflexiva propriamente dita, há em nossa gramática a chamada voz reflexiva recíproca. Ela ocorre, normalmente, quando há dois sujeitos praticando a mesma ação verbal um no outro, como por exemplo: “Eles se entreolharam amorosamente” ou “Nós nos abraçamos“.
Agora que já relembramos o básico sobre as vozes verbais, vamos destrinchar o assunto principal do nosso artigo e entender, de uma vez por todas, qual a diferença entre voz passiva e passividade.
Contudo, antes de nos aprofundar, cabe ressaltar que este tema é bastante polêmico entre os teóricos e, embora seja importante saber diferenciá-lo, as bancas costumam ser mais conservadoras em suas questões que tratam das vozes verbais, não abordando este tópico em específico com bastante frequência.
Mas, como concurseiro bom é concurseiro preparado, vamos lá desvendar este mistério para não ser pego de surpresa na prova.
De acordo com a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, voz passiva e passividade são conceitos diferentes entre si.
Segundo ele, VOZ é a forma especial pela qual o verbo se apresenta com a finalidade de indicar que a pessoa recebe a ação, enquanto que a PASSIVIDADE é o fato do sujeito receber a ação verbal.
Veja alguns exemplos de passividade:
(1) A sociedade sofre com a pandemia.
(2) Os criminosos recebem o merecido castigo.
(3) Os garotos levaram uma surra.
Nestes casos, note que as estruturas oracionais não seguem a construção constante na voz passiva analítica, embora o verbo tenha sentido passivo (“sofre”, “recebem” e “levaram”). Desta forma, através das frases acima, percebe-se que há a passividade (fato do sujeito receber a ação verbal), ainda que a frase não esteja na voz passiva.
Isto é, a passividade traduz-se não só pela voz passiva, mas também pela ativa, se o verbo tiver sentido passivo.
Ora, nas três construções, não há estrutura de voz passiva, mas os sujeitos (“A sociedade”, “Os criminosos” e “Os garotos”) são passivos em relação à ação verbal.
Deste modo, é correto afirmar que há passividade nas frases acima, mesmo não ocorrendo voz passiva.
TOME NOTA: Para Bechara, a passividade NEM SEMPRE corresponde à voz passiva. Ou seja, “mesmo que a estrutura sintática da frase seja classificada como voz ativa, a análise semântica mostra que o sujeito recebe a ação, ocorrendo, portanto a passividade (o sujeito sofre a ação) numa frase em que a gramática tradicional classificaria como voz ativa“.
A PASSIVIDADE diz respeito ao fato de um elemento sofrer uma ação, podendo se apresentar, inclusive, em estruturas que NÃO ESTEJAM na voz passiva.
Pegando novamente a frase:” Os criminosos recebem o merecido castigo” como exemplo, verificamos que, embora o verbo “receber” esteja na voz ativa, há passividade na frase, pois os criminosos receberam o castigo, ou seja, sofreram a ação.
Em outras palavras, embora a voz passiva possa ser considerada um meio de expressão linguística da passividade, esta não deve ser entendida como sinônimo dela, pois a passividade é uma característica semântica. Ocorre quando o sujeito recebe ou sofre a ação verbal.
Desta forma, as orações na voz passiva possuem a passividade, mas a passividade não se encontra exclusivamente em orações na voz passiva.
E aí? Gostaram? Esperamos que, com esta resumida análise sobre o assunto, os concurseiros de plantão passem a entender estes conceitos com mais clareza e aprendam, de uma vez por todas, as principais diferenças entre eles.
Contudo, sempre é bom ressaltar que este artigo tem a finalidade de ser apenas uma breve síntese sobre o assunto e não tem a pretensão de esgotá-lo e nem de suprir todo o conteúdo, mas sim de complementá-lo.
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Um excelente estudo a todos e até a próxima!
Renata Sodré
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