Você sabe o real motivo da sua procrastinação?
Salve, Concurseiro(a)s!
Antes de começarmos, permitam-me uma breve apresentação.
Meu nome é Renan Peron Fineto, assumo no próximo dia 30 o cargo de Auditor de Controle Externo no Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP), tendo sido aprovado no último certame. Ainda no ano de 2018, alcancei o 6º lugar no concurso para Auditor Público Externo do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) e, em 2016, fui aprovado para o cargo de Auditor de Tributos Municipais de Goiânia (ISS-Goiânia). Atualmente, sou Capitão-Tenente (IM) da Marinha do Brasil, instituição onde trabalhei por 13 anos e da qual muito me orgulho, por ter fornecido o alicerce acadêmico, disciplinar e moral que serviu de ‘’norte’’ nesta etapa de estudos para a área fiscal e de controle.
Feita essa introdução, cabe a mim dizer que é uma grata satisfação estar redigindo este artigo agora como membro da Equipe de Coaching do Estratégia Concursos. Agradeço a oportunidade de fazer parte deste seleto time de vencedores que tentam, a cada dia, colaborar com o alcance dos sonhos de milhares de estudantes desse Brasil.
Dizem que a sensação de ter um aluno aprovado é análoga a que sentimos quando da nossa vez. E é por isso, para me permitir sentir essas emoções, que pretendo dar o máximo nessa nova singradura.
Tentarei começar minha contribuição no dia de hoje, fazendo você refletir sobre um dos maiores obstáculos na vida de um concurseiro: a procrastinação!
A ideia de escrever algo sobre isso surgiu da leitura de um texto da revista Harvard Business Review, que publicou no dia 29 de agosto de 2018 um artigo intitulado ‘’Why We Procastinate When We Have Long Deadlines’’. Abaixo, trago para vocês o que seria a tradução literal do título, juntamente com o link do artigo completo, para quem quiser lê-lo:
Por que procrastinamos quando temos prazos longos?
Fonte: link
Pessoal, essa leitura me chamou muita atenção justamente por se encaixar perfeitamente na vida de um concurseiro. Todos sabemos que, por mais que raríssimas exceções existam, o prazo até a aprovação é longo, exige resiliência e paciência. Dessa forma, a resposta para tal pergunta seria responsável por me fazer entender um dos grandes mistérios da vida de um estudante. Por que grande parte de nós deixa pra depois? Seria falta de força de vontade? Vergonha na cara, rs? Comodismo?
Para os estudiosos da área, não! Segundo o artigo, grande parte das pessoas que possuem prazos, ou objetivos de longo prazo procrastinam porque o ser humano tende, inconscientemente, a priorizar aquelas demandas mais rápidas e fáceis em detrimento das mais difíceis e longevas, justamente para conseguir auferir, desde logo, algum tipo de benefício ou satisfação. E detalhe, isso acontece mesmo sabendo que esse tipo de demanda é menos importante do que o seu objetivo principal, porém mais longo. É como se fosse uma preferência psicológica básica, e involuntária, do seu cérebro.
Quantas vezes nós protelamos o estudo para ir a uma festa ou algum outro compromisso? Quantas vezes não interrompemos uma leitura para olhar o celular, seja para verificar se tem algo interessante no Instagram ou até mesmo para olhar e responder alguma mensagem nova no Whatsapp? Quantas vezes postergamos a ida ao médico, correndo o risco de não diagnosticar algo importante, e ficamos em casa vendo televisão ou fazendo qualquer outro tipo de coisa?
Fala sério, fazer qualquer um dessas coisas acessórias é muito mais fácil do que estudar 30, 35 horas por semana, durante 1 ou 2 anos. Além disso, o benefício (ou a falsa sensação dele) é auferido em segundos, basta, por exemplo, pegar o celular, desbloquear, entrar no Instagram ou responder a alguma mensagem. Simples, não? É assim que, segundo o artigo, o seu cérebro inconscientemente atua e acaba te auto sabotando.
Concurseiro(a)s, não sei com vocês, mas para mim, ler isso e entender como todo o processo funciona fez todo o sentido. É muito mais fácil combatermos algo quando sabemos a causa dele. E aí chegamos em um ponto crucial.
Como eliminamos essa ‘’preferência’’ inconsciente para, enfim, alcançarmos o nosso objetivo de longo prazo?
A resposta para essa pergunta também está no artigo, porém, tentarei explicá-la com algo que ouvia ainda no meu tempo na Marinha. É uma teoria muito interessante e que consta neste texto da revista Forbes, onde são retratadas as experiências e conselhos de um ex combatente das Forças Especiais da Marinha dos Estados Unidos, conhecidos como SEAL’s.
Em uma das passagens, o autor faz uma indagação ao leitor:
P: Como você comeria um elefante?
A resposta correta?
R: Uma mordida de cada vez.
Aí está o segredo. Essa técnica, conhecida como fragmentação ou segmentação é utilizada também por outros profissionais que necessitam de um planejamento de longo prazo.
Imaginemos alguém que possua como objetivo final completar uma maratona. Possivelmente, se o seus primeiros treinos forem corridas de 42km, a possibilidade de desistência e consequentemente, de fracasso, será altíssima, uma vez que aquela meta final ainda é algo intangível para ele. É necessário, preliminarmente, desmembrar aquele elefante em pedaços menores, que você consiga ”morder”.
No nosso caso, metaforicamente falando, o objetivo final seria a aprovação e as ‘’mordidas’’ seriam tarefas (ou metas) diárias de estudo a serem cumpridas. Um ponto importante é que tais tarefas devem ser possíveis de serem executadas por você e que, após cumpri-las, exista algum tipo de recompensa imediata. Tal ”prêmio” pode ser responder as mensagens do celular, tocar um violão, ver TV ou qualquer coisa que te faça bem naquele momento.
Quando eu desloco o meu foco para esses objetivos de curto prazo, esquecendo um pouco daquele objetivo maior, a chance de desistirmos, procrastinarmos, fracassarmos, é muito menor, e é aí que a citação feita pelo velho marinheiro vai ao encontro do artigo inicialmente citado.
Lembra daquela questão da inconsciente preferência do nosso cérebro por demandas rápidas, fáceis, que proporcionam algum tipo de satisfação a curtíssimo prazo? Então, ao utilizarmos a fragmentação do objetivo principal em outros menores, com recompensas imediatas, estaremos fazendo com que nosso cérebro interprete aquilo como sendo uma dessas demandas (e realmente são) e acabe atuando em prol da sua boa concretização.
Eu, por exemplo, já no último ano de estudos e com um pouco de experiência, estabelecia tarefas de 1 hora e meia de duração. Durante esse período, era celular no modo offline, televisão desligada e cronômetro marcando o tempo líquido de estudo. Após cumprida, eu me permitia 15 min de lazer, como recompensa. Dava de 2 a 4 ‘’mordidas’’ dessa por dia para que, futuramente, aquele elefante fosse devorado.
Não existe uma regra geral para isso, é necessário autoconhecimento para estabelecer quantas tarefas você irá cumprir por dia e quanto tempo cada uma delas irá durar. Analise sua rotina, seu tempo disponível, suas atribuições e COMECE. A ação vale mais do que a mais nobre intenção.
Bom pessoal, isso funcionou comigo e espero, sinceramente, que também funcione com você. Me coloco à disposição para quem queira saber um pouco mais sobre o nosso programa de Coaching, planejamento e ciclo de estudos, entre outras dúvidas.
Por último, como um fator motivacional para quando as ‘’mordidas’’ forem grandes demais e vocês se sentirem cansados ou até mesmo desmotivados, deixo um vídeo que me foi apresentado por um grande amigo.
Vê-lo sempre me dava um gás maior para continuar e seguir em frente.
Contem comigo!
Fineto.