Confira neste artigo como reconhecer se você tem um vício em celular e formas de como utilizar o smartphone de forma mais moderada.
Olá, pessoal, tudo bem?
No artigo de hoje, abordaremos uma questão muito atual: o vício em celular. Para um melhor atendimento do assunto, abordaremos os seguintes tópicos:
Primeiramente, o conceito de vício, por vezes, fica muito circunscrito à questão das drogas e do álcool.
Todavia, o problema é muito mais amplo, afinal, estamos observando casos de jovens morrendo após maratonas de mais de 40h consecutivas de jogos eletrônicos.
Afinal, não seria esse também o caso de um vício?
Com o propósito de entender melhor o vício, há uma corrente de pesquisadores que tratam a questão do vício como um problema que transcende o plano químico (sem dúvida, relevante), estando conectado com o preenchimento de um vazio na vida do indivíduo. A seguir, traremos um pouco dessa visão.
Uma perspectiva diferente sobre o vício foi trazida por um experimento descrito por Alexander (1981). Em princípio, a sua equipe estabeleceu um experimento para analisar como ratos se comportariam tendo acesso à droga.
Com esse propósito, ratos foram colocados sozinhos em gaiolas simples, de pequenas dimensões e nenhum atrativo, com a presença de dois bebedouros: um com água e outro com uma mistura de água e heroína.
Nesse ínterim, os animais, quando experimentavam o líquido com droga, viciavam-se e morriam de overdose em pouco tempo de isolamento. Ademais, vale destacar que o experimento foi repetido várias vezes, tendo como resultado frequente a morte dos ratos.
Em seguida, a equipe resolveu alterar um pouco o experimento: os ratos não mais ficariam sozinhos; agora, eles ficariam em grupo e em uma gaiola grande, com diversos atrativos (como brinquedos, circuitos, a companhia de outros ratos, entre outros). Além disso, o “Rat Park” ou parque de diversão dos ratos continuaria contando com os dois bebedouros do experimento anterior.
De fato, os ratos, em algum momento, chegavam a ingerir o líquido com a droga. No entanto, grande parte do grupo não se tornava viciado na droga, optando por beber água do bebedouro com água pura.
Sem dúvida, esses são resultados interessantes acerca do vício, visto que atrelamos muito esse problema às propriedades neuroestimulantes de determinada substância ou de determinada atividade. No entanto, a observação desse segundo experimento nos leva a crer que, quando o assunto é vício, existem coisas além da química.
Todavia, estamos falando de ratos. Ratos não são humanos e ponto final!
Por isso, traremos alguns indícios apresentados no vídeo que essa reflexão pode ser estendida, também, aos humanos.
Em primeiro lugar, durante a guerra do Vietnã, os soldados americanos foram apresentados a um super suplemento, cuja promessa era de aumentar o desempenho das tropas e auxiliar os soldados a suportarem as condições adversas do país do sudeste asiático. No caso, esse super suplemento era a heroína.
No decorrer da guerra, muitos soldados tornaram-se adictos da droga. Nesse contexto, com a aproximação do fim da guerra e do retorno dos combatentes, o governo americano tinha forte receio de que a nação americana fosse invadida por uma horda de viciados em heroína.
Entretanto, para a surpresa geral, os soldados viciados, ao entrarem em contato com suas famílias e meios sociais, em maioria, largaram o uso da droga. Desse modo, obtemos um indício dos resultados do “Rat Park” em humanos.
Ainda mais, outra reflexão trazida pelo vídeo é o uso de fortes remédios para atenuar a dor em casos cirúrgicos. Por exemplo, em casos de cirurgias ortopédicas severas, é comum que o paciente receba receitas de remédios derivados da morfina (uma forma mais pura e, assim, mais poderosa da Heroína) para lidar com a dor.
Após a recuperação da cirurgia, se o vício fosse uma questão puramente química, não faria sentido que quase todos os usuários da morfina se tornassem viciados na substância?
Felizmente, não é o que acontece, uma vez que a maioria dos pacientes cessa o uso da morfina quando as dores passam a ser suportáveis. Portanto, podemos ver mais um fundamento à abordagem mais psicológica do vício.
Por certo, entender o que é um vício é importante. Todavia, reconhecer-se viciado em algo pode ser o grande “X” da questão.
Para nos ajudar com essa missão, segue um breve descritivo governamental de alguns indicativos de que uma pessoa pode estar sofrendo com o alcoolismo.
“A palavra alcoolismo é conhecida de todos. Porém, são poucos os que sabem exatamente o seu significado. O alcoolismo, também conhecido como “síndrome da dependência do álcool”, é uma doença que se desenvolve após o uso repetido de álcool, tipicamente associado aos seguintes sintomas (que não necessariamente ocorrem juntos):
– Compulsão: uma necessidade forte ou desejo incontrolável de beber;
– Dificuldade de controlar o consumo: não conseguir parar de beber depois de ter começado;
– Sintomas de abstinência física, como náusea, suor, tremores e ansiedade, quando se para de beber;
– Tolerância: necessidade de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância.”
Em suma, podemos inferir do texto que o vício pode nos provocar comportamentos compulsivos por algo, sintomas físicos e mudanças psicológicas. Caso algum hábito nosso se adeque nesse rol, pode ser uma boa hora de procurar ajuda.
Sem dúvida, você pode estar se perguntando se não estaríamos pegando pesado demais para falar somente do vício em celular, não é mesmo?
Infelizmente, não. Inclusive o vício em celular já possui uma denominação própria: nomofobia (termo oriundo do inglês no mobile phone phobia).
De acordo com o médico psiquiatra Mario Louzã, em entrevista à Folha de São Paulo, é possível fazer um paralelo entre o comportamento dos viciados em entorpecentes e das pessoas viciadas em celular.
Em outras palavras, observa-se semelhança na atividade cerebral de um viciado em drogas e de um viciado em celular. Por exemplo, é possível uma pessoa sofrer com uma crise de abstinência do celular. Um pouco assustador, não é mesmo?
Por fim, para se ter ideia do seu nível de dependência, responda o questionário desenvolvido pelos pesquisadores Caglar Yidirim e Ana-Paula Correia.
Felizmente, já existem diversas aplicações que nos auxiliam no uso mais equilibrado do celular. A seguir, mostraremos algumas delas.
Em primeiro lugar, hoje em dia, é difícil imaginarmos a nossa sociedade sem essas plataformas de comunicação e entretenimento.
No entanto, devido aos seus mecanismos de promover um maior engajamento do usuário, o uso exacerbado desses aplicativos/sites pode ser um grande adversário dos estudos e da produtividade.
Nesse sentido, há disponível ferramentas que monitoram o tempo de uso nessas aplicações. Assim, é possível que a pessoa estabeleça um limite diário de uso dos apps e consiga controlar melhor o uso dessas plataformas.
Com a finalidade de estabelecer um limite diário de uso dos apps, confira os tutoriais para controlar o uso do Facebook, do Instagram, do Whatsapp e do Youtube.
Ademais, outra forma de auxiliar o desprendimento do celular é baixar aplicações para monitorar o seu uso do celular como um todo. Atualmente, tanto o Android como a Apple Store contam com seus aplicativos de monitoramento.
Como diria uma frase conhecida desde os tempos gregos clássicos, “conhece-te a ti mesmo”. Embora antiga, é uma frase que segue muito atual, uma vez que o conhecimento do próprio comportamento é passo importante para uma mudança de hábitos.
Em conclusão, estude o seu comportamento no uso do celular e, caso necessário, veja formas de como reduzir a sua dependência do smartphone.
Sem dúvida, um dos aplicativos mais impactantes nesse campo é o Forest. Esse app criou um tipo de gamificação para que você se mantenha mais produtivo e usando o celular de uma forma mais saudável.
Em outras palavras, segue descrição fornecida pelo Forest:
“Se quiser deixar o celular de lado para focar no que mais importa na vida real, você pode plantar uma semente. Com o passar do tempo, essa semente pouco a pouco se transformará numa árvore. No entanto, se não puder resistir à tentação de usar o telefone e acabar saindo do aplicativo, sua árvore vai murchar.
O senso de realização e responsabilidade é um incentivo para manter distância do celular, permitindo que você faça melhor uso do seu tempo. Chega de se distrair com o celular, encontre sua motivação e faça mais com seu tempo.”
Por fim, para conferir mais sobre o aplicativo, acesse o app na Play Store.
Primeiramente, buscamos trazer uma questão que é muito atual e que é deixada em segundo plano muitas vezes.
Com certeza, entender a natureza do vício e fundamental. Afinal, o vício, muitas vezes, é um mecanismo de fuga ou de busca de preenchimento de um vazio.
Além disso, não há uma fórmula mágica para definir se alguém é viciado em algo. Contudo, podemos observar alguns indicativos e devemos estar atentos a eles.
Então, não tenhamos receio de pedir ajuda para pessoas mais qualificadas que possam auxiliar no processo de autoconhecimento e de superação de um vício.
Quanto ao vício em celular, isso é algo que existe e que deve ser observado com cuidado. Em relação ao mundo dos concursos, os alunos devem buscar uma forma mais saudável de uso desse aparelho, para que não percam horas preciosas de estudo e mantenham a saúde mental em dia. Para isso, já existem aplicativos e ferramentas que nos ajudam nessa tarefa.
Por fim, lembremos que existem coisas mais importantes que curtidas e seguidores. A vida é muito mais do que isso! Desejo a todos paz, saúde e equilíbrio.
Um grande abraço!!
ALEXANDER, Bruce K. et al. Effect of early and later colony housing on oral ingestion of morphine in rats. Pharmacology Biochemistry and Behavior, v. 15, n. 4, p. 571-576, 1981.
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Excelente artigo.