Esse artigo faz parte da série de webinários da Semana Especial Aprenda Português do Zero em 7 dias, transmitidos no canal do YouTube do Estratégia Concursos. No webinário Verbos, o Professor Felipe Lucas selecionou pontos específicos que têm maior relevância para provas de concurso, para ajudar o aluno a ir do zero ao topo em relação aos conhecimentos sobre Verbos.
Verbo é a palavra que indica ação. Quase sempre essa regra se aplica, mas o verbo também pode indicar diversas outras coisas, como estado das coisas, sentimentos, fenômenos da natureza. A conceituação mais completa seria a que diz que o verbo é a classe de palavras variável que indica processos em geral. Em provas de concurso, o assunto mais cobrado dentro desse tema é o emprego dos verbos/flexão verbal.
Flexão verbal é a variação do verbo em modo, tempo, número, pessoa e voz do discurso. Além de saber a conjugação dos verbos, é necessário conhecer a semântica, ou seja, o sentido dos verbos no discurso.
O que vamos ver hoje é a flexão de tempo e modo, ou desinência modo-temporal. Ela representa a atitude do falante em relação àquele processo/ação que está sendo praticado na oração.
O modo se divide em:
Cada modo, vai apresentar diferentes tempos verbais, que podem se dividir em:
Cada parte do verbo vai indicar alguma característica sobre a sua flexão.
Apesar dessa “regra”, os verbos não são conjugados por meio desse encaixe de peças (radical + vogal temática + desinências), como aparece nesse exemplo. Além dessa não ser uma maneira eficaz de aprender conjugação, nem todos os verbos seguem essa lógica, já que existem diversos verbos irregulares na língua portuguesa.
A conjugação dos verbos é compreendida por meio de paradigmas (semelhança, padrão, modelo). Ou seja, você conhece a conjugação de alguns poucos verbos regulares e irradia essa conjugação, por meio da identificação da semelhança entre verbos. Quantos aos verbos irregulares, esses são estudados de maneira individualizada.
Os verbos podem ser de 1ª conjugação (terminam em -ar), de 2ª conjugação (terminam em –er) e 3ª conjugação (terminam em -ir).
Levantar é verbo de 1ª conjugação.
EU levanto. TU levantas. ELE levanta. NÓS levantamos. VÓS levantais. ELES levantam.
EU levantei. TU levantaste. ELE levantou. NÓS levantamos. VÓS levantastes. ELES levantaram.
EU levantarei. TU levantarás. ELE levantará. NÓS levantaremos. VÓS levantareis. ELES levantarão.
Dentro das linhas, a conjugação muda de acordo com a pessoa (EU, TU, ELE, NÓS, VÓS, ELES) e nas diferentes linhas, a conjugação muda de acordo com o tempo (presente, pretérito perfeito e futuro do presente). Todos estão no modo indicativo.
>> Amar também é verbo de 1ª conjugação, então a conjugação segue o mesmo paradigma >>
EU amo. TU amas. ELE ama. NÓS amamos. VÓS amais. ELES amam.
EU amei. TU amaste. ELE amou. NÓS amamos. VÓS amastes. ELES amaram.
EU amarei. TU amarás. ELE amará. NÓS amaremos. VÓS amareis. ELES amarão.
Indica certeza e fatos concretos.
A semântica/sentido do verbo conjugado no presente do indicativo pode indicar:
Ex.: A água ferve a 100 graus Celsius.
Ex.: Eu corro e nado todo dia.
Ex.: Ele está ranzinza hoje.
Ex.: A novela começa hoje à noite.
Ex.: Em 21 de junho de 1839, nasce Machado de Assis.
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo pode indicar:
Ex.: Li duas aulas de constitucional hoje.
Ex.: Li muitos livros na minha infância.
O tempo composto é formado por uma locução verbal, ou seja, mais de um verbo. Há um (ou mais de um) verbo auxiliar e um verbo principal.
Ele é formado por um auxiliar no presente do indicativo e o verbo principal no particípio (forma verbal que termina em -do) ou no gerúndio (forma verbal que termina em –ndo).
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito perfeito composto expressa:
Ex.: Tenho (presente do indicativo) estudado (particípio) muito.
Ex.: Venho (presente do indicativo) estudando (gerúndio) muito.
Essas frases são equivalentes porque ambas têm o mesmo sentido.
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito imperfeito do indicativo pode indicar:
Ex.: Antigamente eu estudava todo dia e ainda malhava.
Ex.: Quando eu era pequeno, eu achava a vida chata.
Ex.: Eu estava dormindo quando o cachorro latiu. Ação planejada, esperada, que não se realizou.
Ex.: Eu pretendia começar hoje o curso, porém foi tudo cancelado.
Ex.: Quando eu ia avisar, já era tarde demais.
Sua terminação é –RA.
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito mais-que-perfeito do indicativo expressa:
Ex.: Quando cheguei ao ponto, o ônibus já passara.
Ex.: Já passara das dez quando o táxi chegou.
O tempo composto é formado por uma locução verbal, ou seja, mais de um verbo. Há um (ou mais de um) verbo auxiliar e um verbo principal.
Ele é formado por um auxiliar TER ou HAVER no pretérito imperfeito e o verbo principal no particípio (forma verbal que termina em -do).
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito mais-que-perfeito composto expressa a mesma ideia que o verbo conjugado no pretérito mais-que-perfeito na forma simples.
Ex.: Quando cheguei ao ponto, o ônibus já havia passado.
Ex.: Já tinha passado das dez quando o taxi chegou.
A semântica/sentido do verbo conjugado no futuro do presente do indicativo pode indicar:
Ex.: Passarei no concurso dos meus sonhos.
Ex.: O táxi chegará às 23h.
Ex.: Será que a prova vai vir fácil? (forma composta)
O tempo composto é formado por uma locução verbal, ou seja, mais de um verbo. Há um (ou mais de um) verbo auxiliar e um verbo principal.
Ele é formado por um auxiliar no futuro do presente e o verbo principal no particípio (forma verbal que termina em -do).
A semântica/sentido do verbo conjugado no futuro presente do indicativo composto expressa:
Ex.: Às 23h chegarei (forma simples).
Ex.: Às 23h terei chegado (forma composta).
Sua terminação é –RIA.
A semântica/sentido do verbo conjugado no futuro do pretérito do indicativo pode indicar:
Ex.: Eu disse que você conseguiria.
Ex.: Se eu soubesse, teria evitado a situação.
Ex.: Segundo o jornal, o senador estaria envolvido em corrupção passiva.
Ex.: Quem seria/teria sido capaz de acertar essa questão? (forma composta)
Ex.: Seria bom você estudar mais português.
Ex.: Quem gostaria de uma sobremesa?
Obs.: via de regra, os tempos compostos serão formados por verbo auxiliar no tempo a que ele se refere + verbo principal no particípio. As exceções ficam a cargo do pretérito perfeito e do pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
Indica hipóteses, dúvidas e possibilidades.
Sua terminação é –A/-E.
A semântica/sentido do verbo conjugado no presente do subjuntivo expressa:
Ex.: Pena que a vida não seja assim tão colorida.
Ex.: Temo que a prova venha difícil.
Ex.: Não quero que você fume mais.
Ex.: Quer que eu ajude?
Ex.: Precisamos de leis que ajudem o jovem.
Obs.: algumas conjunções (principalmente as concessivas) pedem a conjugação do verbo no modo subjuntivo, mas, nesses casos, a frase expressará sentido de concretude, não de possibilidade.
Ex.: Embora ajudem o jovem, estágios pagam mal.
Sua terminação é –SSE.
A semântica/sentido do verbo conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo pode indicar:
Ex.: Não acreditei que minha vó bebesse tanta tequila.
Ex.: Pedi que eles se levantassem.
Ex.: Se eu estudasse todo dia, passaria em qualquer prova.
Obs.: O pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, tempo composto formado por tivesse/houvesse + particípio e pode indicar
Ex.: Se a sorte nos tivesse favorecido, não faltaria dinheiro hoje.
Ex.: Se eu tivesse aplicado tudo, teria obtido sucesso.
Obs.: O pretérito perfeito do subjuntivo é um tempo eminentemente composto, com auxiliar TER ou HAVER no presente do subjuntivo e pode indicar:
Ex.: Espero que você tenha entendido a explicação.
Ex.: Suponho que João já tenha saído quando chegarmos.
Sua terminação é –R.
A semântica/sentido do verbo conjugado no futuro do subjuntivo expressa:
Ex.: Quando você me pagar, eu entregarei o produto.
Ex.: Se eu quiser ser aprovado, precisarei de muita dedicação.
Ex.: Quando você tiver acabado o curso, saberá se valeu a pena (forma composta).
Tanto o futuro do subjuntivo quanto o infinitivo terminam em –R.
Não confunda! A diferença é o sentido. Enquanto o verbo no subjuntivo expressa sentido de hipótese/condição, o verbo no infinitivo não expressa noção de tempo, é uma forma neutra.
Ex.: Quando eu entregar o trabalho, ficarei tranquilo (futuro do subjuntivo).
Ex.: Para entregar o trabalho, faço horas extras (infinitivo).
Propor (infinitivo) x propuser (futuro do subjuntivo)
Entreter (infinitivo) x entretiver (futuro do subjuntivo)
Ver (infinitivo) x vir (futuro do subjuntivo)
Vir (infinitivo) x vier (futuro do subjuntivo)
Indica ordem, sugestão e conselho. Ele é fácil de reconhecer, pois aparece em frases em que alguém manda/pede/sugere que outra pessoa realizar ou não realize algo.
Atenção! Pela natureza semântica do modo imperativo, a gramática não prevê a conjugação na primeira pessoa do discurso (EU), pela falta de sentido em dar uma ordem para si mesmo.
Via de regra, a conjugação do imperativo é uma cópia da conjugação do presente do subjuntivo, com algumas modificações no imperativo positivo.
Comando negativo (NÃO) + conjugação do presente do subjuntivo.
Na 2ª pessoa do singular e do plural (TU e VÓS) a conjugação é praticamente a mesma do presente do indicativo, mas retira-se o –S do final. Nas demais pessoas, a conjugação é idêntica à conjugação do presente do subjuntivo.
Cuidado!
Alguns verbos possuem um imperativo abundante, ou seja, há mais de uma forma correta de conjugar o verbo no imperativo:
Ex.:Faze tu/Faz tu;
Ex.: Conduze/Conduz tu.
Ex.: Sê tu/Sede vós.
Obs.: Uniformidade de pessoas/tratamento:
*Ex.:Faz o que você quiser!
Essa forma está gramaticalmente errada, pois, FAZ está conjugado na 2ª pessoa do singular, então a pessoa usada deveria ser o TU, e não o VOCÊ (3ª pessoa do singular).
Não deixe de treinar seus conhecimentos sobre flexão verbal por meio da resolução de questões!
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