Olá, pessoal! Estamos na reta final para o tão aguardado concurso da Receita Federal. Para colaborar com o processo de revisão dos alunos que estão se preparando para a prova de Auditor Fiscal, abordaremos neste artigo os Tratados internacionais considerados mais relevantes para a Receita Federal dentro da matéria Comércio Internacional.
Nosso objetivo será destacar tópicos importantes sobre o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), o GATT 1994 e a OMC na Rodada de Doha. Vamos nessa?
Antes de falarmos um pouco sobre os Tratados Internacionais para o concurso da Receita Federal, vamos observar a relevância do tema dentro da disciplina Comércio Internacional, de acordo com uma análise de incidência.
Ao pesquisarmos as questões da matéria nos últimos concursos da Receita, podemos verificar que os tratados que citaremos nesse artigo estão dento do bloco de assuntos que representa 63,64% das questões. Veja na tabela abaixo, retirada de consulta ao Sistema de Questões do Estratégia:
Portanto, não deixe de saber em detalhes cada um dos tratados apontados na tabela acima. Isso poderá fazer a diferença em sua prova.
A partir de agora, selecionaremos os tópicos considerados mais relevantes de três dos assuntos que constam no bloco de maior incidência: o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), o GATT 1994 e a OMC na Rodada de Doha. Em negrito constarão os termos mais relevantes para sua absorção.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) foi um tratado internacional estabelecido em 1947 para promover o comércio mundial, reduzir barreiras comerciais e evitar a guerra comercial. O GATT foi um dos mais importantes acordos comerciais da história, e sua influência ainda é sentida hoje.
O principal objetivo do GATT era reduzir as barreiras comerciais, como tarifas e quotas de importação, que limitavam o comércio entre os países. O acordo estabeleceu uma série de rodadas de negociações comerciais, nas quais os países participantes se comprometeram a reduzir suas barreiras comerciais.
Ao longo dos anos, o GATT teve vários sucessos, incluindo a redução das tarifas de importação em muitos países, a expansão do comércio internacional e a promoção do crescimento econômico global. No entanto, o GATT também enfrentou desafios significativos ao longo do tempo.
Um dos maiores desafios enfrentados pelo GATT foi a sua incapacidade de resolver questões comerciais complexas, como a proteção da propriedade intelectual e a liberalização do comércio de serviços. Essas questões acabaram sendo abordadas por outros acordos comerciais, como o Acordo de Propriedade Intelectual e o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS).
Outro desafio importante enfrentado pelo GATT foi a crescente resistência de alguns países em relação ao livre comércio. Esses países temiam que a abertura dos seus mercados para a concorrência estrangeira prejudicasse as suas indústrias nacionais e afetasse negativamente a sua economia.
Apesar dos desafios, o GATT desempenhou um papel crucial na promoção do comércio mundial e na redução das barreiras comerciais. Em 1995, o GATT foi substituído pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que continuou o trabalho do GATT em promover o comércio global e a redução de barreiras comerciais.
Vamos falar agora sobre duas cláusulas muito importantes definidas pelo GATT 1947: a cláusula do tratamento nacional e cláusula da nação mais favorecida. Em seu Art. III, o acordo cria a cláusula do tratamento nacional (ou princípio da paridade), estipulando que, após a entrada de produtos estrangeiros de outros signatários em seu território aduaneiro, um signatário do acordo não pode conceder tratamento desfavorável a eles em relação aos produtos nacionais.
Por outro lado, a cláusula da nação mais favorecida determina que qualquer vantagem ou privilégio destinado a Estado membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve ser estendido imediatamente e sem barreiras aos demais Membros da organização.
Uma vez que a cláusula da nação mais favorecida almeja estender alguns privilégios fomentadores do comércio exterior (como, por exemplo, a redução de alíquota de imposto de importação de determinado produto) para todos os Estados membros da OMC, faz-se imprescindível que, ao invés de acordos bilaterais, a prática rotineira no âmbito internacional seja a celebração de acordos de comércio multilaterais.
Muito importante destacar também que a cláusula da nação mais favorecida deve ser levada em consideração em todas as negociações tarifárias realizadas no âmbito do comércio internacional entre os signatários. Por outro lado, não há necessidade de que se leve em conta, também, o princípio do tratamento nacional em tais negociações, haja vista tratar-se de matéria de regulamentação interna de cada país signatário.
Para concluir, saiba que o GATT foi um acordo comercial histórico que teve um impacto significativo na promoção do comércio global e na redução das barreiras comerciais. Embora o GATT tenha enfrentado desafios significativos ao longo do tempo, seu legado continua a ser sentido hoje, e a sua influência foi fundamental para o estabelecimento da OMC e a promoção do comércio internacional.
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio de 1994 (GATT 1994) é um acordo internacional que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1995 e estabeleceu as regras para o comércio mundial entre seus membros. O GATT 1994 foi negociado durante a Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais, que teve início em 1986 e foi concluída em 1994.
O GATT 1994 ampliou a abrangência do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio original de 1947, abrangendo novas áreas como serviços, propriedade intelectual e investimentos estrangeiros. O acordo estabeleceu um quadro para a negociação de acordos comerciais entre os seus membros e criou um sistema de solução de controvérsias para resolver disputas comerciais.
O GATT 1994 também estabeleceu a Organização Mundial do Comércio (OMC) como uma instituição permanente para supervisionar e promover o comércio mundial. A OMC passou a ser responsável por administrar as regras estabelecidas pelo GATT 1994, bem como por facilitar negociações comerciais multilaterais.
Uma das principais conquistas do GATT 1994 foi a redução das barreiras comerciais, incluindo tarifas de importação e restrições quantitativas. Os membros do GATT 1994 se comprometeram a reduzir suas tarifas em uma série de rodadas de negociações comerciais, resultando em uma significativa liberalização do comércio mundial.
Outra conquista do GATT 1994 foi o estabelecimento de regras para o comércio de serviços. Os membros do GATT 1994 concordaram em abrir seus mercados de serviços para a concorrência estrangeira, o que ajudou a impulsionar o crescimento econômico em todo o mundo.
No entanto, o GATT 1994 também enfrentou desafios, incluindo a crescente resistência de alguns países em relação ao livre comércio. Esses países argumentaram que a abertura dos seus mercados para a concorrência estrangeira prejudicaria as suas indústrias nacionais e afetaria negativamente a sua economia.
Em resumo, o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio de 1994 é um acordo fundamental que estabeleceu as regras para o comércio mundial entre seus membros, ampliando a abrangência do acordo original de 1947 para novas áreas como serviços, propriedade intelectual e investimentos estrangeiros.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma instituição internacional que tem como objetivo principal a regulação do comércio entre os seus membros. Desde a sua criação, em 1995, a OMC tem desempenhado um papel fundamental na promoção do comércio global, ao mesmo tempo em que busca reduzir barreiras comerciais e estabelecer regras para o comércio internacional. Importante saber que o GATT 1947 não deixou de existir após a criação da OMC, na Rodada de Negociações do Uruguai, em 1994, estando plenamente vigente até os dias atuais. Portanto, continua sendo um componente de fundamental importância no âmbito do sistema multilateral de comércio.
Organizada pela OMC, a Rodada de Doha é uma série de negociações comerciais que começou em 2001, em Doha, no Catar. O objetivo da Rodada de Doha era aprofundar a liberalização do comércio mundial, com um foco particular em questões relacionadas ao desenvolvimento, como a redução das barreiras comerciais para os países em desenvolvimento e a proteção dos interesses dos agricultores desses países.
A Rodada de Doha teve um início promissor, com uma grande adesão dos países membros da OMC. No entanto, as negociações enfrentaram vários obstáculos, e a rodada ainda não foi concluída. Um dos principais pontos de conflito na Rodada de Doha foi a questão das barreiras comerciais agrícolas.
Os países em desenvolvimento, em particular, exigiam que os países desenvolvidos reduzissem suas tarifas sobre produtos agrícolas e acabassem com os subsídios agrícolas. No entanto, os países desenvolvidos resistiram a essas demandas, argumentando que seus subsídios eram necessários para apoiar seus próprios agricultores e que a abertura de seus mercados agrícolas prejudicaria seus interesses nacionais.
Apesar das negociações da Rodada de Doha ainda estarem em andamento, muitos especialistas afirmam que o momento já passou. Alguns países, especialmente os emergentes, têm adotado políticas comerciais bilaterais e regionais, deixando a OMC em segundo plano. Em vez de esperar uma solução multilateral, os países têm preferido buscar acordos comerciais específicos para reduzir tarifas e remover outras barreiras comerciais.
Para concluir, leve para a prova que a Rodada de Doha da OMC é um esforço valioso para promover o comércio global e reduzir as barreiras comerciais. No entanto, a falta de progresso nas negociações e o aumento do protecionismo em muitos países tornaram difícil alcançar os objetivos da rodada. Por isso, muitos especialistas afirmar ser a hora de explorar outras opções para promover o comércio internacional e atender às necessidades dos países em desenvolvimento.
Pessoal, espero que essas informações sejam úteis para vocês, de forma que consigam entender melhor esses importantes assuntos da matéria Comércio Internacional, aprimorando a revisão para o tão esperado concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal.
Um forte abraço e ótimos estudos!
Vinícius Peron Fineto.
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