Artigo

Trabalhar ou não com TI? Eis a questão…

Prezados companheiros de Tecnologia da Informação (ou não),

Inicialmente quero desejar uma excelente semana de estudos que se
inicia.

Esta semana, resolvi trazer à baila um tema que muitos companheiros,
tanto antes como após ingressar na Administração Pública, discutem. Vale a pena
ser um profissional da Tecnologia da Informação do serviço público?

Para esta pergunta, na verdade, cabem vários desdobramentos. Alguns se
perguntam se é melhor prestar concurso para uma área comum (ex:administração) e,
uma vez dentro do órgão, pedir para trabalhar com TI. Outros questionam se é
melhor fazer concurso para a área de TI (por TEORICAMENTE haver menos concorrência)
e, uma vez dentro do órgão, pedir para migrar para uma outra área mais
correlata com a atividade fim do órgão. Alguns, frustrados com a atividade
tecnológica, fazem concurso justamente para outras áreas para não terem que
trabalhar com informática. O desafio é grande, mas tentarei, em algumas linhas,
esclarecê-los sobre o tema.

Muitos são os fatores que nos levam a prestar determinados concursos. Remuneração
inicial, possibilidade de ascensão profissional (por meio de cargos
comissionados), cidade onde trabalhar, horários de trabalho, dentre outros. Entretanto,
acho que nunca deve ser jogado para último plano o critério “trabalhar com o
que gosta”.

Alguns profissionais de TI fazem concursos para a área de TI já
vislumbrando sair da área imediatamente ao entrar no órgão, por acreditar que será
mais fácil ascender profissionalmente na “área fim”, ao invés da “área meio”,
ou por haver maior disponibilidade de cargos comissionados para as outras áreas.
Não vou mentir pra vocês e fazer falsa propaganda. Nos dois órgãos que passei,
e pela experiência de outros companheiros, eu diria que esta informação é
verdadeira, mas não creio que a quantidade de cargos “a mais” nas outras áreas
sejam tantos a ponto do profissional precisar abandonar a área que gosta de
trabalhar em prol de uma remuneração extra. E digo mais: quem garante que o seu
cargo comissionado está garantido em outra área?

De qualquer forma, imagino que seja muito frustrante pra alguém
trabalhar com o que não gosta em busca de tão pouco. Se você trabalha com o que
gosta, no órgão que gosta, sua ascensão será inevitável. Entretanto, a nossa “Geração
Y” já entra no órgão pensando em cargos comissionados, e ao primeiro sinal de
revés culpa a TI e procura outros rumos, sempre em busca de algo que não sabe o
que é, mas que nunca está onde ele se encontra.

Mesmo assim, adianto para aqueles que desejam sair do nosso ramo de
trabalho que o caminho não é simples. A carência de profissionais de TI têm
feito com que cada vez mais estes órgãos coloquem entraves para a migração
entre áreas. Como a reposição não é fácil, os processos de seleção interna nos órgãos
não privilegiam os profissionais de TI para a ocupação de cargos nas áreas fim.
Alguns órgãos, inclusive, sequer deixam seus profissionais participarem de
seleções fora da TI durante o estágio probatório. Portanto, se eu tivesse que
aconselhar alguém a sair do ramo da Tecnologia da Informação, eu aconselharia a
NÃO prestar o concurso para a área. E tome cuidado com o seu currículo para não
te chamarem para a TI mesmo depois da aprovação em outra área!

O caminho inverso é mais raro, entretanto menos complicado. Se o seu
cargo não exigir a posse em determinado departamento do órgão, uma boa conversa
trará você para a informática. E, se for a sua vocação, tenho certeza que você
não se arrependerá da escolha!

Sem querer encerrar este assunto com um clichê, mas já o fazendo, eu
respondo que o que vale a pena é ser feliz. Para o concurseiro iniciante, a
felicidade é a simples aprovação. Já para o profissional mais avançado, que já
está escolhendo a dedo o cargo para o qual vai fazer concurso, faça o concurso
para a área exata na qual pretende trabalhar.

Ah, e para a pergunta lançada no início do artigo, VALE SIM ser um
profissional da Tecnologia da Informação do serviço público.

 

Uma ótima semana a todos!

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