TJ SP – prova comentada e gabarito extraoficial de Atualidades
Assista Aqui, Ao Vivo, a Correção da Prova TJ SP
Olá Galera,
Muito feliz com o retorno que estou recebendo, nas redes sociais e no site do Estratégia, sobre a prova de Atualidades. Os alunos estão informando que o que foi cobrado na prova estava no nosso curso de Atualidades, em um ou mais de um dos vários e diversos materiais que disponibilizamos para o estudo.
As questões cobraram fatos ocorridos no mês de abril. Falei que, embora a Vunesp relacionasse no edital que poderia cobrar fatos ocorridos a partir do 2º semestre de 2016, a maioria ou todas as questões viriam de fatos ocorridos dentro do período de 90 a 30 dias antes da prova. E não deu outra! Acertei na mosca!
Arrisco a dizer, com boa possibilidade de certeza, que as questões de Atualidades foram elaboradas, pelo examinador, na semana de 24 a 28 de abril.
Também tenho observado, que a Vunesp, nos últimos concursos, vem sendo mais detalhista, está cobrando um conhecimento mais detalhado sobre os fatos, o contexto e sobre os atores dos fatos. Os concurseiros que tem seguido as minhas orientações, estudam e buscam saber, para além do fato pontual, o contexto que os envolve estão se saindo melhor nas provas de Atualidades da banca.
Vamos aos comentários das questões:
Questão 65
Leia a notícia a seguir.
Marine Le Pen e Emmanuel Macron venceram o primeiro turno das eleições francesas neste domingo [23 de abril], classificando-se para o embate final em 7 de maio. O resultado é histórico. É a primeira vez na história moderna da França em que nenhum candidato dos principais partidos chega ao segundo turno. Rejeitados nas urnas, eles deixam um espaço em aberto para a população testar outras forças.
(Folha de S.Paulo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/Uuyp62>. Adaptado)
O embate entre Le Pen e Macron marcou a disputa, respectivamente, entre
(A) os favoráveis ao acolhimento dos imigrantes de fora da Europa e os que defendem o fechamento das fronteiras.
(B) um projeto de centro, economicamente liberal, e um projeto de esquerda, favorável à ampliação dos direitos sociais.
(C) o nacionalismo xenófobo, associado à direita, e a defesa da integração europeia, proposta pelo centro.
(D) um projeto economicamente nacionalista, pautado na intervenção do Estado, e uma agenda reformista socialdemocrata.
(E) os conservadores, que defendem o aprofundamento da globalização, e a esquerda antieuropeísta.
COMENTÁRIOS:
O gabarito é a alternativa “C”. A Frente Nacional, de Marine Le Pen, se situa no espectro político da direita, de orientação nacionalista. Por ser contra a migração, inclusive a legal, Le Pen é considerada xenófoba, por analistas políticos. Emmanuel Macron é um político de centro, que defende uma maior integração europeia.
O nacionalismo, em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marcado pela aproximação e identificação com uma nação. O termo está relacionado à preservação da nação enquanto entidade; na defesa do seu território, delineado por fronteiras terrestres; da economia nacional e nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição ou transformação identitária.
A xenofobia é o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país com uma cultura, hábito e religião diferente.
Vejamos as demais alternativas:
(A) Incorreta. Macron também tem restrições ao acolhimento de imigrantes de fora da Europa. Não tem uma postura aberta ao amplo acolhimento dos imigrantes de fora do bloco europeu. Nenhum dos dois candidatos defendeu “o fechamento” das fronteiras como diz a alternativa. Ter restrições, defender um maior controle das fronteiras, ser rígido com a imigração não é a mesma coisa que “fechar” as fronteiras.
(B) Incorreta. O projeto de Macron é de centro e liberal. Marine Le Pen não é de esquerda é de direita. Na sua campanha, defendeu sim direitos sociais, como a manutenção da jornada de trabalho de 35 horas semanais, que Macron quer abolir.
(D) Incorreta. O projeto econômico de Le Pen é nacionalista, mas não se funda na intervenção do Estado na economia. O projeto de Macron é liberal reformista, não é socialdemocrata. Macron propõe o liberalismo social.
(E) Incorreta. Macron é um centrista liberal, que defende o aprofundamento da globalização. Le Pen é de direita e uma eurocética.
Questão 66
A crise atual entre os EUA e a Coreia do Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia do Norte, Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma referência ao porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(G1, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
Entre as reações da Coreia do Norte a essa ação norte-americana, é correto identificar
(A) o seu desligamento da ONU, a expulsão dos diplomatas dos países ocidentais e a aliança com outros países comunistas.
(B) o pedido de intermediação da China, o recurso à ONU para negociação e o aceno aos EUA com uma proposta de acordo.
(C) a decisão de interromper o programa nuclear, o convite público a agentes de inspeção da ONU e a aproximação com os países vizinhos.
(D) a exibição pública do seu arsenal militar, a realização de novos testes de mísseis e a ameaça de um ataque nuclear preventivo.
(E) a ruptura com a moderada e conciliatória China, a ameaça de invasão da Coreia do Sul e a hostilização do Japão.
COMENTÁRIOS:
A Coreia do Norte não se intimidou com a ação norte-americana. O país não tem se intimidado e recuado diante das ameaças e alertas dos EUA, de grandes potências mundiais e da ONU.
Após o anúncio de Trump, a Coreia realizou novos testes com misseis balísticos; o exército norte-coreano exibiu seu arsenal militar, em uma parada militar, e ameaçou os norte-americanos com um ataque nuclear preventivo superpoderoso, capaz de reduzir os EUA a cinzas.
As demais alternativas trazem fatos que não ocorreram ou não estão relacionados com a ação norte-americana, descrita no fragmento da notícia.
Gabarito: D
Questão 67
Os chanceleres dos países fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) farão uma reunião de emergência neste sábado [1 de abril] em Buenos Aires para discutir sua reação à situação da Venezuela. O tema central deverá ser a suspensão do país do bloco econômico. É possível que se discuta uma medida ainda mais dura: a expulsão.
(Estadão, 31.03.17. Disponível em:<https://goo.gl/w9Pv4N>. Adaptado)
Essa possível suspensão ou expulsão deve-se
(A) à iminência de guerra civil por conta da profunda crise social que atinge a Venezuela, retirando o país da situação de paz interna exigida pelo bloco.
(B) à aplicação da cláusula democrática, que determina alguma sanção nos casos de interrupção da ordem democrática, como estaria ocorrendo na Venezuela.
(C) à realização de práticas irregulares de protecionismo e renúncia fiscal na Venezuela, contrariando as políticas de livre comércio do bloco.
(D) à recusa da Venezuela em aceitar as propostas que visam à construção de uma moeda única para o bloco, o que atrasa o processo de integração.
(E) aos obstáculos impostos pela Venezuela às negociações dos tratados de comércio com os EUA, destoando das decisões dos outros países do bloco.
COMENTÁRIOS:
A questão se baseou em uma notícia do dia 31 de março, véspera de uma reunião de chanceleres dos países fundadores do Mercosul. No dia seguinte, 1º de abril, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai acionaram a chamada cláusula democrática contra a Venezuela, dentro do Mercosul. Em um comunicado conjunto, os quatro países apontaram “ruptura da ordem democrática” na Venezuela depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), instância máxima do judiciário do país, assumiu os deveres da Assembleia Nacional, que tem maioria de oposição ao presidente Nicolás Maduro.
A decisão contra a Venezuela foi tomada apesar de o TSJ ter recuado da decisão de intervir no Parlamento do país.
O acionamento da cláusula democrática é o primeiro passo em um processo que pode resultar na expulsão da Venezuela do Mercosul.
A Venezuela ingressou definitivamente no bloco em 2012. É o único dos cinco países membros que não é fundador do Mercosul. A Venezuela já está suspensa do bloco desde dezembro de 2016, por não ter cumprido acordos e tratados do protocolo de adesão.
Gabarito: B
Questão 68
O governo endureceu as negociações com os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)
Entre os direitos que alguns servidores públicos gostariam de manter, é correto identificar
(A) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de 50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(B) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.
(C) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(D) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(E) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no caso de servidores públicos que venham a falecer.
COMENTÁRIOS:
Questão difícil, que foi no detalhe do tema da reforma da previdência. Vejamos a resposta, conforme texto publicado no Blog do Noblat: “O governo endureceu as negociações com os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários, que querem continuar se aposentando mais cedo com integralidade (último salário da carreira) e paridade (reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa)”.
Gabarito: C
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Grande abraço,
Leandro Signori