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Quais são os Tipos de Inventário de Estoque na Contabilidade

Confira neste artigo quais são os Tipos de Inventário de Estoque e como eles são cobrados em provas de concursos.

Quais são os tipos de Inventários de Estoque

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

O artigo de hoje é sobre um assunto muito importante de Contabilidade Geral, o qual está sempre sendo cobrado em provas de concursos: Os Tipos de Inventário de Estoque.

Desse modo, iremos estruturar o nosso artigo da seguinte maneira:

Quais são os tipos de inventários de estoques?

  • Inventário Periódico;
  • Inventário Permanente:
    • PEPS: Primeiro que Entra Primeiro que Sai;
    • UEPS: Último que Entra Primeiro que Sai;
    • Média Ponderada Móvel;
    • Ambiente Inflacionário e Deflacionário e os Métodos de Avaliação do Estoque.

O que é Inventário

Os estoques de uma empresa são, de um modo geral, os ativos utilizados em forma de matéria-prima, as quais serão consumidas no processo de produção; as mercadorias adquiridas ou acabadas para a venda, ou ainda aquelas em processo de produção.

Elas são, em regra, classificadas no ativo circulante. Porém, caso elas sejam mantidas para realização a longo prazo, podem também ser classificadas no ativo não circulante realizável a longo prazo.

Desse modo, percebe-se a importância dos estoques para uma empresa. Assim, é necessário que haja um controle eficiente da quantidade de estoque disponível no estabelecimento. Esse controle é realizado pelo método conhecido como Inventário.

O inventário pode ser de dois tipos: Inventário Periódico e Inventário Permanente.

Inventário Periódico

Inventário Periódico

O Inventário Periódico é aquele realizado apenas em períodos definidos de tempo, sendo que, no caso da contabilidade, ele é realizado na data do balanço. Desse modo, os estoques são apenas avaliados nesta data, por meio de inventário físico, ou seja, através da famosa contagem presencial dos estoques.

Este tipo de inventário é caracterizado pelo CMV (Custo de Mercadoria Vendida). Essa conta nos traz a informação do custo que a empresa incorre para produzir as mercadorias que foram vendidas. A sua fórmula matemática é:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final

A fórmula acima é intuitiva. O custo das mercadorias vendidas por uma empresa será formado pela soma do estoque inicial apurado, somado às entradas de estoque no período, ou seja, às compras que integraram o estoque, sendo posteriormente subtraído do montante do estoque final apurado pelo inventário físico, ou seja, do estoque remanescente. Desse modo, é possível saber qual o valor da saída do estoque, em outras palavras, o valor que foi transformado em mercadoria e vendido pela empresa.

Com esse valor, é possível encontrar o Lucro Bruto da entidade, sendo ele o Resultado Líquido das vendas, subtraído do CMV. Ou seja, é o valor líquido das vendas, deduzido do custo que a empresa incorreu com as mercadorias vendidas.

Inventário Permanente

Inventário Permanente

Por sua vez, o Inventário Permanente é um tipo de inventário de estoque realizado de maneira contínua, a cada operação de compra e venda da empresa, e não apenas na data final do período avaliado.

Desse modo, é possível conhecer o valor do estoque a qualquer momento, sendo o estoque baixado em cada operação realizada pela empresa. Assim, o estoque é controlado a todo instante, de forma permanente.

Como já citamos, em cada operação de compra e venda, haverá o controle do estoque, porém, é de conhecimento geral que o valor dos materiais adquiridos para integrar os estoques sofrem influência da instabilidade dos preços, ou seja, raramente o mesmo material será adquirido pelo mesmo preço, em datas diferentes.

Desse modo, é necessário utilizar algum método de apuração e controle para contabilizar e avaliar o valor do estoque disponível após as operações de compra e venda realizadas.

Essa avaliação pode ser feita por alguns métodos, sendo os principais, e os mais cobrados em prova, o PEPS (Primeira que Entra Primeiro que Sai), UEPS (Último que Entra Primeiro que Sai) e a Média Ponderada Móvel.

PEPS: Primeiro que Entra Primeiro que Sai

Também conhecido como FIFO (First In First Out), o PEPS estabelece que o item que primeiro chegou ao estoque será o primeiro a sair, quando houver a venda da mercadoria.

Em outras palavras, o custo da mercadoria vendida naquele determinado momento será baseado no valor do item de estoque mais antigo disponível. Assim, o valor do estoque final, ou seja, aquele que não foi comercializado, será formado pelos itens mais recentes a entrarem no estoque.

Vamos exemplificar o PEPS.

Vamos supor as seguintes transações em uma empresa:

Dia 1: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 2,00 cada.

Dia 2: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 5,00 cada.

Dia 3: Venda de 15 unidades de estoque a R$ 10,00 cada.

Desse modo, qual o valor da mercadoria vendida e do estoque final após essas transações, utilizando o método PEPS?

Bom, em relação ao dia 1, temos uma compra, sendo o valor adicionado ao estoque de:

10 x 2,00 = R$ 20,00.

No dia 2, houve outra compra, porém, o item foi mais caro, sendo o valor da aquisição de:

10 x 5,00 = R$ 50,00.

Assim, o valor do estoque após as duas compras será de R$ 20,00 + R$ 50,00 = R$ 70,00.

Porém, houve uma venda de 15 itens. Desse modo, quais as unidades que serão baixadas do estoque? Bom, como estamos utilizando o método PEPS, temos que começar pelas mercadorias que entraram primeiro, ou seja, os itens de valor de R$ 2,00 e, após, passar para os itens de R$ 5,00.

Com isso, como foram vendidos 15 itens, serão baixados todos os 10 itens de R$ 2,00, além de 5 itens de R$5,00 do estoque. Assim, o custo das mercadorias vendidas será de:

CMV = 10 x 2,00 + 5 x 5,00 = R$45,00

Desse modo, foram vendidos R$ 45,00 do estoque total de R$70,00. Com isso, sobrará R$25,00 do valor do estoque. Tranquilo, não é?

UEPS: Último que Entra Primeiro que Sai

Também conhecido como LIFO (Last In First Out), o UEPS é o inverso do PEPS, ou seja, agora temos que o último item a entrar no estoque será o primeiro a sair, em caso de venda.

Assim, o estoque final, após as vendas, será formado pelos itens mais antigos adquiridos.

Vamos adaptar o exemplo anterior e ver a diferença entre os métodos UEPS e PEPS. Vamos supor novamente os seguintes dados das transações de uma empresa:

Dia 1: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 2,00 cada.

Dia 2: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 5,00 cada.

Dia 3: Venda de 15 unidades de estoque a R$ 10,00 cada.

Desse modo, qual será o valor das mercadorias vendidas e do estoque final após essas transações, utilizando agora o método UEPS?

Já sabemos que o valor do estoque decorrente das compras é de R$ 20,00 + R$ 50,00 = R$ 70,00.

Iremos agora analisar a venda dos 15 itens e avaliar quais as unidades que serão baixadas do estoque.

Como agora estamos utilizando o método UEPS, temos que começar pelas mercadorias que entraram por último, ou seja, os itens de valor de R$ 5,00 e, após, passar para os itens de R$ 2,00.

Desse modo, como foram vendidos 15 itens, serão baixados todos os 10 itens de R$ 5,00, além de 5 itens de R$2,00 do estoque. Assim, o custo das mercadorias vendidas será de:

CMV = 10 x 5,00 + 5 x 2,00 = R$60,00

Ou seja, nesse método, temos que o custo do estoque que foi vendido foi de R$ 60,00, do estoque total de R$70,00. Assim, sobrará apenas R$10,00 do valor do estoque.

Perceba que estamos analisando um ambiente inflacionário, ou seja, a mercadoria comprada no dia 2 foi mais cara que a mercadoria comprada no dia 1, em virtude da inflação dos preços.

Assim, podemos dizer que, em um ambiente inflacionário, o custo da mercadoria vendida pelo método UEPS é maior do que o CMV utilizando o PEPS, obtendo, assim, um lucro bruto menor.

FIQUE ATENTO: É importante ressaltar que, apesar de ser utilizado para fins gerenciais, o método UEPS não é admitido pela legislação fiscal do imposto de renda e pelas normas internacionais.

Média Ponderada Móvel

Por fim, no método Média Ponderada Móvel, o estoque é avaliado através da média ponderada de valores de cada item que compõe o estoque, sendo ela calculada em cada operação, por isso o nome “móvel”.

Não entendeu a explicação? Vamos utilizar o mesmo exemplo dos outros tópicos para clarear a sua mente.

Dia 1: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 2,00 cada.

Dia 2: Compra de 10 unidades de estoque a R$ 5,00 cada.

Dia 3: Venda de 15 unidades de estoque a R$ 10,00 cada.

Queremos agora saber qual o valor do CMV utilizando o método da Média Móvel Ponderada.

Primeiramente, verificamos que houve a compra de 10 unidades a R$2,00 e depois a compra de mais 10 unidades a R$5,00, resultando no estoque total de R$70,00. Até aqui, sem problemas.

Porém, o valor unitário a ser contabilizado de cada item será uma média ponderada, ou seja, como temos o valor total de R$ 70,00 para um total de 20 unidades, significa que o valor da média móvel, nesse momento, de cada unidade, será de 70/20 = R$ 3,50.

Desse modo, como há, posteriormente, a venda de 15 unidades, temos que o custo dessa mercadoria vendida será de:

15 x R$3,50 = R$52,50.

Assim, após essa operação, ainda restará em estoque o valor de 70 – 52,50 = R$17,50.

Veja que, no ambiente inflacionário, o valor do CMV utilizando o método da Média Ponderada Móvel é maior do que o valor utilizando o PEPS e menor do que o valor utilizando o UEPS.

Ambiente Inflacionário e Deflacionário e os Métodos de Avaliação do Estoque

Vamos agora finalizar a nossa análise sobre os tipos de inventários de estoque.

Como já foi introduzido, os métodos de avaliação do estoque utilizados no inventário permanente podem ser comparados quando as transações são realizadas em um ambiente inflacionário. Vamos agora complementar essa análise, realizando o estudo também em relação ao ambiente deflacionário.

Ambiente Inflacionário: Os preços dos itens a serem comprados ficam mais caros com o passar do tempo.

Ambiente Deflacionário: Os preços dos itens a serem comprados ficam mais baratos com o decorrer do tempo.

Assim, através dos exemplos mostrados nesse artigo, percebe-se que, em ambiente inflacionário, temos que o valor do:

Custo da mercadoria vendida (CMV): UEPS > MPM > PEPS.

Lucro Bruto: PEPS > MPM > UEPS.

Em relação ao CMV, é só pensar: como o valor dos itens que entram por último serão maiores do que aqueles que entraram primeiro, em um ambiente inflacionário, é fácil deduzir que o valor da mercadoria vendida será maior quando utilizado o método em que a última unidade que entrou é a primeira a ser vendida (UEPS).

Já em relação ao lucro bruto, quanto maior o custo da mercadoria vendida, menor será o lucro bruto que a empresa obterá. Por isso ele possui relação inversa à encontrada no CMV.

Já em um ambiente deflacionário, teremos o inverso do apontado na situação inflacionária. Assim, temos:

CMV: PEPS > MPM > UEPS

Lucro Bruto: UEPS > MPM > PEPS

Como as mercadorias que entram por último serão mais baratas, ao utilizar o método UEPS, o valor da mercadoria vendida será menor, obtendo, assim, um lucro bruto maior.

Finalizando

Vamos resumir o conhecimento obtido no nosso artigo de hoje:

Quais são os tipos de inventário de estoque?

  • Inventário Periódico: é realizado apenas ao final de cada balanço, ou seja, em períodos específicos.
  • Inventário Permanente: é realizado de maneira contínua, a cada operação de compra ou venda da empresa.

Quais são os métodos de avaliação de estoque utilizados no inventário permanente?

  • PEPS: o primeiro item que entrou no estoque será o primeiro a ser vendido;
  • UEPS: o último item que entrou no estoque será o primeiro a ser vendido;
  • Média Ponderada Móvel: o valor da unidade do estoque é medido através da média ponderada dos valores de cada item, em cada operação realizada.

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