Artigo

Texto ainda sem título

Olá pessoal.

Apresento, abaixo, um texto que escrevi no final de 2010. Por incrível que pareça, este texto estava perdido há mais de um ano até que, ontem, recebi-o por e-mail, no formato de "corrente". Aproveitei para salvá-lo novamente, e adaptá-lo à experiência adquirida do final de 2010 até hoje. (ainda bem que estava com os créditos do autor hehehe).

É meio longo, mas acho que a leitura valha a pena. Se não valer, podem reclamar no meio e-mail rsrsrs

Grande abraço!!!

Thiago Ultra
[email protected]
www.aromacontabil.com.br

——————————————————————-

Depois de alguns anos nessa vida de concurseiro, acho que me sinto preparado para comentar a respeito de algumas “verdades” sobre os concursos. Deixo claro que, tudo aquilo que eu relatar nas próximas linhas, são concepções derivadas exclusivamente da minha experiência (que, por si só, é limitada, como de qualquer ser humano). Faço essa ressalva porque sempre fui um concurseiro meio “fora dos padrões”, por assim dizer, e é para estes padrões que direciono meus comentários.

Ingressar no ramo dos concursos não foi nada fácil. Na verdade, resisti bastante até começar a trilhar meu caminho em direção a um cargo público. Isto porque, apesar de ter passado algum tempo “me arrastando” na iniciativa privada, sempre que eu pensava em estudar para concursos, rapidamente me desfazia da idéia. Na época, esse desfazimento era meio instintivo. Eu não sabia porque não mergulhava de cabeça nos concursos. O fato é que não mergulhava

Hoje, eu acho que sei o porquê disso tudo. Se pararmos para pensar, para cada pingo que cai do céu tratando sobre as glórias da aprovação nos concursos públicos – que, em tese, seriam mais que suficiente para a motivação -, há uma tempestade de conceitos, pré-conceitos e padrões estabelecidos que nos inibem de tomar a decisão fundamental: virarmos concurseiros em definitivo.

É por isso que, em geral, tornar-se um concurseiro é uma revolução mental, um verdadeiro rompimento com a ordem anterior: nós, basicamente, promulgamos uma nova constituição interna e criamos novas regras para nossas vidas – é quase como remar contra a maré! No contexto em que me encontrava, essa decisão fundamental foi uma atitude desesperada: estava totalmente insatisfeito na iniciativa privada, era recém-casado e minha esposa esperava nosso primeiro filho – na prática, era um misto de desilusão profissional e pouca grana, num mesmo pacote.

Toda essa dificuldade, essa necessidade de rompimento para a tomada da decisão fundamental, atribuo aos padrões que, ao menos para mim, eram totalmente inalcançáveis. Estes “padrões” ditam o seguinte: concurseiro não tem vida social, não aproveita finais de semana, é solteiro e sustentado pelos pais. Além desse estereótipo de concurseiro, há aquelas crenças preconceituosas de quem é alheio aos concursos: Só passa quem é gênio ou quem tem “esquema”. Pra piorar, infelizmente, quem mais se empenha em nos lembrar dessas “verdades” são pessoas próximas, que exercem grande influência sobre nossas vidas.

Mas eu, definitivamente, não estou aqui para condenar estas pessoas, ao contrário. Acredito que essas atitudes são mais no sentido de nos preservar de uma eventual decepção, advinda de uma possível reprovação (que, muito provavelmente, virá, antes da aprovação definitiva). Não obstante, é certo que elas exercem um peso enorme em nossa tomada de decisão, e nos inibe. Cabe a nós, portanto, assumirmos a responsabilidade e passarmos a confiança de que um dia alcançaremos nossos sonhos, ainda que não seja no próximo certame, nem no seguinte.

Acredito que não exista padrão, nem verdade absoluta, para fazer possível a superação do estágio de concurseiro e a elevação ao de servidor público. Se existe algum rótulo a ser atribuído ao concurseiro, é o seguinte: para passar em concurso, tem que ter vontade. Não existe receita de bolo, padrão pré-definido, percurso necessário a ser tomado, a não ser aquela vontade única e soberana de mudar de vida a alcançar uma situação melhor. Não importa se você é solteiro(a), casado(a), estudante, se trabalha, ou se tem filhos(as), mas, sim, se você quer mudar.

Além disso, a abdicação de finais de semana e convívio social, que se tornou quase uma “verdade universal” nos concursos, é bastante questionável. Como já muito se falou ao longo dos fóruns e palestras da vida, mais importante que a quantidade de horas, é a qualidade de aproveitamento das horas de estudo. Sinceramente, eu sempre obtive um rendimento muito maior nos estudos depois de retornar de um passeio com a família, do que depois de ficar 5 horas debruçado sobre a mesa, alternando pontos de contabilidade e direitos.

Mas, como falei, não existem padrões. Tanto o candidato que estuda 12 horas por dia, quanto o que estuda 4 horas por dia podem ser aprovados. Existem outros fatores que influenciam o desempenho do candidato e que estão além das HBC´s (horas de bunda na cadeira): Ansiedade na hora da prova, qualidade do estudo, capacidade de concentração e assimilação o conteúdo, garra, entre outros.

Por isso, é tão importante que cada candidato conheça o seu perfil e adeque sua rotina a ele. Este auto-conhecimento, via de regra, só vem após algum tempo. No início, após a tomada da decisão fundamental, é importante que a pessoa dedique algum tempo para descobrir quais técnicas de estudo melhores se encaixam ao se perfil, e tente aperfeiçoá-las. Por exemplo, tenho colegas que só conseguem estudar fazendo seus próprios resumos e mapas mentais. Apesar destes métodos demandarem uma quantidade de tempo um pouco maior, eles os preferem porque dispõem de tempo suficiente para tanto. Eu, por outro lado, por sempre ter tido escassez no meu tempo para estudo, procurei desenvolver a técnica da “marcação” dos textos com caneta marcadora. No entanto, sempre que achava necessário ter resumos de alguma matéria, procurava fazê-los da maneira mais sintética possível. Auditoria, por exemplo, resumi toda a matéria em duas páginas.

Tão importante quanto a técnica de estudo, a qualidade de aproveitamento das horas e a dedicação, é a qualidade do material utilizado para adquirir o conhecimento necessário à aprovação. Neste ponto, acredito que os cursos em PDF sejam uma ótima opção. Isto porque, pra quem não tem muito tempo disponível, as aulas em PDF permitem que o concurseiro module seus estudos (adequando as aulas à sua rotina) ao mesmo tempo que direcionam os estudos para o que, de fato, importa para a prova.

Sendo assim, o que tento enfatizar com tudo isso é que não existe fórmula fechada para concurso. Ainda que o seu perfil não se assemelhe aos padrões estabelecidos, tidos por necessários e indispensáveis à aprovação, o sonho de se tornar servidor público pode virar realidade. Tudo é uma questão de vontade, perseverança e adequação do sonho às suas realidades, ainda que você demore um pouco mais para alcançar o seu objetivo.

Durante a minha trajetória de conquista do cargo público, sempre procurei ler casos de sucesso nos concursos. Porém, tão fascinantes quanto os primeiros lugares, eram os dos últimos. Sem querer retirar-lhes o mérito, grande parte dos primeiros lugares são pessoas mais “dentro dos padrões”. Na verdade, todas as vezes que em que li a história de primeiros lugares sentia um misto de felicidade (por imaginar a sensação de aprovação) e frustração (por saber que jamais alcançaria as mesmas condições que eles tiveram para estudar). Por isso, após algum tempo, passei a procurar saber quais eram as histórias dos últimos candidatos aprovados, e me surpreendi. Normalmente, estas histórias são, também, absolutamente encantadoras, pois a ocorrência de pessoas mais “fora dos padrões” é um pouco mais comum, pessoas estas que romperam uma série de barreiras, superaram dificuldades e chegaram onde desejaram. E com eles eu me identificava.

Para concluir:
* Não existe fórmula fechada para se tornar um concurseiro de sucesso;
* Não dê atenção aos padrões. Persiga seu sonho e adeque-o às suas realidades;
* Dedique algum tempo para o auto-conhecimento após a decisão fundamental;
* Procure ler histórias de concurseiros fora dos padrões, elas sempre me encantaram!

Autor: Thiago Ultra

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja os comentários
  • Nenhum comentário enviado.