O Estudo para concursos é difícil para qualquer pessoa, mas para quem tem Déficit de Atenção (TDA / TDAH) essa jornada é ainda mais desafiadora.
Primeiramente, é importante esclarecer que o Transtorno do Déficit de Atenção não é uma doença, mas um tipo de funcionamento do cérebro.
O Déficit de Atenção pode apresentar 3 sintomas básicos:
A condição obrigatória para o transtorno é a alteração da atenção, que pode ser isolada (TDA) ou combinada com a hiperatividade-impulsividade (TDAH), ou seja, o indivíduo não precisa ser, necessariamente, hiperativo ou impulsivo para apresentar o déficit de atenção.
Vale destacar que “alteração da atenção” não se confunde com “falta de atenção”. O termo “DÉFICIT” sugere que um concurseiro com TDA ou TDAH preste menos atenção que o normal.
Porém, o que ocorre é justamente o oposto. Ele presta atenção em tudo, inclusive no que não deveria e por isso se dispersa. Consequentemente, ele se distrai com qualquer estímulo ou pensamento e acaba perdendo o foco do que deveria estar estudando naquele momento.
A Dra. Ana Beatriz Barbosa e Silva, médica psiquiatra e autora do livro “Mentes Inquietas”, prefere considerar o TDA ou TDAH como uma “instabilidade de atenção”.
Isso significa que a atenção dos indivíduos com TDA ou TDAH pode variar de “zero a 100%”, ou seja, da total distração, para tarefas e assuntos entediantes, rotineiros ou desinteressantes, ao hiperfoco, em temas e atividades prazerosas, desafiadoras ou que lhes despertem interesse espontâneo.
O que diferencia um cérebro TDA / TDAH de um com desenvolvimento típico é sua capacidade de regular o comportamento do indivíduo. Essa capacidade não tem nenhuma relação com sua inteligência.
A principal causa do transtorno está em alterações dos neurotransmissores (substâncias químicas que fazem a comunicação entre os neurônios) como a dopamina e a noradrenalina, no lobo frontal do cérebro.
Essa área do cérebro é responsável pela capacidade do concurseiro de focar a atenção nos estudos, memorizar, manter o autocontrole, organizar-se e planejar-se.
Ela também exerce diversas funções de contenção. É como um filtro ou um sistema de freio que retém a velocidade e intensidade do fluxo de pensamentos, impulsos e movimentos do ser humano.
No cérebro do TDA / TDAH ocorre uma baixa produção ou má utilização desses neurotransmissores, provocando falhas nesse sistema.
Consequentemente o cérebro fica “sem freio” e os pensamentos passam a circular em uma velocidade muito acima da média e os impulsos atingem uma atividade muito mais intensa.
Por outro lado, a dopamina também está relacionada ao sistema de recompensa do nosso cérebro e é liberada quando realizamos atividades que nos proporcionam prazer.
Essa liberação faz com que o cérebro TDA / TDAH equilibre sua dosagem. Isso explica a capacidade de um estudante com déficit de atenção se manter altamente concentrado durante tarefas de seu real interesse.
O TDA / TDAH não é adquirido ao longo da vida. A pessoa nasce com ele. Seus sintomas são evidenciados logo na infância, em especial na idade escolar quando costumam afetar o aprendizado e a socialização.
Para ser diagnosticada com o déficit de atenção, a pessoa necessariamente já apresentava os sintomas do TDA / TDAH quando criança.
Esses sintomas podem diminuir ou até desaparecer entre a adolescência e a fase adulta, mas costumam se manifestar durante toda a vida em cerca de 2/3 dos casos.
O questionário denominado ASRS-18, desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, é um bom ponto de partida para o levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDA / TDAH.
Apesar de o questionário fornecer boas pistas, somente um médico especialista, psiquiatra ou neurologista com experiência no transtorno, pode diagnosticar o TDA ou TDAH, por meio de longa entrevista em conjunto com outros exames que entender necessários.
O médico também deve considerar que outras disfunções podem levar aos sintomas, sem que o paciente necessariamente seja portador do TDA/TDAH.
Infelizmente, o TDA / TDAH não costuma vir sozinho. Seus portadores estão sujeitos a desenvolver outras disfunções, algumas de mesma origem e outras como consequência da manifestação do transtorno.
Como se já não bastassem as dificuldades para estudar enfrentadas pela manifestação dos sintomas do TDA / TDAH, o concurseiro com déficit de atenção ainda está sujeito a sofrer com outras doenças:
O TDA / TDAH não tem cura, mas pode ser tratado para que seus sintomas sejam controlados ou mesmo eliminados.
É fundamental que o paciente seja examinado de forma ampla para que eventuais doenças adicionais também sejam diagnosticadas e o médico consiga estabelecer o tratamento mais adequado.
Não há uma única forma de tratar o TDA / TDAH. É, inclusive, recomendado que o transtorno seja enfrentado por diversas frentes complementares.
Dependendo do desajuste pode ser necessário o acompanhamento de profissionais de diferentes especialidades.
Primeiramente, após o fechamento do diagnóstico o médico deve transmitir o máximo de informações ao paciente de modo que ele compreenda o funcionamento de seu cérebro e todos os seus efeitos.
O autoconhecimento permite que ele identifique seus pontos fortes e fracos e consiga monitorar e ajustar seu comportamento.
Somado a isso, o indivíduo com TDA / TDAH precisa criar habilidades para contornar suas deficiências e potencializar suas vantagens desenvolvendo estratégias de planejamento e organização.
Na mesma linha, deve lançar mão de ferramentas de apoio que facilitem suas rotinas e contribuam com sua organização pessoal.
Por exemplo o uso de agenda, quadros de avisos, blocos de anotações, lista de tarefas, lugares fixos para guardar objetos e lembretes em locais estratégicos.
Além disso, o portador do transtorno passa a vida recebendo rótulos depreciativos que destacam suas deficiências e afetam sua autoestima.
Ele pode precisar de terapia para reconstruir suas crenças e aprender a mostrar seu potencial.
Outras técnicas auxiliares podem ser aplicadas, por exemplo o neurofeedback, que consiste em um treinamento para harmonizar as ondas do cérebro a partir de seu mapeamento.
É um processo lento, mas que não tem efeito colateral.
Psicoestimulantes e antidepressivos podem ser indicados para o tratamento do TDA/TDAH, mas essa medicação deve ser prescrita de forma prudente e monitorada.
Ela pode proporcionar grandes benefícios quando adequadamente prescrita. Os resultados esperados são maior autocontrole e poder de concentração para o indivíduo com TDA ou TDAH.
No entanto, pode trazer efeitos colaterais, como dores de cabeça, convulsões, dificuldade em iniciar o sono, falta de apetite, irritabilidade, hipertensão e taquicardia.
Dependendo da comorbidade apresentada, por exemplo a ansiedade ou pânico, o uso de psicoestimulante é contraindicado. Em alguns casos de hiperatividade, o descontrole pode até se agravar.
É por isso que seu uso só pode ser prescrito por médico especialista, que decidirá sobre a indicação do uso e, principalmente, sua dosagem.
Mesmo quando indicado, o tratamento com medicação deve combinar com outras estratégias, sempre ponderando a relação custo-benefício: maior eficácia com a menor dosagem e menos efeitos colaterais.
Deve-se levar em conta, também, que nem todo paciente com TDA / TDAH se beneficia do tratamento com medicação. Ele não responde em 20% dos casos.
Além disso, há pacientes que conseguem superar o transtorno sem o uso de medicamentos.
Entramos agora em um ponto que gera muita polêmica no mundo dos concursos. O uso de psicoestimulantes, em especial a Ritalina, para estudar.
Ritalina é o nome comercial do metilfenidato. Ela atua no Sistema Nervoso Central, provocando liberação de dopamina, noradrenalina e outros neurotransmissores.
Muitos concurseiros sem o diagnóstico de TDA ou TDAH, de forma imprudente e ilícita, fazem uso desse tipo de medicamento na tentativa de melhorar seu desempenho nos estudos.
Porém, o benefício dessa medicação para essas pessoas não vai além de um efeito estimulante similar ao obtido com o consumo de café ou energético.
Ao contrário, efeitos indesejáveis graves são inevitáveis quando usada de forma irresponsável e sem prescrição médica.
O Professor Thállius Moraes do Estratégia Concursos fez uma entrevista bastante esclarecedora com o médico neuropediatra Dr. Ademar Moraes a respeito do uso da Ritalina na preparação para concursos.
Essa forma de funcionamento do cérebro com déficit de atenção (TDA / TDAH) impacta no comportamento de quem estuda para concursos de diversas maneiras, tanto positiva como negativamente.
Pelo lado negativo, o concurseiro TDA (predominantemente desatento) apresenta maior dificuldade para se concentrar, organizar atividades, seguir instruções e concluir o que começou.
Ele se distrai com facilidade, frequentemente esquece o que tinha para fazer e costuma procrastinar suas tarefas.
Da mesma forma, o concurseiro TDAH pode ser inquieto, agitado, falante e barulhento (hiperativo) ou impaciente e precipitado, que age sem pensar (impulsivo).
Por outro lado, o excesso de pensamentos somado à falta de inibidores do cérebro do TDA / TDAH fazem com que o concurseiro com déficit de atenção seja mais criativo, intuitivo, curioso e com um pensamento divergente enquanto estuda.
Isso o leva a uma visão “fora da caixa” e abertura a novas possibilidades, desencadeando um espírito aventureiro e empreendedor.
Além disso, sua capacidade de hiperfoco faz seu desempenho superar a média quando demonstra seus talentos ou provocado em desafios que despertam seu real interesse.
Conforme já esclarecido, o concurseiro com TDA / TDAH não é mais nem menos inteligente que seus concorrentes com desenvolvimento típico do cérebro.
Porém, os critérios de avaliação dos concursos não costumam favorecer seus talentos e potencialidades.
O caminho até a aprovação é um processo de médio a longo prazo. Ele exige do concurseiro planejamento, disciplina, organização, foco, resiliência e renúncias durante todo esse período.
Nenhuma dessas características, a princípio, são naturais para o portador do transtorno. Pelo contrário, são habilidades que consomem muito esforço do concurseiro com déficit de atenção (TDA / TDAH) para desenvolver e aplicar em seu estudo.
Para que o concurseiro TDA / TDAH atinja um alto rendimento nos estudos, precisa, além de buscar o tratamento adequado, explorar suas potencialidades para driblar o transtorno e seus efeitos negativos.
Nessa linha, precisa desenvolver estratégias ou lançar mão de ferramentas que contribuam com sua organização e controle para não se perder nos estudos.
Somado a isso, deve procurar os meios de estudo que estimulem seu cérebro de forma variada. Recomenda-se que o estudante com déficit de atenção não fique preso apenas à leitura de texto.
Porém, o mais importante é ativar seu hiperfoco. Para isso o concurseiro com déficit de atenção deve se apaixonar pelas matérias e encarar o estudo como um grande desafio.
Ele deve tratar cada conclusão de meta ou acerto de questão como uma grande vitória.
Isso vai mexer com o sistema de recompensas de seu cérebro e injetar toda a dopamina necessária para manter sua atenção prolongada e em alto nível.
O concurseiro com esse déficit precisa reconhecer que sozinho ele terá muita dificuldade para manter o rendimento nos estudos.
O apoio de familiares, colegas, professores e outros envolvidos em seu estudo é peça-chave para sua aprovação.
Esse apoio pode ser tanto psicológico, com incentivos e cobranças, como técnico, com ajuda no planejamento, organização e controle dos estudos.
Nessa linha, o Estratégia Concursos pode contribuir com suas diversas ferramentas que dão suporte aos seus alunos das mais variadas formas. Muitas delas são oferecidas já na Assinatura Básica.
Além dos seus já consagrados materiais teóricos em PDF, o Estratégia Concursos disponibiliza aulas em vídeo e também conta com o Estratégia Cast, aulas em formato de áudio.
Um estudante com déficit de atenção pode combater a monotonia e ampliar seu tempo de concentração no estudo alternando o uso desses formatos.
Da mesma forma, a resolução de exercícios pelo Estratégia Questões pode ser feita dentro de intervalos e estimulando o sistema de recompensas do cérebro.
O portador do déficit de atenção também responde bem a estímulos visuais quando estuda.
Nessa linha ele pode se beneficiar de outras ferramentas oferecidas pelo Estratégia Concursos como a Marcação dos Aprovados e os Mapas Mentais.
Uma das maiores pedras no sapato de um estudante com o déficit de atenção é a organização de suas metas de estudo. Não pela sua capacidade, mas pelo tempo que pode perder nessa missão.
Para facilitar essa organização, o Estratégia Concursos pode orientar os estudos por meio do Edital Estratégico, uma planilha com recursos para ajudar no registro das diferentes tarefas de estudo: teoria, revisão e exercícios.
Quem possui a Assinatura Premium tem acesso a outras ferramentas poderosas, como a Trilha Estratégica e o Passo Estratégico.
Ambas permitem que o concurseiro com déficit de atenção (TDA / TDAH) dedique seu tempo diretamente aos estudos, sem perder tempo se organizando ou decidindo o que deve estudar.
A Trilha Estratégica, considerada um GPS para os estudos, entrega a meta pronta, elaborada por nossos coaches, com toda a sequência de tarefas definidas.
Já o Passo Estratégico é uma ferramenta de revisão, que contém diversos exercícios divididos pelo que as bancas mais cobram.
No campo pessoal, o Estratégia Concursos também oferece apoio com as Salas VIP, bate papo on-line com aprovados em concursos, que tiram todas as dúvidas quanto à preparação em concursos, dando dicas preciosas.
Mesmo com todas essas possibilidades, o concurseiro ainda pode sentir a necessidade de um acompanhamento mais próximo e personalizado.
Nesse caso, ele pode contratar nosso serviço de coaching, que também pode ser adquirido por meio da Assinatura Platinum.
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