Ortografia Oficial: Aprenda quais as regras da língua portuguesa e do Novo Acordo Ortográfico e como as utilizar da forma mais correta para se preparar melhor para o concurso do INSS previsto para 2022.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), antiga banca CESPE, trouxe no edital do INSS de 2022 para o cargo de Analista do Seguro Social, o conteúdo para a matéria “Língua Portuguesa”, a saber:
Portanto, observa-se que a Ortografia Oficial é um dos itens a serem questionados na prova de Técnico do Seguro Social previsto no edital do concurso para o INSS de 2022.
Assim, o presente artigo visa abordar de forma sintética a ortografia oficial da língua portuguesa para o concurso INSS de 2022.
Edital 2022: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – Técnico do Seguro Social – Ensino Médio
Primeiramente, cabe esclarecer que a ortografia, de acordo com o dicionário Michaelis, é a parte da gramática normativa que ensina as regras de uso das palavras e dos sinais de pontuação, sendo sinônimo de “grafia”.
A etimologia (estudo da origem da palavra) indica que a palavra “ortografia” veio do latim “orthographia” = orthos (direito, reto, exato) + graphia (escrita).
Outras definições de ortografia vistas no dicionário são: estudo das regras gramaticais; representação escrita de uma palavra, maneira de escrever as palavras; talhe de letra.
A ortografia oficial é, portanto, a parte da gramática que estuda a escrita correta e formal das palavras, referindo-se à ortografia definida oficialmente no Brasil como a correta.
Para estudar a ortografia oficial prevista no concurso do INSS é necessário saber:
O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 (abreviado AO90), também denominado de Ortografia Unificada da Língua Portuguesa, foi um tratado internacional firmado com o objetivo de criar uma ortografia unificada para o português.
Com isso, todos os países de língua oficial portuguesa (lusófonos) que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem usar a nova ortografia: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Denomina-se “novo acordo”, pois houve um acordo em 1931, o qual não foi colocado em vigor pelos países. No Brasil, o Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 2008, mas se tornou o único formato reconhecido da língua portuguesa no país apenas em janeiro de 2016.
Os tópicos a seguir mostram as principais alterações advindas do Novo Acordo Ortográfico que alguns gramáticos também chamam de “Reforma Ortográfica”.
Com o Novo Acordo Ortográfico, houve uma alteração do alfabeto português, com a inclusão das letras “k”, “w” e “y”. Com isso, o total de letras no alfabeto oficial passou de 23 para 26, a saber.
Na prática, em geral, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em três casos principais:
O alfabeto é formado por cinco vogais (A, E, I, O, U) e vinte e uma consoantes:
O uso do trema foi abolido com a reforma ortográfica do português. Portanto, não se usa mais o trema, exceto em nomes próprios estrangeiros ou derivados, como por exemplo:
O Novo Acordo Ortográfico também trouxe alterações na acentuação. Seguem as novas regras exigidas em concursos que possuam a ortografia oficial prevista em edital, assim como o INSS.
Os ditongos abertos EI e OI das palavras paroxítonas — palavras com a penúltima sílaba tônico, ou seja, a penúltima sílaba é a sílaba mais “forte” a ser pronunciada — perderam o acento agudo:
As palavras paroxítonas perderam os acentos colocados nas vogais I e U tônicos quando essas vogais vierem depois de ditongo:
Perdem o acento as palavras paroxítonas terminadas em EEM (leem, veem, deem, creem) nem em palavras com o hiato OO:
Perde o acento o U tônico das formas verbais rizotônicas (com acento na raiz) nos grupos que/qui e gue/gui.
Com o Novo Acordo, o acento diferencial — acento usado para distinguir duas palavras com a fonética igual, mas significados diferentes, isto é, palavras homógrafas —, usado em palavras paroxítonas com vogal tônica aberta ou fechada, foi abolido na maioria dos casos.
Dessa forma, não existem mais distinção entre as duplas: pára/para, pólo/polo, pêlo/pelo, pêra/pera…
Algumas palavras permanecem com o acento diferencial: pôde (verbo no pretérito perfeito)/pode (verbo no presente) e pôr (verbo)/por (preposição). Adicionalmente, o acento diferencial ainda é usado no plural dos verbos TER e VIR, assim como das correspondentes formas compostas. Por exemplo: mantém (singular)/mantêm (plural), vem (singular)/vêm (plural).
Ademais, o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma (verbo)/fôrma (substantivo) é facultativo.
Com o Novo Acordo Ortográfico, houve alteração nas regras de uso do hífen, as quais são descritas a seguir.
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as letras R ou S, que serão duplicadas.
Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos HIPER, INTER e SUPER se ligam a elementos iniciados por R. Por exemplo: hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente.
Ademais, não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o segundo elemento.
Por outro lado, usa-se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento.
Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo CO, ainda que o segundo elemento comece pela vogal O. Por exemplo: cooperar.
Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma unidade.
Com o Novo Acordo Ortográfico, houve alteração nas regras de uso das letras maiúsculas e minúsculas.
Primeiramente, observa-se que a letra maiúscula deve ser usada no início de uma frase ou de um período.
Ademais, na ortografia oficial para concursos, a letra maiúscula deverá ser utilizada em nomes próprios de: pessoas, animais, lugares — cidades, países, continentes… —, acidentes geográficos, rios, instituições e entidades. Por exemplo:
“Eu encontrei com João e Maria.”
“Existe um acordo comercial entre Brasil e Argentina.“
“Entre os maiores rios do mundo estão o Amazonas e o Nilo.“
Além disso, a letra maiúscula deve ser usada em: nomes de festas e festividades, em nomes astronômicos, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas. Por exemplo:
“Eu gosto do Carnaval e do Natal.“
“Os maiores planetas do nosso sistema são Júpiter e Saturno.“
“Esta é uma pesquisa realizada pelo IBGE.“
Obs.: as siglas com até três letras são grafadas em totalmente em letras maiúsculas: SUS, OAB, MEC, ONU…
As siglas com mais de três letras são grafadas apenas com a inicial maiúscula, desde que possam ser pronunciadas como uma palavra. Por exemplo: Serasa, Anatel, Procon, Sebrae, Sesc, Unicef…; entretanto, se a sigla não puder ser pronunciada como uma palavra, todas as letras serão grafadas em maiúsculas: ABNT, BNDES, INSS, FGTS…
Nos nomes dos pontos cardeais deverá ser usada apenas se estiverem indicando uma região. Por exemplo:
“Viajei para o Nordeste.“
“O Sol nasce na direção leste.“
Com a reforma ortográfica, a letra minúscula passou a ser utilizada nos nomes dos dias de semana, meses e estações do ano, nos nomes dos pontos cardeais (quando utilizados genericamente, indicando uma direção) e nas palavras fulano, sicrano e beltrano. Por exemplo:
“Hoje é segunda-feira.“
“O edital do concurso foi lançado em setembro.“
“Em dezembro, começa o verão.“
“Andei na direção sul.“
“Ela estava conversando com fulano.“
A nova ortografia oficial, presente nos concursos, permite o uso facultativo das letras maiúsculas e minúsculas em alguns casos, a saber: títulos de livros com todas as palavras em maiúsculas ou apenas a palavra inicial; palavras de categorizações como rio, rua, igreja…; em nomes de áreas do saber, matérias e disciplinas; em versos que não iniciam o período; e em palavras ligadas a uma religião. Por exemplo:
“Grande Sertão: Veredas” ou “Grande sertão: veredas”
“Rio Nilo” ou “rio Nilo”
“Português” ou “português”
“São Francisco” ou “são Francisco”
Assim como a acentuação gráfica, é importante apresentar os encontros vocálicos, os quais trazem muitas regras e, portanto, dúvidas para quem está estudando para concursos. Entre os principais pontos a serem estudados na ortografia oficial para concursos, encontra-se a identificação dos encontros vocálicos e a distinção entre ditongo, tritongo e hiato.
O encontro vocálico é um fenômeno que ocorre quando uma ou mais vogais aparecem em sequência, ou seja, juntas em uma palavra.
Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, tritongo e hiato. O enquadramento em cada um desses tipos depende de como os sons de vogais aparecem na palavra e entre as sílabas. Por exemplo:
“Linguiça” = “lin-gui-ça” (ditongo crescente)
“Cadeira” = “ca-dei-ra” (ditongo decrescente)
“Paraguai” = “Pa-ra-guai” (tritongo)
“Saúde” = “sa–ú-de” (hiato)
Ocorre quando há o encontro de duas vogais na mesma sílaba. Nesse tipo de encontro vocálico, uma das letras é a vogal e a outra é a semivogal.
Assim, quando o som vocálico é mais forte, é chamado de “vogal”, podendo ser representado pelas letras A, E, I, O e U. No entanto, quando o som vocálico é mais fraco, é chamado de “semivogal” e ocorre com as letras I e U. Em suma, o ditongo ocorre quando há: “vogal + semivogal” ou “semivogal + vogal”.
O ditongo pode ser crescente ou decrescente e oral ou nasal:
Alguns ditongos nasais têm o som nasalizado representado por letras que não são as semivogais I ou U. Nesses casos, quando a palavra é pronunciada, o som é similar àquele representado por essas vogais, sendo conhecidos como “ditongos fonéticos”. Por exemplo: mão (pronuncia-se “mãu“) e mãe (pronuncia-se “mãi”).
Ademais, outro caso remete-se às letras M e N, que são pronunciadas como I e U. Por exemplo: alinham (pronuncia-se “a-li-nhaum”) e trem (pronuncia-se “treim”).
O tritongo ocorre quando há o encontro de apenas três vogais na mesma sílaba. Nesse tipo de encontro vocálico, apenas uma das letras é a vogal, enquanto as outras são semivogais.
Analogamente ao ditongo, quando o som vocálico é mais forte, é chamado de “vogal”, podendo ser representado pelas letras A, E, e O. No entanto, quando o som vocálico é mais fraco, é chamado de “semivogal” e ocorre com as letras I e U. Em suma, o tritongo ocorre quando há: “semivogal + vogal + semivogal”.
Os tritongos não devem ser identificados visualmente pela forma de escrita da palavra, mas pela fonética por meio da identificação de três sons vocálicos distintos que permanecem juntos na mesma sílaba.
Assim, o tritongo pode ser oral ou nasal:
Alguns tritongos nasais têm o som nasalizado representado por letras que não são as semivogais I e U. Nesses casos especiais, quando a palavra é pronunciada, o som é similar àquele representado por essas vogais. Por exemplo: saguão (pronuncia-se “sa-guãu”) e saguões (pronuncia-se “sa-guõis”).
Além disso, outro caso especial remete-se às letras M, N e L que, embora sejam consoantes, elas são pronunciadas representam o mesmo som das semivogais I e U. As consoantes M e N no final da palavra representam um som vocálico nasalizado. A consoante L, quando não atua como consoante velarizada, assume o som U, formando “tritongo fonético”. Por exemplo: enxaguam (pronuncia-se “en-xa-guãu“), enxaguem (pronuncia-se “en-xa-gueim”) e igual (pronuncia-se “i-guau“).
Na ortografia oficial para concursos vale o estudo cauteloso do hiato, o qual ocorre quando há o encontro de duas vogais em sílabas separadas. Nesse tipo de encontro vocálico, as duas letras são vogais e não podem ficar na mesma sílaba.
Em suma, o hiato ocorre quando há: “vogal + vogal”. Por exemplo: ba–ú, sa–ú-de, hi–a-to, Sa–a-ra.
Assim, observa-se que tanto os hiatos como os ditongos são encontros vocálicos e a diferença entre eles é que o encontro vocálico do hiato fica separado em sílabas diferentes na divisão silábica enquanto o ditongo permanece na mesma sílaba.
Certamente, deve-se observar a diferença entre as palavras dissílabas (duas sílabas) pequenas e as palavras monossílabas (apenas uma sílaba), as quais podem ser confundidas entre si. Por exemplo: “lua” e “pia” são palavras dissílabas — lu–a e pi–a — e, portanto, hiatos; porém, “meu” e “pai” são monossílabas e ditongos.
O encontro consonantal é um fenômeno que ocorre quando uma ou mais consoantes aparecem em sequência, ou seja, juntas em uma palavra. Nesse caso, as duas consoantes devem manter seus respectivos sons. Por exemplo:
“Brejo” (encontro consonantal puro)
“Martelo” (encontro consonantal disjunto)
O encontro consonantal pode ser puro ou disjunto:
O dígrafo é um fenômeno que ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema, isto é, um único som.
“Carro” (dígrafo consonantal)
“Guia” (dígrafo consonantal)
“Limpo” (dígrafo vocálico)
Há dois tipos de dígrafos: consonantal ou vocálico. Veja as diferenças:
Obs.: as letras GU e QU são consideradas dígrafos apenas quando estiverem seguidas das vogais E ou I. Por exemplo: queijo, quilo, gueixa, guia.
Enfim, vale ressaltar que alguns dígrafos consonantais se separam, enquanto outros não. Por exemplo: carro = car–ro e chuva = chu-va.
Embora menos frequentes em concursos que preveem conhecimentos sobre a ortografia oficial em edital, as palavras homônimas e parônimas podem trazer alguma confusão ao(à)(s) candidato(a)(s). Os tópicos abaixo trazem uma síntese do que se precisa saber para estar mais bem preparado(a).
A etimologia indica que a palavra “homônimo” veio do grego “homónymos” = homo (igual) + onymos (nome). Assim, homônimos ou palavras homônimas são palavras que possuem a mesma pronúncia (homófono) e/ou a mesma grafia (homógrafo), mas com significados diferentes.
Há três tipos de encontros homônimos: homônimos perfeitos, homógrafos e homófonos. Veja as diferenças:
A etimologia indica que a palavra “parônimo” veio do grego parōnymos = para (junto, ao lado de, quase) e onymos (nome). Assim, parônimos ou palavras parônimas são palavras que possuem a pronúncia e a grafia parecidas e possuem significados diferentes. Por exemplo: cavaleiro (anda de cavalo) / cavalheiro (educado) e cumprimento (saudação) / comprimento (tamanho).
Alguns parônimos podem ser homófonos. Por exemplo: acento (gráfico) / assento (para sentar) e conserto (reparo) / concerto (musical).
O presente artigo teve o intuito de apresentar um resumo para concursos sobre a ortografia oficial e as novas regras do Acordo Ortográfico, bem como as definições e identificação dos encontros vocálicos, consonantais e dígrafos e as palavras homônimas e parônimas. Observa-se que a reforma ortográfica trouxe novas regras para a língua portuguesa que podem confundir o(a) candidato(a)
Sem dúvida, para o edital do INSS, é interessante que o(a) candidato(a) saiba os casos principais, tendo o foco nos sinais gráficos mais complexos como as alterações do Novo Acordo. Este artigo não apresentou todos os casos em que o hífen deve ser usado, somente as novas regras pós-reforma ortográfica; cabe ao(à) candidato(a), portanto, estudar o assunto.
Por fim, cabe a leitura do edital do INSS lançado pela Cebraspe em 2022, bem como a inscrição nos cursos do Estratégia de português e outras disciplinas voltados para o concurso de 2022.
EDITAL INSS 2022:
https://cebraspe.org.br/concursos/inss_22
CONFIRA OS CURSOS DO ESTRATÉGIA:
CONFIRA OUTROS CONCURSOS:
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