Fala, galera, beleza? Hoje vamos trazer um resumo sobre uma matéria que aparece em alguns editais e que costuma causar um pouco de confusão na cabeça dos candidatos. Trata-se de Finanças Corporativas, presente no conteúdo programático de concursos da área de Controle (entre outras áreas), como o da CGU (Controladoria Geral da União) e o do TCDF (Tribunal de Contas do Distrito Federal).
Finanças Corporativas é uma área do conhecimento que busca, em suma: (i) avaliar qual a melhor opção da empresa para captar e aplicar recursos, de forma a gerar valor e (ii) oferecer instrumentos para que o investidor seja capaz de comparar investimentos e tomar a melhor decisão.
Por exemplo, é mais vantajoso para uma empresa pegar um empréstimo no banco ou abrir seu capital na bolsa de valores? Da mesma forma, é mais interessante, para o investidor, aplicar seu dinheiro na renda fixa ou comprar ações da empresa que está abrindo seu capital?
São assuntos como esses que fazem parte do conteúdo de Finanças Corporativas. O problema é que muitos desses temas são pouco abordados no cotidiano, ficando mais presente no debate de pessoas especializadas na área. Vamos tentar, através deste resumo, apresentar alguns tópicos da matéria para facilitar sua visualização.
Pessoal, para financiar suas atividades, a empresa pode buscar recursos junto a terceiros ou junto ao sócio.
Quando falamos do capital de terceiros, trata-se dos recursos de fontes onerosas, normalmente presentes no passivo exigível da empresa. Para simplificar, pense em um empréstimo bancário. A empresa terá que devolver o dinheiro emprestado acrescido de juros e/ou correção monetária, independentemente de obter lucro ou prejuízo em suas atividades, ou seja, ela assume o risco da operação.
Por outro lado, quando capta recursos de sócios, ela distribuirá dividendos, conforme a Lei nº 6.404, caso obtenha lucro para tal. Também pode haver valorização das ações da empresa, conforme o consenso de mercado sobre as perspectivas dela. Nesse caso, o risco da operação é transferido para o sócio. Naturalmente o sócio somente aportará recursos na companhia caso ela ofereça um retorno que justifique o risco assumido.
Isso nos traz a um ponto importante em Finanças Corporativas: taxa de retorno. Simplificadamente, a taxa de retorno é considerada como a razão entre o lucro (retorno) e o capital investido. Por exemplo, uma aplicação de R$ 10.000 que ofereça um lucro de R$ 1.000, livre de riscos, possui um retorno de 10%. Esse conceito oferece parâmetros para que o investidor considere diversas opções de investimento e tome sua decisão.
Conforme dissemos no tópico anterior, dizemos que um investimento gera valor para o sócio caso traga um retorno maior do que o custo de oportunidade. O que é custo de oportunidade? É a melhor opção de investimento alternativa (o conceito é amplamente debatido na disciplina de Economia). Se a empresa gera menos valor do que o custo de oportunidade, dizemos que ela está destruindo valor para o sócio. Para estimar a geração de valor, há um conceito importante em Finanças Corporativas: EVA (Valor Econômico Adicionado).
No Brasil, é possível estimar o EVA subtraindo-se do Lucro Operacional após os Impostos (LO) o produto do Custo do Capital Próprio (%CP) pelo Patrimônio Líquido (PL). Fica assim: EVA = LO – (%CP x PL).
Ressaltamos que o %CP usualmente é obtido através do modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM). Basicamente é uma equação que considera o retorno que um ativo oferece em comparação a um ativo livre de riscos. Como o objetivo deste artigo é trazer um resumo, não adentraremos no modelo aqui, mas o conteúdo completo está presente em nossos cursos.
Achou complicado? Não é, fique tranquilo. Nossos cursos te ajudarão a ter um desempenho ótimo em Finanças Corporativas. Esse conteúdo também pode estar presente na disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis, uma vez que a Contabilidade é uma das matérias que são base para o arcabouço de Finanças Corporativas.
Outro ponto muito importante em Finanças Corporativas é a investigação de como obter um maior retorno correndo o menor risco possível. Percebe-se que, nessa matéria, os conceitos de risco e retorno são fundamentais. Usualmente são usados conceitos de Estatística para mensurar o risco, notadamente a teoria das probabilidades e o conceito de desvio padrão em relação à média.
Quanto maior o desvio padrão de um ativo, maior seu risco. E vice-versa, ou seja, quanto menor o desvio padrão, menor seu risco. Por ter um risco menor, o retorno do ativo é mais previsível. Para aceitar um risco maior, o investidor exigirá também um retorno maior.
Para visualizar melhor, vamos supor dois ativos, A e B. Ambos oferecem um retorno de 10%. Porém, o ativo A possui risco de 1% enquanto o ativo B possui risco de 10%. O ativo B, conforme se pode notar, é 10 vezes mais arriscado. Faz muito mais sentido, ignorando outras possibilidades, investir no ativo A do que no ativo B, não é mesmo?
Seguindo no mesmo exemplo, imagine que o ativo B oferecesse um retorno de 200%, mantidos os mesmos níveis de risco… Agora, o ativo B continuaria 10 vezes mais arriscado, porém oferecendo um retorno 20 vezes maior. Nesse caso, o ativo B ficaria mais atrativo com esse retorno.
Toda a avaliação é feita comparando-se risco e retorno. Utilizamos um exemplo bastante simples, é claro que o mercado é muito mais complexo do que isso. Também não consideramos, em nosso exemplo, o apetite ao risco do investidor, aspecto muito importante a ser considerado também. Mas é uma forma de visualizar como essa abordagem poderia ser aplicada.
É isso, meus amigos. Finanças Corporativas é uma matéria multidisciplinar, envolvendo aspectos de diversas áreas do conhecimento, como Estatística, Economia e Contabilidade. Seu objetivo é fornecer instrumentos para facilitar a tomada de decisão diante do mercado de capitais, tanto pela ótica da empresa quanto pela ótica do investidor.
Lembrando que o objetivo do nosso resumo não é, de forma alguma, exaurir o conteúdo de Finanças Corporativas. Tal conteúdo é abordado em nossos cursos de maneira ótima e completa para que você consiga ter um desempenho excelente nas provas dos mais variados certames.
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