Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM)

Resumo de Custo Padrão para TCE-SC: Contabilidade de Custos

Hoje veremos custo padrão para concluirmos uma série de artigos da disciplina de contabilidade de custos, com foco no concurso do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC)! Especificamente para o CARGO 2, Auditor Fiscal de Controle Externo na área de CIÊNCIAS CONTÁBEIS, cuja ementa de contabilidade de custos veio dentro dos conteúdos de contabilidade geral, ao longo do item 27, conforme retratado abaixo.

CONTABILIDADE GERAL: 27 Custo das mercadorias e dos produtos vendidos e dos serviços prestados. 27.1 Custeio real por absorção. 27.2 Custeio direto (ou custeio variável). 27.3 Custo-padrão. 27.4 Custeio baseado em atividades. 27.5 RKW. 27.6 Custos para tomada de decisões. 27.7 Sistemas de custos e informações gerenciais. 27.8 Estudo da relação custo versus volume versus lucro.

Ademais, recomenda-se a leitura dos artigos anteriores postados no blog, com os títulos “TCE SC: Custos de produção na Contabilidade de Custos”, “TCE-SC: Distinção entre produção por ordem, contínua e conjunta” e “TCE-SC: Resumo de Contabilidade de Custos – Métodos de Custeio”.

Outrossim, ressalta-se que o assunto: “custo padrão” é um dos mais cobrado pelo CEBRASPE em provas de Contabilidade de Custos. A base disso é o levantamento de questões de provas de todas as áreas de nível superior da Cebraspe dos últimos 15 anos:

Provas anteriores de contabilidade de custos

Sistemas de custeio:

Inicialmente, cabe destacar que o custo padrão está inserido entre os sistemas de custeios. Dessa forma, o custo histórico, o custo-corrente e o custo estimado são outras espécies do gênero sistema de custeio. Entretanto, nas provas de contabilidade de custos, as bancas se interessam demasiadamente pelo custo padrão. Por isso, veremos os seus principais conceitos e, ainda, o método de cálculo para resolver questões mais complexas.

Classificações do Custo Padrão

Custo Padrão Ideal

O custo padrão IDEAL considera a mensuração dos custos com base nos melhores Fatores de Produção existentes, mesmo que não disponíveis imediatamente à empresa. Logo, ele não inclui ineficiências, salvo as não elimináveis “CIENTIFICAMENTE”. Nesse sentido, nessa classificação há o mínimo de desperdício dos insumos. E só seria alcançável no Longo Prazo.

Custo Padrão Corrente

Por outro lado, o custo padrão CORRENTE é o mais adequado para servir como métrica de controle de custos. Pois ele considera os Fatores de Produção que realmente estão à disposição da empresa e inclui algumas ineficiências da companhia. Só excluindo aquelas que julgarem razoavelmente sanáveis. Assim, o custo corrente situa-se entre o custo ideal e o custo estimado; Sendo de difícil alcance, porém não impossível. Alcançável, portanto, no Médio ou no Curto Prazo.

Custo Padrão Estimado

Por fim, o custo padrão ESTIMADO considera o ajuste de números apurados por série histórica, usando a média. Por conseguinte, é custo que deverá ocorrer de fato na realidade, caso nenhuma melhoria seja feita. Então, o custo padrão ESTIMADO é uma métrica de fácil alcance, a qual se espera que ocorra no Curto Prazo.

Espécies de Custo Padrão

Utilidade do custo padrão

Nesse contexto, o custo padrão representa um controle antecipado e deve ser sempre comparado com o custo real (histórico) para fins de análise. Dessa forma, a empresa objetiva aproximar o custo real ao custo corrente escolhido. Ademais, apesar do benefício de controle do Custo Padrão, ele demanda revisões periódicas.

Outrossim, o custo REAL (histórico) é o custo efetivamente incorrido. Nesse sentido, o método de custo padrão majoritário ensina que quando o custo real for maior que o padrão, isso representa algo ruim para a empresa. Ao passo que se o custo real for menor que o padrão, isso será bom para a companhia. Pois nesse caso ela estará atingindo suas metas ao obter custos reais menores que os previstos.

Custo padrão x Custo real

Além disso, o custo padrão é útil a todos os métodos de custeio (por absorção, variável, ABC). Logo, a empresa pode aumentar o controle dos custos pela mensuração do custo padrão, independentemente do método de custeio por ela utilizado.


Variação com o Custo Padrão

Enfim, entraremos no estudo das variações do custo padrão comparado ao custo real, para fins de resolução de questões de cálculo. Nesse sentido, temos variações no controle de matérias-primas, podendo ser na quantidade produzida, no preço ou uma mista (quantidade e preço). E também temos variações no controle da mão de obra, podendo ser na eficiência, na taxa ou uma mista (eficiência e taxa). Repare, portanto, que há apenas mudanças de nomenclaturas, pois a essência dos cálculos será a mesma. Assim, poderíamos, para fins didáticos, considerar as variações da mão de obra, também com base no preço, na quantidade e na mista. Todavia, vejamos abaixo as fórmulas para descobrirmos as variações com base nas nomenclaturas conservadoras.

Variações de Matéria-Prima:

  • a Variação de Quantidade = diferença da quantidade X preço padrão
  • Variação de Preço = diferença de preço X quantidade padrão
  • a Variação Mista = diferença da quantidade X diferença de preço

Variações de Mão de Obra:

  • a Variação de Eficiência = diferença de horas X taxa padrão
  • Variação de Taxa = diferença de taxa X horas-padrão
  • a Variação Mista = diferença de horas X diferença de taxa

Nesse cenário, de acordo com essas fórmulas, caso haja variação positiva, dizemos que ela foi desfavorável. Por outro lado, caso a variação fique com sinal negativo, dizemos que ocorreu uma variação favorável. É isso mesmo! Essa explicação está em consonância com o ensinamento de que o custo real maior que o padrão representa algo ruim para empresa. Ao passo que se o custo real menor que o padrão representa algo bom para a companhia.

Ressalta-se que a banca cebraspe, por vezes, considera a variação mista dentro da variação de preço, ou no caso da mão de obra, dentro da variação de taxa. Desse modo, uma maneira para fazer esse pequeno ajuste de forma rápida seria trocar nas fórmulas acima a Quantidade padrão por Quantidade real e as horas-padrão por horas-real. Conforme demonstrado abaixo:

  • Variação de Preço (incluindo a variação mista) = diferença de preço X Quantidade REAL
  • Variação de taxa (incluindo a variação mista) = Diferença de taxa X horas-REAL

Relação custo versus volume versus lucro

Por derradeiro, para esgotarmos a disciplina de contabilidade de custos, abordaremos o estudo da relação custo versus volume versus lucro. Esse tópico trata basicamente de aplicação de fórmulas, então apenas replicamo-nas para fins de revisão.

Margem de Contribuição (MC)

Margem de Contribuição Unitária = Preço de Venda – Custos Variáveis – Despesas Variáveis.

Por meio da margem de contribuição é possível descobrir o produto mais rentável, mas se houver restrição, o produto mais rentável será aquele que tiver o maior fator margem de contribuição dividido pela restrição (MC/restrição). Entretanto, nesse caso, a Margem de Contribuição continua sendo a mesma, caso seja pedida na questão.

  • MCUnt = PVend – CV – DV

Margem de Contribuição Total (MCT) = Receita de Vendas – Custos Variáveis totais – Despesas Variáveis totais

Ademais, a MCT tem uma relação com o Lucro Líquido que já foi trazida em provas:

  • LL = MCT – Custos Fixos – Despesas Fixas

Matematicamente, também podemos dizer que:

  • MCT = LL+CF+DF

Já a Margem de Contribuição Percentual (MC%) é obtida da seguinte forma:

  • MC% = MCUnt / PVend ou MCT / RVend

Ponto de Equilíbrio

Outrossim, temos o conceito de Ponto de Equilíbrio, que representa a quantidade produzida ou valor da receita de vendas com que faça o lucro ser igual a zero.

Nesse sentido, a quantidade produzida no Ponto de Equilíbrio Contábil é encontrada dividindo os custos fixos e as despesas fixas pela margem de contribuição unitária.

  • Q PEC = CF+DF / MCUnt

Já a receita de vendas no Ponto de Equilíbrio Contábil equivale à soma de todas as despesas e de todos os custos, fixos e variáveis.

  • RPEC = CV e DV + CF e DF

Entretanto, evidencia-se que existem outras variações do Ponto de Equilíbrio, além do Ponto de Equilíbrio contábil, que é o principal. A distinção está somente no numerador da fórmula, conforme apresentado abaixo:

  • Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)
    • CF+DF+lucro mínimo (custo de oportunidade) / MCu
  • Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)
    • CF+DF / MCu
  • Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)
    • CF+DF – depreciação-amortização-exaustão / MCu

Margem de Segurança

Ainda, sabe-se que Margem de Segurança é a quantidade vendida ou a receita de vendas que pode ser reduzida antes de a empresa entrar em prejuízo. E pode ser obtida da seguinte forma:

  • Quantidade Vendida – QuantidadePEC  ou
  • Receita Total – ReceitaPEC

Já a Margem de Segurança percentual (MS%) é igual a:

  • (QVend – QPEC ) / QVend ou
  • RVend – RPEC / RT

Alavancagem

Por fim, brevemente, sabe-se que a alavancagem total é a soma da Alavancagem Financeira e da Alavancagem Operacional. Assim, traremos as suas fórmulas e o principal ensinamento de cada uma delas.

Alavancagem Financeira

  • Grau de Alavancagem Financeira = (Lucro Líquido/Patrimônio Líquido)÷(Lucro Líquido+Despesas Financeiras)/Ativo

Nesse contexto, quanto mais empréstimos (passivos) a empresa obtiver, mais alavancada financeiramente estará. E quanto maior a alavancagem financeira, maior a possibilidade de ganhos dos acionistas.

Alavancagem Operacional

Por outro lado, a alavancagem operacional é a variação percentual no Lucro Operacional derivada da variação percentual no Volume de Vendas. Desse modo, ela é igual para qualquer variação no volume. Outrossim, quanto maiores os Custos Fixos e as Despesas Fixas, maior a alavancagem operacional.

  • Grau de Alavancagem Operacional = Δ%L ÷ Δ%Q ou Margem de Contribuição Total ÷ Lucro

Considerações Finais

Assim, chegamos ao final de mais um tema importantíssimo. Espero que o artigo tenha sido útil para o seu aprendizado. Porquanto, o objetivo dessa série de artigos foi reforçarmos o estudo de contabilidade de custos.

Em conclusão, não deixe de acompanhar o blog para mais notícias de concursos.

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Kaio Guilherme Moraes de Aquino

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