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Redação Pronta sobre racismo – ENEM, Vestibulares e Concursos

Redação pronta sobre racismo – Enem, vestibulares e concursos

Uma dúvida comum entre os alunos é como desenvolver um tema de redação. Pensando nisso, preparamos este artigo com um modelo de texto dissertativo-argumentativo (gênero cobrado no ENEM). Mais do que isso: aqui você encontrará uma redação pronta sobre racismo no Brasil.

A ideia é que você consiga compreender os principais aspectos de construção de um texto – como estruturar as ideias, o que deve conter a introdução, como escrever o desenvolvimento e como concluir a sua redação do ENEM. Então, vamos lá?

Introdução – Redação Pronta sobre Racismo

Dizem que a primeira impressão é a que fica, certo? Claro que isso pode ser um exagero, mas é importante ter em mente que a introdução de uma redação é um cartão de visitas. É por ela que o examinador começará a avaliar o seu texto.

A introdução deve apresentar dois aspectos muito importantes:

  • A) a sua tese sobre o tema proposto (neste caso, uma tese sobre o racismo no Brasil) e;
  • B) a apresentação da sua lógica de argumentação, ou seja, quais argumentos você pretende desencadear ao longo do desenvolvimento do texto.

Veja um exemplo de introdução para a nossa redação pronta sobre racismo no Brasil:

O racismo é uma chaga social no Brasil. Mesmo após mais de um século de abolição da escravatura, a população negra permanece, na maioria das vezes, à margem dos espaços de prestígio. A relação de exclusão com base na cor da pele está presente nos ambientes de trabalho, nas universidades, nos hábitos cotidianos. Compreender como o racismo opera no tecido social e como é possível superá-lo é, dessa forma, confrontar uma ferida que marca o país.

1. Perceba que, na introdução acima, a tese está presente logo na primeira frase: “O racismo é uma chaga social no Brasil”.

2. Depois, uma primeira contextualização sobre a tese é apresentada: “A relação de exclusão com base na cor da pele está presente nos ambientes de trabalho, nas universidades, nos hábitos cotidianos”.

3. A introdução é, então, finalizada com a apresentação da lógica de argumentação, encaminhando o leitor para o desenvolvimento do texto: “Compreender como o racismo opera no tecido social e como é possível superá-lo é, dessa forma, confrontar uma ferida que marca o país“.

4. Dessa forma, o leitor é preparado para um desenvolvimento textual que discorrerá sobre “como o racismo opera no tecido social e como é possível superá-lo”.

Desenvolvimento – Redação Pronta sobre Racismo

Agora é hora de apresentar o que os organizadores do ENEM chamam de “estratégias argumentativas“. Nos parágrafos de desenvolvimento (geralmente, dois), devem ser utilizados argumentos para desenvolver a tese inicial, de modo a convencer o leitor. Podem ser utilizados:

  • exemplos;
  • dados estatísticos;
  • pesquisas;
  • fatos comprováveis;
  • citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto;
  • pequenas narrativas ilustrativas;
  • alusões históricas;
  • comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.

Veja o exemplo de dois parágrafos de desenvolvimento para a nossa redação pronta sobre racismo no Brasil:

Última nação ocidental a conceder liberdade aos escravos, com a Lei Áurea, de 1888, o Brasil buscou construir, desde então, uma autoimagem de território de respeito às diferenças e de convívio racial pacífico. A Lei Áurea, no entanto, foi conservadora em seu texto e não contou com qualquer ressarcimento ou política de inclusão para populações que ficaram tanto tempo afastadas da cidadania, do direito à educação e da liberdade de ir e vir. O resultado, previsível, foi a perpetuação de uma violência social herdada do passado, mas renovada no presente.

Se foi injustificável o descaso a que acabaram relegados milhares de ex-escravizados, foi também persistente a luta deles pela liberdade plena. Uma luta que ecoou em seus descendentes e que hoje se traduz em batalha por representatividade e mais espaços de poder. Conquista bem conhecida dos brasileiros, a política de cotas, por exemplo, vem legando uma mudança na feição das universidades e das repartições públicas – hoje mais heterogêneas.

1. Observe que, no primeiro parágrafo de desenvolvimento, é feita uma alusão histórica à Lei Áurea. Isso atende a um requisito importante, exigido pelo ENEM, que é a contextualização. Conforme elencado acima, essa contextualização pode vir de fatos históricos, dados estatísticos, citações, etc.

2. O desenvolvimento é a hora de explicar o que você falou na introdução, só que com detalhes. Ou seja, se na introdução houve uma promessa, a hora de cumpri-la é no desenvolvimento. O trecho seguinte faz, justamente, a ligação do passado com o momento atual, corroborando a tese apresentada lá no início da introdução (de que o racismo é uma chaga social ainda presente no Brasil). Veja: “A Lei Áurea (…) não contou com qualquer ressarcimento ou política de inclusão para populações que ficaram tanto tempo afastadas da cidadania (…). O resultado, previsível, foi a perpetuação de uma violência social herdada do passado, mas renovada no presente”.

3. Um dos pontos valorizados pelos examinadores do ENEM no desenvolvimento da redação é a capacidade de o candidato estabelecer paralelos e contrapontos. Observe que, ao final do desenvolvimento, o texto reconhece avanços no combate ao racismo, trazendo uma visão de mundo atenta aos fatos atuais: “Conquista bem conhecida dos brasileiros, a política de cotas, por exemplo, vem legando uma mudança na feição das universidades e repartições públicas – hoje mais heterogêneas“.

Conclusão – Redação pronta sobre racismo

Antes de detalharmos como concluir o texto, leia este exemplo de conclusão para a nossa redação pronta sobre racismo no Brasil:

Os avanços na política de inclusão racial no Brasil, entretanto, ainda continuam pontuais e resultam de pressões da sociedade organizada. O país permanece sem uma política de Estado coordenada, ampla, que ultrapasse governos e esteja presente em diferentes pastas, como o Ministério da Justiça – com políticas mais precisas de ressocialização da população carcerária, em sua maioria negra – e o Ministério da Educação – com ações sistemáticas de conscientização em eventos e materiais didáticos. Só assim, ultrapassando ações pontuais, será possível minimizar de forma mais efetiva o abismo racial que ainda assola o país.

O aspecto mais relevante na conclusão de uma redação para o ENEM é a proposta de intervenção para o problema abordado. Ou seja, a sua redação deve, ao fim, apresentar uma solução, uma forma de resolver a questão abordada.

A proposta de intervenção deve refletir os conhecimentos de mundo de quem a redige e, quando bem elaborada, deve conter não apenas a exposição da ação interventiva sugerida, mas também o ator social competente para executá-la. Além disso, a proposta de intervenção deve conter o meio de execução da ação e o seu possível efeito.

Perceba que, no exemplo de conclusão acima, os requisitos avaliados pelo ENEM são atendidos. A ação interventiva é “uma política de Estado coordenada, ampla, que ultrapasse governos“, os atores sociais competentes são as “diferentes pastas governamentais, como o Ministério da Justiça (…) e o Ministério da Educação” e o possível efeito é a minimização, “de forma mais efetiva” do “abismo racial que ainda assola o país“.

Redação pronta sobre racismo: Texto completo

Agora, confira a íntegra da nossa redação pronta sobre racismo no Brasil. Trata-se de um exemplo, de uma inspiração para você construir o seu próprio texto. Como sempre falamos aqui no Estratégia: aprender redação é, sobretudo, praticar!

O racismo é uma chaga social no Brasil. Mesmo após mais de um século de abolição da escravatura, a população negra permanece, na maioria das vezes, à margem dos espaços de prestígio. A relação de exclusão com base na cor da pele está presente nos ambientes de trabalho, nas universidades, nos hábitos cotidianos. Compreender como o racismo opera no tecido social e como é possível superá-lo é, dessa forma, confrontar uma ferida que marca o país.

Última nação ocidental a conceder liberdade aos escravos, com a Lei Áurea, de 1888, o Brasil buscou construir, desde então, uma autoimagem de território de respeito às diferenças e de convívio racial pacífico. A Lei Áurea, no entanto, foi conservadora em seu texto e não contou com qualquer ressarcimento ou política de inclusão para populações que ficaram tanto tempo afastadas da cidadania, do direito ao letramento e da liberdade de ir e vir. O resultado, previsível, foi a perpetuação de uma violência social herdada do passado, mas renovada no presente.

Se foi injustificável o descaso a que acabaram relegados milhares de ex-escravizados, foi também persistente a luta deles pela liberdade plena. Uma luta que ecoou em seus descendentes e que hoje se traduz em batalha por representatividade e mais espaços de poder. Conquista bem conhecida dos brasileiros, a política de cotas, por exemplo, vem legando uma mudança na feição das universidades e das repartições públicas – hoje mais heterogêneas.

Os avanços na política de inclusão racial no Brasil, entretanto, ainda continuam pontuais e resultam de pressões da sociedade organizada. O país permanece sem uma política de Estado coordenada, ampla, que ultrapasse governos e esteja presente em diferentes pastas, como o Ministério da Justiça – com políticas mais precisas de ressocialização da população carcerária, em sua maioria negra – e o Ministério da Educação – com ações sistemáticas de conscientização em eventos e materiais didáticos. Só assim, ultrapassando ações pontuais, será possível minimizar de forma mais efetiva o abismo racial que ainda assola o país.

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Daniel dos Reis Lopes

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