Concursos Públicos

Realização de questões em alta performance: aprenda como fazer

A realização de questões é uma das etapas mais importantes no estudo para concursos públicos. Aprenda a fazer isso em alta performance e seja aprovado!

No dia 06 de julho, o coach Rafael Moreno, Auditor Fiscal, realizou uma Monitoria para Desempregados, na qual explicou como a realização de questões é essencial para os concurseiros serem aprovados.

O objetivo da transmissão foi tratar do assunto, que serve para todo e qualquer concurseiro, de forma simples e prática, trazendo dicas de como realizar os exercícios em alta performance.

Assim, no presente artigo, traremos as informações repassadas na Monitoria, para você que não conseguiu acompanhar.

De modo geral, a orientação repassada aos estudantes que pretendem prestar concurso público é no sentido de realizar o estudo da teoria das disciplinas e, com essa base formada, passar à realização de questões.

A partir daí, é recomendável que o aluno registre e analise o seu percentual de acertos, que tende a aumentar, conforme ele avança nos estudos, até chegar a um nível competitivo.

Em regra, esse é o resumo da proposta. No entanto, cabe ressaltar que a realização de exercícios não é tão simples assim. Segundo o professor, há 3 camadas de resolução de questões:

  1. Realização de exercícios para compreensão do tema;
  2. Resolução de questões para revisão do tema;
  3. Realização de exercícios para solidificação do tema;

Analisaremos cada uma delas a partir de agora.

1 – Realização de questões para compreensão do tema

Realização de questões para compreensão

Quando o professor de alguma disciplina inclui questões no meio da teoria, o seu objetivo é ajudar o aluno a compreender o assunto. Isto porque, muitas vezes, o estudo da teoria, por si só, não basta para a devida assimilação do conteúdo.

Em muitos casos, o assunto fica um pouco abstrato, de modo que o estudante não consegue visualizar como, de fato, aquilo seria cobrado em provas.

Assim, a realização de algumas questões neste momento serve justamente para facilitar a compreensão do assunto. Por conta disso, não há necessidade de se preocupar com o desempenho, isto é, com o índice de acertos, nesta etapa.

Evidentemente, se o professor propuser uma bateria de exercícios e o aluno errar todas, isso indicará que alguns pontos da matéria não foram bem entendidos. Nesse caso, vale a pena voltar à teoria e revisar o conteúdo.

No entanto, em regra, a recomendação é a seguinte: nada de cobrança excessiva nesse momento. A realização de questões, nessa etapa, deve ser encarada como parte integrante e necessária para o devido estudo do tema.

2 – Realização de questões para revisão do tema

Realização de questões para revisão do tema

Em um segundo momento, a realização de questões será ainda mais importante: ela vai compor o ciclo de revisões. Dessa forma, auxiliará o aluno a lembrar aquilo que já foi estudado anteriormente.

Nessa etapa, é importante ter separado um acervo de questões com antecedência, sendo interessante ter um caderno de exercícios específico para cada aula.

Uma vez realizados os exercícios, deve-se analisar o desempenho: acima de 60% de acertos nas questões indica que o aluno entendeu bem o conteúdo. Porém, abaixo desse percentual, evidencia que o aluno não entendeu o assunto ou, então, que ele fez as questões de forma desatenta, por cansaço ou pressa.

Nesse contexto, vale destacar que é necessário realizar questões inclusive de tópicos iniciais, como, por exemplo, de princípios de Direito Administrativo ou do art. 5º da Constituição Federal. São assuntos que são deixados de lado pelos alunos, conforme eles avançam no estudo das disciplinas.

Por fim, é importante que se compreenda a importância das revisões. A cada vez que o aluno faz um esforço mental para resgatar um assunto em sua memória, ele reforça ainda mais a fixação daquele conteúdo. Ou seja: quanto mais se revisa, mais fácil se torna o resgate daquela informação em sua memória posteriormente.

Além disso, é necessário ter uma previsibilidade fixa de rotatividade dos cadernos de questões. Caso contrário, o aluno tende a focar apenas naquilo que gosta, o que faz com que ele se torne cada melhor naquilo em que ele já é bom, mas, por outro lado, cada vez pior naquilo em que ele tem dificuldade.

Para ser aprovado em concurso público, deve haver equilíbrio e constância (em todas as etapas do estudo). Assim, deve-se estabelecer um cronograma fixo de revisões, independentemente do método de estudos adotado.

3 – Realização de questões para solidificação do tema: suprindo lacunas

Realização de questões para solidificação do tema

A terceira etapa de realização de questões, explicada pelo coach Rafael Moreno, é aquela necessária para solidificação dos conteúdos aprendidos.

Trata-se de etapa essencial para os alunos avançados, que poderão identificar nas questões alguns assuntos eventualmente não explicados nos PDFs. Evidentemente, se os materiais teóricos cobrissem todo o conteúdo existente de cada assunto, seriam demasiadamente extensos e com baixo custo-benefício.

Assim, é através da realização das questões que os alunos poderão suprir algumas lacunas que tenham restado, relacionadas ao conteúdo e, além disso, aumentar ainda mais o seu conhecimento sobre cada matéria.

No entanto, é importante se fazer a seguinte ressalva: embora a realização de questões seja importante, demonstra-se ainda mais importante que os estudantes tenham aprendido a matéria, primeiramente, através do estudo da teoria.

Essa observação é relevante tendo em vista que, algumas pessoas, mesmo sem entenderem o conteúdo, optam por fazer exercícios (em vez de revisarem o assunto). No entanto, essa tática não se mostra muito eficiente, assim como também não é seguro um estudo realizado com base exclusivamente na realização de questões.

Estudo só por questões?

Embora haja aprovados que estudaram apenas realizando questões, deve-se ter em mente que eles são pontos fora da curva.

O estudo exclusivo por questões não se mostra seguro, já que, dessa forma, não há nada que comprove que o aluno, de fato, entendeu o conteúdo. Ele terá, na verdade, decorado respostas e feito deduções de forma desordenada. Assimilar o conteúdo desta forma pode ser arriscado, principalmente quando se tem em vista uma prova dissertativa.

Além disso, um concurseiro que estuda só por exercícios precisa de uma carga horária superior à do aluno que estuda também a teoria. Três horas diárias de estudo, por exemplo, não seriam suficientes para um estudante visualizar seu rendimento progredir, caso ele se limite a fazer exercícios.

Por conta disso, o professor não recomenda que os alunos se dediquem exclusivamente à realização de questões, principalmente em um momento inicial. Com efeito, conforme o aluno avança na sua trajetória de estudos, tende a realizar cada vez mais questões (o que ocorre com alunos que se encontram em reta final de preparação).

Nesse sentido, em regra, os alunos iniciantes começam os estudos com muita teoria e poucos exercícios. Por sua vez, os alunos avançados têm, geralmente, 80% de sua carga horária preenchida por exercícios e apenas 20% por teoria, sendo que esses 20% não são referentes apenas a assuntos ainda não estudados, mas também a temas nos quais os estudantes estão com mais dificuldade.

Análise de desempenho: como identificar as suas vulnerabilidades

Segundo o professor, aquilo que não pode ser medido não pode ser melhorado (e os números não mentem). Assim, não basta os estudantes acharem que são bons em alguma matéria: devem comprovar isso através dos percentuais de acertos nas questões. É através desse registro de desempenho que eles poderão identificar, de fato, onde precisam melhorar.

Nesse momento, há alunos que desanimam. No entanto, conforme frisado pelo professor na Monitoria, baixar a cabeça não resolve nada. Deve-se, por outro lado, agradecer por ter errado certos pontos na resolução de questões – e não na hora da prova.

Cabe ressaltar, inclusive, que esse método, de realizar questões e, a partir delas, recorrer ao estudo teórico, é denominado engenharia reversa. Dessa forma, as questões acendem a luz exatamente naqueles pontos nos quais o aluno precisa melhorar e o auxiliam a identificar suas vulnerabilidades e aprimorar suas revisões.

Por fim, uma vez identificados os temas em que se tem vulnerabilidade, é necessário ter humildade para revisar a teoria novamente, seja através da releitura do PDF, seja por meio de videoaulas. Nesse momento, deve-se ter proatividade: reagir diante das informações que os números indicam e partir para uma nova revisão do conteúdo.

A importância dos simulados

Dentro do assunto de realização de questões, não se pode deixar de comentar, também, a importância dos simulados, na preparação para um concurso público.

Com efeito, o coach Rafael Moreno ressaltou, na referida Monitoria, o quanto eles fizeram diferença para a sua aprovação. Foram eles que lhe demonstraram a necessidade de realizar mais revisões periódicas e foi através da evolução no desempenho dos simulados que ele percebeu seu avanço nos estudos, o que levou, finalmente, à sua aprovação.

Os simulados auxiliam no mapeamento das vulnerabilidades, explicado anteriormente, e ainda treinam o aluno para a dinâmica do dia da prova. Os aulões de véspera, as revisões aceleradas, as rodadas de simulados e outras ferramentas do Estratégia Concursos são essenciais para isso, devendo ser encaradas com seriedade pelos alunos, como parte crucial da trajetória rumo à aprovação.

Planejamento de uma rotina de estudos

Assim como, para integrar a iniciativa privada, é necessária uma preparação (com a formação de um bom currículo), para ocupar um cargo público (em que há estabilidade e uma remuneração muitas vezes mais alta) não é diferente: também é preciso planejamento, seriedade e compromisso.

Assim, deve-se organizar uma rotina que inclua teoria e, evidentemente, a realização de questões.

Um dos equívocos mais graves, no que se refere ao estudo para concursos públicos, é a ideia de finalizar integralmente uma disciplina antes de iniciar uma próxima. Na verdade, o ideal é realizar um processo de gestão e equilibrar todas as matérias em um cronograma.

Evidentemente, as Trilhas Estratégicas proporcionam esse planejamento aos alunos. Porém, até nelas há uma limitação, como do número de questões propostas a cada tarefa, tendo em vista que a Trilha é direcionada para diversos alunos ao mesmo tempo.

De qualquer forma, uma vez estudada a teoria, deve-se passar à realização das questões. Independentemente do método adotado para os estudos, o único lugar comum entre todos os aprovados é a farta resolução de exercícios. Em um nível avançado de estudos, inclusive, é aconselhável que a maior parte da carga horária seja dedicada a eles, conforme já explicado.

Como exemplo, o professor Rafael Moreno sugere que um aluno avançado que possua 4 horas diárias de estudo dedique 3 horas para as questões e apenas 1 hora para a revisão da teoria (de temas nos quais ele tem dificuldade ou daqueles que possuem um peso maior na prova). Além disso, o professor sugere que se dedique apenas meia hora para cada matéria (mais do que isso reduziria o senso de urgência na finalização das questões e, consequentemente, o foco do aluno).

Recomendações finais

Além de tudo o que já foi exposto aqui, vale lembrar que a realização de questões também auxilia no conhecimento do perfil de cada banca organizadora. Quando se sabe a banca que irá organizar determinado concurso, deve-se focar em realizar questões elaboradas por ela, já que, eventualmente, as questões se repetem.

Por fim, atenção aos filtros incluídos na busca das questões a serem realizadas. A forma de cobrança do conteúdo varia não só conforme a banca, mas também conforme a área: policial, fiscal, jurídica, etc. Como exemplo, podemos citar a disciplina de Direito Civil, que é cobrada com base na literalidade do Código Civil, em muitos concursos, mas, de forma aprofundada, em concursos de carreiras jurídicas.

Por fim, seguem as dicas do professor para o aprimoramento do estudo através da realização de questões:

– Montar diversos cadernos de questões de tópicos específicos de cada matéria;

– Realizar questões de dois cadernos de temas específicos e, após, fazer
questões de um caderno com temas gerais, com tudo aquilo já estudado até então;

– Mensurar o avanço em cada um dos cadernos;

Evidentemente, não há fórmulas mágicas. Para ser aprovado em concurso público, deve haver organização, planejamento e muita disciplina.

Feito isso, com constância, sem abrir mão da realização de muitas questões, o resultado será a tão sonhada aprovação no concurso que se deseja.

Bons estudos!

Nathália Reyes

Instagram: @nathsr

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