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Realidades de Goiás. Concursos questões resolvidas e dicas.

Você conhece as realidades de Goiás? Os concursos do estado cobram sempre a disciplina Realidades étnicas sociais, culturais e econômicas do estado. PM GO, Delegado da polícia civil, Câmara legislativa entre outros concursos estaduais cobram a disciplina realidades de Goiás. É um conhecimento obrigatório para seu bom desenho. Cada banca aborda o assunto à seu modo, mas há alguns conteúdos sempre muito presentes nos certames, aquelas questões que não podem faltar. 2017 já iniciou com importantes concursos, como o da PMGO e da Assembléia Legislativa.  A banca da PMGO será a FUNRIO e a da Assembléia legislativas a UEG.

Vamos então fazer uma série de dicas para quem vai prestar concursos em Goiás.  Vou apresentar para vocês esta disciplina tão importante para quem vai prestar concursos e vai se deparar com as realidades de Goiás.

O que cai em realidades de Goiás? Um pouco de História, Geografia e atualidades do Estado. Publicarei várias questões resolvidas. As questões em geral são bastante interdisciplinares pois na mesma questão é comum encontrarmos conteúdos de história , geografia e atualidades.  Aqui  vou dar 3 super  dicas estratégicas sobre o assunto realidades de Goiás, com uma  questão resolvida para cada uma delas. São assuntos que despencam nas provas dos concursos. Venha comigo.

Cuidado você que pensa que por morar no estado sabe coisas o suficiente. Os conteúdos para que você possa ir bem nos exames, devem ser estudados em materiais preparatórios específicos,  para que que conheça a realidade dos concursos e as abordagens que eles dão. A maioria dos temas exige conhecimentos bastante específicos.  Você que tem se preparado para os concursos que exigem a realidades de Goiás, deve ter  já pensado assim:

O que cai nos concursos sobre Realidades de Goiás?

Os principais temas, os top 3 são:

  • População e formação social de Goiás. A formação social e ocupação do território que hoje é Goiás, ocorreu devido ao ciclo do ouro. O bandeirante Anhanguera – o Diabo Velho – foi o primeiro a estabelecer-se ali.  A presença portuguesa era mais notada através da Igreja Católica, que através dos Padres Jesuítas, fundava os aldeamentos, mais conhecidos como missões ou colégios jesuíticos. O conflito entre bandeirantes e indígenas era violento, assim como entre os bandeirantes e os padres, que eram defensores dos nativos. A população goiana é miscigenada e há uma forte presença do elemento indígena.
  • Urbanização: Um assunto quentíssimo nos concursos em realidades de Goiás, é a fundação da capital Goiânia. Este tema pode explorar a interpretação de imagens, o tipo de arquitetura – o art decó – e o contexto de sua fundação: O governo de Pedro Ludovico e a Marcha para o Oeste de Getúlio Vargas.
  • A história politica de Goiás: É um assunto bastante cobrado nos concursos e exige conhecimentos bem específicos sobre a história goiana. A principal forma de estudar é contextualizando com a história do Brasil. Os assuntos que em geral são mais cobrados em história política do Brasi,l são os mais cobrados em história politica de goiás. Vou exemplificar:  em História do Brasil é muito cobrado o tema “República Velha”,  “Era Vargas” e  "Ditadura Militar e redemocratização". Sobre Goiás, caem os temas correspondentes a estes períodos na história local: Bulhonismo e Caiadismo (República Velha), “Era Ludovico” (“Era Vargas”) e os governadores do período Militar.

Saiba mais sobre o concurso da câmara legislativa de Goiás.

Para continuarmos este bate papo,  vamos ver na prática como estes tópicos para concursos de realidades de Goiás são abordados.

1. (FUNRIO – SOLDADO BOMBEIROS DEZ/2016)

A impraticabilidade de se povoar a dita capitania [Goiás] nem outra qualquer parte da América Portuguesa se não com os nacionais da mesma América. E que achando-se todo o sertão daquele vasto continente coberto de índios, estes deviam ser principalmente os que povoassem os lugares, as vilas e as cidades que se fossem formando. […]
Carta régia de D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás. 1758. In: PALACIN, Luís. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Ed. Da UCG, 1994.
Até a chegada da bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, no século XVIII, ao território que atualmente constitui o estado de Goiás, várias tribos indígenas ocupavam a região. A interação entre bandeirantes e nativos no século XVIII e o povoamento, ao longo dos séculos, da região de Goiás, caracteriza-se pelo/por
a) povoamento exclusivamente constituído pelos povos indígenas que habitavam a região, medida que seguia a recomendação régia de 1758.
Errado. Os indígenas da tribo dos Goyas foram os habitantes originais do estado que foi povoado por portugueses em razão da descoberta de ouro pelos bandeirantes paulistas.
b) uso de técnicas astutas e pacíficas por Anhanguera, como era conhecido Bartolomeu Bueno da Silva, para convencer indígenas a encontrar ouro.
Errado. O Anhanguera – diabo velho – usou técnicas astutas como a célebre história do fogo na cachaça para ameaçar os índios a lhe entregarem o ouro, e foi extremamente violento, escravizando todos que pode em um grande território.
c) uso de aldeamentos, territórios demarcados para que os índios fossem pacificados, educados como cristãos e treinados para o trabalho agrícola.
Correto. Aldeamentos são missões jesuíticas que tinham como objetivo catequizar os indígenas e expandir a fé católica. Em todo o território português colonial haviam várias missões jesuíticas.
d) haver posicionado Goiás como o estado com a maior população indígena entre os entes federados, devido à recomendação da carta régia de 1758.
Errado. A maior população indígena ficava no litoral e eram uma colônia, não existiam entes federados.
e) uma política de colonização que não fez nenhum uso de violência contra os povos indígenas, que foram aldeados e civilizados pelos jesuítas.
Errado. O uso da violência foi intenso.

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Esta questão acertamos em cheio. Foi um tema que alertei a todos os alunos sobre a profunda importância. É um tema certeiro para provas sobre Goiás. A questão pecou ao induzir a maior parte dos alunos a marcar a alternativa correta [a] por exclusão. Foi muito grande a quantidade de concurseiros que marcaram a alternativa [b], mas uma leitura atenta e o conhecimento sobre o período Ludovico permitiriam excluir a alternativa. Veja com detalhes.

2. (FUNRIO SOLDADO BONBEIRO DEZ/2016)

Na década de 1940, durante os festejos de inauguração da cidade de Goiânia, o presidente Getúlio Vargas lançou a chamada Marcha para o Oeste, que serviria como diretriz para o povoamento e a integração territorial para o país.
Quanto a esse tema, os objetivos do governo Vargas podem ser confirmados pela/o
a) criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), a fim de ampliar a estrutura de ligação entre as regiões e as cidades.
Correto. O extinto DNER foi criado em 1937 por Getúlio Vargas. O órgão existiu até 2001, quando foi transformado no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes). Foi uma preocupação ligada à integração territorial do país.
b) planejamento e pela construção de Goiânia, ideia que se originou unicamente da estratégia do governo Vargas de interiorização e povoamento do sertão brasileiro.
Errado.A construção de Goiânia foi empreendida por Pedro Ludovico e com o apoio de Getúlio Vargas, que pretendia povoar o interior do país. Foi criada a CANG – colônia de Ceres e o total apoio à construção da capital goiana. O erro é atribuir somente a GV a responsabilidade sobre a capital.
c) construção de Goiânia para ser a capital de Goiás, que objetivava antecipar e concorrer com a construção de Brasília e ser o marco de interiorização do território.
Errado. São dois grandes projeto urbanos que mudaram a fisionomia e a dinâmica de Goiás, contudo são projetos totalmente distintos. Goiás na década de 30 por Pedro Ludovico no contexto da Marcha para o Oeste. Mais de 20 anos depois, JK empreendeu o grande projeto da construção da capital do país no interior do território. Vale lembrarmos de que o projeto da nova capital é bem antigo e data da época do Império.
d) política de povoamento e de interligação da região Centro-Oeste dos governos de Getúlio Vargas e, posteriormente, de Juscelino Kubitschek, que não lograram êxito.
Errado. Não há dúvidas que a construção das duas capitais foram exitosas, ou seja, foram um sucesso, e transformaram seus respectivos locais.
e) criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), para o desenvolvimento agrícola da região, que se mostrou ineficaz como estratégia de interiorização.
Errado. Foi criada a colônia agrícola que foi eficaz como estratégia de povoamento (claro, que somada à outras iniciativas de povoamento).

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Esta questão é muito interessante pois mescla conhecimentos sobre a história recente e atualidades com  os conflitos indígenas. É uma questão tranquila e exigia poucos conhecimentos específicos sobre Goiás. Acertará em cheio se tiver alguns conhecimentos sobre o período militar, no caso, atentados cometidos contra lideranças de esquerda (como o famoso atentado ao rio centro, centro de convenções em que ocorreu um atentado frustrado pois os explosivos detonaram no carro no colo de um oficial). A grande diferença está em conhecer a chamada CNV que foi instituída pelo governo entre 2012 e 2014, para averiguar os crimes de Estado cometidos no Brasil desde 1946 até 1885, mas os trabalhos da comissão concentraram-se nos crimes da ditadura. O exercício fala do padre Rodolfo que foi a um velório devido aos conflitos entre latifundiários e indígenas, que foram muito comuns. O sacerdote ficou sabendo que sofreria um atentado e depôs à CNV. Este detalhe sugere que seria um atentado feito pelo Estado e não por mandantes locais.

Veja a questão.

3. (FUNRIO CADETE BOMBEIRO DEZ/2016) Em julho de 1976, dom Tomás foi ao sepultamento do padre Rodolfo Lunkenbein e do índio Simão Bororo, assassinados por jagunços na aldeia de Merure, Mato Grosso. Em sua agenda, havia outra atividade prevista. Soube depois, por um jornalista, que durante essa atividade estava sendo preparado um atentado para eliminá-lo. Dom Tomás Balduíno foi ouvido pelo pesquisador da CNV Jorge Atílio Iulianelli. Depoimento de Dom Tomás Balduíno em GO. Brasília, CNV. 13mar. 2014. Disponível em: . Acesso em: 08 out. 2016. (Adaptação) Esse texto aborda o depoimento do bispo Dom Tomás Balduíno, que atuou nadiocese goiana naqueleperíodo. O texto lido evidencia a/o

(A) ausência de conflitos sociais e políticos no interior do estadodeGoiás, após oGolpede 1964.

Errada pois o texto fala de conflitos sociais, no caso entre indígenas e grileiros.

(B) violência utilizada como política de estado, para reprimir opositores na ditadura civil-militar.

Correta. O texto sugere um atentado contra o padre que depôs na CNV, o que liga o possível crime à perseguição de opositores do regime pelo Estado.

(C) alheamento da Igreja católica das lutas sociais, tendo em vista a preservação de seus dogmas.

Errada. O padre foi à região do conflito como um mediador, envolvendo-se diretamente. O papel da Igreja foi diferente em cada momento e em cada hierarquia religiosa. A instituição apoiou o golpe militar no início, e em pouco tempo retirou o apoio. A posição oficial da Igreja era anticomunista, mas surgiu uma teoria chamada teologia da libertação, em que muitos religiosos se engajaram em lutas sociais.

(D) constituição de uma comissão de direitos humanos com a finalidade de punir os responsáveis por crimes políticos.

Errado. A CNV não possui caráter punitivo. Nenhum crime identificado será punido. A comissão se baseia na ideia de “direito à verdade” e já foi feita em vários países como por exemplo Argentina e África do Sul.

(E) processo de constituição da anistia para presos políticos e a esquerda comunista no Brasil.

Errado. A lei da anistia é de 1979. Foi “ampla, geral e irrestrita”: anistiou torturados e torturadores, por exemplo.

É isso ai pessoal.

Bons estudos, um grande abraço e FOCO NO SUCESSO …

 

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Veja os comentários
  • MUITO BOAS QUESTOES. E SEUS COMENTARIOS.
    MARIANO CAMPOS em 18/02/18 às 07:46