Gabarito Raciocínio Lógico TRF 1 – prova resolvida
Caros alunos,
Vejam a seguir a prova resolvida do TRF 1 para os cargos de Analista Judiciário, Oficial de Justiça e Técnico Judiciário.
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Prova e Gabarito TRF1 – Analista Judiciário e Oficial de Justiça
TEXTO CB1A6AAA
A centralidade das relações entre a argumentação e a questão da autoridade tornou-se, nos nossos dias, ainda mais evidente, com a especialização dos saberes e com a emergência da figura dos especialistas ou peritos. A complexidade da nossa sociedade levou a que se incrementasse a especialização, e esta – por menos que gostemos disso – aumenta a nossa confiança nas figuras de autoridade. Não estamos aptos a inspecionar, por nós próprios, provas em todos os domínios da atividade humana, logo, fazemos a melhor coisa que nos é possível fazer: confiamos em especialistas devidamente credenciados.
Considerando aspectos pertinentes ao raciocínio analítico, julgue os próximos itens, relativos ao texto CB1A6AAA.
CESPE – TRF1 – 2017) Conforme a argumentação desenvolvida no texto, peritos não mentem. Logo, se eles disserem, por exemplo, que o melhor modo de prevenir uma guerra é estar preparado para ela, as pessoas deverão tomar como verdadeira essa afirmação.
RESOLUÇÃO:
ERRADO. Temos aqui um argumento de autoridade, que é um tipo de falácia.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) Infere-se do texto que, não sendo o conhecimento acessível a cada ser humano nas diversas áreas de especialização, é preciso consultar os peritos nessas áreas e neles confiar.
RESOLUÇÃO:
CORRETO, pois de fato o texto afirma que não estamos aptos a inspecionar provas em todos os domínios, logo confiamos nos especialistas.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) O texto centra-se na premissa de que, com a especialização dos saberes, a confiança nos especialistas tornou-se uma deficiência inevitável, que alija qualquer pensamento crítico.
RESOLUÇÃO:
ERRADO, a ideia de que é inevitável confiar nos especialistas é a conclusão do argumento, e não uma premissa.
Resposta: E
TEXTO CB1A6BBB
O uso de animais em pesquisas e testes científicos é submetido a comitês de ética com o intuito de evitar procedimentos que lhes causem sofrimento ou dor. Caso o Brasil abolisse a prática de testes desse tipo, a ciência brasileira se tornaria dependente da tecnologia externa. Como cientista, posso apresentar exemplos de ações que custaram a vida de animais, mas que salvaram muitas vidas humanas.
Considerando aspectos pertinentes ao raciocínio analítico, julgue os próximos itens, relativos ao texto CB1A6BBB.
CESPE – TRF1 – 2017) No início do último período do texto, o emprego do termo “cientista” faz pressupor que o autor do texto se especializou em alguma ciência natural ou se dedica a ela e que, por isso, tem autoridade para tratar do tema.
RESOLUÇÃO:
CORRETO. Ao citar que é cientista, o autor do texto busca reforçar o seu argumento, apresentando-se como uma autoridade que tem conhecimento para discutir o tema.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) No trecho “posso apresentar exemplos de ações que custaram a vida de animais, mas que salvaram muitas vidas humanas – no último período do texto -, emprega-se um argumento fundamentado em um raciocínio falacioso de indução.
RESOLUÇÃO:
O Cespe entendeu que este é um argumento falacioso, uma vez que o cientista DIZ QUE VAI APRESENTAR os exemplos, mas não efetivamente os apresenta, incorrendo assim num apelo a autoridade. Assim, o item foi considerado CERTO.
Para aqueles que quiserem apresentar recursos, deixo abaixo alguns elementos:
Considerando que a fala do cientista realmente acaba neste trecho, temos um raciocínio falacioso (apelo à autoridade), mas não necessariamente indutivo, pois o raciocínio indutivo implica na apresentação de casos particulares que levem a uma conclusão geral. Isto NÃO aconteceu, embora o cientista tenha dito que iria apresentar os exemplos. Isto tornaria o item ERRADO (temos uma falácia, mas não uma indução).
Por outro lado, se considerarmos que o cientista efetivamente apresentará os exemplos, aí passamos a ter um raciocínio indutivo, porém não necessariamente falacioso. Isto também tornaria o item ERRADO.
Resposta: C
Em uma reunião de colegiado, após a aprovação de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Basta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente modificada”.
CESPE – TRF1 – 2017) A quantidade de maneiras distintas de se formar o placar de 6 votos a favor e 5 contra, na decisão de um assunto polêmico pelos presentes no referido colegiado, é inferior a 500.
RESOLUÇÃO:
Note que basta selecionarmos 5 das 11 pessoas para votar contra, e os demais automaticamente votarão a favor. Como a ordem de escolha não importa, temos a combinação de 11 em grupos de 5, isto é,
C(11,5) = 11x10x9x8x7 / (5x4x3x2x1)
C(11,5) = 11x9x8x7 / (4×3)
C(11,5) = 11x3x2x7
C(11,5) = 462
Item CORRETO.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) A negação da proposição pode ser expressa por “basta um de nós não mudar de ideia ou a decisão não será totalmente modificada”.
RESOLUÇÃO:
Temos a proposição “p –> q” onde:
p = Basta um de nós mudar de ideia
q = a decisão será totalmente modificada
A sua negação é “p e ~q”, onde:
~q = a decisão NÃO será totalmente modificada
A negação pode ser escrita, portanto, da seguinte forma:
“Basta um de nós mudar de ideia E a decisão NÃO será totalmente modificada”
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) A proposição é equivalente, sob o ponto de vista da lógica sentencial, à proposição “Desde que um membro mude de ideia, a decisão será totalmente modificada”.
RESOLUÇÃO:
CORRETO, pois em ambos os casos estamos diante da condicional onde a condição “um membro mudar de ideia” leva ao resultado “a decisão será totalmente modificada”. Podemos, inclusive, escrevê-la na forma:
“Se um membro mudar de ideia, a decisão será totalmente modificada”
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) A tabela-verdade da referida proposição, construída a partir dos valores lógicos das proposições simples que a compõem, tem mais de 8 linhas.
RESOLUÇÃO:
ERRADO, temos apenas 2 proposições simples, de modo que a tabela tem 4 linhas.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) Se A for o conjunto dos presentes que votaram a favor e B for o conjunto dos presentes que votaram contra, então o conjunto diferença A\B terá exatamente um elemento.
RESOLUÇÃO:
Veja que o CESPE cobrou novamente aqui uma simbologia já exigida no concurso do INSS em 2016. A expressão A\B corresponde ao conjunto A-B. Para obtê-lo, devemos pegar o conjunto A (composto por 6 pessoas que votaram a favor) e retirar aquelas pessoas que TAMBÉM façam parte do conjunto B (composto por 5 pessoas que votaram contra).
Como não há interseção entre os 2 conjuntos (ninguém votou a favor e contra ao mesmo tempo), não é preciso tirar ninguém do conjunto A, ou seja, A – B = A, tendo SEIS elementos, e não somente um.
Item ERRADO
Resposta: E
Prova e Gabarito TRF1 – Técnico Judiciário
Texto CB2A6AAA
Venho acompanhando pelo jornal um debate acalorado entre professores universitários a respeito de um tema da especialidade deles: sistemas de informação. O debate, que se iniciou com dois professores e acabou envolvendo outros mais, terminou sem que se chegasse a uma conclusão uniforme. Isso nos leva a concluir que o homem não é mesmo capaz de entrar em entendimento e que, por isso, o mundo está repleto de guerras.
CESPE – TRF1 – 2017) Pode-se extrair do texto a seguinte proposição categórica afirmativa particular: “Alguns professores universitários participavam de um debate”.
RESOLUÇÃO:
CORRETO. Trata-se de uma proposição categórica (veja o “alguns”) que AFIRMA algo para um grupo PARTICULAR de professores, e não para todos eles.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) A conclusão apresentada no texto contém noções semiformalizadas.
RESOLUÇÃO:
O uso de Noções Semiformalizadas consiste na utilização de certos conceitos de forma equivocada, seja por desconhecimento ou propositalmente. No caso deste texto NÃO há o emprego de noções semiformalizadas. Isto poderia ocorrer, por exemplo, se o autor do texto (que aparentemente é leigo no tema “sistema de informações”), tentasse defini-lo de forma imprecisa. Item ERRADO
Resposta: E
Texto CB2A6BBB
A maior prova de honestidade que realmente posso dar nesse momento é dizer que continuarei sendo o cidadão desonesto que sempre fui.
CESPE – TRF1 – 2017) A partir da frase apresentada, conclui-se que, não sendo possível provar que o que é enunciado é falso, então o enunciador é, de fato, honesto.
RESOLUÇÃO:
Trata-se de um item que contém um paradoxo (se você aceitar que o cidadão é honesto, concluirá que ele é desonesto), motivo pelo qual o gabarito preliminar deve ser ERRADO. A partir de um paradoxo, não se chega a qualquer conclusão.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) Verifica-se a ocorrência de falácia no argumento da frase.
RESOLUÇÃO:
O Cespe entendeu que se tratava de uma falácia, por ser um raciocínio equivocado. Assim, o item foi dado como CERTO.
Para aqueles que pretendem entrar com recurso, deixo aqui alguns elementos:
Falácias são argumentos equivocados com aparência de corretos. Paradoxos são enunciados que permitem levar a conclusões contraditórias. O argumento da frase é um Paradoxo, uma vez que ele permite inferir que a pessoa é honesta como também que a pessoa é desonesta. Trata-se de um absurdo. A palavra “paradoxo” significa, justamente, “o que está além do senso comum”. Não estamos diante de uma falácia formal, de ambiguidade ou de relevância. Assim, o item deveria ser considerado ERRADO.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) Pode-se inferir da frase que a maior parte dos cidadãos é corrupta e que, portanto, a sociedade é corrupta em sua totalidade.
RESOLUÇÃO:
ERRADO. Trata-se de uma generalização falaciosa, partindo de um caso particular extrapolando para todos os demais.
Resposta: E
A partir da proposição P: “Quem pode mais, chora menos”, que corresponde a um ditado popular, julgue os próximos itens.
CESPE – TRF1 – 2017) A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem pode menos, chora mais”.
RESOLUÇÃO:
A proposição é a condicional “Se pode mais –> chora menos”. A negação de p–>q é dada por “p e não-q”, ou seja:
“Pode mais E NÃO chora menos”
Não é isso que temos neste item. ERRADO.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P é equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”.
RESOLUÇÃO:
A proposição é a condicional “Se pode mais –> chora menos”. Item CORRETO.
Resposta: C
CESPE – TRF1 – 2017) A tabela verdade da proposição P, construída a partir dos valores lógicos das proposições simples que a compõem, tem pelo menos 8 linhas.
RESOLUÇÃO:
ERRADO, são 2 proposições simples, o que resulta em 4 linhas.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) A negação da proposição P pode ser expressa por “Quem não pode mais, não chora menos”.
RESOLUÇÃO:
A proposição é a condicional “Se pode mais –> chora menos”. A negação de p–>q é dada por “p e não-q”, ou seja:
“Pode mais E NÃO chora menos”
Não é isso que temos neste item. ERRADO.
Resposta: E
CESPE – TRF1 – 2017) Se a proposição P for verdadeira, então o conjunto formado por indivíduos que podem mais está contido no conjunto dos indivíduos que choram menos.
RESOLUÇÃO:
Em uma condicional p–>q, sabemos que p é suficiente para q. Isto é, ser “p” é suficiente para ser “q”. Em outras palavras, pertencer ao conjunto “p” é suficiente para também pertencer ao conjunto “q”.
Ou seja, pertencer ao conjunto “pode mais” é suficiente para pertencer também ao conjunto “chora menos”. Logo, o conjunto “pode mais” ESTÁ CONTIDO” no conjunto “chora menos”. Item CORRETO.
Resposta: C