Olá,, pessoal.
Ontem à noite foi divulgado o gabarito oficial do TRE BA. A banca manteve os gabaritos que tínhamos analisado antes, sem surpresas.
Veja abaixo as questões comentadas.
Como tinha antecipado, há uma questão um tanto “polêmica” na prova de conhecimentos gerais para Analista, pois admitiria mais de uma resposta ‘correta”, além da resposta mais evidente.
Veja:
Questão 2 – Seriam mantidos a correção gramatical e o sentido original do texto CG1A1AAA caso a expressão “de modo que” (l.11) fosse substituída por
a) enfim.
b) logo.
c) de sorte que.
d) desde que.
e) a fim de que.
O gabarito foi letra C, pois “de sorte que” e “de modo que” são conectivos sinônimos, com sentido de consequência. Ambos introduzem orações subordinadas consecutivas.
“Gregos que enriqueceram como comerciantes e armadores não eram iguais àqueles que possuíam a propriedade da terra e do conhecimento, de modo que (de sorte que) não reuniam os critérios para uma igual participação na formulação das leis.”
Contudo, a conjunção conclusiva “logo” também tem sentido de “consequência”! Não haveria erro sintático nem prejuízo ao sentido original, se houvesse a inserção de “logo” no lugar de “de modo que”, até porque ambas estão corretamente antecedidas por vírgula e indicam uma consequência da declaração anterior.
Então, o argumento é conciliar dois pontos:
“Conjunções conclusivas, que serve para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão, consequência.” (Celso Cunha, Nova Gramática do Português Contemporâneo, pág. 567, 2ª edição)
“conclusivas (expressam conclusão, dedução, consequência):
Vives mentindo; logo, não mereces fé.
Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
Raimundo é homem são, portanto deve trabalhar.” (Cegalla, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa)
Não eram iguais, logo não reuniam os critérios…>não eram iguais, portanto não participavam igualmente na formulação das leis.>Não eram iguais, como consequência não reuniam os critérios…
A mudança criaria uma alteração sintática (de subordinação para coordenação), mas isso, por si só, não indica a impossibilidade da troca, pois semanticamente o contexto geral seria mantido. Em outras palavras, há relação entre “unidades de texto” com sentido de consequência, e isso não é afetado pela mera classificação das conjunções.
Para defender esse ponto, cito nosso lendário Evanildo Bechara (com meus grifos):
“…os segundos elementos dessas construções (orações conclusivas) se acham coordenados no nível da oração, mas são subordinados aos primeiros elementos enquanto unidades textuais (ou seja, no nível semântico). É o mesmo caso que ocorre com as orações introduzidas por pois, porquanto, por isso, por conseguinte, logo, a que a gramática tradicional e escolar chama orações “conclusivas”…
O que ele está dizendo é que as partes são sintaticamente coordenadas, mas semanticamente subordinadas. Por isso, é possível muitas vezes reescrever uma oração subordinada consecutiva na forma de uma coordenada conclusiva. O critério sintático não afeta a coerência entre as “unidades textuais”.
Pessoal, admito que é um recurso muito remoto, pois a resposta estava “gritando”, mas gostaria de dividir essa visão com vocês, pois tenho certeza que houve muito aluno bom que percebeu que o “logo” também funcionaria no contexto e achou que era pegadinha.
Quem quiser tentar, basta usar a fundamentação acima. De qualquer forma, fica a reflexão sobre esse fato da língua!
Sucesso a todos! Abraço e bons estudos.
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