Prova Resolvida Banestes (Técnico) – Português FGV (Com Recurso)
Olá, Pessoal, boa noite!
Segue um comentário detalhado da prova do Banestes, realizada no dia 06/05. Prova muito emblemática da cobrança FGV, muitos aspectos da nossa revisão de véspera foram cobrados e a banca repetiu assuntos recorrentes de 2018.
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Como sempre, a FGV também elaborou questões polêmicas e entendo que cabe recurso contra duas questões, vejam abaixo.
Vamos lá:
1- Observe a frase: “Todas as paixões nos fazem cometer erros, mas os mais ridículos nos faz cometer o amor”.
Sobre a escritura dessa frase, a observação adequada é:
(A) a conjunção “mas” deveria ser substituída por “e”, já que não há oposição entre as frases;
(B) a forma verbal “faz cometer” deveria ser substituída por “fazem cometer”, pois o sujeito das duas frases é o mesmo;
(C) a forma “mais ridículos” deveria ser substituída por “mais ridículas”, pois o adjetivo se refere ao substantivo “paixões”;
(D) a frase “os mais ridículos nos faz cometer o amor” deveria ser substituída por “o amor nos faz cometer os mais ridículos”, em função de clareza;
(E) o termo “Todas as paixões” deveria ser substituído por “As paixões” já que o termo “todas” é perfeitamente dispensável.
Comentários
(A) Incorreto. Há sim oposição.
(B) Incorreto. O sujeito é “o amor”, por isso o verbo “faz” fica no singular. A propósito, o sujeito de “cometer” é o pronome oblíquo “nos”: nós cometemos.
(C) Incorreto. A forma “mais ridículos” se refere a “erros”
(D) Correto. A frase “os mais ridículos nos faz cometer o amor” deveria ser substituída por “o amor nos faz cometer os mais ridículos”, em função de clareza; isso porque a inversão do sujeito “o amor” dá impressão de que este termo é objeto: cometer o amor. O amor, no entanto, não é a coisa cometida, mas a coisa que nos faz cometer erros.
(E) Incorreto. O “todas” reforça a ideia de totalidade, algo que o mero artigo não faz.
Gabarito letra D.
2- Reescrevendo as frases abaixo, mantido o sentido original, com a eliminação das formas negativas sublinhadas, a forma INADEQUADA da nova frase é:
(A) Nada é mais revolucionário que dinheiro sobrando / Tudo é menos revolucionário que dinheiro sobrando;
(B) A única certeza do planejamento é que as coisas nunca ocorrem como foram planejadas / A única certeza do planejamento é que as coisas sempre ocorrem diferente do que foram planejadas;
(C) Tudo o que o dinheiro resolve não é problema / Tudo o que o dinheiro resolve é solução;
(D) Não emprestes a teu irmão com juros / Empresta a teu irmão sem juros;
(E) É raro alguém ouvir aquilo que não quer ouvir / É frequente alguém ouvir aquilo que quer ouvir.
Comentários
A inadequação está em:
(C) Tudo o que o dinheiro resolve não é problema / Tudo o que o dinheiro resolve é solução;
Isso porque a primeira sentença quer significa “algo só é problema de verdade” se você não conseguir resolver com dinheiro.
A segunda é que o dinheiro só resolve soluções, o que traz ideia bem diferente e não faz também muito sentido.
Gabarito letra C.
3- Todas as frases abaixo apresentam dois componentes separados por um sinal de pontuação. Desconsiderando a pontuação, indique a frase em que esse sinal foi substituído de forma adequada por um conectivo:
(A) Sabedoria é saber o que fazer; virtude é fazer / pois;
(B) Não é preciso muito para ser um produtor de coelhos. Você coloca um casal numa gaiola e é tudo / então;
(C) O capital é como água. Sempre flui por onde encontra menos obstáculos / logo;
(D) Dinheiro é igual a táxi: quando mais você precisa, ele não aparece / porém;
(E) Chega de homenagens. Eu quero o dinheiro / que.
Comentários
- a) Incorreto. A relação é de adição e “pois” indica explicação ou conclusão.
- b) Incorreto. A relação é de explicação e “então” indica conclusão.
- c) Incorreto. A relação é de explicação e “logo” indica conclusão.
- d) Incorreto. A relação é de explicação e “porém” indica oposição.
- e) Correto. A relação é de explicação e “que” indica exatamente isso. Parem as homenagens, porque eu quero mesmo é o dinheiro.
Gabarito letra E.
4- A frase em que a substituição dos termos sublinhados por um adjetivo é feita de forma adequada é:
(A) Um beijo de minha mãe fez de mim um pintor / maternal;
(B) O importante na obra de arte: o espanto / arteira;
(C) Toda arte é imitação da natureza / naturalista;
(D) Apreciar os defeitos do próximo é ter talento? / alheios;
(E) Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar / individualista.
Comentários
- a) Questão muito maldosa, uma covardia. De fato, a locução “de mãe” equivale a “maternal”; contudo, a locução é “de minha mãe”, o que restringe o sentido, até porque “maternal” não significa que seja exatamente da sua própria mãe.
- b) De arte equivale a “artístico”; “arteiro” tem sentido de “levado”.
- c) “Da natureza” equivale em alguns caso a “Natural”, mas nesse caso nem caberia a substituição por um adjetivo, já que “Da natureza” é um complemento nominal de “imitação”, então não equivale a locução adjetiva.
- d) Aqui, “do próximo” equivale a “do outro”, das outras pessoas, então podemos trocar por “alheios”.
- e) “de um indivíduo” dá ideia de posse; “individualista” dá ideia de “egoísta, focado em si mesmo, no próprio indivíduo”.
Gabarito letra D.
5- A frase em que se deveria usar a forma EU em lugar de MIM é:
(A) Um desejo de minha avó fez de mim um artista;
(B) Há muitas diferenças entre mim e a minha futura mulher;
(C) Para mim, ver filmes antigos é a maior diversão;
(D) Entre mim viajar ou descansar, prefiro o descanso;
(E) Separamo-nos, mas sempre de mim se lembra.
Comentários
“Mim” não pode ser sujeito, então devemos usar o pronome reto nessa função:
Entre EU viajar ou descansar, EU prefiro o descanso (QUEM VIAJA? EU)
Nas demais opções, usamos “mim” porque termos preposicionados em que “mim” não é sujeito. Gabarito letra D.
6- O período abaixo em que os dois termos sublinhados NÃO podem trocar de posição é:
(A) A arte é a mais bela das mentiras;
(B) O importante na obra de arte é o espanto;
(C) A forma segue a emoção;
(D) A obra de arte: uma interrupção do tempo;
(E) Na arte não existe passado nem futuro.
Comentários
Aqui, a banca queria que o candidato entendesse que existe uma “sequência” em “A forma segue a emoção”. A emoção vem primeiro e a forma, posteriormente, segue, constrói-se de acordo com a emoção. Então a emoção é o modelo, o paradigma da forma. Se inverter, passamos a ter sentido de que é a forma que determina a emoção.
Gabarito letra C.
Obs: Rigorosamente, não poderíamos inverter também as letras A, B e D, pois temos letra maiúscula em início de oração. Em termos semânticos, contudo, não faria diferença.
7- “Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio)
A forma de oração desenvolvida adequada correspondente à oração sublinhada acima é:
(A) relembrarmos este dia;
(B) a relembrança deste dia;
(C) que relembremos este dia;
(D) que relembrássemos este dia;
(E) uma nova lembrança deste dia.
Comentários
Para desenvolver a oração, temos que usar um conectivo e também usar uma forma conjugada do verbo. Então, estão descartadas as alternativas que tragam formas nominais (gerúndio, particípio, ou infinitivo) ou substantivos. Por isso, eliminamos A, B e E.
Também temos que manter a ideia temporal original, então, mesmo com verbo conjugado e com conectivo, “que relembrássemos” não poderia ser a resposta, pois o verbo está em tem pretérito. Assim, ficamos com a equivalência:
“Talvez um dia seja bom relembrar este dia”. (Virgílio)
“Talvez um dia seja bom que relembremos este dia”. (Virgílio)
Gabarito letra C.
8- Evandro Lins e Silva é autor da seguinte frase:
“A prisão é uma incubadora cara, eficaz e prolífica para a geração e crescimento de marginais, aperfeiçoados pelo convívio com outros marginais já reincidentes”.
A crítica na frase se dirige essencialmente para:
(A) o sistema prisional;
(B) o Código Penal brasileiro;
(C) a estrutura policial;
(D) os marginais reincidentes;
(E) as injustiças sociais.
Comentários
Estamos falando da “prisão”, das cadeias, que são verdadeira escolas do crime. Então, a crítica é ao sistema prisional. Cuidado, o assunto tem relação com as demais alternativas, especialmente com o Código Penal e os marginais reincidentes, mas a banca diz “se dirige ESSENCIALMENTE”, o que limita a resposta a “Prisão=Sistema Prisional”. Gabarito letra A.
9- “Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças”. (Rousseau)
A relação ver/vejo só NÃO se repete de forma correta no seguinte par:
(A) rir / rio;
(B) trazer / trago;
(C) requerer / requeiro;
(D) deter / detenho;
(E) reaver / reavejo.
Comentários
A relação Ver/Vejo é Verbo no infinitivo/Verbo na 1ªP.Singular do presente do indicativo.
Isso apenas não ocorre em Reaver/Reavejo, porque “Reaver” é verbo defectivo e não possui a primeira pessoa do singular. Reavejo não existe. No presente do indicativo, só temos as formas da 1ª e 2ª pessoas do plural: (nós) reavemos e (vós) reaveis.
Gabarito letra E.
10- A frase abaixo que apresenta seus termos em ordem direta é:
(A) O medo tem muitos olhos e enxerga coisas nos subterrâneos;
(B) Sai mais barato para a nação sustentar a família imperial;
(C) O grande inimigo da raça humana é o nacionalismo;
(D) Onça, quando dá o bote, é porque já olhou tudo que tinha de olhar;
(E) Nasce um otário por minuto.
Comentários
A ordem direta é Sujeito > Verbo > Complemento > (adjuntos, se houver)
Evidentemente, nem sempre temos todos os termos, pois há orações sem sujeito e verbos que não pedem complemento, como os intransitivos e os de ligação. De qualquer forma, teremos Sujeito>Verbo.
Temos essa ordem em:
O medo tem muitos olhos e enxerga coisas (nos subterrâneos)
Gabarito letra A.
- b) O sujeito está posposto, é a oração “sustentar a família imperial”
- c) RECURSO!
Estamos na ordem direta, temos:
O grande inimigo da raça humana (sujeito) é o nacionalismo (predicativo)
A banca pode argumentar que o sujeito está invertido; mas, sendo ambos substantivos, não há como provar que “nacionalismo” seja o sujeito. Aliás, havendo dúvida, devemos considerar o termo inicial como sujeito.
Então, essa alternativa também está na ordem direta. No mínimo é um caso de ambiguidade e não poderia ser uma alternativa válida.
- d) O adjunto adverbial “quando dá o bote” está deslocado.
- e) O sujeito está depois do verbo.
11- A frase que NÃO apresenta qualquer forma de superlativação de um adjetivo é:
(A) Sou extraordinariamente paciente desde que as coisas sejam feitas do meu jeito;
(B) A lealdade a um partido reduz o maior dos homens ao nível mesquinho das massas;
(C) O ouro é um metal amarelo ultra-apreciado;
(D) Uma besteira menor, consciente, pode impedir uma besteira grande pra cachorro, inconsciente;
(E) Veja o meu caso: saí do nada e cheguei à extrema pobreza.
Comentários
Superlativar é usar o adjetivo em grau superlativo, que pode ser analítico (com palavras intensificadoras) ou sufixos (íssimo…). Maior e menor são formas irregulares, pois o OR tem sentido de “mais”.
- a) Temos superlativação pelo uso do advérbio “extraordinariamente”.
- b) Temos superlativação pelo uso da forma “o maior dos homens”.
- c) Temos superlativação pelo uso do prefixo “ultra”.
- d) Temos superlativação pelo uso da forma “menor”.
- e) Temos apenas o adjetivo “extrema” em sua forma normal, sem nenhum tipo de variação de grau. Gabarito letra E.
12- Em frases como Quanto é que custa este livro? a expressão sublinhada (verbo ser + que) tem valor enfático, podendo ser retirada da frase sem prejuízo do conteúdo.
A frase abaixo em que isso NÃO ocorre é:
(A) É o cargo que permite conhecer o homem;
(B) Foram os discípulos que deram autoridade a Aristóteles;
(C) A verdade é que até mesmo os poderosos podem precisar dos fracos;
(D) Quem toma conta da bolsa é que tem o poder;
(E) Onde existem muitos no comando é que nasce a confusão.
Comentários
Não podemos retirar o “que” na letra C, pois temos ali uma conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva predicativa:
A verdade é [que até mesmo os poderosos podem precisar dos fracos]
A verdade é [ISTO]
Portanto, o “que” não é expletivo e verbo ‘ser’ não faz parte da expressão “é que” como nos demais casos.
Veja que podemos retirar o “ser+que”, sem prejuízo:
(A) O cargo permite conhecer o homem;
(B) Os discípulos deram autoridade a Aristóteles;
(D) Quem toma conta da bolsa tem o poder;
(E) Onde existem muitos no comando nasce a confusão.
Gabarito letra C.
13- Na escrita, pode-se optar frequentemente entre uma construção de substantivo + locução adjetiva ou substantivo + adjetivo (coragem de herói = coragem heroica).
O termo abaixo sublinhado que NÃO pode ser substituído por um adjetivo é:
(A) A maior preocupação do homem é a morte;
(B) A criação do homem é ideia de Deus;
(C) A inteligência do homem é infinita;
(D) Os amores do homem são passageiros;
(E) É efêmera a memória do homem.
Comentários
Questão clássica da FGV. Quando a expressão “de+substantivo” for ligada a um substantivo abstrato derivado de ação e tiver relação passiva, teremos um complemento nominal e não uma expressão de natureza adjetiva:
Isso corre em: criação do homem, em que “do homem” é complemento de “criação” ( o homem é criado, sentido passivo).
Nos demais casos, temos uma locução adjetiva, com sentido de posse.
Gabarito letra B.
14- “O poder não satisfaz, ou melhor, é como a droga e sempre exige doses maiores”. Nessa frase a função da expressão sublinhada é:
(A) ratificar uma afirmação errada;
(B) ampliar uma informação com nova informação;
(C) explicar melhor algo escrito antes;
(D) exemplificar o fato comunicado anteriormente;
(E) corrigir um erro anterior.
Comentários
“Ou melhor” é uma expressão “retificativa”, que reformula o que foi dito antes, “explicando melhor”. Cuidado, o fato de o nome ser “retificativa” não significa que tenha havido um “erro”, mas sim que haverá uma reformulação do que foi dito de forma a ficar mais claro.
Gabarito letra C.
15- O adjetivo ilimitado corresponde à locução “sem limites”; a locução com igual estrutura que NÃO corresponde ao adjetivo abaixo destacado é:
(A) Os turistas ficaram inertes durante a ação policial / sem ação;
(B) O turista incauto ficou assustado com a ação policial / sem cautela;
(C) O vocalista da banda saiu ileso do acidente / sem ferimento;
(D) O presidente da Coreia passou incógnito pela França / sem ser percebido;
(E) O novo livro do autor estava ainda inédito / sem editor.
Comentários
Questão direta: “inédito” significa “não publicado, não visto, não apresentado”. Não tem relação alguma com “ausência de editor”. Nas demais opções, a locução substitui adequadamente o adjetivo.
Gabarito letra E.
16- “Se no Brasil a ética chegou a esse ponto, imagine a etiqueta, que é a pequena ética”. A autora da frase, Danuza Leão, se refere à forma (etiqueta) que perdeu o valor diminutivo e passou a designar uma outra realidade.
A frase abaixo em que o vocábulo sublinhado conservou o valor diminutivo é:
(A) Ao ser perguntado sobre em que dia da semana estava, teve que consultar a folhinha na parede da sala;
(B) Saía sempre às sextas para tomar uma cervejinha com os amigos;
(C) A propaganda aconselhava o uso de camisinha;
(D) Alguns espectadores visitam os atores no camarim;
(E) Após a chuva, havia gotículas de água no vidro dos carros.
Comentários
Para quem não reparou, a terminação “eta” é sim um sufixo de diminutivo: ópera x opereta; placa x plaqueta…
No entanto, a forma do diminutivo muitas vezes vira uma palavra nova, não mais relacionada à ideia dimensional, de tamanho. Veja:
Folhinha – calendário
Cervejinha – Não é uma cerveja pequena, mas uma forma afetiva de cerveja, a cerveja querida, entre amigos.
Camisinha – preservativo
Camarim – não é uma cama pequena, mas sim o cômodo onde fica o artista antes do espetáculo.
Gotículas – gotas pequenas. Aqui, o sentido não mudou, temos o diminutivo puro, usado literalmente para indicar gotas bem pequenas.
Gabarito letra E.
17- Um ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto Mestrinho)
O vocábulo sublinhado, composto do radical-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que tem seu significado corretamente indicado é:
(A) Antropologia: estudo do homem como representante do sexo masculino;
(B) Etimologia: estudo das raças humanas;
(C) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre a Terra;
(D) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulheres;
(E) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
Comentários
Uma questão de vocabulário bem pesada. A ginecologia é realmente a “parte da medicina que estuda a fisiologia e a patologia do corpo feminino e trata das doenças específicas das mulheres, esp. as do aparelho genital.”
Entendo que essa alternativa limita demais o escopo da Ginecologia, quando o sentido também inclui a fisiologia feminina, o funcionamento do corpo feminino, não só ligado a doenças, mas também está cada vez mais ligado à aspectos de reprodução também. Contudo, a banca quer o sentido literal e, sinceramente, as demais opções eram visivelmente equivocadas. Gabarito letra D.
Vejamos as demais:
(A) Antropologia: estudo do homem como raça humana, homens e mulheres.
(B) Etimologia: estudo da origem das palavras.
(C) Meteorologia: estudo dos fenômenos atmosféricos
(E) Fisiologia: estudo das funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.
18- A frase abaixo em que houve troca indevida entre parônimos ou homônimos é:
(A) “A evolução da técnica chegou ao ponto de tornar-nos inermes diante da técnica” / inertes;
(B) “Quem aspira a grandes coisas também deve sofrer muito” / expira;
(C) “Aquele que não deixa nada ao acaso raramente fará coisas de modo errado, mas fará pouquíssimas coisas” / ocaso;
(D) “Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bom senso” / censo;
(E) “Ao entrar em um restaurante, todo cliente espera satisfazer desejos de ordem física e emocional. Os cardápios devem vir de encontro a essas necessidades” / ao encontro de.
Comentários
Essa questão tem sérios problemas de elaboração na minha opinião. Entendo que a banca queria saber em que opção o termo usado está equivocado e deveria ser trocado pela expressão que está sublinhada.
No entanto, as expressões “de encontro A” ou “ao encontro DE”, nosso gabarito, não são parônimos, não se encaixam na definição de parônimo:
Veja a definição:
(pa.rô.ni.mo)
a.
- Gram. Ling.Diz-se da palavra que tem pronúncia e/ou grafia semelhante à de outra palavra (p.ex.: recriar e recrear). [Us. tb. como adj.]
Então, um parônimo é uma palavra parecida com outra, como os exemplos clássicos que menciono abaixo e constam em quase todas as gramáticas:
avaleiro (que cavalga) | cavalheiro (homem gentil) |
comprimento (extensão) | cumprimento (saudação) |
deferir (atender) | diferir (distinguir-se, divergir) |
delatar (denunciar) | dilatar (alargar) |
descrição (ato de descrever) | discrição (reserva, prudência) |
descriminar (tirar a culpa) | discriminar (distinguir) |
despensa (local onde se guardam mantimentos) | dispensa (ato de dispensar) |
docente (relativo a professores) | discente (relativo a alunos) |
emigrar (deixar um país) | imigrar (entrar num país) |
eminência (elevado) | iminência (qualidade do que está iminente) |
eminente (elevado) | iminente (prestes a ocorrer) |
Vejam a definição de Cegalla:
Parônimos
Registramos alguns parônimos (palavras parecidas na pronúncia e na escrita) que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e li/, /oi e /ui.
As expressões “de encontro A” (ideia de choque, oposição, ir contra, discordar) e “Ao encontro DE” (ideia de ir no mesmo sentido, concordar) são apenas combinações diferentes de palavras, cujo núcleo é uma mesma palavra (encontro). Não se encaixa na definição de parônimo que vejo nas gramáticas. A FGV não vai anular por causa disso, mas não deixa de ser um defeito da questão. Gabarito letra E.
19- A frase abaixo em que o termo sublinhado tem um sinônimo indicado corretamente é:
(A) “A razão nos é dada para discernir o bem e o mal” / julgar;
(B) “Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto” / castigo;
(C) “Poucas vezes falta engenho à maldade” / trabalho;
(D) “A educação seria a arte de parecer inofensivo” / inocente;
(E) “Não pode haver educação onde não há discrição” / reserva.
Comentários
Outra questão problemática. Podemos sim dizer que “ser discreto” pode equivaler a “ser reservado”, mas no contexto da letra E, com a frase solta, não parece haver essa equivalência, porque “reserva” pode ter outros sentidos. Contudo, novamente deveríamos tentar fazer por eliminação. Vou então marcar um possível sinônimo correto para as demais alternativas:
Discernir – diferenciar, distinguir
Pretexto – motivo, alegação
Engenho – criação, inventividade
Aí, na letra D, temos “inofensivo” e “inocente”, que são palavras muito mais próximas do que “reserva” e “discrição”:
Inclusive, segundo o consagrado dicionário Aulete, são sinônimas:
inofensivo
(i.no.fen.si.vo)
- Que não ofende, que não escandaliza: Parece uma pessoainofensiva.
- Que não produz mau resultado, que não prejudica; INOCENTE; INÓCUO: A água é uma bebidainofensiva.
- Que não faz mal, que não tem qualquer fim malévolo: A chupeta éinofensiva quando usada só para dormir.
Então, a banca se equivocou, o gabarito tem que ser letra D. Peçam a mudança de gabarito ou a anulação, conforme for mais benéfico.
Gabarito preliminar letra E.
20- Todas as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a um elemento futuro do texto (catáfora) é:
(A) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”;
(B) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”;
(C) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar”;
(D) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima”;
(E) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”.
Comentários
Aqui a banca cobrou uma regra básica dos pronomes demonstrativos: usar o Este para anunciar informação ainda não mencionada, informação ‘futura’, que ainda virá no texto:
“Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”
Nos demais casos, os termos sublinhados retomam informações anteriores:
(A) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar” (“que” retoma “bens”)
(C) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar” (“que” retoma “alguém”)
(D) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima” (“a” retoma “companhia”)
(E) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”. (“aquelas” retoma “pessoas”)
Gabarito letra B.
Então é isso, pessoal! Prova bem longa e complexa, mas dentro do perfil FGV que vimos no curso!
Quem quiser, elabore recursos com suas próprias palavras, usando os argumentos que sugeri!