Oi pessoal!
Boa tarde!
Meu nome é Moema Machado e sou professora de arquitetura para concursos do Estratégia.
Vou continuar postando aqui os comentários sobre a prova realizada no último domingo pela VUNESP.
Vamos lá! Temos recurso!
Um terreno será patamarizado para a construção de blocos edificados, utilizando-se taludes com inclinações máximas permitidas, de modo a se obter a maior área possível de patamares. Um primeiro estudo indica que haverá taludes inteiramente em corte, outros inteiramente em aterro e outros mistos, em corte e em aterro. Na ausência de parâmetros geotécnicos específicos, resultantes de ensaios com o material local, o anteprojeto de implantação dos edifícios deve considerar inclinações
(A) maiores em taludes de corte do que nos de aterro (usualmente 1V:1,5H e 1V:1H, respectivamente), utilizando-se em taludes mistos a inclinação dos de corte.
(B) maiores em taludes de corte do que nos de aterro (usualmente 1V:1,5H e 1V:1H, respectivamente), utilizando-se em taludes mistos a inclinação dos de aterro.
(C) maiores em taludes de aterro do que nos de corte (usualmente 1V:1,5H e 1V:1H, respectivamente), utilizando-se em taludes mistos a inclinação dos de aterro.
(D) maiores em taludes de aterro do que nos de corte (usualmente 1V:1,5H e 1V:1H, respectivamente), utilizando-se em taludes mistos a inclinação dos de corte.
(E) iguais em taludes de corte, de aterro e mistos (usualmente 1V:1H).
Comentários Questão passível de recurso!!! Em geral os taludes de aterro devem ser menos inclinados do que os de corte, pois, em se tratando de solo colocado, os aterros têm menos estabilidade do que os cortes, onde o terreno é natural. Os declives dos taludes de aterro variam, principalmente, de acordo com a altura. Os valores mais adotados são 1/4, 1/3, 1/2, 2/3. Entretanto, quando sua inclinação for superior a 1/3 é aconselhável o endentamento do terreno natural para uma melhor aderência, impedindo assim a formação de uma superfície com tendência de escorregamento. (Alvarez, Brasileiro, Morgado, & Ribeiro, 2003) Vamos relembrar o que é talude? Taludes são as superfícies inclinadas resultantes de um corte ou aterro que servem de ligação entre a plataforma que se vai executar e a superfície original do terreno, ou seja, são as superfícies que têm por finalidade servir como sustentação natural para os movimentos de terra. As inclinações dos taludes dependem de estudos geotécnicos, mas, preliminarmente, temos: (ver, também, a página 150 da aula de topografia) No talude de corte, cujo declive é 1/1, cada curva de nível vencida pelo talude representará uma distância de 1m em planta (ou seja, para cada 1m na vertical, desloca-se 1m na horizontal). Já no talude de aterro, como a inclinação é 2/3 (para cada 2m na vertical, desloca-se 3m na horizontal), deverá ser feita uma proporção, adequando a inclinação ao intervalo vertical das curvas de nível (1m). Ao invés de 2/3 será utilizado 1/1,5 (para cada 1m na vertical, desloca-se 1,5m na horizontal). |
Gabarito: alternativa C |
Em um terreno situado no município de São Bernardo do Campo, em região de domínio da Mata Atlântica, observa-se a presença de fragmentos florestais em estágio médio de regeneração. Para a implantação de um determinado projeto público, identificou-se a necessidade de supressão e manejo de espécies arbóreas pioneiras nativas, que deverão ser identificadas e quantificadas. Para tal, serão consideradas espécies arbóreas pioneiras nativas, entre outras:
(A) falsa seringueira (Ficus elastica), figueira (Ficus carica) e caxeta.
(B) Pinus elliotti, jacatirão-açu e falsa seringueira (Ficus elastica).
(C) embaúba, Pinus elliotti e figueira (Ficus carica).
(D) jacatirão-açu, falsa seringueira (Ficus elastica) e caxeta.
(E) embaúba, jacatirão-açu e caxeta.
Comentários Creio que essa questão caiba recurso. Quando falamos em espécies vegetais, é fundamental usar o nome científico para todas. O nome vulgar muda de região para região. De qualquer forma, a banca acabou dando uma dica, por exclusão. O nome científico Ficus spp (Gênero espécie) significa qualquer espécie do gênero Ficus. Este gênero é encontrado no estágio avançado de regeneração, e não no estágio médio, logo a única alternativa que não inclui uma espécie de figueira é a (E). Segundo a RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA IBAMA/SP Nº 1, DE 17 DE FEVEREIRO DE 1994: http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/legislacao/estadual/resolucoes/1994_res_conj_sma_ibama_1.pdf (…) Art. 1º . Considera-se vegetação primária aquela vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécie. (…) § 2º . Em estágio médio de regeneração: (…) as espécies mais abundantes e características, além das citadas para os estágios anteriores, são: jacarandás (Machaerium spp), jacarandá-do-campo (Platypodium elegans), louro-pardo (Cordia trichotoma), farinha-seca (Pithecellobium edevallii), aroeira (Myracroduon urundeuva), guarapuruvu (Schizopobium parahyba), burana (Amburana cearensis), pau-de-espeto (Casearia gossypiosperma), cedro (Cedrela spp.), canjarana (Cabralea canjerana), açoita-cavalo (Luehea spp), óleo-de-copaíba (Copaifera langsdorfii), canafístula (Peltophorum dubium), embriras-de-sapo (Lonchocarpus spp), faveiro (Pterodon pubescens), canelas (Ocotea spp, Nectandra spp, Cryptocaria spp), vinhático (Plathymenia spp), araribá (Centrolobium tomentosum), ipês (Tabebuia spp.), angelim (Andira spp.), marinheiro (Guarea spp.), monjoleiro (Acacia polyphylla), mamica-de-porca (Zanthoxyllum spp.), tamboril (Enterolobium contortisiliquum), mandiocão (Didimopanax spp.), araucária (Araucaria angustifolia), pinheiro-bravo (Podocarpus spp.), amarelinho (Terminalia spp), peito-de-pomba (Tapirira guianensis), cuvatâ (Matayba spp.), caixeta (Tabebuia cassinoides), cambuí (Myrcia spp.), taiúva (Machlura tinctoria), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), guaiuvira (Patagonula americana), angicos (Anadenanthera spp), entre outras; (…) § 3º . Em estágio avançado de regeneração: (…) i. além das espécies já citadas para os estágios anteriores e de espécies da mata madura, é comum aocorrência de: jequitibás (Cariniana spp.), jatobás (Hymenae spp.),pau-marfim (Balfourodendron riedelianum), caviúna (Machaerium spp.), paineira (Chorisia speciosa), guarantã (Esenbeckia leiocarpa), imbúia (Ocotea porosa), figueira (Ficus spp.), maçaranduba (Manilkara spp. e Persea spp.), suinã ou mulungu (Erythryna spp.), guanandi (Calophyllum brasiliensis), pixiricas (Miconia spp.), pau-d’alho (Galiesia integrifolia), perobas e guatambus (Aspidosperma spp.), jacarandás (Dalbergia spp.), entre outras; |
Gabarito: alternativa E |
Uma via urbana apresenta dois trechos de declividades diferentes em seu greide, requerendo uma curva de concordância vertical. É correto afirmar que a concordância vertical entre os trechos será executada por meio de
(A) parábola, que é uma curva na qual a declividade variará linearmente.
(B) arco de circunferência, que é uma curva na qual a declividade variará linearmente.
(C) assíntota, que faz variar progressivamente a deflexão.
(D) clotoide, que faz variar progressivamente a declividade.
(E) hipérbole, que faz variar progressivamente a deflexão.
Comentários A curva de concordância que melhor se adapta às necessidades práticas de projeto é a PARÁBOLA DE 2º GRAU. Vale a pena dar uma olhada no material abaixo: Manual de Projeto Geométrico de Travessias Urbanas: (DNIT, 2010) 5.5.2 Curvas verticais A função das curvas verticais é concordar as tangentes verticais dos greides. Normalmente, são adotadas parábolas simples do 2º grau. Essas parábolas são definidas pelo seu parâmetro de curvatura K, que traduz a taxa de variação da declividade longitudinal na unidade do comprimento, estabelecida para cada velocidade. O valor de K representa o comprimento da curva no plano horizontal, em metros, para cada 1% de variação na declividade longitudinal. Os comprimentos L das curvas de concordância vertical são obtidos multiplicando os valores do parâmetro K pela diferença algébrica A, em percentagem, das rampas concordadas, ou seja, L = K A. Para facilidade de cálculo e locação, os valores adotados para L são geralmente arredondados para múltiplos de 20 m. (…) Vejamos a Norma para o Projeto das Estradas de Rodagem, do departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNIT): NORMAS PARA O PROJETO DAS ESTRADAS DE RODAGEM OBJETIVO DAS NORMAS — DEFINIÇÕES (…) CURVATURAS VERTICAIS Art. 17 — As curvaturas verticais de concordância entre declividades longitudinais sucessivas serão parábolas do 2º grau ou círculos de grande raio, que proporcionem as distancias de visibilidade adiante prescritas. |
Gabarito: alternativa A |
Uma região metropolitana estruturou seu transporte público segundo uma hierarquia que compreende um malha estrutural principal formada por metrô e ferrovias e uma malha de corredores de ônibus do tipo BRT. A partir dessa malha principal, linhas de ônibus conectam paradas do sistema principal aos bairros. Esse sistema será analisado a partir da capacidade das diferentes soluções (medida em passageiros por hora), sua flexibilidade (possibilidade de se fazerem alterações ao longo do tempo e de se adaptar a diferentes situações geométricas, de uso, etc.), velocidade média e parâmetros econômico-financeiros. Considerando-se uma progressão do sistema mais regional ao mais local, é correto afirmar que é crescente
(A) a capacidade dos veículos.
(B) a flexibilidade dos sistemas.
(C) a velocidade média dos veículos.
(D) o custo de implantação por quilômetro de linha.
(E) o investimento inicial por quilômetro, requerido na implantação do sistema.
Comentários Segundo as Normas do DNER, a classificação funcional das vias urbanas é dividida em 4 sistemas: Ø Sistema Arterial Principal – classe funcional das vias urbanas que atende à maior parte dos deslocamentos dos veículos rodoviários, em unidades de veículo/km, considerada como estrutura básica de circulação. Ø Sistema Arterial Secundário – classe funcional das vias urbanas, que atende à maior parte dos deslocamentos dos veículos rodoviários, não incluída na estrutura básica de circulação. Ø Sistema de Vias Coletoras – classe funcional das vias urbanas, que tem a função de coletar o tráfego das ruas locais e transferi-lo às vias arteriais e vice-versa. Ø Sistema Viário Local – classe funcional das vias urbanas, constituída pelas ruas de acesso às propriedades públicas e privadas. A classificação funcional normalmente é estabelecida de acordo com a mobilidade e acessibilidade permitidas. Mobilidade é o grau de facilidade para deslocar-se. Acessibilidade é o grau de facilidade que oferece uma via para conectar a origem de uma viagem com seu destino. À medida que passamos de um sistema arterial principal para um viário local, a capacidade dos veículos diminui, a velocidade média dos veículos diminui, o custo de implantação das linhas diminui e o investimento da implantação do sistema viário diminui. Segundo Mascaró, 65% a 80% da extensão das vias urbanas são vias locais. As vias arteriais recebem mais volumes de tráfego, tendo pavimentação mais cara, mas, são em menor proporção A alternativa que nos sobra como opção que cresce no sistema viário local é a (B): “flexibilidade do sistema”, creio eu, ligada à acessibilidade. (Mascaró, Loteamentos Urbanos, 2005) |
Gabarito: alternativa B |
Abraços! Moema
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