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Prova de Português do TCE/SC comentada. Banca CESPE.

Olá, pessoal? Tudo bem?? Espero que sim!

Alguém aí querendo saber como foi a prova de português do TCE/SC? Vejamos a maneira como a banca CESPE organizou a prova!

Venham comigo!

Obs. pode ser que a ordem das questões não seja a mesma da sua prova, mas todas as estão aqui:

Texto CB2A2AAA
É inegável que o Estado representa um ônus para a sociedade, já que, para assegurar o seu funcionamento, consome riquezas da sociedade. Representa, porém, um mal necessário, pois até agora não se conseguiu arquitetar mecanismo distinto para catalisar a vida em comunidade. Então, se do Estado ainda não pode prescindir a civilização, cabe-lhe aprimorá-lo, buscando otimizar o seu funcionamento, de modo a torná-lo menos oneroso, mais eficiente e eficaz.
O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento de suas estruturas encarregadas do controle público (Ministério Público, Poder Legislativo e
tribunais de contas, entre outros), vem sendo alçado à condição de direito fundamental dos indivíduos. Pressupõe, notadamente sob as luzes do princípio constitucional da eficiência, os deveres de cuidado e de cooperação.
O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição Federal e nas leis. Conduz, portanto, à ideia de vedação da omissão, já que deixar de cumprir tais atribuições evidenciaria conduta ilícita.
O dever de cuidado conduz, ainda, a uma ampla interação entre as estruturas públicas de controle, ou seja, é um dever de cooperação, não como faculdade, mas como obrigação que, em regra, dispensa formas especiais, como previsões normativas específicas, convênios e acordos.
Sob essa perspectiva, o controle público do Estado deve incorporar à sua cultura institucional o compromisso com o direito fundamental ao bom funcionamento do Estado. Nesse contexto, os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a todas as estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal.
A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto, na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função de controle da gestão pública — deve promover, entre os agentes e órgãos de controle, comportamentos de responsabilidade e responsividade. Por responsabilidade entenda-se o genuíno compromisso com a integralidade do ordenamento jurídico, o que pressupõe, acima de tudo, o reconhecimento de um regime de vedação da omissão. Responsividade, por sua vez, traduz o comportamento orientado a oferecer respostas rápidas e proativas, impregnadas de verdadeiro compromisso com a ideia-chave de promover o bom funcionamento do Estado.
Diogo Roberto Ringenberg. Direito fundamental ao bom funcionamento do controle público. In: Controle Público, n.º 10, abr./2011, p. 55 (com adaptações)

Questão 01. De acordo com o autor do texto, a ampla interação entre as estruturas públicas de controle é obtida quando se dispensa atenção especial a determinadas formas de cooperação entre órgãos, como previsões normativas específicas, convênios e acordos.

Comentário:
Segundo o texto, a ampla interação entre as estruturas públicas de controle “dispensa formas especiais, como previsões normativas específicas, convenções e acordos”, diferente do que consta na questão, em que há a afirmação de que essa ampla interação é obtida quando se dispensa atenção especial a determinadas formas…
Gabarito: E

Questão 02. O termo “responsividade” foi empregado nas linhas 39 e 42 (no texto original – último parágrafo) com o sentido de qualidade de quem responde pelos próprios atos, ou pelos de outrem, em situação jurídica passível de punição.

Comentário:
No texto, o termo “responsividade” corresponde ao oferecimento de “respostas rápidas e proativas” com a intenção de “promover o bom funcionamento do Estado”.
Gabarito: E

Questão 03. A tese defendida pelo autor do texto resume-se à ideia expressa na seguinte assertiva: o Estado é um peso para toda a sociedade, mas, como não se pode prescindir dele, devem-se arquitetar mecanismos para que os impostos pagos pela sociedade sejam distribuídos em favor dos mais pobres.

Comentário:
No primeiro parágrafo, confirmamos que a afirmativa está correta em parte, mas não há, no decorrer do texto, informação que confirme que se devem arquitetar mecanismos que direcionem os impostos pagos pela sociedade para o benefício dos mais pobres.
Gabarito: E

Questão 04. Infere-se do texto que os tribunais de contas agem sob a égide do dever de cuidado não apenas ao zelarem pelo interesse público expresso nos dispositivos legais, mas também ao se obrigarem a atuar em cooperação com as demais estruturas públicas de controle.

Comentário:
Podemos inferir do texto que, não só o tribunal de contas mas também as outras estruturas públicas de controle devem agir baseadas em um sistema de cooperação. Podemos observar a confirmação dessa afirmação nos trechos:
“O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento de suas estruturas encarregadas do controle público o (Ministério Público, Poder Legislativo, Tribunal de Contas etc.)”
“…os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a todas as estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal…”
Gabarito: C

Questão 05. Depreende-se do texto que o não cumprimento do dever de cuidado por omissão poderá resultar na aplicação de sanções ao servidor público.

Comentário:
Consta no texto que a omissão do servidor público “evidenciaria conduta ilícita”, o que pode ser visto no trecho: “…que preconiza ter, todo agente público, o dever de, cumprindo fielmente as suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição e nas leis. Induz, portanto, à ideia de vedação da omissão, já que, deixar de cumprir tais atribuições evidenciaria conduta ilícita.”
Gabarito: C

Questão 06. O sentido original do texto seria preservado caso o período “Então, se do Estado (…) eficiente e eficaz” (l. 6 a 8 – no texto original – primeiro parágrafo) fosse reescrito da seguinte forma: Na busca por otimizar o seu funcionamento, o Estado ainda não pode prescindir da civilização; então, resta aperfeiçoá-lo, tornando-o menos caro e aumentando sua eficiência e eficácia.

Comentário:
Texto original: “Então, se do Estado ainda não pode prescindir a civilização, resta aprimorá-lo, buscando o seu bom funcionamento, tornando-o menos oneroso, mais eficiente e eficaz.”
Reescrita: “Na busca por otimizar o seu funcionamento, o Estado ainda não pode prescindir da sua civilização; então, resta aperfeiçoá-lo, tornando-o menos caro e aumentando sua eficiência e eficácia.
O principal erro e que modifica o sentido nessa reescrita é a afirmação de que o Estado não pode prescindir (abrir mão, separar-se) da civilização, já no texto original consta a afirmação de que a civilização não pode prescindir do Estado.
Gabarito: E

Questão 07. No trecho “de modo a torná-lo menos oneroso, mais eficiente e eficaz” (L.8 – no texto original – primeiro parágrafo), detalha-se e explicita-se o que se deve entender por “buscando otimizar o seu funcionamento” (L.7 – no texto original – primeiro parágrafo).

Comentário:
Tornar algo menos oneroso, mais eficaz e eficiente é uma forma de otimizar o seu funcionamento.
Gabarito: C

Questão 08. Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o trecho “O dever de cuidado (…) e nas leis” (L. 16 a 20 – no texto original – terceiro parágrafo) poderia ser reescrito da seguinte forma: O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse público; em decorrência do qual todo agente público deve ter o dever, de cumprindo fielmente, as suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição Federal e nas leis.

Comentário:
Texto original: “O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição Federal e nas leis.”
Reescrita: “O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do interesse público; em decorrência do qual todo agente público deve ter o dever, de cumprindo fielmente, as suas atribuições, perseguir o interesse público manifesto na Constituição Federal e nas leis.”
Na reescrita proposta, ocorre erro de pontuação: as vírgulas entre as palavras “dever” e “de” e entre “fielmente” e “as” estão separando as formas verbais “deve ter” e “cumprindo” de seus complementos.
Gabarito: E

Questão 09. A coerência do texto seria preservada caso os vocábulos “comprometida” (L.35 – no texto original – início do último parágrafo) e “concertada” (L.36 – no texto original – início do último parágrafo) fossem substituídos, respectivamente, por responsável e reparada.

Comentário:
Os vocábulos “comprometida” e “concertada” no trecho “A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto, na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função de controle da gestão pública” significam ‘obrigada mediante compromisso’ e ‘acertada com, combinada’, respectivamente, não podem ser substituídos por “responsável” e “reparada”, que são sinônimos deles, mas não se encaixam no contexto original.
Gabarito: E

Questão 10. No terceiro período do texto, as formas pronominais “lo”, em suas duas ocorrências — “aprimorá-lo” e “torná-lo” —, e “seu” referem-se a “Estado”

Comentário:
O pronome oblíquo “-lo” em suas duas ocorrências e o pronome possessivo “seu”, que constam no terceiro período do texto, referem-se a Estado.
Gabarito: C

Questão 11. Nesse texto, de natureza informativo-argumentativa, busca-se convencer o leitor de que a integridade, como qualidade de órgãos e entidades públicas, contribui para que os agentes do serviço público atuem prevenindo a corrupção e em prol do interesse público.

Comentário:
A afirmativa está correta e pode ser confirmada nos trechos: “é preciso estimular a integridade no serviço público para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse público.” e “a gestão da integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização.”.
Gabarito: C

Questão 12. A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso o seguinte trecho fosse incluso como continuação do segundo parágrafo: Assim sendo, a integridade pública pode ser compreendida como uma virtude ou qualidade dos agentes que atuam, em uma determinada organização, de maneira proba, em favor do interesse público e em conformidade com os princípios, normas ou valores que norteiam a administração pública.

Comentário:
O trecho proposto complementaria o que foi posto no segundo parágrafo.
Gabarito: C

Questão 13. O trecho “e também” (L.24) poderia ser corretamente isolado por vírgulas, recurso que lhe conferiria ênfase.

Comentário:
A expressão “e também”, se colocada entre vírgulas, acarretaria erro gramatical, uma vez que não se usa vírgula antes da conjunção “e”, salvo em casos especiais, mas esse não é um deles. Caso a proposta fosse de colocar apenas o termo “também” entre vírgulas, a afirmativa estaria correta.
Gabarito: E

Questão 14. O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (L.7) é indeterminado.

Comentário:
Uma vez que o verbo ‘entender’ é transitivo direto e está acompanhado da partícula ‘se’, temos aí um verbo na voz passiva.
Gabarito: E

Questão 15. A coesão e a correção gramatical do trecho “e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos” (L. 20 e 21) seriam mantidas caso a forma verbal “violem” fosse flexionada no singular, passando, então, a concordância a restringir-se ao termo “risco”.

Comentário:
O enunciado solicita que se leve em consideração a coesão e a correção gramatical do trecho destacado. Caso o termo “violem” fosse “viole”, haveria prejuízo para a correção gramatical e de coesão, uma vez que o pronome relativo “que”, que está localizado antes desse vocábulo, retoma o termo antecedente.
Gabarito: E

Questão 16. No último parágrafo da comunicação apresentada, o termo informada foi empregado no feminino para concordar com o pronome de tratamento Vossa Excelência.

Comentário:
O termo “informada” foi empregado no feminino para concordar com o destinatário do documento, que é do sexo feminino.
Gabarito: E

Questão 17. Dado o emprego do fecho Atenciosamente, infere-se que o destinatário da comunicação em análise ocupa cargo de nível hierárquico igual ou inferior ao do signatário.

Comentário:
Segundo o Manual, o fecho “Atenciosamente” é empregado em correspondências destinadas a autoridades de nível hierárquico igual ou inferior ao do remetente.
Gabarito: C

Questão 18. Na identificação do signatário da referida comunicação, devem constar, abaixo do local da assinatura, o nome e o cargo da autoridade que expede a mensagem.

Comentário:
Em um ofício, deve constar abaixo da assinatura o nome e o cargo do signatário.
Gabarito: C

Questão 19. O expediente em análise não está adequado quanto à finalidade e à estrutura do padrão do ofício, visto que não contém parágrafos de desenvolvimento devidamente numerados nem comentários do signatário da comunicação a respeito do documento encaminhado.

Comentário:
O expediente analisado está adequado a um simples encaminhamento de documentos, que não contém parágrafos de desenvolvimento e por isso não há neles numeração.
Gabarito: E

Questão 20. No documento apresentado, foram atendidas as normas do padrão ofício estabelecidas pelo MRPR relativas à posição da data e do local.

Comentário:
A afirmação está correta porque, segundo as normas do padrão ofício, a data deve vir alinhada à direita logo abaixo da identificação do documento.
Gabarito: C

É isso, caros alunos e amigos! Tenho a certeza de que aqueles que estudaram com o Estratégia estão muito felizes no pós-prova!!

Forte abraço.

Rafaela Freitas.

E-mail: professorarafaelafreitas@gmail.com

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Rafaela Freitas

Ver comentários

  • Professora, não concordo com a 11. O texto diz que a integridade contribui para que os agentes do serviço público atuem prevenindo a corrupção e em prol do interesse público. Mas não está correto.
    Parágrafo 4: “...a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização.”
    Assim, estamos tratando da GESTÃO DA INTEGRIDADE como contribuição para a prevenção da corrupção e não da integridade em si. São coisas distintas.
    Vemos também no quarto parágrafo, que a gestão da integridade é que estimula a integridade e a prevenção da corrupção. Assim, a integridade e a prevenção da corrupção são consequências da Gestão da Integridade.
    A questão está Errada.

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