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Prova Comentada TJ – MS – Português (COM RECURSO!)

Olá, pessoal, tudo bem?

Professor Felipe na área trazendo a prova resolvida do TJ MS, Área Meio, realizada em 29/10/2017, pela PUC PR.

Há um recurso muito sólido, vejam abaixo. Também trouxe esclarecimentos à questão 10, que pegou algumas pessoas de surpresa.

Não há modelo para o recurso, os candidatos deverão usar a argumentação como base e redigir o recurso com suas próprias palavras!

Vamos lá, espero que tenham ido muito bem.

Leia o texto a seguir.

O terrorismo sempre fascinou Albert Camus, que, além de uma obra de teatro sobre o tema, dedicou bom número de páginas de seu ensaio sobre o absurdo, O Mito de Sísifo, a refletir sobre esse insensato costume dos seres humanos de achar que assassinando os adversários políticos ou religiosos se resolvem os problemas. A verdade é que salvo casos excepcionais, em que o extermínio de um sátrapa atenuou ou pôs fim a um regime despótico – os dedos de uma das mãos dão e sobram para contá-los – esses crimes costumam piorar as coisas que querem melhorar, multiplicando as repressões, perseguições e abusos. Mas é verdade que, em alguns raríssimos casos, como o dos narodniki russos citados por Camus, que pagavam com sua vida a morte dos que eles matavam pela “causa”, havia, em alguns dos terroristas que se sacrificavam atentando contra um verdugo ou um explorador, certa grandeza moral.

 

Disponível em: < https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/19/opinion/1503153835_678637.html>. Acesso em: 19/08/17. (Excerto).

 

1- O vocábulo que pode assumir diferentes funções, de acordo com o contexto de ocorrência. Assinale a alternativa que apresenta a análise adequada da ocorrência destacada do texto.

  1. A) No excerto “em alguns dos terroristas que se sacrificavam”, trata-se de uma partícula expletiva.
  2. B) Em “dos que eles matavam pela ‘causa’”, o vocábulo assume a função de um pronome relativo.
  3. C) Em “piorar as coisas que querem melhorar”, o vocábulo antecipa “repressões, perseguições e abusos”.
  4. D) No trecho “A verdade é que salvo casos excepcionais”, trata-se de pronome relativo reiterando “verdade”.
  5. E) A ocorrência “que pagavam com sua vida” revela-se como conjunção integrante retomando “casos”.

Comentários:

  1. a) Incorreto. O “que” é pronome relativo e retoma ”alguns dos terroristas”.
  2. B) Correto. Em “dos que eles matavam pela ‘causa’”, o vocábulo assume a função de um pronome relativo.
  3. C) Incorreto. Em “piorar as coisas que querem melhorar”, o vocábulo retoma “coisas”
  4. D) Incorreto. No trecho “A verdade é que salvo casos excepcionais”, trata-se de conjunção integrante.
  5. E) Incorreto. A ocorrência “que pagavam com sua vida” revela-se como pronome relativo.

Gabarito letra B

  1. A anedota a seguir foi compartilhada pelo professor Sírio Possenti em uma entrevista. Ela é referência para a próxima questão.

Maria pede ao marido que vá ao armazém buscar 5 ovos.

– Se tiver pão, traga seis, ela acrescenta.

Na volta, ele entrega seis ovos e diz:

– Tinha pão.

Disponível em: < http://www.pgletras.uerj.br/palimpsesto/num19/entrevista/Palimpsesto19entrevista01.pdf>. Acesso em: 9/8/17.

Com base na leitura da piada, infere-se que a construção do humor decorre da

  1. A) incompreensão do marido sobre a encomenda.
  2. B) incompatibilidade de sentido entre as frases.
  3. C) informação alterada sobre a quantidade de ovos.
  4. D) inversão sintática típica da oralidade.
  5. E) linguagem conotativa utilizada pela esposa.

Comentários:

Há uma ambiguidade e o marido não entende o que a mulher de fato deseja, pois dá uma segunda leitura: se houvesse pão, deveria trazer seis ovos; se não houvesse pão, deveria trazer somente cinco.

Gabarito letra A.

 

  1. No dia 26 de agosto de 1789, os deputados franceses lançaram um dos grandes documentos da modernidade: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Era um vigoroso manifesto iluminista contra o Antigo Regime. Foi uma resposta ao crescimento dos movimentos sociais no verão de 1789, nas tensas semanas entre a queda da Bastilha, a onda de saques do Grande Medo e o fim dos direitos feudais (4 de agosto). Na semana que vem, o documento completa 228 anos.

Os artigos da Declaração demolem o prédio secular do Absolutismo de Direito divino e da desigualdade social pelo nascimento. Era um novo mundo, pelo menos no papel. Deputados homens, na maioria de origem burguesa, refizeram o mundo pela sua perspectiva. Quando uma voz dissidente e feminina, Olympe de Gouges, lançou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, foi parar na guilhotina. Sejamos justos: a guilhotina não era machista. A lâmina ignorou gênero: matou Danton, Robespierre, Luís XVI, Maria Antonieta, freiras carmelitas e Lavoisier.

Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,o-direito-de-papel,70001942876>. Acesso em: 19/08/17. (Excerto).

A leitura do texto permite concluir CORRETAMENTE que

  1. A) as mudanças de leis universais ultrapassam rapidamente as fronteiras do papel e transformam a sociedade.
  2. B) movimentos sociais surgem com pautas reivindicatórias após mudanças significativas em leis universais.
  3. C) a exemplo do que ocorreu há mais de duzentos anos, mudar as leis representa retrocesso social.
  4. D) quando há reorganização de leis, as vozes dissonantes são bem-vindas para contemplar a diversidade social.
  5. E) mesmo quando as leis são alteradas significativamente, isso é feito com base na interpretação da elite social.

Comentários:

Nosso gabarito é a letra E, pois é o único trecho que tem respaldo no texto:

Os artigos da Declaração demolem o prédio secular do Absolutismo de Direito divino e da desigualdade social pelo nascimento. Era um novo mundo, pelo menos no papel. Deputados homens, na maioria de origem burguesa, refizeram o mundo pela sua perspectiva.

O termo “pela interpretação da elite social” remonta à expressão “pela sua perspectiva”, isto é, pela perspectiva dos “deputados homens”.

Gabarito letra E.

 

O TEXTO ABAIXO SERVE DE BASE PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 4 E 5.

Você não resiste a uma livraria. Mesmo sabendo que já tem vários livros ainda não lidos em casa, (1) entra e sai com novas aquisições. (2) Ou faz o mesmo na internet ao receber um e-mail avisando que alguns livros do assunto pelo qual você tem interesse estão em promoção. Resultado: você tem uma pilha de leituras muito maior do que realmente consegue ler. Quem é apaixonado por livros (3) provavelmente se identifica com a situação descrita. Isso acontece tanto que existem grupos de apoio sobre o assunto em redes sociais voltadas para leitores, como o Goodreads.

Existe uma palavra em japonês que define a sensação já bem conhecida por leitores e compradores ávidos de livros: “tsundoku”. Trata-se do hábito de comprar materiais de leitura e deixá-los em uma pilha sem nunca serem livros. Em entrevista ao Quartz, o professor de japonês (4) Sahoko Ichikawa, da Universidade Cornell, dos Estados Unidos, explicou que o termo teve origem no século 19 e que “tsunde” significa empilhar coisas e “oku”, (5) deixá-las de lado por um tempo.

Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2017/08.html>. Acesso em: 14/08/17.

  1. A construção do texto em dois parágrafos na ordem em que aparecem se explica porque o autor
  2. A) cria uma hipótese no primeiro parágrafo e, no segundo, dá nome ao resultado dela.
  3. B) narra um evento no primeiro parágrafo e, no segundo, estipula quem são seus personagens.
  4. C) apresenta um fato no primeiro parágrafo e, no segundo, trata dele metalinguisticamente.
  5. D) argumenta a favor de uma tese no primeiro parágrafo e, no segundo, faz uma ressalva.
  6. E) descreve uma situação real no primeiro parágrafo e, no segundo, dá exemplos dela.

Comentários:

A estrutura do texto é a seguinte: primeiro o autor apresenta um fato, o fato de que algumas pessoas apaixonadas por livros os compram em quantidade superior à que conseguem ler.

No segundo parágrafo, menciona uma palavra japonesa que exprime exatamente essa situação: “comprar materiais de leitura e deixá-los numa pilha para nunca serem lidos”. Ao se referir ao código da língua, usando uma palavra e sua explicação, o autor utiliza-se da metalinguagem, isto é, a língua falando da língua, palavras usadas para explicar palavras.

Gabarito letra C.

 

  1. Sobre a pontuação dos trechos numerados no texto, assinale a alternativa CORRETA.
  2. A) A vírgula em (1) é utilizada para marcar o fim de uma oração temporal reduzida.
  3. B) Em (3), poderia haver uma vírgula para marcar a inversão da oração subjetiva.
  4. C) Em (4), deveria haver uma vírgula para marcar o início do aposto restritivo.
  5. D) A vírgula em (5) é um elemento de coesão, já que marca uma elipse verbal.
  6. E) O ponto-final em (2) poderia corretamente ser substituído por dois-pontos.

Comentários:

  1. A) Incorreto. A vírgula em (1) é utilizada para marcar o fim de uma oração
  2. B) Incorreto. Em (3), uma vírgula estaria separando a oração subjetiva (quem é apaixonado por livros) da oração principal (se identifica com a situação descrita).

Embora o gramático Sacconi entenda que essa vírgula é facultativa, a maioria dos demais defende que não deve haver vírgula entre sujeito e seu verbo.

O erro incontestável da questão, no entanto, é dizer que a oração subjetiva estaria invertida, o que não é verdade, já que está no início do período, posição natural do sujeito.

Quem é apaixonado por livros (3) provavelmente se identifica com a situação descrita.

  1. C) Incorreto. Não há vírgula no aposto especificativo (restritivo).
  2. D) Correto. A vírgula em (5) é um elemento de coesão, já que marca a elipse da forma verbal “significa”.
  3. E) Incorreto. Não poderia porque não temos um caso de explicação das informações anteriores. A relação é de alternância, marcada pela conjunção ou.

Gabarito letra D.

 

 

O TEXTO A SEGUIR É REFERÊNCIA PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 6 E 7.

Em uma conferência que escreveu sobre o destino da literatura, Lima Barreto afirmava: “Entrando no segredo das vidas e das coisas, a literatura reforça nosso natural sentimento de solidariedade com nossos semelhantes, explicando-lhes os defeitos, realçando-lhes as qualidades e zombando dos fúteis motivos que nos separam uns dos outros. Ela tende a obrigar a todos nós a nos tolerarmos e a nos compreendermos; e, por aí, nós nos chegaremos a amar mais perfeitamente na superfície do planeta que rola pelos espaços sem fim”.

A ideia de que a arte pode ter uma função na sociedade, seja como elemento de união entre os homens, seja pelo potencial de transformação da sociedade, era cara ao escritor carioca, homenageado da 15.ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Sua literatura incluía os suburbanos, negros, despossuídos de toda sorte e, nesse sentido, promovia um olhar da elite letrada sobre tais personagens esquecidos na trama urbana, bem como abarcava seus temas e reivindicações. Um tipo de arte que perdeu o sentido por longas décadas na história da literatura brasileira, mas que nos últimos anos tem mostrado sua pertinência atemporal.

Disponível em: <http://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/07.html>. Acesso em: 14/08/17.

  1. Sobre os mecanismos sintáticos destacados no texto, assinale a alternativa CORRETA.
  2. A) Nas duas ocorrências, o pronome “lhes” funciona como objeto indireto de formas verbais transitivas diretas e indiretas.
  3. B) A estrutura correlativa “seja… seja…” poderia ser reescrita como “seja… ou” e ainda manter o paralelismo do período original, de acordo com a prescrição gramatical.
  4. C) O nexo “bem como” expressa comparação entre as orações, o que torna “como ainda” uma substituição correta nessa posição.
  5. D) A preposição “de” antes da conjunção integrante “que” poderia ser omitida, já que seu uso é opcional nessa posição.
  6. E) O termo “a todos nós” funciona como objeto direto preposicionado, já que a forma verbal “obrigar” é transitiva direta e indireta.

Comentários:

  1. A) Incorreto. Apenas no primeiro caso. No segundo, funciona como adjunto adnominal, pois tem sentido possessivo.
  2. B) Incorreto. Não haveria paralelismo, pois não haveria duas estruturas semelhantes e paralelas, já que a primeira seria “seja “ e a segunda seria “ou”. O paralelismo seria mantido se as expressões fossem iguais.
  3. C) Incorreto. O nexo “bem como” expressa relação de adição.
  4. D) Incorreto. A preposição “de” antes da conjunção integrante “que” não poderia ser omitida, já que seu uso é obrigatório, segundo a gramática tradicional majoritária.

Contudo, entendo que aqui cabe recurso, pois diversos gramáticos, como Bechara, Cegalla, José Carlos de Azeredo e Claudio Cezar Henriques, entendem que é opcional a preposição diante de orações substantivas que funcionem como objeto indireto ou complemento nominal.

Veja o trecho retirado da Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla:

“As completivas nominais são regidas de preposição, a qual em certos casos rode ser omitida, como neste exemplo: “Zé Grande tinha a impressão que estava voltando a ser criança.” (HAROLDO BRUNo).”

Observe que “impressão” pede complemento nominal, assim como a palavra no texto original, “ideia”.

Veja também as palavras de Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática da Língua Portuguesa, página 398:

“Observações:

1.ª) Continuamos a insistir no termo necessária (preposição necessária), porque ela pode aparecer, esporadicamente, em lugares que a não exigem, como omitir-se onde seria esperada. Assim, pode-se prescindir da preposição que inicia uma oração objetiva indireta ou completiva nominal”

Então, a questão deve ser anulada, pois toca em divergência gramatical com sólidas opiniões em sentidos contrários.

  1. E) Correto. Diante de pronomes “quem” ou “todos”, a preposição “a” é empregada, mesmo sendo esses pronomes objetos diretos. Trata-se de objeto direto preposicionado.

Gabarito letra E, MAS DEVERIA SER ANULADA!

 

  1. A palavra “despossuídos” recebe acento gráfico pelo mesmo motivo que
  2. A) aí.
  3. B) décadas.
  4. C) fúteis.
  5. D) literária.
  6. E) nós.

Comentários:

Vejamos:

A-í

Des-pos-su-í-dos.

Acentua-se o I tônico no Hiato, seguido ou não de S. Regra do hiato para as duas palavras.

Décadas é acentuada por ser proparoxítona.

Fúteis e Literária são paroxítonas terminadas em ditongo.

Nós é monossílabo tônico.

Gabarito letra A.

 

LEIA O TEXTO ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 8, 9 E 10.

A esfinge, um monstro mitológico alado, com a cabeça de uma mulher e o corpo de um leão, assolava a cidade de Tebas na Grécia. Emboscava jovens em um lugar ermo e os desafiava (“Decifra-me ou devoro-te!”) com o enigma: “Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois e à tarde tem três?”

O único que decifrou a charada foi Édipo, ao responder “O homem, que na infância engatinha usando quatro membros, na vida adulta anda sobre dois pés, mas na velhice precisa de um cajado como apoio”. Por ter resolvido o enigma,

Édipo acabou tornando-se rei de Tebas, casando-se, sem saber, com sua mãe, Jocasta, e sofrendo um fim infeliz, como bem descrito por Sófocles em sua  tragédia Édipo Rei.

A resposta de Édipo bem descreve o arco de vida dos seres humanos, que se inicia na infância e termina na decadência da velhice e na morte. Tal trajetória é a inevitável consequência da impossibilidade de manter, indefinidamente, o estado de baixa entropia que caracteriza o organismo vivente. Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica, que determina o fluxo do tempo e traz a velhice.

O que sempre me impressionou na história do Édipo é o fato de tantos outros jovens antes dele terem morrido por serem incapazes de responder a uma pergunta tão elementar. Talvez eles não lembrassem mais da infância e não percebessem que um dia envelheceriam. De fato, a humanidade há séculos vive tentando negar a inexorabilidade da morte, fantasiando sobre como escapar dela.

Daí vem a busca incessante pela mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes de rejuvenescer aqueles que as bebessem. Tal fonte certamente não existe, mas, independentemente disso, a humanidade tem conseguido aumentar consideravelmente a sua expectativa de vida, através de melhor nutrição, saneamento básico, antibióticos e outros progressos da medicina.

Disponível em: <http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4315/n/tempus_fugit>. Acesso em: 14/08/17.

  1. As palavras destacadas podem ser substituídas, RESPECTIVAMENTE, sem alteração do sentido original dos períodos, por
  2. A) desolava – inevitabilidade – ocasional.
  3. B) devastava – implacabilidade – ininterrupta.
  4. C) nulificava – indispensabilidade – perecível.
  5. D) oprimia – utilidade – intermitente.
  6. E) depredava – essencialidade – volátil.

Comentários:

Questão direta de sinonímia:

“Assolar” é causar destruição, arruinar. Então, poderíamos trocar por “devastar”.

“Inexorável” é aquilo que não se comove, é severo, inflexível. Daí podemos trocar por implacável. Então, os substantivos foram usados como sinônimos.

“Incessante” é algo que não cessa, não para, não se interrompe.

Gabarito letra B.

  1. Em qual dos trechos a seguir, retirados do texto, há uma INADEQUAÇÃO de regência verbal, tomadas as normas da gramática tradicional como padrão de correção?
  2. A) […] Édipo acabou tornando-se rei de Tebas […].
  3. B) […] que se inicia na infância e termina na decadência da velhice […].
  4. C) […] por serem incapazes de responder a uma pergunta tão elementar.
  5. D) Talvez eles não lembrassem mais da infância […].
  6. E) […] cujas águas seriam capazes de rejuvenescer aqueles que as bebessem.

Comentários:

Questão bem tranquila para quem estudou nossa aula de regência e lembrou da aula do “tudo ou nada”.

Os verbos lembrar/esquecer devem vir com “pronome+preposição” ou sem nenhuma dessas partículas.

Então teríamos:

eles não SE lembrassem mais DA infância

ou

eles não lembrassem mais a infância

“lembrassem mais da infância” omitiu incorretamente o pronome que deveria acompanhar o verbo transitivo indireto.

Gabarito letra D.

 

  1. Assinale a alternativa em que a expressão destacada a seguir está empregada em DESACORDO com as recomendações da norma gramatical.
  2. A) […] ao meio-dia tem dois e à tarde tem três […].
  3. B) Tudo no universo está sujeito à segunda lei da termodinâmica […].
  4. C) […] aumentar […] a sua expectativa de vida, através de melhor nutrição […].
  5. D) […] que determina o fluxo do tempo e traz a velhice.
  6. E) […] mítica “fonte da juventude”, cujas águas seriam capazes de rejuvenescer […].

Comentários:

Essa questão pegou muita gente, mas não o que se fazer: “através” não deve ser usado no lugar de “por meio de”, já que “através” dá ideia de “atravessar” um meio físico.

A luz passa através dos vidros.

É considerado incorreto o uso de “através” com ideia de meio/instrumento.

Veja a lição de Antônio Henriques, citada pelo mestre José Maria da Costa em seu “Manual de Redação Jurídica”:

“empregar-se-á [através de] quando houver ideia de penetração de um lado a outro, por dentro de, ao longo de, no decurso de”…

Não havendo o sentido anteriormente mencionado, não se deve usar “através de”, que se substituirá por mediante, por meio de, com, por, por intermédio de (1999,p.26).

As demais alternativas estão perfeitas. Gabarito letra C.

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