Prova comentada Português TRE PR Técnico 2012
Prova comentada Português TRE PR Técnico 2012
Olá, pessoal!
Hoje faremos a Primeira Maratona TRE PR, por isso decidi colocar o comentário da última prova, para que você já possa entender a forma como a banca cobra. Sabendo como foi a prova, é mais fácil perceber o que e como estudar.
Nossos cursos com foco neste certame estão aqui: Cursos TRE-PR
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Vamos ao comentário da prova:
(TRE-PR – 2012 – Técnico Judiciário – Área Administrativa)
Atenção: As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto seguinte.
O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer Ulysses Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava a importância na política do apropriado discernimento do momento oportuno. Não é fácil a identificação desse momento, pois, entre outras coisas, requer conjugar o tempo individual de um ator político com o tempo coletivo de um sistema político e de uma sociedade. Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, cabendo lembrar que a função da orientação é inerente à busca do saber a respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do relógio, que molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra coisa é lidar com a não mensurável duração do tempo vivido, que perdura na consciência, e não se confunde, por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça.
A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma função de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a revolução digital vem intensificando.
A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapidez e da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja é o da sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutura de possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.
(Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em
O Estado de S. Paulo, 20 de novembro de 2011. A2, Espaço Aberto)
1. A afirmativa, no 1º parágrafo, de que o tempo flui e é instável no seu movimento
(A) baseia-se na vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo.
(B) exalta a sabedoria contida nos provérbios, como, por exemplo, a diferenciação entre o tempo do falcão e o tempo da coruja.
(C) vem a ser comprovada, em seguida, pelo exemplo tomado ao tempo na meteorologia.
(D) constitui oposição à ideia de que não é fácil a identificação do momento oportuno.
(E) realça a percepção das consequências advindas das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.
Comentário: Esta questão aborda a interpretação localizada. Assim, devemos observar o contexto em que aparece. Não basta ler somente esta expressão, mas os vocábulos que a cercam. São eles que vão nos ajudar a interpretar a expressão e possivelmente estarão na alternativa correta:
“Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.”
Assim, podemos entender que o tempo sobre o qual fala o texto, diferentemente da cronologia, pode apresentar modificações em seu andamento, percepções diferentes, dependendo do contexto em que se insere.
Assim, a alternativa (C) é a correta, pois podemos perceber que realmente esta expressão é comprovada, em seguida, pelo exemplo do tempo na meteorologia. Veja que a expressão “É o caso do tempo na meteorologia” nitidamente nos indica que há aí um exemplo de comprovação daquilo que foi dito anteriormente. Portanto, com dados explícitos do texto, esta é a alternativa correta.
A alternativa (A) está errada, pois a expressão “o tempo flui e é instável no seu tempo” não se baseia na “vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo”. A reflexão deles apenas confirma (não é a base) a expressão, pois no segundo parágrafo ela ressalta o desafio dos múltiplos significados, enfatizando a orientação à busca do saber a respeito do tempo.
A alternativa (B) está errada, pois a utilização no texto da expressão “o tempo flui e é instável no seu tempo” não tinha como intenção exaltar a sabedoria contida nos provérbios. Note como essas expressões estão distantes no texto. É claro que a diferenciação entre o tempo do falcão e o tempo da coruja ajuda a confirmar a expressão, mas não há ligação direta entre elas.
A alternativa (D) está errada, pois a ideia de que não é fácil a identificação do momento oportuno sustenta que o tempo flui e é instável no seu movimento. Assim, não há oposição.
A alternativa (E) está errada, pois nitidamente percebemos que a expressão “o tempo flui e é instável no seu tempo” não tem a intenção de realçar a percepção das consequências advindas das mudanças climáticas. A referência às mudanças climáticas é apenas um exemplo da instabilidade do tempo.
Gabarito: C
2. O tempo não perdoa o que se faz sem ele …
A afirmativa que inicia o texto encaminha para
(A) a ideia de que os políticos não têm o apropriado discernimento do momento oportuno.
(B) a constatação de que é difícil perceber a duração do tempo vivido, que perdura na consciência.
(C) uma contradição à tese corrente de que o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política.
(D) crítica relativa aos problemas surgidos com o drama cotidiano da lentidão da justiça.
(E) o reconhecimento de que é preciso parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização.
Comentário: A primeira frase é a tese, a ideia-núcleo, o tópico frasal do texto. É com base nela que o texto se desenvolve.
Essa tese indica o modo como se “ensinava a importância na política do apropriado discernimento do momento oportuno”. (2ª frase do texto)
Note que o texto aborda a dificuldade da identificação desse momento, pois requer que se conjugue o tempo individual e o coletivo, além disso mostra a instabilidade e a fluidez do tempo, não só na política; daí o exemplo das mudanças climáticas.
Assim, podemos entender que o tempo não perdoa aquilo que é feito sem organização, sem o devido respeito ao momento oportuno, que deve satisfazer o tempo individual e o coletivo. Por isso, é dito no terceiro parágrafo que “A busca do saber sobre o tempo tem uma função de orientação.”, e neste século XXI, tempo da revolução digital, em que muitas ações são instantâneas, há problemas na conjugação entre o saudável e o não saudável para a sociedade, pois muitas vezes não há sincronia deste tempo. Por isso, o autor enfatiza que devemos parar para pensar: “Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a revolução digital vem intensificando.”
Assim, a alternativa correta é a (E).
A alternativa (A) está errada, pois a segunda frase do texto nos mostra que se ensinava na política a importância do apropriado discernimento do momento oportuno, mas isso não quer dizer que os políticos não têm esse discernimento. Perceba que o artigo “os”, antes de “políticos”, generaliza esse substantivo, apontando-nos a totalidade dos políticos, e isso não tem relação no texto.
A alternativa (B) está errada, pois a expressão “duração do tempo vivido, que perdura na consciência” particulariza um dos tempos que serve de base para a afirmativa da tese; mas note que a tese ressalta a importância da conjugação dos tempos, de maneira mais geral, abarcando o individual e o coletivo.
A alternativa (C) está errada, pois não há contradição entre a afirmação de que “O tempo não perdoa o que se faz sem ele.” e “o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política”. A expressão “Além disso” nos sinaliza que a segunda frase confirma a primeira.
A alternativa (D) está errada, pois a estrutura “o tempo do Direito, que é o tempo normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça” particulariza apenas ao “tempo do Direito”, mas a tese é mais ampla, ressalta a importância da sincronia dos diversos tempos, e não tem como intenção apenas criticar o “tempo do Direito”.
Gabarito: E
3. Com a expressão o desafio de múltiplos significados (2º parágrafo), o autor
(A) esclarece seu emprego ao se referir à necessária sabedoria para equacionar, no momento mais adequado, os problemas que surgem.
(B) refere-se às diversas possibilidades de percepção da passagem do tempo e de seu sentido.
(C) caracteriza a oposição frequente que se faz entre o tempo de cada indivíduo e aquele que diz respeito a toda a sociedade.
(D) duvida de uma possível concordância entre representantes de diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo.
(E) questiona os meios até agora utilizados para calcular o transcorrer do tempo, que é sempre mutável.
Comentário: A expressão “o desafio de múltiplos significados” é desenvolvida na frase seguinte, em que aponta o “tempo do relógio”, “a não mensurável duração do tempo vivido”, além do “tempo do Direito”.
Assim, a alternativa correta é a (B), pois realmente se refere às diversas possibilidades de percepção da passagem do tempo e de seu sentido (“múltiplos significados”).
A alternativa (A) está errada, pois o que esclarece o emprego de tal expressão é a diferença entre o tempo do relógio, a não mensurável duração do tempo vivido e o tempo do Direito, os quais se encontram no mesmo parágrafo. Vale lembrar que esses múltiplos significados do tempo podem apontar para a necessidade da sabedoria para equacionar os problemas que surgem; mas não podemos dizer que seja isso que esclarece aquela expressão.
A alternativa (C) está errada, pois não há oposição entre o tempo individual e o coletivo, há, sim, necessidade de conjugá-los.
A alternativa (D) está errada, pois o autor não duvida de uma possível concordância entre representantes de diferentes áreas do conhecimento a respeito do tempo. É o contrário. A própria frase inicial do segundo parágrafo vai contra esta afirmação. Ela afirma que “A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados”. Assim, os representantes de diferentes áreas apontam para um mesmo tópico: o desafio de múltiplos significados.
A alternativa (E) está errada, pois a expressão em destaque não transmite nenhum indício de questionamento sobre os meios até agora utilizados para calcular o transcorrer do tempo.
Gabarito: B
4. Considere:
As decisões referentes …… medidas que dizem respeito …… toda a sociedade devem ser tomadas com sabedoria, cada uma …… seu tempo.
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por:
(A) às – a – à (B) as – a – à (C) as – à – à
(D) às – a – a (E) às – à – a
Comentário: O adjetivo “referentes” exige a preposição “a”. Como o substantivo “medidas” admitiu o artigo “as”, ocorre a crase. Assim, eliminamos as alternativas (B) e (C).
O pronome indefinido “toda” não admite ser antecipado pelo artigo “a”. Assim, não pode haver crase e eliminamos a alternativa (E).
A expressão “seu tempo” é masculina. Assim, não pode haver crase.
Por isso, a alternativa correta é a (D).
Gabarito: D
5. A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade …
Nas frases seguintes, considere o emprego do verbo grifado acima:
I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo apontou-lhe as dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre as partes.
II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo levou os demais a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a empresa.
III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas impopulares, apontou à frente dos manifestantes, tentando acalmar os ânimos.
Está correta a regência do verbo apontar em
(A) II e III, apenas. (B) II, apenas. (C) I e III, apenas.
(D) I, II e III. (E) I e II, apenas.
Comentário: Note que a questão pede a regência verbal, isto é, o emprego da preposição ou não, dependendo da transitividade do verbo. Note que, dependendo do contexto, a regência verbal pode mudar.
A frase I está correta, pois o verbo “apontou” está sendo empregado no sentido de “mostrar”, “identificar”. Assim, é transitivo direto e indireto, o termo “as dificuldades” é o objeto direto e o pronome “lhe” é o objeto indireto.
A frase II está correta, pois o verbo “apontarem” está sendo empregado no sentido de “indicar”. Assim, é transitivo direto e é seguido do pronome “o”. Como o verbo termina em “m”, esse pronome recebe “n” (apontarem-no).
Note que o pronome “o” também poderia ficar antecipado deste verbo. Como a questão não pediu colocação pronominal, apenas regência, não precisamos nos preocupar com a posição do pronome.
A frase III também está correta, pois “apontou” está sendo empregado no sentido figurado de “aparecer”. Assim, é intransitivo. Perceba que o presidente não indicou a frente das manifestações, ele apareceu à frente delas. Assim, o verbo é intransitivo e o termo “à frente dos manifestantes” é o adjunto adverbial de lugar (Apontou onde? Apareceu onde?).
Esse adjunto adverbial de lugar está antecipado da locução prepositiva “à frente de”, por isso há crase.
Note que esta estrutura também poderia ter sido iniciada pelas locuções prepositivas “na frente de”, “em frente a”, “diante de”. Veja:
O Presidente (…) apontou à frente dos manifestantes
O Presidente (…) apontou na frente dos manifestantes
O Presidente (…) apontou em frente aos manifestantes
O Presidente (…) apontou diante dos manifestantes
Gabarito: D
6 … para lidar com a estrutura de possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.
A lacuna que deverá ser preenchida pela expressão grifada acima está em:
(A) A época …… vivemos, assolada pela revolução tecnológica, embaralha a sincronização dos fatos.
(B) A conclusão …… podemos chegar, diante da instabilidade política em algumas regiões, é a de que falta sabedoria aos governantes.
(C) A sabedoria …… necessitamos para solucionar problemas cotidianos deverá ser buscada sempre.
(D) As medidas a serem tomadas …… se chegue à solução dos conflitos serão anunciadas no momento oportuno.
(E) As expectativas da sociedade nem sempre se realizam diante das dificuldades mais amplas …… se defrontam os governantes.
Comentário: Note que na estrutura oracional, o substantivo “mundo” está sendo caracterizado pela oração subordinada adjetiva restritiva “em que estamos inseridos”. Nesta oração, o sujeito é oculto e subentende “nós”, o verbo “estamos” é de ligação e o adjetivo “inseridos” é o predicativo do sujeito. Assim, o termo “em que” é o adjunto adverbial de lugar (Estamos inseridos onde? No mundo).
O trabalho, agora, é achar a oração subordinada adjetiva e sublinhar o verbo. Como a questão cobra apenas a regência em relação ao pronome relativo, fica mais fácil achar o seu sujeito, pois devemos identificá-lo pela concordância do verbo em relação a ele.
Depois devemos perceber os complementos verbais e qual deles é iniciado pela preposição “em”.
A alternativa (A) é a correta, pois a oração subordinada adjetiva a ser grifada é “…vivemos”. O sujeito é oculto, subentendendo “nós”. O verbo “vivemos” é intransitivo e o seu adjunto adverbial deve se iniciar pela preposição “em”: “vivemos na época”. Veja:
A época em que vivemos, assolada pela revolução tecnológica, embaralha a sincronização dos fatos.
A expressão pronominal “em que” pode ser substituída por “na qual”, sem prejuízo semântico:
A época na qual vivemos, assolada pela revolução tecnológica, embaralha a sincronização dos fatos.
A alternativa (B) está errada, pois a oração subordinada adjetiva é “…… podemos chegar”. O sujeito é oculto (nós), a locução verbal “podemos chegar” é transitiva indireta (podemos chegar a quê?), pois o substantivo “conclusão” não é um lugar, concorda?!!! Assim, cabe o objeto indireto “a que”.
A conclusão a que podemos chegar, diante da instabilidade política em algumas regiões, é a de que falta sabedoria aos governantes.
A expressão pronominal “a que” pode ser substituída por “à qual”, sem prejuízo semântico:
A conclusão à qual podemos chegar, diante da instabilidade política em algumas regiões, é a de que falta sabedoria aos governantes.
A alternativa (C) está errada, pois a oração subordinada adjetiva é “…necessitamos”. O sujeito é oculto (nós) e o verbo é transitivo indireto e exige a preposição “de”: necessitamos de quê? Assim, cabe o objeto indireto “de que”.
A sabedoria de que necessitamos para solucionar problemas cotidianos deverá ser buscada sempre.
A expressão pronominal “de que” pode ser substituída por “da qual”, sem prejuízo semântico:
A sabedoria da qual necessitamos para solucionar problemas cotidianos deverá ser buscada sempre.
A alternativa (D) está errada, pois a oração “… se chegue à solução dos conflitos” não caracteriza um substantivo anterior, como vimos nas demais alternativas. Ela é adverbial e tem o valor de finalidade. Por isso, cabe a locução conjuntiva “para que”:
As medidas a serem tomadas para que se chegue à solução dos conflitos serão anunciadas no momento oportuno.
A alternativa (E) está errada, pois a oração “… se defrontam os governantes” é subordinada adjetiva. O sujeito é “os governantes”, o verbo “defrontar” é transitivo direto e indireto, o pronome “se” é recíproco na função de objeto direto e “com que” é o objeto indireto: os governantes defrontam-se com as dificuldades…
As expectativas da sociedade nem sempre se realizam diante das dificuldades mais amplas com que se defrontam os governantes.
A expressão pronominal “com que” pode ser substituída por “com as quais”, sem prejuízo semântico:
As expectativas da sociedade nem sempre se realizam diante das dificuldades mais amplas com as quais se defrontam os governantes.
Observação: O pronome recíproco, como referenciado anteriormente, é aquele que transmite uma ação aplicada a uma segunda pessoa, a qual responde essa ação à primeira. Ocorre muito com os verbos “abraçar” e “cumprimentar”, pois são ações que necessitam de resposta: uma pessoa cumprimenta outra e esta devolve à primeira a ação de cumprimentar:
Os alunos cumprimentaram-se.
O mesmo ocorre com o verbo “abraçar”:
Os amigos abraçaram-se.
Gabarito: A
Atenção: As questões de números 7 a 13 baseiam-se no texto seguinte.
Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador sobre a tradição da escrita em papel. Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que a escrita de próprio punho provoca, na região dedicada ao processamento das informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente mais intensa do que a da digitação, o que tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias. Está provado também que o ato de escrever desencadeia ligações entre os neurônios naquela parte do cérebro que faz o reconhecimento visual das palavras, contribuindo assim para a fluidez da leitura. Com a digitação, essa área fica inativa.
Na Antiguidade, os egípcios tinham nas letras um objeto sagrado, inventado pelos deuses. Sinônimo de status, a caligrafia irretocável foi por séculos na China um pré-requisito para ingressar na prestigiada carreira pública. No Brasil, a caligrafia constava entre as habilidades avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70, e era ensinada com esmero na sala de aula.
O hábito da escrita vem caindo em desuso à medida que o computador se dissemina. Até aqui a palavra foi eternizada em papel (ou pedra, pergaminho, papiro), que se encarregou de registrar a história da humanidade. O computador traz nova dimensão à aquisição de conhecimentos e à interação entre as gerações que chegam aos bancos escolares. Para elas, escrever à mão corre o risco de se tornar apenas mais um registro do passado guardado em arquivo digital.
(Luís Guilherme Barrucho. Veja, 27 de julho de 2011. p. 94, com adaptações)
7. O autor
(A) expõe uma situação atual, com exemplos e dados de pesquisas, referente ao uso do computador e às consequências para o funcionamento do cérebro.
(B) relata, com exemplos, como a escrita se tornou o instrumento fundamental, durante séculos, para o desenvolvimento humano.
(C) recria, com base na história, fatos marcantes que demonstram a superioridade da escrita manual sobre a digitação feita no computador.
(D) defende a substituição da escrita manual, em vista da ampla disseminação do computador e da facilidade decorrente da digitação de textos.
(E) critica a atual tendência a abandonar a escrita manual, ainda que reconheça a maior legibilidade dos textos digitados.
Comentário: Esta questão trabalha, antes da interpretação do texto, a sua estrutura.
Veja que a questão não pergunta a ideia principal do texto, pois assim seria até mais fácil. Simplesmente nos pede como o texto foi desenvolvido.
Assim, preste atenção nos verbos das alternativas: “expõe”, “relata”, “recria”, “defende”, “critica”.
Note a primeira frase, a qual é entendida como a tese, a ideia-núcleo do texto: “Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador sobre a tradição da escrita em papel.”
Assim, com base em pesquisas recentes sobre a neurociência, podemos pensar a respeito dos efeitos negativos do computador em contraposição à escrita manual.
A alternativa (A) é a correta. Para isso, vamos transcrever esta alternativa e em seguida os trechos do texto que a confirmam:
“O autor expõe uma situação atual¹, com exemplos e dados de pesquisas², referente ao uso do computador e às consequências para o funcionamento do cérebro³.”
1: “efeitos devastadores do computador”
2: “Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que a escrita de próprio punho provoca, na região dedicada ao processamento das informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente mais intensa do que a da digitação”
“Está provado também que o ato de escrever desencadeia ligações entre os neurônios naquela parte do cérebro que faz o reconhecimento visual das palavras, contribuindo assim para a fluidez da leitura.”
3: “Com a digitação, essa área (região dedicada ao processamento das informações armazenadas na memória) fica inativa.”
A alternativa (B) está errada. Ela nos direciona ao segundo parágrafo, mas este se restringe ao valor da escrita manual através dos tempos, para no terceiro contrastar com o problema da digitação, pela disseminação do uso do computador.
Assim, o autor não relata, com exemplos, o modo como a escrita se tornou o instrumento fundamental. O segundo parágrafo é uma estratégia argumentativa que usa a importância da escrita manual através dos tempos para contrastar com o problema da digitação no século atual.
A alternativa (C) está errada. O verbo “recriar” transmite a noção de narrar fatos históricos. Realmente há fatos históricos apontados no segundo parágrafo, os quais foram usados para contrastar com o risco da digitação, de acordo com o subsídio de pesquisas que apontam problemas de concentração pela falta da escrita manual.
Mas o problema é a palavra “superioridade”. Ela não cabe no contexto, pois essa superioridade é relativa. Nos tempos atuais, há muitos benefícios da digitação, que em determinadas situações são impensáveis com a escrita manual. Veja o que se diz no parágrafo de conclusão: “O computador traz nova dimensão à aquisição de conhecimentos e à interação entre as gerações”.
Assim, não se pode afirmar que há “superioridade” da escrita manual sobre a digitação de textos.
A alternativa (D) está errada, pois o texto não defende a substituição de um processo por outro. Ele apenas nos relata a diferença entre os processos, resgatando a história como ponto de valorização da escrita manual.
A alternativa (E) está errada, pois o texto não tem a intenção de criticar a atual tendência de abandono da escrita manual. Ele nos aponta o risco disso, mas não deixa de registrar a importância atual do computador. Também não há referência ao reconhecimento da maior legibilidade dos textos digitados.
Gabarito: A
8. … o que tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias. (1º parágrafo)
No contexto, o pronome grifado acima substitui, especificamente:
(A) a observação do cérebro de crianças e adultos.
(B) a escrita de próprio punho provoca (…) uma atividade significativamente mais intensa do que a da digitação.
(C) um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência.
(D) uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador.
(E) a tradição da escrita em papel.
Comentário: Esta questão trabalha a coesão referencial, isto é, retomada de palavras, expressões ou orações (expressando uma ação). Esse recurso tem como meio o pronome demonstrativo “o”.
Note que o pronome demonstrativo “o” normalmente tem valor de “aquele” (retoma pessoa), “aquilo” (retoma coisa ou ação) ou “isso” (retoma ação).
Neste contexto, este pronome tem valor de “isso”, então retoma uma ação. Veja o primeiro parágrafo:
“Um conjunto recente de pesquisas na área da neurociência sugere uma reflexão acerca dos efeitos devastadores do computador sobre a tradição da escrita em papel. Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara que a escrita de próprio punho provoca, na região dedicada ao processamento das informações armazenadas na memória, uma atividade significativamente mais intensa do que a da digitação, o que tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias.”
Assim, podemos entender que o fato de a escrita provocar uma atividade mais intensa do que a digitação tem conexão direta com a elaboração e a expressão de ideias.
Assim, a alternativa correta é a (B).
Gabarito: B
9. O teor do 2º parágrafo constitui
(A) demonstração, com informações históricas, da importância social atribuída à caligrafia.
(B) histórico das condições determinantes da opção pela escrita manual em antigas civilizações.
(C) justificativa, com base em argumentos, da perda do valor tradicional da escrita manual.
(D) proposta, a partir da importância da caligrafia, de sua manutenção, apesar da concorrência do computador.
(E) verificação prática da superioridade atual da digitação sobre a escrita manual.
Comentário: Esta questão trabalha a estrutura textual. Assim se quer que interpretemos o objetivo do segundo parágrafo no texto. Por isso, preste atenção nos substantivos que iniciam as alternativas: “demonstração”, “histórico”, “justificativa”, “proposta” e “verificação”.
A alternativa (A) é a correta, pois “demonstração” é uma forma de desenvolvimento do tema por meio da exemplificação. Assim, as informações históricas (de que para os egípcios as letras eram um objeto sagrado; na China, caligrafia era sinônimo de “status”; e, no Brasil, a caligrafia constava entre as habilidades avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70, e era ensinada com esmero na sala de aula) expressas neste parágrafo confirmam a importância social atribuída à caligrafia.
A alternativa (B) está errada, primeiro porque não houve um histórico das condições determinantes da opção pela escrita manual; há apenas um relato histórico sobre a importância da escrita manual, mas não se referiu apenas às antigas civilizações.
A alternativa (C) está errada, pois o segundo parágrafo realça a importância social da escrita manual, e não a perda de seu valor.
As alternativas (D) e (E) estão erradas, porque este parágrafo não faz referência a computador.
Gabarito: A
10. Identifica-se no texto correlação imediata entre
(A) o ensino da escrita manual nas escolas e o aumento da digitação no computador.
(B) opção pela escrita em papel e registros da história da humanidade.
(C) abandono da escrita manual e disseminação do uso do computador.
(D) preferência atual pelo uso do computador e pesquisas científicas.
(E) as pesquisas na área da neurociência e a importância da caligrafia.
Comentário: A correlação imediata é entendida como processo que se caracteriza pela implicação mútua de dois termos, e no qual há dependência dos elementos. Assim, a questão nos motiva a achar no texto dois elementos que possuem relação direta, dependente uma da outra.
Essa relação está expressa na primeira frase do parágrafo de conclusão. Note a locução conjuntiva proporcional “à medida que”, a qual evidencia a ligação direta entre a diminuição do “hábito da escrita” e o aumento do uso do “computador”: “O hábito da escrita vem caindo em desuso à medida que o computador se dissemina.”
Agora, compare com a alternativa (C), que é a correta:
abandono da escrita manual e disseminação do uso do computador.
Perceba que as demais alternativas não possuem ligação direta e dependência entre uma ação e outra.
Gabarito: C
11. … do antigo ginásio até a década de 70, e era ensinada com esmero na sala de aula. (final do 2º parágrafo)
A forma verbal que mantém o sentido e a correção da que está grifada acima é:
(A) tinham-se ensinado. (B) teria sido ensinado.
(C) ensinavam. (D) se ensinava.
(E) foi se ensinando.
Comentário: A locução verbal da voz passiva analítica “era ensinada” pode ser transposta para a voz passiva sintética. Basta que se retire o verbo “era”, mantenha este tempo verbal (pretérito imperfeito do indicativo) no verbo principal (ensinava) e insira o pronome apassivador “se”. Veja a estrutura:
a caligrafia … era ensinada ensinava–se caligrafia
sujeito paciente + locução verbal VTD + P.Ap.+ sujeito paciente
voz passiva analítica voz passiva sintética
Gabarito: D
12. Até aqui a palavra foi eternizada em papel (ou pedra, pergaminho, papiro), que se encarregou de registrar a história da humanidade.
No segmento isolado pelos parênteses identifica-se
(A) restrição feita à constatação de que o papel foi o elemento mais notável na história de algumas civilizações.
(B) rol das conquistas obtidas por alguns povos, principalmente em épocas mais antigas, que testemunharam seu grau de cultura.
(C) série de alternativas que indicam meios utilizados para registrar a história da humanidade em diferentes épocas.
(D) enumeração de registros legados por diversas civilizações como testemunhos de seu desenvolvimento.
(E) gradação marcada pela sequência de elementos, de acordo com sua importância na história da humanidade.
Comentário: A expressão entre parênteses é um comentário do autor que insere os outros meios (além do papel) de registros de conhecimento humano através dos tempos.
Assim, a alternativa correta é a (C), pois realmente esses vocábulos entre parênteses são uma “série de alternativas que indicam meios utilizados para registrar a história da humanidade em diferentes épocas.”
A alternativa (A) está errada, pois não se registrou nesta expressão “restrição” a que o “papel” seja o mais importante.
A alternativa (B) está errada, pois a expressão entre parênteses não quis referenciar as conquistas propriamente ditas da humanidade, mas os meios de registrar as diversas conquistas da humanidade.
A alternativa (D) está errada, pois houve uma enumeração dos meios utilizados para registrar as conquistas da humanidade, e não os registros propriamente ditos.
A alternativa (E) está errada, pois não houve uma sequência gradual de elementos, de acordo com sua importância. O texto não evidenciou níveis de importância dentre esses elementos. Podemos notar que cada um foi importante em seu tempo.
Gabarito: C
O tema da próxima questão você encontra na minha aula demonstrativa do curso de Português para o TRE PR
13. Na Antiguidade, os egípcios tinham nas letras um objeto sagrado, inventado pelos deuses.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em:
(A) ... a caligrafia constava entre as habilidades avaliadas nos exames de admissão do antigo ginásio até a década de 70 …
(B) … entre as gerações que chegam aos bancos escolares.
(C) Por meio da observação do cérebro de crianças e adultos, verificou-se de forma bastante clara …
(D) … que o ato de escrever desencadeia ligações entre os neurônios …
(E) Com a digitação, essa área fica inativa.
Comentário: O verbo “tinham” está flexionado no pretérito imperfeito do indicativo. Ele possui a desinência modo-temporal “-ia”, porém este verbo é irregular. Assim, recebe a nasalização por meio do “nh” (“-inha”: tinha).
O mesmo tempo ocorre com a alternativa (A), pois o verbo “constava” apresenta a desinência modo-temporal de primeira conjugação “-va”.
Nas alternativas (B), (D) e (E), os verbos “chegam”, “desencadeia” e “fica” estão flexionados no presente do indicativo.
Na alternativa (C), o verbo “verificou” está flexionado no pretérito perfeito do indicativo.
Gabarito: A
Atenção: As questões de números 14 a 19 baseiam-se no texto seguinte.
No início, o uso em larga escala do petróleo teve um impacto ambiental positivo. Quando o querosene se mostrou mais eficiente e barato para a iluminação, a matança de baleias, que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas, caiu drasticamente. Desde então, descobriram-se mil e uma utilidades para o petróleo. Um site dos EUA chegou a listar quase dois mil produtos de uso cotidiano que não poderiam ser feitos ou teriam custos proibitivos sem o petróleo. Entre eles a aspirina, o capacete de motociclista e o paraquedas.
Portanto, a era do petróleo está ainda muito longe de ser completamente substituída por aquilo que se convencionou chamar de Era do Verde. Em vez de acabar, a cada dia se descobrem novos usos para as fibras sintéticas oriundas do petróleo, novos usos para seus múltiplos elementos químicos, que têm as moléculas quebradas pelo calor para dar origem a outro elemento, a outro produto. A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.
O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo. Além disso, é altamente poluente.
(Manuel Lume. CartaCapital, 27 de abril de 2011. p.52-55, com adaptações)
14. O autor
(A) analisa, com base em exemplos e observações, a importância do petróleo no mundo moderno, conquanto se trate de um produto não renovável e bastante poluidor.
(B) assinala a tendência atual de substituição do petróleo por produtos ecológicos, por serem estes não poluentes e, ainda, respeitarem o meio ambiente.
(C) discute a necessidade de substituição do petróleo por fontes alternativas, voltadas para a preservação do ambiente e, ao mesmo tempo, para a saúde humana.
(D) defende um maior controle no uso do petróleo, embora ele tenha propiciado um grande avanço tecnológico com a obtenção de produtos diversos, utilizados na rotina diária.
(E) indica os diversos benefícios trazidos à saúde humana pelo petróleo, especialmente devido às pesquisas destinadas à produção de medicamentos novos e mais eficazes.
Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois o autor analisa a importância que o petróleo ainda desperta nos dias de hoje (“descobriram-se mil e uma utilidades para o petróleo”). Para isso, usa alguns exemplos como “a aspirina, o capacete de motociclista e o paraquedas” e observações, como “a era do petróleo está ainda muito longe de ser completamente substituída por aquilo que se convencionou chamar de Era do Verde”.
Além disso, há uma ressalva do autor, por meio do último parágrafo do texto: “O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo. Além disso, é altamente poluente.”
A alternativa (B) está errada, pois o autor não assinala a tendência atual de substituição do petróleo por produtos ecológicos. Ele confirma o contrário na frase “Portanto, a era do petróleo está ainda muito longe de ser completamente substituída por aquilo que se convencionou chamar de Era do Verde”.
A alternativa (C) está errada, pois o texto não discute a necessidade de substituição do petróleo por fontes alternativas, ele apenas esclarece que o petróleo ainda tem uma utilidade muito grande em nossa economia e registra que será difícil a substituição por uma fonte alternativa.
A alternativa (D) está errada, pois o autor não defende um maior controle no uso do petróleo, ele simplesmente registra a sua importância.
A alternativa (E) está errada, pois extrapola o conteúdo do texto. O autor não nos indica “especialmente” as pesquisas destinadas à produção de medicamentos, apenas nos mostra que a “aspirina” (dentre os produtos voltados à saúde humana) é um dos medicamentos derivados do petróleo.
Gabarito: A
15. O segmento grifado está sendo substituído pelo pronome de modo INCORRETO em:
(A) que têm as moléculas = que têm-las
(B) já que eles aumentam o nosso conforto = já que eles o aumentam
(C) teve um impacto ambiental positivo = teve-o
(D) que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas = que o forneciam
(E) teriam custos proibitivos = tê-los-iam
Comentário: A alternativa (A) é a errada. O verbo “têm” é transitivo direto e o objeto direto “as moléculas” realmente pode ser substituído pelo pronome “as”; porém o pronome relativo “que” é palavra atrativa. Assim, deve haver próclise: que as têm.
Na alternativa (B), o verbo “aumentam” é transitivo direto e o termo “o nosso conforto” é o objeto direto. Assim, pode ser substituído pelo pronome “o” e este fica posicionado antes do verbo tendo em vista o pronome “eles” atrair.
A alternativa (C) está correta, pois o verbo “teve” é transitivo direto e o termo “um impacto ambiental positivo” é o objeto direto e pode ser substituído pelo pronome “o”: teve-o.
A alternativa (D) está correta, pois o verbo “forneciam” é transitivo direto e o termo “o óleo dos lampiões e lamparinas” é o objeto direto, o qual pode ser substituído pelo pronome “o”, pois o núcleo é “óleo”. Este pronome está posicionado antes do verbo porque está sendo atraído pelo vocábulo “que”.
A alternativa (E) está correta, pois o verbo “teriam” é transitivo direto e o objeto direto “custos proibitivos” pode ser substituído pelo pronome “os”. Como este verbo está flexionado no futuro do pretérito do indicativo, ocorre a mesóclise (teriam+os → ter+os+iam → tê-los-iam).
Gabarito: A
16. A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.
Considere as afirmativas seguintes sobre o emprego das vírgulas no segmento acima.
I. A vírgula colocada após é nobre pode ser retirada, sem prejuízo da correção.
II. A vírgula que separa as expressões o nosso bem-estar, a nossa saúde pode ser corretamente substituída por um e.
III. A vírgula após a expressão o nosso conforto pode ser substituída por dois-pontos, sem prejuízo da correção e do sentido original.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) III.
(B) II.
(C) I e III.
(D) I e II.
(E) I.
Comentário: O gabarito oficial definitivo deu como errada a frase I, o que foi muito contestado à época da prova, porém a banca não voltou atrás.
Ela entendeu a oração “já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde” como coordenada sindética explicativa.
Isso é comprovado porque esta banca vez por outra cobra a possibilidade de substituição da conjunção coordenativa explicativa e a vírgula por dois-pontos sem conjunção. Veja:
A maioria desses usos é nobre: eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.
Também percebemos com travessão. Veja:
A maioria desses usos é nobre ‒ eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.
Assim, conseguimos entender que a vírgula é obrigatória.
A frase II está correta, pois são três os elementos em enumeração (“o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde”). Assim, entre o penúltimo e o último, cabe a conjunção “e” no lugar da vírgula.
Com esta nova construção, a conjunção “e” deixa mais claro o último termo, tendo em vista uma melhor entonação final.
A frase III está errada, pois, na estrutura “já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde.”, há uma enumeração de três elementos. Assim, eles são o objeto direto composto do verbo “aumentam”.
Com a inserção de dois-pontos entre o primeiro termo e o segundo, haverá uma mudança brusca de sentido, pois os dois termos finais (“o nosso bem-estar, a nossa saúde”) passarão a ser o aposto explicativo do primeiro (“o nosso conforto”).
Gabarito: B
17. A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde. O grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo.
A 2ª frase apresenta, com relação à 1ª, noção de
(A) proporcionalidade.
(B) temporalidade.
(C) consequência.
(D) finalidade.
(E) ressalva.
Comentário: Veja que primeiro se falou de “conforto”, “bem-estar”, “saúde” (elementos positivos). Em seguida, é inserida uma frase com expressões negativas como “grande problema”, “insustentável”. Assim, há uma ideia contrastante entre a segunda frase e a primeira. Tanto assim, que podemos unir esses dois períodos com a conjunção “mas”. Veja:
A maioria desses usos é nobre, já que eles aumentam o nosso conforto, o nosso bem-estar, a nossa saúde; mas o grande problema da indústria petroquímica é ter como insumo básico um bem finito, o petróleo, fato que a torna insustentável no tempo.
Assim, a alternativa correta é a (E), pois “ressalva” é o mesmo que “contraste”.
Gabarito: E
18. … que forneciam o óleo dos lampiões e lamparinas, caiu drasticamente. (1º parágrafo)
O emprego das formas verbais grifadas acima indica, respectivamente,
(A) fato anterior a outro também passado e ação repetida.
(B) fato terminado e declaração enfática de um fato.
(C) ação contínua no passado e fato consumado.
(D) hipótese que pode ser comprovada e declaração prolongada no tempo.
(E) ideia aproximada e fato que acontece habitualmente.
Comentário: Veja que o pretérito imperfeito do indicativo (“forneciam”) é empregado quando se quer evidenciar uma ação prolongada no passado, uma regularidade no passado; já o verbo no pretérito perfeito do indicativo transmite que a ação já acabou, consumou-se.
Assim, a alternativa (C) é a correta.
A alternativa (A) está errada, pois “fato anterior a outro também passado” sinalizaria o tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo. A expressão “ação repetida” tem relação com regularidade da ação, o que caberia ao pretérito imperfeito do indicativo.
A alternativa (B) está errada, pois “fato terminado” é sinalizado pelo tempo pretérito perfeito do indicativo. A expressão “declaração enfática de um fato” ocorre com um fato futuro, mas com verbo no presente. Veja:
Neste ano, passarei no concurso. (futuro do presente do indicativo: ação sem ênfase)
Neste ano, passo no concurso. (presente do indicativo no lugar do futuro, denotando ênfase na ação, motivação a algo)
A alternativa (D) está errada, pois “hipótese” é marcada pelo futuro do pretérito do indicativo ou com verbos no modo subjuntivo. Uma “declaração prolongada no tempo” pode ser expressa pelo tempo pretérito perfeito composto do indicativo (Tenho estudado bastante) ou pela locução “vir + gerúndio” (“Venho estudando bastante”). Os dois processos verbais mostram um prolongamento da ação desde o passado até o momento atual.
A alternativa (E) está errada, pois não há um tempo verbal que transmita uma “ideia aproximada”. Já o verbo no presente do indicativo transmite uma regularidade, um “fato que acontece habitualmente”.
Gabarito: C
19. A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:
(A) Tem sido feito, em todo o planeta, esforços no sentido de preservar os recursos naturais, muitos dos quais já vem se esgotando.
(B) A água, um dos recursos naturais essenciais à vida no planeta, já se mostram escassos em regiões bastante populosas.
(C) A garantia de sobrevivência de nossa espécie deverá basear-se na conscientização sobre a necessária preservação dos recursos naturais.
(D) O mundo moderno, apesar das pesquisas que se desenvolve atualmente, ainda dependem dos derivados de petróleo.
(E) É sabido de todos as situações que resulta em desastre para o meio ambiente do uso excessivo de pesticidas agrícolas.
Comentário: Para realizarmos a questão de concordância, basta grifar o verbo e localizar seu sujeito. Lembre-se de que o sujeito não pode ser antecipado de preposição.
A alternativa (A) está errada, pois a locução verbal “Tem sido feito” deve ser flexionada no plural, pois seu sujeito é “esforços”.
A locução verbal “vem esgotando” é transitiva direta, o pronome “se” é apassivador e o sujeito paciente é “muitos dos quais”, cujo núcleo “muitos” está no plural e leva esta locução ao plural.
Para termos certeza de que há pronome apassivador, basta transformarmos a voz passiva sintética em analítica:
…muitos dos quais já vêm se esgotando. (voz passiva sintética)
… muitos dos quais já vêm sendo esgotados. (voz passiva analítica)
Têm sido feitos, em todo o planeta, esforços no sentido de preservar os recursos naturais, muitos dos quais já vêm se esgotando.
A alternativa (B) está errada, pois o sujeito “A água” deve levar o verbo “mostram” ao singular (mostra). Esse verbo é transitivo direto, o pronome “se” é reflexivo na função de objeto direto (mostrar a si mesma), o qual é caracterizado pelo predicativo do objeto direto “escassos”. Por isso, esse predicativo deve se flexionar no feminino singular (escassa), pois se refere ao pronome reflexivo “se” e este retoma “A água”.
Note que a palavra “bastante” não se flexiona por ser um advérbio que intensifica o adjetivo “populosas”.
A água, um dos recursos naturais essenciais à vida no planeta, já se mostra escassa em regiões bastante populosas.
A alternativa (C) é a correta, pois o núcleo do sujeito (“garantia”) leva o verbo “deverá basear-se” ao singular. Além disso, o adjetivo “necessária” concorda corretamente com “preservação”.
A garantia de sobrevivência de nossa espécie deverá basear-se na conscientização sobre a necessária preservação dos recursos naturais.
A alternativa (D) está errada, pois o verbo “desenvolve” é transitivo direto. O pronome “se” é apassivador e seu sujeito paciente é o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo plural “pesquisas”. Assim, esse verbo deve se flexionar no plural (pesquisas se desenvolvem→pesquisas são desenvolvidas). Além disso, o verbo “dependem” deve se flexionar no singular, pois seu sujeito é o termo singular “O mundo moderno”
O mundo moderno, apesar das pesquisas que se desenvolvem atualmente, ainda depende dos derivados de petróleo.
A alternativa (E) está errada, pois a locução verbal da voz passiva “É sabido” deve se flexionar no plural e no feminino, pois sujeito paciente é “as situações”. Note que o agente da passiva é “de todos”. Veja a transformação de voz ativa para a voz passiva analítica:
Todos sabem as situações as situações são sabidas de/por todos
sujeito agente + VTD + OD (paciente) sujeito paciente + locução verbal + agente da passiva
voz ativa voz passiva
Além disso, o verbo “resulta” tem como sujeito o pronome relativo “que”, o qual retoma o substantivo plural “situações”. Assim, esse verbo deve se flexionar também no plural (situações que resultam).
São sabidas de todos as situações que resultam em desastre para o meio ambiente do uso excessivo de pesticidas agrícolas.
Gabarito: C
20. A extensão do rio Paraná lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo.
A extensão do rio também foi responsável pelo nome, de origem tupi. Paraná significa água grande.
O rio Paraná tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
As informações acima se reproduzem em um só período, com respeito ao sentido original, à clareza, à correção e à lógica, em:
(A) O rio Paraná que significa água grande, de origem tupi, tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória, e a construção de grandes barragens que lhe rendeu o posto de o nono rio mais extenso do mundo.
(B) A extensão do rio Paraná, onde lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo, também responsável pelo nome, de origem tupi, em que Paraná significa água grande, ele tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
(C) O rio Paraná, cuja a extensão rendeu o posto de o nono mais extenso do mundo, também foi responsável pelo nome que, sendo de origem tupi, Paraná significa água grande, e tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
(D) A extensão do rio Paraná também foi responsável pelo nome que tem, de origem tupi, já que Paraná significa água grande, e o nono rio mais extenso do mundo, mas o rio tem sofrido profundos impactos na área ambiental, visto que a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
(E) O rio Paraná, cuja extensão lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo e é também responsável pelo nome, de origem tupi, que significa água grande, tem sofrido profundos impactos na área ambiental, em razão da própria navegação, da pesca predatória e da construção de grandes barragens.
Comentário: Esta é a típica questão da FCC que aborda “redação, confronto de frases”. Os conteúdos de cada frase serão enfatizados por negrito (frase 1), grifado (frase 2), negrito e grifado (frase 3). A frase 4 não terá destaque. Agora, acompanhe as informações:
1. A extensão do rio Paraná lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo.
2. A extensão do rio também foi responsável pelo nome, de origem tupi. 3. Paraná significa água grande.
4. O rio Paraná tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
A alternativa (A) está errada, pois não foi “a construção das grandes barragens” que rendeu ao rio Paraná o posto de o nono rio mais extenso do mundo.
O rio Paraná que significa água grande³, de origem tupi², tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória, e a construção de grandes barragens4 que lhe rendeu o posto de o nono rio mais extenso do mundo¹.
A alternativa (B) está errada, pois o pronome “onde” está funcionando como sujeito, o que é incorreto gramaticalmente. O ideal é a substituição pelo pronome “que” ou “a qual”. Além disso, perceba que o pronome “ele” está incorreto, pois o sujeito do verbo “tem sofrido” já está expresso (“A extensão do Rio Paraná”).
A extensão do rio Paraná, onde lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo, também responsável pelo nome, de origem tupi, em que Paraná significa água grande, ele tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
A alternativa (C) está errada, pois o pronome “cuja” não admite ser sucedido por artigo. Assim, devemos retirá-lo. Além desse erro, há vários outros, como:
a) o emprego equivocado do verbo “sendo”, o qual inicia uma oração subordinada adverbial que não cabe neste contexto;
b) emprego de vírgula antes do “e”;
c) a oração “Paraná significa água grande” encontra-se numa posição que traz prejuízo à clareza e à coesão no texto. Note como ela está desconexa.
O rio Paraná, cuja a extensão rendeu o posto de o nono mais extenso do mundo, também foi responsável pelo nome que, sendo de origem tupi, Paraná significa água grande, e tem sofrido profundos impactos na área ambiental, como a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
A alternativa (D) está errada, pois a palavra denotativa “também” só pode ser empregada em adição de um termo a outro anterior, mas note que este vocábulo está na primeira oração, o que é incorreto.
Além disso, perceba que a expressão “o nono rio mais extenso do mundo” está em adição à oração “Paraná significa água grande”, o que traz prejuízo ao sentido original, pois “o nono rio mais extenso do mundo” tem relação é com a extensão desse rio, e não com o significado do nome.
A extensão do rio Paraná também foi responsável pelo nome que tem, de origem tupi, já que Paraná significa água grande, e o nono rio mais extenso do mundo, mas o rio tem sofrido profundos impactos na área ambiental, visto que a própria navegação, a pesca predatória e a construção de grandes barragens.
A alternativa (E) é a correta. Note que, nesta frase, não há repetição da palavra “Paraná”. Perceba que as orações subordinadas adjetivas explicativas “cuja extensão lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo e é também responsável pelo nome, de origem tupi” estão coordenadas entre si. Além disso, note que a oração “que significa água grande” caracteriza o substantivo “nome”. Assim, esta é a frase correta.
O rio Paraná, cuja extensão lhe rendeu o posto de o nono rio mais longo do mundo¹ e é também responsável pelo nome, de origem tupi², que significa água grande³, tem sofrido profundos impactos na área ambiental, em razão da própria navegação, da pesca predatória e da construção de grandes barragens4.
Gabarito: E
Agora, vamos a uma análise dos conteúdos!
Edital do concurso TRE PR 2012
Técnico Judiciário – Área Administrativa
Ortografia oficial. Acentuação gráfica. Flexão nominal e verbal. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos verbais. Vozes do verbo. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Ocorrência de crase. Pontuação. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Intelecção de texto.
Quadro-resumo das questões com relação ao conteúdo do edital:
Questão 1: Intelecção de texto.
Questão 2: Intelecção de texto.
Questão 3: Intelecção de texto.
Questão 4: Ocorrência de crase.
Questão 5: Regência nominal e verbal.
Questão 6: Regência nominal e verbal.
Questão 7: Intelecção de texto.
Questão 8: Pronomes: emprego.
Questão 9: Intelecção de texto.
Questão 10: Intelecção de texto.
Questão 11: Vozes do verbo.
Questão 12: Pontuação.
Questão 13: Emprego de tempos e modos verbais.
Questão 14: Intelecção de texto.
Questão 15: Pronomes: emprego.
Questão 16: Pontuação.
Questão 17: Valor semântico de conjunção (Intelecção de texto).
Questão 18: Emprego de tempos e modos verbais.
Questão 19: Concordância nominal e verbal.
Questão 20: Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas).
Assim, podemos eleger uma prioridade de estudo com base nos temas mais relevantes, ordenando de forma decrescente os temas que mais caem nas provas, da seguinte forma:
1° Intelecção de texto. (8 ocorrências)
2° Regência verbal e nominal. (2 ocorrências)
Pontuação. (2 ocorrências)
Pronomes: emprego. (2 ocorrências)
Emprego de tempos e modos verbais. (2 ocorrências)
6° Concordância nominal e verbal. (1 ocorrência)
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). (1 ocorrência)
Ocorrência de crase. (1 ocorrência)
Vozes do verbo. (1 ocorrência)
10° Flexão nominal e verbal. (nenhuma ocorrência)
Ortografia oficial. (nenhuma ocorrência)
Acentuação gráfica. (nenhuma ocorrência)
Pronomes: formas de tratamento e colocação. (nenhuma ocorrência)
Bom!
Espero ter ajudado você a perceber como a banca cobrou o conteúdo de Português nesta prova.
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Outra coisa: toda quinta-feira às 19 horas, temos a Quinta com Terror e você pode assistir do meu canal You Tube (Décio Terror) e no canal do Estratégia Concursos.
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Grande abraço a todos!
Décio Terror