Fala, pessoal! Bom dia!
Hoje trago a prova comentada do Banrisul 2019- são VINTE QUESTÕES FCC 2019, vale a pena conferir!
Algumas questões foram sutis e difíceis, mas não vejo possibilidade concreta de recurso!
Vamos lá.
Atenção: Para responder às questões de números 1 a 8, baseie-se no texto abaixo.
A chave do tamanho
O antes de nascer e o depois de morrer: duas eternidades no espaço infinito circunscrevem o nosso breve espasmo de vida. A imensidão do universo visível com suas centenas de bilhões de estrelas costuma provocar um misto de assombro, reverência e opressão nas pessoas. “O silêncio eterno desses espaços infinitos me abate de terror”, afligia-se o pensador francês Pascal. Mas será esse necessariamente o caso?
O filósofo e economista inglês Frank Ramsey responde à questão com lucidez e bom humor: “Discordo de alguns amigos que atribuem grande importância ao tamanho físico do universo. Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço. As estrelas podem ser grandes, mas não pensam nem amam – qualidades que impressionam bem mais do que o tamanho. Não acho vantajoso pesar quase cento e vinte quilos”.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as nossas inquietações? Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 35)
Ao longo do texto, o autor sustenta a ideia de que a infinitude
(A) do universo acalenta nossa confiança na infinitude da espécie humana.
(B) dos espaços cósmicos refreia o nosso anseio de imortalidade.
(C) do tempo universal impede-nos de usufruir o tempo de nossa finitude.
(D) dos espaços ou do tempo não garante a vantagem de uma suposta imortalidade.
(E) das coisas nunca representou alguma restrição à nossa sensação de liberdade.
Comentários:
Nossa resposta está no terceiro parágrafo. O autor afirma não crer que a eternidade teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo e nossas inquietações.
Com o tempo não é diferente. E se vivêssemos, cada um de nós, não apenas um punhado de décadas, mas centenas de milhares ou milhões de anos? O valor da vida e o enigma da existência renderiam, por conta disso, os seus segredos? E se nos fosse concedida a imortalidade, isso teria o dom de aplacar de uma vez por todas o nosso desamparo cósmico e as nossas inquietações?
Não creio. Mas o enfado, para muitos, seria difícil de suportar.
Gabarito letra D.
Gabarito letra D.
As ideias de Pascal e as de Frank Ramsey referidas no texto
(A) convergem para o ponto comum de fazer temer a enormidade dos enigmas que nos cercam.
(B) divergem frontalmente quanto às percepções que têm diante da vastidão ou infinitude do universo.
(C) divergem quanto à infinitude do universo, mas convergem quanto ao temor que sentimos diante da morte.
(D) são complementares, uma vez que a convicção de um pensador dá força à convicção do outro.
(E) são de todo independentes, pois não tratam de qualquer tema que estabeleça contato entre elas.
Comentários:
Pascal sentia “terror”; “Ramsey” não se impressionava com a imensidão do universo. Então, ambos discordavam frontalmente.
Não me sinto absolutamente humilde diante da vastidão do espaço
Gabarito letra B.
Gabarito letra B.
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:
(A) circunscrevem o nosso breve espasmo (1º parágrafo) = retificam nosso rápido incômodo
(B) misto de assombro, reverência e opressão (1º parágrafo) = contrição de susto, desassombro e restrição
(C) responde à questão com lucidez e bom humor (2º parágrafo) = elucida a pergunta com irreverência imaginosa
(D) renderiam (…) os seus segredos? (3º parágrafo) = revelariam os seus mistérios?
(E) teria o dom de aplacar de uma vez (3º parágrafo) = traria o mérito de retribuir no ato
Comentários:
“render” é entregar, então “render os seus segredos” equivale a “revelar os seus mistérios”.
Nas demais alternativas, vamos perceber que há palavras tão diversas que não há qualquer equivalência semântica.
a) Circunscrever= delimitar x retificar=corrigir
b) misto= mistura, combinação x contrição=sentimento de culpa
c) lucidez=bom senso x irreverência= ausência de respeito a alguma coisa
e) aplacar=acalmar, tornar mais brando x retribuir=devolver
Gabarito letra D.
Gabarito letra D.
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) Diante do infinito do tempo e do espaço, o homem tem experimentado diferentes sensações, que vão da angústia existencial à confiança na marcha civilizatória.
(B) Por conta do infinito, que se antepara a ele, os homens temem ou confiam, segundo à variedade de suas índoles e de seus momentos históricos.
(C) Durante a história observa-se fatores distintos que conduzem a humanidade a sentimentos diversos, em cujos há enorme diversidade de propósitos.
(D) Muitos julgam constituir-se como nosso principal deslise o fato de sermos mortais, o que não significa que o contrário pudesse reverter em algo melhor.
(E) Para muitos de nós não há de faltar inúmeras justificativas para ver que antes de sermos imortais, talvez precisássemos aprimorar o que já somos.
Comentários:
a) Correta.
b) Além da redação obscura, não há crase antes de “variedade”, pois não há preposição.
c) Há problema de concordância: “observam-se” e uso inadequado da expressão “em cujos”: não há relação de posse entre dois substantivos, “cujos” está “solto” no texto, de forma incoerente.
d) “DesliZe” é com Z.
e) A locução correta seria “hão de faltar”, pois o verbo haver é auxiliar e se flexiona normalmente.
Gabarito letra A.
Há pleno atendimento às normas de concordância verbal na frase:
(A) O tempo de antes de nascer e o de depois de morrer constitui incógnitas indevassáveis à percepção humana.
(B) A imensidão do universo, com suas incontáveis estrelas, aturdem e atemorizam a muitos de nós, sejam crentes ou ateus.
(C) Caso lhes faltasse a imaginação, não teriam os homens qualquer preocupação com a vastidão do espaço que alcançam perceber.
(D) Milhares ou milhões de anos pouco, de fato, representa para aquele que tira os olhos do universo e os interiorizam em si mesmos.
(E) Fôssemos todos imortais e provavelmente haveria de experimentarmos o tédio de não sentir o limite das grandes aventuras.
Comentários:
Vejamos:
(A) O tempo de antes de nascer e o de depois de morrer constituEM incógnitas indevassáveis à percepção humana.
(B) A imensidão do universo, com suas incontáveis estrelas, aturdE e atemorizA a muitos de nós, sejamOS crentes ou ateus.
(C) Caso lhes faltasse a imaginação, não teriam os homens qualquer preocupação com a vastidão do espaço que alcançam perceber. CORRETA!
(D) Milhares ou milhões de anos pouco, de fato, representaM para aquele que tira os olhos do universo e os interiorizA em si mesmos.
(E) Fôssemos todos imortais e provavelmente haverÍAMOS de experimentar o tédio de não sentir o limite das grandes aventuras.
Gabarito letra C.
Gabarito letra C.
Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e adequada articulação entre os tempos e os modos verbais na frase:
(A) Ainda que em algum dia tenhamos para viver muito mais de 100 anos, ainda assim é que os julgássemos insuficientes.
(B) Caso viéssemos a viver, no futuro, dois ou mais séculos, nada garantirá que estivéssemos satisfeitos com esse tempo de vida.
(C) Na hipótese de um dia viermos a viver por alguns séculos, ainda assim houvesse quem não se satisfaria com todo esse tempo.
(D) Quando, em idos tempos, a expectativa de vida era em média 35 anos, os homens não passariam a alimentar metas muito mais altas.
(E) Os anos que forem bem vividos bastarão para aqueles que não costumam esperar pelo desfrute de uma margem inalcançável de tempo.
Comentários:
6. Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e adequada articulação entre os tempos e os modos verbais na frase:
(A) Ainda que em algum dia tenhamos para viver muito mais de 100 anos, ainda assim é que os julgássemos insuficientes.
A redação está correta, mas não há voz passiva.
(B) Caso viéssemos a viver, no futuro, dois ou mais séculos, nada garantiria que estaríamos satisfeitos com esse tempo de
vida.
(C) Na hipótese de um dia viéssemos a viver por alguns séculos, ainda assim haveria quem não se satisfizesse com todo esse
tempo.
(D) Quando, em idos tempos, a expectativa de vida era em média 35 anos, os homens não alimentavam metas muito
mais altas.
(E) Os anos que forem bem vividos bastarão para aqueles que não costumam esperar pelo desfrute de uma margem
inalcançável de tempo.
Questão correta. Gabarito letra E.
Quanto à pontuação e à observância do emprego do sinal de crase, está plenamente correta a frase:
(A) Tendo em vista à longevidade da atual geração, as seguintes pode beneficiar um horizonte ainda mais largo.
(B) Dada a condição dos moços de hoje, os moços de amanhã obterão mais facilidades.
(C) Uma vez alcançada, a imortalidade, será que à ela todos festejarão?
(D) É à longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
(E) Sempre haverá aqueles que, à todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Comentários:
Nosso gabarito é a letra B. A vírgula separa uma oração subordinada antecipada; não há crase nessa frase. Vejamos a correção das demais:
(A) Tendo em vista A longevidade da atual geração, as seguintes podeM beneficiar um horizonte ainda mais largo.
(C) Uma vez alcançada a imortalidade, será que A ela todos festejarão?
Não cabe crase antes de pronome reto nem a vírgula pode separar o verbo do seu complemento.
(D) É a longo prazo que muitas felicidades possíveis são alcançadas.
Não há crase antes de palavra masculina.
(E) Sempre haverá aqueles que, a todo custo, perseguem o ideal da imortalidade.
Não há crase antes de palavra masculina.
Gabarito letra B.
Considere as seguintes orações:
I. O universo é infinito.
II. A infinitude do universo atemoriza o homem.
III. O homem deplora sua condição de mortal.
Essas três orações constituem um período de redação clara, coerente e correta no seguinte caso:
(A) Ainda que seja infinito e atemorize o homem, o universo faz o homem deplorar sua condição de mortal.
(B) Ao deplorar sua condição de mortal, o homem considera infinito o universo em que se atemoriza.
(C) Atemorizado pela infinitude do universo, deplora o homem a sua mortalidade.
(D) Sendo infinito o universo, eis por que o homem se atemoriza, quando deplora sua condição de mortal.
(E) O universo infinito atemoriza o homem, cuja condição é assim mortalmente deplorável.
Comentários:
A relação que existe é de causa-efeito: o homem deplora sua condição de mortal porque o universo é infinito. A única alternativa que reproduz, ainda que discretamente, essa relação, é:
(porque é) Atemorizado pela infinitude do universo, deplora o homem a sua mortalidade.
As duas primeiras frases foram unidas na expressão “infinitude do universo”.
Gabarito letra C.
Atenção: Para responder às questões de números 9 a 15, baseie-se no texto abaixo.
Imigrações no Rio Grande do Sul
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores. Portugueses oriundos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões.
A partir da década de vinte do século XIX, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem habilitação profissional e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia do atual estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
(Adaptado de: projetoriograndetche.weebly.com/imigraccedilatildeo-no-rs.html)
Os primeiros imigrantes alemães a se estabelecerem no Rio Grande do Sul
(A) constituíram uma alternativa ao trabalho escravo, alterando, com o tempo, a fisionomia econômica do estado.
(B) promoveram a ocupação, com apoio governamental, de uma ampla região destinada ao estabelecimento das Missões.
(C) foram assentados em glebas onde já com eficácia se cultivavam produtos que concorriam com os importados.
(D) alteraram a qualidade e a quantidade dos produtos artesanais locais, o que se infletiu na economia da região.
(E) representaram o ingresso no mercado de trabalhadores qualificados que modernizaram a produção industrial.
Comentários:
Vejamos a resposta e sua fundamentação no texto:
constituíram uma alternativa ao trabalho escravo, alterando, com o tempo, a fisionomia econômica do estado.
Onde está isso?
Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população.
Gabarito letra A.
Com a sucessão de levas de imigrantes, verificaram-se as seguintes consequências no Rio Grande do Sul:
(A) interdição do trabalho escravo e consolidação das classes dominantes.
(B) diversificação do artesanato e valorização do folclore nacional.
(C) consolidação das estâncias tradicionais e minimização das charqueadas.
(D) fortalecimento da economia interna e promoção econômica da classe média.
(E) alternância no comando político e expansão das propriedades rurais.
Comentários:
Questão direta e literal. Vejamos:
(D) fortalecimento da economia interna e promoção econômica da classe média.
Veja o texto:
…consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população.
Gabarito letra D.
O último parágrafo do texto enfatiza
(A) a progressiva e positiva transformação socioeconômica que as levas de imigrantes trouxeram ao estado rio-grandense.
(B) o impulso rapidamente imposto ao ritmo até então tímido da produção nas pequenas propriedades gaúchas.
(C) a pressão das camadas emergentes dos trabalhadores sobre a gestão política dos proprietários tradicionais.
(D) a substituição dos modos de produção local pelas técnicas artesanais há muito consagradas em outras terras.
(E) a importância da imigração alemã no deslocamento da economia rural para a do mercado financeiro.
Comentários:
O que diz o último parágrafo? Vejamos:
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande. Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
O parágrafo foca na transformação do perfil social e econômico do Rio Grande do Sul, que foi desenvolvendo um mercado interno com agricultura e artesanato e foi consolidando uma classe média.
Gabarito letra A.
embora o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias (4º parágrafo)
O sentido e a correção do segmento acima estarão preservados caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por
(A) porquanto – se detivesse nos
(B) mesmo que − se circunscrevesse aos
(C) desde que − se deixasse conter nos
(D) haja vista que − fosse submetido aos
(E) conquanto − estivesse adstrito aos
Comentários:
Conquanto=embora, ambas são conjunções concessivas. A estrutura de voz passiva “fosse detido (dominado) pelos grandes senhores…” poderia ser reescrita na forma “estivesse adstrito (restrito exclusivamente) aos grandes senhores.
“porquanto”= “porque”, não traz relação de concessão.
“mesmo que” é locução concessiva, a segunda parte não traz exatamente o mesmo sentido: circunscrever é demarcar limites.
“desde que” indica tempo ou condição, não pode substituir “embora”.
“haja vista que” expressa causa, não concessão.
Gabarito letra E.
Atentando para aspectos de construção sintática do texto, observa-se que
(A) a oração para formar uma camada social de homens livres (2º parágrafo) tem valor causal.
(B) o segmento uma região em que predominavam os homens livres (3º parágrafo) é o sujeito da forma verbal constante em havia, no país.
(C) é indefinido, em razão do contexto, o sujeito da forma Trouxeram a agricultura (4º parágrafo)
(D) é exemplo de objeto direto o termo sublinhado em fosse detido pelos grandes senhores (4º parágrafo)
(E) configura-se como agente da voz passiva o termo pelos grandes senhores (4º parágrafo)
Comentários:
(A) a oração para formar uma camada social de homens livres (2º parágrafo) tem valor final (de propósito, finalidade).
(B) o segmento uma região em que predominavam os homens livres (3º parágrafo) é o objeto direto da forma verbal constante em havia, no país.
(C) é implícito e determinado, em razão do contexto, o sujeito da forma Trouxeram a agricultura (os imigrantes trouxeram)
(D) é exemplo de agente da passiva o termo sublinhado em fosse detido pelos grandes senhores (4º parágrafo)
(E) configura-se como agente da voz passiva o termo pelos grandes senhores (4º parágrafo)
Gabarito letra E.
Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:
(A) A área aonde se instalaram os primeiros imigrantes correspondia à das antigas Missões.
(B) O apoio que confiavam os imigrantes era a eles prometido pelo governo do estado.
(C) A vinda de imigrantes, em que o estímulo foi responsável o governo, passou a ocorrer em 1740.
(D) Nunca se praticara o artesanato na escala em que se deu com os imigrantes alemães.
(E) Os imigrantes influenciaram no mercado interno, cujo o crescimento foram decisivos.
Comentários:
(A) A área ONDE se instalaram os primeiros imigrantes correspondia à das antigas Missões.
Só se usa “aonde” quando o verbo pede preposição “a” (ir aonde, chegar aonde, comparecer aonde)
(B) O apoio EM que confiavam os imigrantes era a eles prometido pelo governo do estado.
A preposição “em” é obrigatória, pois é exigida por “confiavam”.
(C) A vinda de imigrantes, POR CUJO estímulo foi responsável o governo, passou a ocorrer em 1740.
O governo foi responsável pelo estímulo DA VINDA. A vinda foi estimulada, então aqui temos um caso muito específico da língua: o cujo introduzindo um termo passivo analisado como complemento nominal.
(D) Nunca se praticara o artesanato na escala em que se deu com os imigrantes alemães.
O artesanato foi praticado “em uma escala nunca vista”, então o “em” está adequadamente empregado.
(E) Os imigrantes influenciaram no mercado interno, cujo crescimento foi decisivo.
Não há artigo antes ou depois de “cujo” e suas variações. Gabarito letra D.
Atente para a seguinte construção em discurso direto:
Perguntou-me ele: − Não terá sido essencial a contribuição dos meus antepassados?
Transpondo-a para o discurso indireto, iniciando-se por Ele me perguntou, deve seguir-se, como complementação adequada,
(A) se eu julgo essencial a contribuição dos seus antepassados.
(B) se não teria sido essencial a contribuição dos seus antepassados.
(C) quão essencial tivesse sido a contribuição de seus antepassados.
(D) você não acha essencial o que contribuíram os meus antepassados?
(E) se será que foi essencial a contribuição dos meus antepassados?
Comentários:
Na construção em discurso indireto, temos uma fala recontada, renarrada, reconstruída pela voz do narrador. Procure então uma sentença com uma oração subordinada complementando um verbo de elocução: disse que, perguntou se etc…
Como temos “terá sido essencial”, futuro composto, e narraremos esse fato indiretamente como algo passado, usaremos o futuro do pretérito:
Ele me perguntou se não teria sido essencial…
Gabarito letra B.
Atenção: Para responder às questões de números 16 a 20, baseie-se no texto abaixo.
[Retratos fiéis]
Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas: o galho daquela árvore exatamente na sua inclinação de quarenta e três graus, o casaco daquele homem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos… Para isso já existe há muito tempo a fotografia, com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade.
Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o invejável dom da pintura, eu seria um pintor lírico (o adjetivo não é bem apropriado, mas vai esse mesmo enquanto não ocorrer outro). Quero dizer, o modelo serviria tão só do ponto de partida. O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia e poder de imaginação.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 88)
No primeiro parágrafo, o autor do texto exprime sua convicção de que a
(A) pintura, sendo mais criativa que a fotografia, desfruta de melhores condições para ser de fato uma arte.
(B) fotografia, ainda que seja uma técnica capaz de objetividade, não distingue os detalhes que uma pintura pode realçar.
(C) fotografia, em sua propriedade de retratar tudo objetivamente, alcança mais precisão do que qualquer pintura.
(D) pintura, em seu afã de retratar tudo objetivamente, acaba por relevar detalhes que a própria fotografia não exprime.
(E) pintura, quando descarta sua obsessão em retratar tudo com o máximo de detalhes, aproxima-se mais da arte da fotografia.
Comentários:
Questão direta. A pintura é feita pelo ser humano, a fotografia pela máquina. O autor deixa claro que não é possível a pintura concorrer com a precisão objetiva da máquina:
Para isso já existe há muito tempo a fotografia, com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade.
Gabarito letra C.
Demonstra-se boa compreensão de um segmento do texto no seguinte caso:
(A) Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (…) dom = caso Deus tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento
(B) o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias
(C) com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar
(D) Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão para renunciarmos à objetividade quando desenhamos
(E) O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista
Comentários:
Contrabalançar lacunas tem sentido de “compensar uma falta”, equilibrar uma ausência. Como “tivesse” e “houvesse” são verbos auxiliares equivalentes na formação do pretérito mais-que-perfeito, a letra A traz uma perfeita equivalência.
b) essa passagem fala do pintor, não do fotógrafo.
c) matéria (assunto) é diferente de materialidade (característica do que é concreto).
d) as redações têm sentido contrário: renunciar à objetividade é justamente não desenhar objetivamente.
e) transfigurar é transformar, diferente de dispensar (abrir mão)
Gabarito letra A.
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) O poeta Mário Quintana não demonstra admiração pelo excesso de fidedignidade com que alguns pintores desejam retratar as coisas.
(B) Trata-se de uma velha discussão, sobre se na arte da fotografia tem detalhes que nenhum pintor haverá de se sobrepor.
(C) Na antiguidade clássica, onde o intento da pintura realista prevalescia, mesmo assim ela não alcançava ser tão fotográfica.
(D) Se lhe proviessem como um pintor lírico, caso Deus assim lhe favorecesse, o poeta Mário Quintana disporia-se a transfigurar o real.
(E) O poeta acredita de que seria capaz de criativas invenções, tendo por base alguma figura em cuja devesse representar com direito à essa liberdade.
Comentários:
A letra A está perfeita, vejamos o erro das demais:
(B) Trata-se de uma velha discussão, sobre se na arte da fotografia HÁ detalhes A que nenhum pintor haverá de se sobrepor. (sobrepor-se A)
(C) Na antiguidade clássica, EM QUE o intento da pintura realista prevaleCia, mesmo assim ela não alcançava ser tão fotográfica.
Usamos “onde” somente para lugar físico.
(D) Se lhe provEssem como um pintor lírico, caso Deus assim lhe favorecesse, o poeta Mário Quintana SE DISPORIA a transfigurar o real.
Além da falta de lógica e clareza, não pode haver ênclise com futuro do pretérito.
(E) O poeta acredita que seria capaz de criativas invenções, tendo por base alguma figura em cuja (em cuja o quê?) devesse representar com direito a essa liberdade.
Não há preposição “de” no verbo acreditar, além disso não há crase antes de ‘essa’, pois a crase ocorre na fusão de dois “A”. Gabarito letra A.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na seguinte frase:
(A) A muitos pintores (interessar) mais a observância dos detalhes do que o engenho.
(B) Até mesmo aos pés-de-galinha (dedicar) aquele pintor sua obsessiva atenção.
(C) A muitos amantes da pintura não (ocorrer) bem distingui-la da arte da fotografia.
(D) Não (haver) tantas preocupações com o realismo, a imaginação sairia ganhando.
(E) Há pintores cuja imaginação (ultrapassar) em muito os limites do realismo.
Comentários:
Nesse tipo de questão, o que a banca quer é que o candidato identifique o sujeito ou o núcleo do sujeito. Vamos marcar o sujeito e flexão verbal:
(A) A muitos pintores (interessa) mais a observância dos detalhes do que o engenho.
(B) Até mesmo aos pés-de-galinha (dedica) aquele pintor sua obsessiva atenção.
(C) A muitos amantes da pintura não (ocorre) bem distingui-la da arte da fotografia.
O sujeito é oracional: [ISTO] não ocorre a muitos amantes da pintura.
(D) Não (há) tantas preocupações com o realismo, a imaginação sairia ganhando.
O verbo haver impessoal, com sentido de existir, não tem sujeito.
(E) Há pintores cuja imaginação (ultrapassa) em muito os limites do realismo.
Gabarito letra B.
Atente para as seguintes frases:
I. Há muito tempo valorizam-se os fotógrafos, que suplantaram os maus pintores.
II. Desde o século passado, pintores e fotógrafos disputam a fidelidade ao real.
III. Dentro de poucos dias, farei uma visita à sua exposição de fotos.
A supressão da vírgula altera o sentido do que está em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, apenas.
Comentários:
Nesse modelo de questão, procure imediatamente uma oração adjetiva. Se houver vírgula, será explicativa após a retirada da vírgula, passará a ser restritiva.
Há muito tempo valorizam-se os fotógrafos, que suplantaram os maus pintores. (oração adjetiva explicativa- comentário geral, esclarecimento adicional)
Há muito tempo valorizam-se os fotógrafos que suplantaram os maus pintores. (oração adjetiva restritiva- comentário específico, restrito a uma parte do grupo: apenas alguns fotógrafos, aqueles que suplantaram os maus pintores)
Gabarito letra E.
O concurso do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), atrelado ao Concurso Nacional Unificado…
O concurso do Ministério da Cultura (MinC), que faz parte do edital unificado, habilitou novos…
O concurso do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), contemplado no edital unificado, habilitou…
Novos candidatos foram habilitados para a correção da prova discursiva do concurso da Agência Nacional…
O concurso ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), integrante do Concurso Nacional Unificado, habilitará novos…
O concurso da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), contemplado no Concurso Nacional Unificado (CNU), habilitará…
Ver comentários
boa noite tive essas mesmas perguntas, no entanto o gabarito do numero do caderno a primeira questão por exemplo diz que a letra E mas o certo seria D
Boa noite. Discordo de sua opinião com relação a questão de número 19, cujo enunciado é claro ao perguntar " em qual das alternativas o verbo deve flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado". Pelas alternativas propostas, verifica-se que em todas elas deverá ocorrer a flexão do verbo, de modo que a frase fique coerente e de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa. Ora, se em todas as alternativas deve ocorrer a flexão do verbo, logo não há somente uma alternativa correta a ser assinalada, portanto temos uma questão passível de anulação pela Banca Organizadora, desde que haja contestações neste sentido.
Pela sua argumentação, concordo sim que é imprescindível que seja identificado o sujeito ou o seu núcleo, porém se este é o objetivo da banca como supõe, para fins de avaliação da questão, este objetivo deve ficar claro no enunciado, sob pena do entendimento de que a questão não foi corretamente formulada; a partir do momento em que o termo - verbo- flexiona-se para concordar com o sujeito, em todas as alternativas de A até C e mais a alternativa E, com a perda da letra "R" no final, automaticamente a grafia da palavra mudou e, portanto, torna a alternativa correta. Com relação a alternativa D, na minha opinião a flexão correta do verbo, para que este venha a concordar com o termo sublinhado "preocupações" é "houvesse", de modo a dar coerência a frase como um todo; da forma como propõe em sua opinião, o termo "há" não concorda com o tempo verbal utilizado pela palavra "sairia"; e mesmo que fosse "há" a flexão correta, ainda assim ocorreu a flexão em mais uma das alternativas ou, portanto, em todas elas. Deste modo, a opção mais acertada pela banca seria a anulação da questão pelo fato de haver mais de uma alternativa a ser assinalada.
Obrigado pelo espaço para o debate; mais do que entrar no mérito de quem está certo ou não, devemos celebrar e comemorar a possibilidade de compartilhar as opiniões.
Discordo com a suposta resposta da questão 19.
B) Até mesmo aos pés-de-galinha (dedica) aquele pintor sua obsessiva atenção.
Observe que quem dedica é o "pintor", logo, não há razão para flexionar o verbo em concordância com o sujeito. Obviamente que não são os pés-de-galinha que dedicam obsessiva atenção, porém sim o pintor.
Logo, a questão B está errada.