Olá, pessoal! Tudo tranquilo? Se você quer aprender tudo sobre tipos de pronome, está no lugar certo!
Resolvi fazer um artigo para sanar as dúvidas gerais sobre os tipos de pronome e seus usos, pois essa é provavelmente a classe gramatical mais cobrada em prova! Abaixo trago a teoria fundamental de cada tipo de pronome e as informações que sua banca vai cobrar de você na hora da prova.
No final do artigo, deixo também um vídeo com o resumo fundamental sobre os pronomes! Repito, esse conteúdo é indispensável para sua prova.
Comecemos pela visão geral.
Os pronomes são palavras que representam (substituem) ou acompanham (determinam) um termo substantivo. Esses pronomes vão poder indicar pessoas, relações de posse, indefinição, quantidade, familiaridade, localização no tempo, no espaço e no texto, entre outras.
Os pronomes podem ser substantivos ou adjetivos. Quando acompanham um substantivo, são classificados como “pronomes adjetivos”. Quando substituem um substantivo, são classificados como “pronomes substantivos”.
Ex: Estes livros são do Mario, aqueles são do Ricardo.
Verificamos que “estes” é um pronome adjetivo, pois modifica o substantivo “livros”. Por outro lado, o pronome “aqueles” é classificado como pronome substantivo, pois não está ligado a um substantivo, mas sim “na própria posição” do substantivo “livros”, que não aparece na oração, estando apenas implícito, representado pelo pronome.
Vamos aos apontamentos principais sobre essa importante classe.
Os pronomes interrogativos servem basicamente para fazer interrogativas diretas (com ponto de interrogação) ou indiretas (sem ponto de interrogação, mas com “sentido/intenção de pergunta”.
São eles: “Que, Quem, Qual(is), Quantos”.
Ex: (O) que é aquilo? Quem é ele? (esse “o” é expletivo, pode ser retirado)
Ex: Qual a sua idade? Quantos anos você tem?
Nas interrogativas indiretas, não temos o (?), mas a frase tem uma intenção interrogativa e normalmente envolve verbos com sentido de dúvida “perguntar, indagar, desconhecer, ignorar”…
Ex: Perguntei o que era aquilo. Indaguei quem era ele.
Ex: Não sei qual sua idade. Desconheço quantos anos você tem.
OBS: Na frase: “O que é que ele fez”, apenas o primeiro “que” é pronome interrogativo. Os termos sublinhados são expletivos, com finalidade de realce.
Os pronomes indefinidos são classes variáveis que se referem à 3ª pessoa do discurso e indicam quantidade, sempre de maneira vaga: ninguém, nenhum, alguém, algum, algo, todo, outro, tanto, quanto, muito, bastante, certo, cada, vários, qualquer, tudo, qual, outrem, nada, mais, menos, que, quem, um (quando em par com “outro”)…
Ex: Recebi mais propostas e tantos elogios.
Ex: Muita gente não chegou a tempo de fazer a prova.
Ex: O professor tem pouco dinheiro.
Ex: Vamos tentar mais dieta, menos doces.
Ex: Nada é por acaso, tudo estava escrito.
Também há expressões de valor indefinido, as locuções pronominais indefinidas:
Qualquer um Cada um/qual, quem quer que, seja quem/qual for, tudo o mais, todo (o) mundo, um ou outro, nem um nem outro…
As palavras certo e bastante são pronomes indefinidos quando vêm antes do substantivo e serão adjetivos quando vierem depois do substantivo.
Quero certo (determinado) modelo de carro x Quero o modelo certo de carro (adequado).
Tenho bastante (muito) dinheiro X Tenho dinheiro bastante (suficiente).
Atenção à palavra BASTANTE, que pode ser confundida com um advérbio:
Esses pronomes tem sentido de posse e geralmente aparecem em questões sobre ambiguidade ou referência, pois podem se referir à primeira pessoa do discurso: meu(s), minha(s), nosso(s) nossa(s); à segunda: teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s); ou à terceira: seu(s), sua(s).
Importante salientar que o pronome pessoal oblíquo (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também pode ter “valor” possessivo, ou seja, sentido de posse: Apertou-lhe a mão (sua mão); beijou-me a testa (minha testa); penteou-lhes os cabelos (cabelos dela).
Observe que o pronome oblíquo está preso ao verbo pelo hífen, mas sua relação sintática é com o substantivo objeto da posse (mão, testa, cabelos). Trata-se de um adjunto adnominal.
Em suma, é importante saber que pronomes possessivos:
Ex: Eu respeito o Português por sua importância na prova. (importância “do Português)
Observe que “sua” é adjunto adnominal, pois vem junto ao nome importância e concorda com ele no gênero feminino, apesar seu referente ser “o Português”, palavra no masculino. Percebe-se também sua função coesiva de retomar referir-se a termos anteriores.
São pronomes demonstrativos: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), aqueloutro(s), aqueloutra(s), isto, isso, aquilo, o, a, os, as; mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s), tal, tais, semelhante(s)…
Pronomes demonstrativos apontam, demonstram a posição dos elementos a que se referem em relação às pessoas do discurso (1ª – que fala/ 2ª – que ouve e a 3ª , de quem se fala), no tempo, no espaço e no texto.
Função Anafórica e Catafórica do pronome no texto:
Função Exofórica (DÊITICA):
Quando pronomes se referem a elementos fora do texto, como tempo e espaço (contexto externo ao texto escrito em si), a gramática diz que eles têm função DÊITICA, ou exofórica (fora), nesse caso o valor semântico vai depender da situação de produção do texto, de onde foi escrito, quando, por quem.
Ex: Neste país, neste momento, este autor que vos fala está deprimido.
A referência dos pronomes destacados dependerá de onde e quando a mensagem é lida. O pronome ‘este’ também remete a informação fora do texto, pois precisamos saber quem escreveu a frase. Então, tais pronomes têm referência exofórica (“dêitica”).
Vejamos o uso dos demonstrativos indicando “tempo/espaço”:
Tempo:
Ex: Este domingo tem jogo do Barcelona.
Ex: Neste verão viajarei para o Caribe.
Ex: Esse domingo houve jogo do Barcelona.
Ex: Nesse verão sofreremos demais com o calor.
Ex: Aquela década de 70 foi completamente perdida.
Ex: Aquele intercâmbio que faremos em 10 anos será caríssimo.
Espaço:
Ex: Este violão aqui na minha mão é de madeira maciça.
Ex: Estes meus cabelos estão uma verdadeira palha.
Ex: Esse violão aí na sua mão é de madeira maciça.
Ex: Isso é roupa que se vista num casamento?
Ex: Aquela pintura lá em cima é um afresco.
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo.
Em suma, podemos pensar: (este>>aqui); (esse>>aí); (aquele>>lá).
Nesses casos acima, como a referência é feita no espaço e no tempo, fora do texto, dizemos que esses pronomes estão sendo utilizados com função exofórica (fora) ou dêitica (deixis).
Texto:
Os pronomes demonstrativos vão também apontar/retomar palavras/informações/ períodos ou grupo de informações que aparecem dentro texto. O uso adequado vai depender de a referência ser a uma informação que já apareceu (referência anafórica) ou a uma informação que será dita posteriormente (catafórica). Por ora, vamos às regras básicas do uso dos demonstrativos para fazer remissão “dentro do texto”.
Ex: Esta é sua nova senha: 95@173xy; memorize-a.
Ex: Isto é o que importa: estudar e mudar de vida para sempre!
Ex: João passou em primeiro lugar, esse cara é bom.
Ex: Dinheiro, sucesso, prestígio, isso tudo é sim importante (resumitivo).
Ex: João e Maria são concursados, esta do Bacen, aquele do TCU.
Também podemos usar “este” para referência ao elemento anterior mais próximo, o que faz a oposição ao “esse” não ser tão rigorosa na prática:
Ex: Precisamos respeitar o professor, pois este é um grande formador moral.
Contudo, a prescrição rigorosa é que se use “este” para se referir ao ser mais próximo, em oposição ao “aquele”, usado para o mais distante, no caso específico em que tenhamos dois referentes já mencionados. Também devemos evitar usar “esse”/”isso” para algo que ainda vai ser dito.
Outros pronomes demonstrativos:
As palavras o, a, os, as também podem ser pronomes demonstrativos, geralmente quando antecedem um pronome relativo ou a preposição “DE”. Veja:
Ex: Entre as cuecas, comprei a de algodão. (aquela)
Ex: Entre as cuecas, comprei as que eram de algodão. (aquelas)
Ex: Quero o que estiver em promoção (aquilo)
Ex: Sabia que devia estudar, mas não o fiz. (isso – estudar)
Ex: Ela parece legal, mas não o é. (isso – não é legal)
Não confunda; essas palavras também podem ser artigos definidos (a menina caiu) ou pronomes pessoais (encontrei-as na praia).
Obs: No exemplo ”Entre as cuecas, comprei a de algodão”, em opinião minoritária, Bechara e Celso Pedro Luft consideram que o “as” é na verdade um artigo diante de um substantivo implícito (Entre as cuecas, comprei a [cueca] de algodão). Essa lógica vale para os dois primeiros exemplos.
Aproveito para ressaltar que os pronomes em geral têm essa função de retomada de elementos anteriores (função coesiva). Então, os pronomes pessoais, os possessivos, demonstrativos, os indefinidos se referem a outras partes do texto, substituindo informação apresentada.
Além desses visto acima, há diversos outros pronomes demonstrativos, vejamos:
Não diga tais/semelhantes besteiras. (estas besteiras)
Sei que está triste, mas não diga tal. (não diga isso)
Ele próprio se demitiu (ele em pessoa, sozinho; valor reforçativo)
Eu mesmo cozinho a comida/ Cozinho do mesmo modo que minha mãe. (=próprio, em pessoa/exato, igual)
Os principais são: que, o qual, cujo, quem, onde. Esses pronomes retomam substantivos antecedentes, coisa ou pessoa, e, por isso, têm função coesiva (retomar ou anunciar informação) e se prestam a evitar repetição. Podem ser variáveis, quando se flexionam (gênero, número), ou invariáveis, quando trazem forma única. Vejamos:
Como disse, são ferramentas para evitar a repetição. Vejamos um parágrafo escrito num mundo sem pronomes relativos:
O aluno foi aprovado. O aluno é primo de joão. João tem mãe. A mãe de joão é professora. A mãe do João foi professora da menina. A menina roubava livros. Os livros eram caríssimos. Os livros foram comprados numa loja distante. Havia muitos enfeites na loja. Perguntaram a várias pessoas a localização da loja. As pessoas não souberam responder.
Vamos aos pontos mais importantes:
1- Os pronomes relativos introduzem orações subordinadas adjetivas, que levam esse nome por terem a função de um adjetivo e muitas vezes podem ser substituídas diretamente por um adjetivo equivalente:
Ex: O menino estudioso passa = O menino que estuda muito passa
Ex: Eu quero um carro que seja potente = Eu quero um carro potente
Por isso recebem esse nome de “relativos”, porque relacionam orações.
2- Como o “que” faz referência a um termo anterior, podemos dizer que tem função anafórica.
3- Os pronomes “que”, “o qual”, “os quais”, “a qual”, “as quais” são utilizados quando o antecedente for coisa ou pessoa.
Destaco também que o pronome relativo “o qual” e suas variações muitas vezes é usado para desfazer ambiguidades. Como ele varia, a concordância em gênero e número denuncia a que termo ele se refere:
Ex: A representante do partido, que é popular, foi elogiada.
Quem é popular? O “que” pode retomar Líder ou Partido. Fica a dúvida.
Agora, com a troca por um relativo variável, acaba a ambiguidade:
Ex: A representante do partido, a qual é popular, foi elogiada.
Obs: Antes do relativo “que”, devemos usar preposição monossilábica (“a, com, de, em, por; exceto sem e sob”). Com preposições maiores (ou locuções prepositivas), usaremos os variáveis (o qual, os quais, a qual, as quais).
Ex: Este é o livro de que gostamos x Este é o livro sobre o qual falamos.
A propósito, se há um nome ou verbo que peça preposição, esta deve vir obrigatoriamente antes do pronome relativo. (gostamos de; falamos sobre). Então, a supressão dessa preposição causa erro:
Ex: Este é o livro que gostamos x Este é o livro o qual falamos.
Os pronomes de tratamento são formas de cortesia e reverência no trato com determinadas autoridades. A cobrança normalmente se baseia no pronome adequado a cada autoridade ou aspectos de concordância com as formas de tratamento.
Abaixo, registro os principais pronomes de tratamento, com suas abreviaturas. Normalmente o plural da abreviatura é feito com acréscimo de um “s”. Se quiser estudar esse tema a fundo e ler as dezenas de outros pronomes, recomendo consultar o Manual de Redação da PUC RS. Aqui, focaremos nos mais incidentes em prova:
Vossa Senhoria (V. S.a ou V. S.as): usado para pessoas com um grau de prestígio maior. Usualmente, os empregamos em textos escritos, como: correspondências, ofícios, requerimentos etc.
Vossa Excelência (V. Ex.a V. Ex.as ) : Usado para grandes autoridades:
Presidente da República, Senadores, Deputados, Embaixadores, Oficiais de Patente Superior à de Coronel, juízes de Direito, Ministros, Chefes de Poder.
Vossa Excelência Reverendíssima (V. Ex.a Rev.ma V. Ex.as Rev.mas ): usado para Bispos e arcebispos.
Vossa Eminência (V. Em.a V. Em.as ) : usado para Cardeais.
Vossa Alteza (V. A. VV. AA.) : usado para autoridades monárquicas em geral, Príncipes, duques e arquiduques. Para Imperador, Rei ou Rainha, usa-se Vossa Majestade (V. M. VV. MM.)
Vossa Santidade (V.S. ) : usado para o Papa.
Vossa Reverendíssima (V. Rev.ma V. Rev.mas ): usado para Sacerdotes em geral.
Vossa Paternidade (V. P. VV. PP). : usado para Abades, superiores de conventos.
Vossa Magnificência (V. Mag.a V. Mag.as ) : usado para Reitores de universidades, acompanhado pelo vocativo: Magnífico Reitor.
Aqui nos interessa principalmente saber sobre a concordância. Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (pessoa com quem se fala: vós), a concordância é feita com a terceira pessoa, ou seja, com o núcleo sintático. Por essa razão, não usamos pronome possessivo “vossa” com Vossa Excelência, usamos apenas o possessivo “seu” ou “sua”, por exemplo.
Como assim, Felipe??
O macete é pensar na concordância com o pronome “Você”.
Vejamos o exemplo do próprio manual de redação da Presidência: Vossa senhoria nomeará seu substituto. (E não Vosso ou Vossa. Concordância com senhoria, o núcleo da expressão.)
Os Adjetivos e Locuções de voz passiva concordam com o sexo da pessoa a que se refere, não com a o substantivo que compõe a locução (Excelência, Senhoria). Ou seja “os adjetivos referidos aos pronomes de tratamento concordam com o gênero do interlocutor”.
Ex: Maria, Vossa Excelência está muito cansada.
Outro detalhe:
Sua Excelência X Vossa Excelência
Usamos “Sua Excelência” para se referir a uma terceira pessoa e “Vossa Excelência” para nos referirmos diretamente à autoridade.
Anote também que em regra não há crase antes de pronome de tratamento, pois não há artigo: A Sua Excelência… (sem crase)
Algumas formas de tramento, como “senhora”, “dona”, “Senhorita”, “Madame”, “Doutora”, aceitam artigo.
Vamos às principais informações relevantes:
Pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, nós, vós, eles) costumam substituir sujeito: Ex: João é magro>Ele é magro.
Pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) substituem complementos verbais: o, a, os, as substituem somente objetos diretos (complemento sem preposição); me, te, se, nos, vos podem ser objetos diretos ou indiretos (complemento com preposição), a depender da regência do verbo. Já o pronome –lhe (s) tem função somente de objeto indireto.
Ex: Já lhe disse tudo. (disse a ele)
Ex: Informei-o de tudo. (informei a pessoa)
Ex: Você me agradou, mas não me convenceu. (agradou a mim)
Os pronomes OBLÍQUOS TÔNICOS são pronunciados com força e precedidos de preposição. Costumam ter função de complemento.
São eles:
Ex: Fiquei preocupado contigo porque você deu a ele todo seu dinheiro.
Após a preposição “entre” em estrutura de reciprocidade, devemos usar pronomes oblíquos tônicos, não retos.
Ex: Entre mim e ela não há segredos.
Ex: É melhor que não pairem dúvidas entre ti e ele.
Se o pronome for sujeito, podemos usar pronome reto:
Ex: Entre eu sair evocê ficar, prefiro sair.
Regras para a união de pronomes oblíquos
Como substituem substantivos, os pronomes oblíquos poderão ser usados como complementos. Ao unir o pronome ao verbo por hífen, há alterações na grafia:
Quando os verbos são terminados em R, S, Z + o, os, a, as, teremos: lo, los, la, las.
Quando os verbos são terminados em som nasal, como m, ão, aos, õe, ões + o, os, a, as, teremos simples acréscimo de no, nos, na, nas.
Ex: Viram a barata e mataram-na / A mesa é cara, mas compraram-na na promoção.
Um adendo: após verbos na primeira pessoa do plural (nós: amamos, bebemos, cantamos), seguidos do pronome -nos, corta-se o S final:
Ex: Alistamo-nos no quartel. Animemo-nos !
Conclusão: O conhecimento dos diferentes tipos de pronome é fundamental para entender como eles se comportam dentro das orações. Além disso, os pronomes são usados para substituir os nomes, tornando a linguagem mais bonita ao se evitarem as repetições. Numa redação, o emprego adequado dos pronomes fará toda diferença!
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Boa noite, Prof.
Obrigada pelo super resumo?
Partindo para as questões!