Veja neste artigo uma análise sobre os Pronomes de Tratamento e os Vocativos na Redação Oficial da Presidência da República.
Olá, Estrategista. Tudo bem?
Você conhece o Manual de Redação da Presidência da República (MRPR)? Caso você seja um concurseiro de carteirinha, provavelmente sim.
Este assunto é bastante cobrado em concursos, principalmente nos da área administrativa, sendo também exigido em outras áreas, como a policial e a fiscal, por exemplo. Ele geralmente é cobrado junto com a disciplina de Português nos editais.
Desse modo, preparamos este artigo sobre como utilizar os Pronomes de Tratamento e os Vocativos em Redação Oficial, tema bastante exigido em conteúdos programáticos de certames públicos, para que você não perca nenhum ponto em questões deste assunto.
Iremos dividir este artigo nos seguintes tópicos:
Os documentos oficiais geralmente são enviados entre órgãos públicos, sendo que muitas vezes é necessário direcioná-los a uma autoridade específica. Desse modo, é importante ter o conhecimento sobre como se dirigir a pessoas ocupantes de determinados cargos, sendo que o que vai determinar qual pronome de tratamento a ser utilizado é o posto ocupado pelo indivíduo.
Há três momentos em que é necessário utilizar os pronomes de tratamento nos documentos oficiais:
1 – No endereçamento: é o pronome utilizado para endereçar os envelopes que contêm a correspondência oficial, sendo também inserido na parte destinada ao endereçamento no corpo do documento, onde é informado o destinatário da comunicação.
Por exemplo, ao enviar um documento a um Ministro de Estado, é necessário colocar no campo do endereçamento: “A Sua Excelência o Senhor”.
2 – No vocativo: é utilizado no início do texto do documento, de modo a dirigir-se ao destinatário, sendo o vocativo seguido por vírgula.
Por exemplo, ao escrever um documento a um Ministro de Estado, é necessário colocar no início do seu texto: “Senhor Ministro, “.
3 – No corpo do texto: utilizado para se referir ao destinatário dentro do texto, podendo ser utilizado de forma abreviada ou não.
Por exemplo: “Vossa Excelência” ou “V. Exa”.
Podemos observar o ofício abaixo de modo a identificar a utilização de cada um deles:
FIQUE ATENTO: Ao mencionar os chefes de poderes, ou seja, os Presidentes da República, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, não é possível a utilização da abreviatura do pronome de tratamento no corpo do texto.
Confeccionamos a lista abaixo dos pronomes de tratamento utilizados para se dirigir às principais autoridades do país:
Endereçamento: A Sua Excelência o Senhor;
Vocativo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República (ou do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal);
Tratamento no Corpo do Texto: Vossa Excelência (não pode abreviar).
FIQUE ATENTO: No vocativo, Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora é utilizado apenas para os chefes dos três poderes.
Endereçamento: A Sua Excelência o Senhor;
Vocativo: Senhor Vice-Presidente da República (ou Ministro …);
Tratamento no Corpo do Texto: Vossa Excelência, podendo abreviar para V. Exa.
Endereçamento: A Sua Excelência o Senhor;
Vocativo: Senhor + posto ocupado;
Tratamento no Corpo do Texto: Vossa Excelência, podendo abreviar para V. Exa.
Endereçamento: Ao Senhor;
Vocativo: Senhor + posto ocupado;
Tratamento no Corpo do Texto: Vossa Senhoria, podendo abreviar para V. Sa.
FIQUE ATENTO: As situações acima são meramente exemplificativas, sendo as principais e as mais cobradas em provas. Além disso, atente-se ao fato de que no endereçamento e no tratamento dentro do texto, nos exemplos citados, utilizam-se “A Sua Excelência o Senhor” e “Vossa Excelência”, respectivamente, para todas autoridades, exceto para cargos militares que não sejam de oficiais, os quais utilizam “Ao Senhor” e “Vossa Senhoria“.
Falamos tanto do vocativo, mas você sabe o que significa este termo?
Bom, vocativo é uma invocação, um chamamento ao destinatário, sendo que, nos documentos oficiais, ele sempre será seguido de vírgula.
Como já citado, nas comunicações oficiais, ele é utilizado no começo do texto, para se dirigir ao destinatário.
Em regra, ao se dirigir às autoridades, utiliza-se Senhor ou Senhora, seguido do cargo:
Senhor Deputado,
Senhora Juíza,
Entretanto, como já visto, quando for dirigido a um dos chefes dos três poderes, utiliza-se Excelentíssimo Senhor ou Excelentíssima Senhora, seguido do cargo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssima Senhora Presidente do Supremo Tribunal Federal,
Além disso, é possível que documentos oficiais sejam dirigidos a particulares, desse modo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora, seguido do seu nome ou pela forma que a pessoa é tratada pelo órgão remetente, bem como os vocativos Prezado Senhor ou Prezada Senhora:
Senhora contribuinte,
Senhor eleitor,
Prezada Senhora,
A SABER: Digníssimo e Ilustríssimo foram abolidos das comunicações oficiais.
O tópico de vocativo é objeto frequente de cobrança em concursos, como podemos ver abaixo, em uma questão muito recente de 2020:
(MP-CE / 2020)
Em uma correspondência oficial destinada a um procurador-geral de estado, o vocativo a ser empregado é Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral.
Resolução: ERRADA.
Como acabamos de ver, “Excelentíssimo Senhor” é apenas empregado para os chefes dos três poderes, não sendo utilizado para o Procurador-Geral de Estado.
Outro assunto que é muito cobrado em provas é a concordância nominal, verbal e pronominal dos pronomes de tratamento, em relação à Redação Oficial.
O principal ponto a saber é que, mesmo que os pronomes de tratamentos sejam referentes à segunda pessoa gramatical, a sua concordância é feita em terceira pessoa.
De modo a facilitar o seu entendimento, tente concordar o verbo com o pronome “você”. Pronto, você já está preparado para resolver a grande maioria das questões deste assunto. Observe o exemplo abaixo:
Vossa Senhoria licitou a compra do seu setor.
(Você licitou a compra do seu setor).
Observe que tanto o verbo quanto o pronome possessivo concordam com a terceira pessoa gramatical e não com a segunda.
Além disso, quando for empregado algum adjetivo aos pronomes, a sua concordância em relação ao gênero será de acordo com o sexo da referida pessoa, sem alterar o pronome, ou seja:
Se o pronome se referir a uma mulher, o correto será: “Vossa Senhoria está ocupada.”
Se o pronome se referir a um homem, o correto será: “Vossa Senhoria está ocupado.”
Quando um cargo for ocupado por uma pessoa do sexo feminino, ele também deverá ser flexionado no gênero feminino. Por exemplo:
Presidenta da República, Embaixadora, Ministra do Tribunal Federal, Técnica Administrativa, entre outros.
Em relação aos cargos formados por nomes compostos, é utilizado o hífen, como:
Diretor-Geral, Procurador-Geral, Tenente-Brigadeiro, Vice-Presidente, Segundo-Secretário, Primeiro-Ministro, Editor-Chefe, Ex-Prefeito, entre outros.
FIQUE ATENTO:
Quando houver a opção de escrever os cargos acima em maiúsculo ou minúsculo, os dois vocábulos que compõem a palavra serão grafados com a mesma opção. Por exemplo:
CORRETO: Ex-Prefeito e ex-prefeito.
ERRADO: Ex-prefeito e ex-Prefeito.
Entretanto, quando houver casos que não seja necessário utilizar o hífen, é opcional que o primeiro vocábulo seja maiúsculo ou minúsculo, como em:
Governador mineiro ou governador mineiro.
Pessoal, chegamos ao fim da análise deste importante tópico, os Pronomes de Tratamento e os Vocativos em Redação Oficial.
Procuramos realizar um pequeno resumo sobre este assunto, ressaltando os principais pontos e que são mais prováveis de serem objetos de questões em concursos públicos.
Você pode encontrar aqui, na íntegra, o Manual de Redação da Presidência da República.
Caso deseje se aprofundar no assunto através de aulas completas e detalhadas com os melhores professores do mercado, acesse o site do Estratégia Concursos e dê uma olhadinha nos nossos cursos de Redação Oficial.
Bons estudos e até a próxima!
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