Privações temporárias. Realizações permanentes.
Privação, “falta do necessário à vida; necessidade, fome, miséria”. O cotidiano da maioria absoluta das pessoas que estuda para concursos públicos é recheado de “falta do necessário à vida”. Já contei um pouco da minha trajetória – e de parte das minhas privações (confira clicando no link https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/como-fui-aprovado-na-advocacia-geral-da-uniao-procurador-federal-minha-trajetoria/ ) -, mas uma, em especial, lembro com carinho – até para agradecer o contexto fático atual, esquecido por muitos servidores que sucumbem ao decurso do tempo e aos problemas do trabalho, gratidão nunca é demais!
Minha filha mais velha faz aniversário em 21 de fevereiro. Ela iria completar 2 (dois) anos na antevéspera daquela que poderia ser – se aprovado – a minha última etapa no mundo dos concursos, a arguição oral. Algumas coincidências parecem um deboche da vida, como se ela tivesse nos testando, perguntando: “vai fazer festa para filha ou estudar?”. Não quero aqui dizer que é impossível conciliar, mas…
Optei por seguir a rotina das semanas anteriores: acordar às 5 da manhã para estudar 2 horas líquidas e depois ir ao curso específico para a prova oral. De lá, 7h corridas de trabalho no TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito Federal, seguidas de 2 a 3 horas de estudos na biblioteca.
Chego a casa depois das 22h e me deparo com uma única luz ligada, a da sala, onde, em cima da mesa, tem um bolo de aniversário intacto, algumas balinhas de côco enroladas no papel característico que, somados aos balões rosa, completam a decoração do tema “Dora, a aventureira”.
Minha esposa, ao perceber que eu havia chegado, acorda e diz: “ela lutou contra o sono, se recusou a cantar parabéns antes que você chegasse e acabou dormindo”. Pensei, imediatamente, vou desistir de seguir estudando em caso de reprovação na prova oral. Tomado pelo pensamento pouco saboroso de não ser o melhor dos pais, demorei a retomar completamente os sentidos. Minha esposa disse que me perguntou 3 (três) vezes se a gente deveria acordar a filhota.
Com algum atraso, respondi que sim. Cantamos parabéns em meio a bocejos e esfregar de olhos da aniversariante. Minha esposa, sempre ela (obrigado por tudo!), comprou 2 (dois) presentes. Faltava eu entregar o meu. Ela abriu rapidamente a boneca, brincou 5 (cinco) minutos e dormiu abraçada à “Naná”.
Compartilho esse fato com um único objetivo: siga em frente! As privações durante a jornada são comuns e atingem todos (ou quase todos) os candidatos. E a felicidade, como diz o Gerônimo Theml, está na trajetória e não na linha de chegada.
O dia 21 de fevereiro, que tem significado especial por razões óbvias, é comemorado sempre e em grande estilo. Em parte, pelo abatimento da consciência que sofro nas vésperas desta data; noutro, mais importante e principal, é porque a filhota merece. Um desses 21 de fevereiro foi assim celebrado:
As privações são temporárias; as realizações, não, são renovadas sempre. No meu caso, anualmente!
Por favor, não desistam!
Bons estudos!
Abraços fraternos!