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Português TST 2017 Provas comentadas

Português TST 2017 Provas comentadas

Olá, pessoal!

Consegui a prova há pouco e vou comentando e atualizando este post, ok?!

 

Segue comentário da prova D4 – Analista Judiciário Área Apoio Especializado Especialidade Contabilidade (Clique aqui para download)

  1. O título da peça de Luigi Pirandello “Assim é (se lhe parece)” já traz em si mesmo uma convicção do autor: a de que

(A) uma verdade só se torna absoluta quando sua aparência tem força suficiente para nos convencer dessa sua qualidade.

(B) as coisas que parecem ser verdadeiras, por causa de seu aspecto, são de fato absolutamente falsas.

(C) desconfiamos de que as coisas verdadeiras sejam falsas tão somente quando não apreciamos o seu aspecto.

(D) a visão que temos das coisas faz-nos acreditar que a verdade delas corresponde inteiramente ao que aparentam.

(E) falseamos a aparência das coisas quando queremos convencer o próximo de que elas sejam verdadeiras.

Comentário: A alternativa (D) é a correta com base nos seguintes trechos do texto: “podemos estar muito enganados quando julgamos conhecer efetivamente alguma coisa.” e “A visão de um objeto implica uma perspectiva para ele. Pirandello acredita, de fato, que a chamada “realidade das coisas” é sempre bastante condicionada pelo ponto de vista a partir do qual vemos o mundo.”

Gabarito: D

 

  1. O ator Rubens Caribé (1o parágrafo) considera que, para Luigi Pirandello,

(A) a forte personalidade de cada um garante que todas as verdades que a pessoa defenda exprimem sua individualidade básica.

(B) cada um de nós expressa cotidianamente uma série diversificada de verdades, implicadas numa contínua mudança de perspectivas.

(C) as máscaras de que se valem alguns para falsificar suas opiniões fazem delas verdades absolutas.

(D) uma verdade absoluta só pode existir quando alguém abandona a máscara e se vale de uma perspectiva mais pessoal.

(E) a liberdade de que desfrutamos para elaborar nossas máscaras é a garantia de que todas são igualmente verdadeiras.

Comentário: A alternativa (B) é a correta e o trecho que confirma isso é “Para ele, não existe uma só verdade, mas diferentes pontos de vista. Não existe um só homem, mas diversas máscaras que vestimos no dia a dia, desde a hora em que acordamos até a hora em que dormimos. Portanto, não existe uma verdade absoluta”.

Gabarito: B

 

  1. Costumamos aceitar o prestígio do teatro (2o parágrafo) porque, na atividade teatral,

(A) ocultam-se de todos as nossas emoções mais graves, disfarçadas pelas máscaras que agem no palco.

(B) o fingimento artístico permite-nos aceitar a exposição de todos os nossos defeitos como se fossem altas virtudes.

(C) a representação artística permite-nos reconhecer a verdade de nossos sentimentos mais ocultos.

(D) os desejos encobertos não são exatamente os nossos, mas sobretudo os dos atores que os representam.

(E) nossas emoções secretas, por serem representadas com fingimento, não são de fato reveladas em sua essência.

Comentário: A alternativa correta é a (C) e o trecho que nos enfatiza isso é: “Viria daí, em boa parte, o prestígio do teatro: vemos encenadas no palco, como expressão de um “fingimento” artístico trabalhado por atores, nossas emoções secretas, nossos desejos encobertos… e verdadeiros.”

Gabarito: C

 

  1. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:

(A) a afirmação taxativa […] é logo relativizada (2º parágrafo) // a assertiva inconteste é imediatamente impugnada

(B) do que resulta a insinuação (2º parágrafo) // de onde provém a evidência

(C) implica uma perspectiva (2º parágrafo) // atesta uma hipótese

(D) levar em conta esse relativismo (3º parágrafo) // debitar a essa hesitação

(E) flexibilidade dos diferentes pontos de vista (3º parágrafo) // maleabilidade das diversas perspectivas

Comentário: Literalmente entendemos que “flexibilidade” é o mesmo que “maleabilidade” e “diferentes pontos de vista” é o mesmo que “das diversas perspectivas”.

Gabarito: E

 

  1. Uma discussão de verdade, na qual os interessados pretendam refletir e argumentar, deve sempre levar em conta esse relativismo. (3º parágrafo)

Uma nova redação da frase acima considera a adequada articulação entre tempos e modos verbais substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) pretendessem refletir e argumentar − deva sempre levar

(B) pretendiam refletir e argumentar − devesse sempre levar

(C) refletissem e argumentassem − tinha levado sempre

(D) houvessem pretendido refletir e argumentar − deveria ter levado sempre

(E) reflitam e argumentem − teria levado sempre

Comentário: A questão nos cobra a velha e conhecida combinação modo temporal n° 2: pretérito imperfeito do subjuntivo (“houvessem”) com o futuro do pretérito do indicativo (“deveria”). Assim, a alternativa (D) é a correta.

Gabarito: D

 

  1. Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário:

(A) Embora imaginemos conhecer a sólida verdade de cada coisa, o fato é que esse nosso conhecimento se relativiza por estar preso a uma única perspectiva.

(B) Não fossem por outras razões, acredita-se que as máscaras da personalidade visam a proteção das verdades que em nossa atuação cotidiana se oculta.

(C) Como acredita Pirandello, não existem fatos se não opiniões, razão pela qual se destitue todo conhecimento de uma verdade absoluta ou mesmo incontestável.

(D) Ao sermos adeptos do relativismo, passa-se a considerar que a verdade relativa das coisas atribue a mais alguém a possibilidade de estarem com a razão.

(E) Ao passo que nos imaginamos como seres íntegros, a verdade é que nos dividimos em máscaras, a cujo poder não nos conseguimos nunca libertar.

Comentário: A alternativa correta é a (A). Veja a correção das demais alternativas:

Não fosse por outras razões, acredita-se que as máscaras da personalidade visam à proteção das verdades que em nossa atuação cotidiana se ocultam.

Como acredita Pirandello, não existem fatos senão opiniões, razão pela qual se destitui todo conhecimento de uma verdade absoluta ou mesmo incontestável.

Ao sermos adeptos do relativismo, passa-se a considerar que a verdade relativa das coisas atribui a mais alguém a possibilidade de estar com a razão.

Ao passo que nos imaginamos como seres íntegros, a verdade é que nos dividimos em máscaras, de cujo poder não nos conseguimos nunca libertar.

Gabarito: A

 

 

  1. Respeitam-se as normas de concordância nessa adequada transposição de uma forma verbal ativa para uma forma verbal passiva:

(A) Da visão de um objeto participam perspectivas = As perspectivas têm participação na visão de um objeto.

(B) O livro teria traduções em várias línguas = Em várias línguas haveriam traduções do livro.

(C) É bom prestigiar encenações teatrais = É bom que se prestigiem encenações teatrais.

(D) Sua visão não corresponde aos fatos = Os fatos não são correspondidos em sua visão.

(E) Muitas verdades expressa uma máscara = Expressa-se numa máscara muitas verdades.

Comentário: Só se transpõe para a voz passiva oração que possua verbo com transitividade direta. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (D), pois “participam” e “corresponde” são verbos transitivos indiretos.

A alternativa (B) está errada, pois o verbo “haveriam” não pode se flexionar por estar no sentido de existir e não possuir sujeito.

A alternativa (C) é a correta, pois o verbo “prestigiem” é transitivo direto, o pronome “se” é apassivador” e o termo não preposicionado é o sujeito paciente, o qual força o verbo ao plural.

A alternativa (E) está errada, pois a voz passiva seria “Muitas verdades são expressas por uma máscara”.

Gabarito: C

  1. Os termos sublinhados são exemplos de uma mesma função sintática na oração:

(A) O título vale-se da malícia de levantar uma suspeita no leitor.

(B) Há fatos supostos que são apenas opiniões.

(C) As verdades são mais complexas do que sua aparência.

(D) Nosso ponto de vista condiciona nossa opinião.

(E) Cumprem as máscaras um papel que nós lhes delegamos.

Comentário: A alternativa (E) é a correta, pois “máscaras” e “nós” são sujeitos em suas respectivas orações.

Na alternativa (A), “título” é sujeito e “suspeita” é objeto direto.

Na alternativa (B), “fatos” é objeto direto e “opiniões” é predicativo.

Na alternativa (C), “verdades” é sujeito e “complexas” é predicativo.

Na alternativa (D), “ponto de vista” é sujeito e “opinião” é objeto direto.

Gabarito: E

 

 

  1. A proposta de Voltaire baseia-se na convicção de que

(A) a severidade de uma pena cruel deve ser diretamente proporcional à crueldade de quem cometeu algum terrível delito.

(B) uma punição que faz o condenado envergonhar-se costuma ser mais eficaz do que a imposta por meio de castigos físicos.

(C) tanto uma pena moral como uma pena física são improdutivas quando o réu já perdeu a honra.

(D) os soldados de Luís XVI, ao sofrerem cruel punição, servem de exemplo positivo para os cidadãos comuns.

(E) a crueldade maior de uma pena ocorre quando quem a aplica o faz de modo a acusar em si mesmo a perda da honradez.

Comentário: A alternativa (B) é a correta e tem respaldo na seguinte pergunta retórica do texto:

Pergunto-vos se não seria possível diminuir o número de delitos tornando os castigos mais vergonhosos e menos cruéis.”

Gabarito: B

 

  1. Voltaire lembra aos seus leitores que

(A) os crimes só fazem aumentar onde a punição cruel torna-se rotina jurídica.

(B) inexiste relação entre o sentimento de honra e a eficácia de uma pena.

(C) os carrascos moralistas costumam encarregar-se das penas mais cruéis.

(D) a prática de virtudes ocorre mais onde os hábitos sociais são menos policiados.

(E) o sangue do condenado não deve converter-se em exemplo para os seus herdeiros.

Comentário: A alternativa (A) é a correta e encontramos respaldo no seguinte trecho:

Não observais que os países onde a rotina da lei ostenta os mais horrendos espetáculos são aqueles onde os crimes se multiplicam?

Gabarito: A

  1. Transpondo coerentemente para o discurso indireto o início do texto, obtém-se a seguinte formulação: Voltaire ousou convidar-nos

(A) para que levássemos os cidadãos a buscarem aquilo que Luís XVI encontrou para os soldados.

(B) para que aquilo que Luís XVI vier a encontrar nos soldados fosse buscado entre os cidadãos.

(C) a que buscássemos para os cidadãos aquilo que Luís XVI já encontrara para os soldados.

(D) a que encontrássemos para os cidadãos o que Luís XVI já buscara para seus soldados.

(E) para que viéssemos a encontrar nos cidadãos o que Luís XVI buscara para os seus soldados.

Comentário: O início do texto é:

Ouso convidar-vos, senhores, a buscar para os cidadãos aquilo que Luís XVI encontrou para os soldados.

No discurso direto, a voz do narrador se encontra no pretérito perfeito do indicativo (“ousou”), o que faz com que o discurso indireto também fique no passado. Assim, eliminamos a alternativa (B).

Notando-se que a ação de “buscar” ocorreu temporalmente antes de “encontrar”, aquele verbo deve se encontrar no pretérito mais-que perfeito do indicativo, como ocorreu na alternativa (C):

… a que buscássemos para os cidadãos aquilo que Luís XVI encontrara para os soldados

Gabarito: C

  1. Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período.

(A) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever critérios de punição baseado na ideia de que, o sentimento da honra, quando esta é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

(B) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever critérios de punição, baseado na ideia de que, o sentimento da honra quando esta é ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação, provocada pelo castigo físico.

(C) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera: rever critérios de punição baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta é ofendida torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

(D) Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever critérios de punição, baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta é ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação provocada pelo castigo físico.

(E) Tendo em vista, uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever critérios de punição baseado na ideia, de que o sentimento da honra, quando esta é ofendida, torna-se mais intenso, do que a sensação provocada pelo castigo físico.

Comentário: As alternativas (A), (B), (C) e (E) estão erradas, pois não cabe vírgula após conectivo subordinativo (“Tendo em vista”, “que”). Deve-se evitar a vírgula entre os conectivos correlacionados de comparação “mais…do que”. Além disso, a oração intercalada “quando esta é ofendida” deve ficar entre duas vírgulas.

Assim, a alternativa (D) é a correta:

Tendo em vista uma melhor distribuição da justiça, Voltaire considera rever critérios de punição, baseado na ideia de que o sentimento da honra, quando esta é ofendida, torna-se mais intenso do que a sensação provocada pelo castigo físico.

A primeira vírgula ocorre por antecipar uma oração subordinada adverbial; a segunda vírgula ocorre por separar uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio; a terceira e quarta vírgulas intercalam uma oração subordinada adverbial temporal.

Gabarito: D

  1. Infere-se da leitura do texto que José Saramago acredita que entre o autor e o leitor

(A) deve haver, sempre que possível, uma identificação plena de ambos quanto às ideias defendidas no texto.

(B) as possíveis diferenças de perspectiva não eliminam a possibilidade de partilharem uma mesma questão.

(C) diferentes expectativas impedem que ambos possam se interessar pela abordagem de um tema comum.

(D) ocorre, de modo praticamente invariável, uma relação de espelhamento fiel, por conta da força das palavras do escritor.

(E) há um pacto mais intenso quando a leitura se faz presa ao texto do que quando se suspende em alguma reflexão.

Comentário: A alternativa correta é a (B) e se baseia nas seguintes passagens do texto: “Porque não estou nada seguro de que estejamos, leitor e autor, de acordo.” e “Não para compreender algo na linha em que estou pensando.”

Gabarito: B

 

  1. No primeiro período do texto,

(A) a oração para definir as mudanças exprime uma consequência.

(B) a oração que ele imagine necessárias exerce a função de sujeito da oração anterior.

(C) o termo inquietação é complemento nominal de nele.

(D) a última oração exprime uma finalidade.

(E) o termo à pessoa-leitor é um complemento verbal.

Comentário: O primeiro período do texto é:

Quando falo de pessoa a pessoa, quer dizer, da pessoa-autor que sou à pessoa-leitor que o leitor é, tudo o que faço é depositar nele a inquietação para definir as mudanças que ele imagine necessárias.

A alternativa (A) está errada, pois a oração para definir as mudanças exprime uma finalidade.

A alternativa (B) está errada, pois a oração que ele imagine necessárias é subordinada adjetiva restritiva.

A alternativa (C) está errada, pois “inquietação” é o objeto direto.

A alternativa (D) está errada, pois a última oração é “que ele imagine necessárias”, a qual é subordinada adjetiva restritiva.

A alternativa (E) é a correta, pois o termo à pessoa-leitor é um complemento verbal, isto é, o objeto indireto do verbo “falo”.

Gabarito: E

 

  1. Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

(A) Se lhes convirem, autor e leitor podem compartilhar uma mesma opinião.

(B) O valor a que se atribui um leitor a um autor pode não ser o mais justo.

(C) O motivo por onde pode haver identificação entre autor e leitor nem sempre é claro.

(D) Caso se dispusessem de ter mais tolerância, autor e leitor concordariam com isso.

(E) Propusera-se ele a ponderar melhor sobre as opiniões daquele autor.

Comentário: A alternativa (E) é a correta, pois alguém se propõe a algo. Assim, tal verbo rege a preposição “a”. Além disso, note que o pronome “ele” ocupa a função de sujeito.

Agora, veja a correção das demais alternativas com o termo em negrito:

Se lhes convierem, autor e leitor podem compartilhar uma mesma opinião.

O valor que se atribui um leitor a um autor pode não ser o mais justo.

O motivo pelo qual pode haver identificação entre autor e leitor nem sempre é claro.

Caso se dispusessem a ter mais tolerância, autor e leitor concordariam com isso.

Gabarito: E

 

Digitando o restante… Favor retornar a este post mais tarde!

Décio Terror Filho

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