Aprender sobre os pontos de vista do autor para o TJ/SP é essencial para realizar uma boa prova de português e interpretação de texto.
Olá, estrategistas!
Mais uma grande oportunidade está disponível para quem busca um cargo no serviço público. O TJSP, o maior tribunal do país, publicou um novo edital com 400 vagas imediatas para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário, que exige apenas nível médio de escolaridade.
Com uma remuneração atraente de R$5.480,54, além dos auxílios para alimentação, saúde e transporte e possibilidade de teletrabalho, esta é uma chance incrível para quem busca uma carreira estável e bem remunerada.
O edital do concurso para escrevente judiciário para o TJ/SP veio enxuto. Contudo, em relação à disciplina de Língua Portuguesa, percebemos que houve uma preocupação da banca examinadora em cobrar muitos temas relacionados à interpretação de textos.
Com base nesta informação, o candidato que pretende concorrer a uma das vagas para este concurso, deve focar também nos assuntos relacionados a este tópico.
Por este motivo, preparamos uma série de artigos essenciais sobre os conteúdos cobrados e hoje vamos tratar dos Pontos de vista do autor para o TJ/SP.
Vamos lá?
Sabemos que a escrita é um potente instrumento para expressar ideias, emoções e opiniões. E é através dela que os autores partilham suas visões de mundo com seus leitores.
Desta forma, o ponto de vista pode ser entendido como a perspectiva da narrativa pela qual o autor escolhe para contar sua história. Ou seja, é a posição que ele assume em relação aos eventos e personagens que descreve.
Embora existam vários pontos de vista do autor, trataremos neste artigo os três principais e mais convencionais: primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa.
O ponto de vista do autor influencia a escrita de várias maneiras. Por exemplo, a escolha do ponto de vista pode determinar a profundidade da informação que o leitor recebe sobre os personagens e eventos da história. Além disso, o ponto de vista do autor pode influenciar a forma como as emoções e opiniões são transmitidas, bem como a forma como o leitor se conecta com a história.
Os pontos de vista do autor são as perspectivas narrativas que o autor escolhe para contar sua história. Eles determinam a posição que o autor assume em relação aos personagens e eventos da história. Vamos ver cada um deles!
Neste ponto de vista, o narrador é um dos personagens da história e se refere a si mesmo como “eu”. O leitor é apresentado aos pensamentos, emoções e ações do narrador e obtém uma visão íntima dos eventos da história. Além da ficção, este ponto de vista também é comumente usado para histórias pessoais, autobiografias e memórias.
Como exemplo, vamos citar um clássico da literatura brasileira. O personagem “Brás Cubas” é o narrador em primeira pessoa no livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, conforme veremos a seguir:
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
Perceba que o narrador está relatando sob o seu próprio ponto de vista a história, ele a escreve como uma biografia póstuma. Os verbos em primeira pessoa e o pronome “eu” não deixam dúvidas do ponto de autor.
Como, por exemplo, nas frases: “algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim” e “a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor“.
Vamos ver mais um exemplo de história narrada sob o ponto de vista da primeira pessoa para sedimentar o nosso conhecimento:
Quando eu era mais novinho, e mais vulnerável, o meu pai deu-me um determinado conselho que ainda hoje me anda às voltas na cabeça – De cada vez que te apetecer criticar alguém – disse-me -, lembra-te sempre de que nem toda a gente neste mundo gozou algum dia das vantagens que tu tens tido.
O Grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald
No livro “O Grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald, um clássico da literatura norte-americana, o personagem Nick Carraway é o narrador da história. Portanto, temos a visão dele (primeira pessoa) ao acompanhar o romance que se passa nos anos 20.
Neste ponto de vista, o narrador se dirige diretamente ao leitor, usando pronomes como “você” e “teu”. Este ponto de vista é muito raro na literatura e é até difícil buscar exemplos literários para apresentar a vocês.
Contudo, encontramos esta obra do escritor mexicano Carlos Fuentes em que é possível verificar o uso do ponto de vista do autor como segunda pessoa.
Você veste a camisa, passa um papel nas pontas dos seus sapatos e escuta, desta vez, o aviso do sino que parece vaguear pelos corredores da casa e fecha a porta. Você olha para o corredor; Aura anda com o sino na mão, inclina a cabeça para vê-lo, lhe diz que o café da manhã está pronto.
Aura – Carlos Fuentes
Como observamos, este ponto de vista é pouco utilizado, pois causa uma sensação de estranhamento para quem lê, pois é como se o autor contasse uma história sobre o leitor para ele mesmo.
Neste ponto de vista, o narrador não é um personagem na história e se refere aos personagens como “ele”, “ela” ou “eles”. Aqui o narrador pode ter uma visão limitada ou onisciente dos eventos da história, conforme trataremos mais pra frente.
Como exemplos, vamos citar um trecho do livro clássico de literatura brasileira “O Cortiço” de Aluísio Azevedo:
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as
O Cortiço – Aluísio Azevedo
quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto
economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe
deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda
um conto e quinhentos em dinheiro.
Ao ler o trecho é fácil perceber que o narrador está observando a história e a narra em terceira pessoa.
Como dito acima, a terceira pessoa pode ter uma visão limitada ou onisciente da história, conforme veremos a seguir.
A narrativa na terceira pessoa limitada é uma perspectiva que se concentra nas ações, pensamentos, sentimentos e percepções de apenas um personagem da história.
Neste tipo de narração, o narrador externo sabe tudo o que esse personagem sabe, mas não tem acesso às informações ou perspectivas de outros personagens.
Em outras palavras, a terceira pessoa limitada permite ao leitor ver o mundo através dos olhos de um personagem específico. Esta técnica cria uma conexão emocional mais profunda com o personagem. Além disso, a narrativa na terceira pessoa limitada pode ser usada para explorar o interior da personagem e desenvolver sua personalidade de uma maneira mais íntima.
O ponto de vista do autor sob a terceira pessoa onisciente pode ser entendido como uma perspectiva narrativa na qual o narrador tem conhecimento integral e ilimitado sobre todos os personagens, eventos e informações da história.
Sob este ponto de vista, o narrador pode entrar e sair da mente de qualquer personagem, conhecer seus pensamentos e sentimentos, descrevendo cenas e acontecimentos sem necessariamente que a personagem esteja presente na cena narrada.
Em outras palavras, a terceira pessoa onisciente permite ao escritor apresentar ao leitor todas as informações relevantes da história, o que permite transmitir uma compreensão mais ampla da trama e dos personagens, bem como concede ao narrador a possibilidade de dialogar diretamente sobre a história, aumentando a objetividade e a profundidade da narrativa.
Embora tenhamos explicado o básico acerca dos pontos de vista do autor para o TJ/SP, é importante ressaltar que este é um assunto amplo e abarca, também, questões em que o candidato precisa responder questões baseando-se no ponto de vista do autor, ou seja, buscando entender o que o autor quis dizer naquele texto.
Este tipo de questão interpretativa é mais fácil em textos objetivos como textos acadêmicos e jornalísticos, mas torna-se mais desafiante quando estamos lidando com textos literários como contos, crônicas, romances e poemas.
Desta forma, para entender como este tipo de questão é pedida nos certames, vamos ver alguns exemplos:
Ah, os orgulhosos computadores
“Imagino que a empresa do futuro conseguirá manejar situações simples e lidará bem com as suas falhas humanas e informáticas – que se atrapalham entre si. A inteligência artificial avança, pela via de uma longa curva de aprendizado com os humanos. Mas, se os humanos são burros ou bobões, mais tempo isso levará. É a regra do jogo“. (Claudio de Moura Castro. Veja, 16.10.2019. Adaptado)
É correto afirmar que, do ponto de vista do autor:
a) o advento dos computadores solucionou questões complexas que a velha informática não conseguia resolver.
b) existem limitações na utilização dos computadores, pois eles não têm o dom da inteligência humana.
c) os programadores conseguem solucionar os problemas gerados por operações inadequadas das máquinas.
d) nem todas as tarefas executadas por computadores são perfeitas, pois o fator humano interfere em seu desempenho.
e) é preciso estabelecer protocolos de cortesia nos atendimentos pelo e-mail, evitando, com isso, ruídos de comunicação.
(2019) VUNESP – ESEF – SP – Contador
Perceba que a banca examinadora apresentou uma crônica (nós selecionamos apenas um trecho desta crônica apenas para exemplificar, mas a banca apresentou o texto completo) e o enunciado da questão solicitou que o candidato marcasse a assertiva correta baseando-se no ponto de vista do autor.
Desta forma, para responder este tipo de questão, o candidato deve fazer uma leitura atenta do texto uma primeira vez e, depois, reler a segunda vez buscando a resposta para a questão.
No caso em tela, o candidato obterá a resposta ao ler e entender o seguinte trecho do texto: “A inteligência artificial avança, pela via de uma longa curva de aprendizado com os humanos. Mas, se os humanos são burros ou bobões, mais tempo isso levará“.
O trecho deixa claro que o autor questiona a própria aprendizagem artificial, pois duvida da própria inteligência humana. Portanto, a resposta correta seria a letra “d”, na qual diz que nem todas as tarefas executadas por computadores são perfeitas, pois o fator humano interfere em seu desempenho.
Por fim, chegamos ao fim deste pequeno resumo sobre os Pontos de vista do autor para o TJ/SP e esperamos que tenha sido útil para vocês. O ponto de vista do autor é uma parte importante da escrita e pode ter um impacto significativo na forma como as mensagens são transmitidas e recebidas. Ao entender os diferentes pontos de vista e como eles influenciam a escrita, os autores podem melhorar sua habilidade de transmitir suas ideias de maneira clara e impactante.
Contudo, ressaltamos que para que vocês dominem a banca organizadora é de grande importância que estudem pelas aulas em PDF do Estratégia e façam muitas questões através do Sistema de Questões do Estratégia para consolidar o conteúdo.
Para ler mais artigos escritos por mim, cliquem aqui.
Um excelente estudo a todos!
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