Quem almeja essa atividade profissional já deve ter feito alguma das seguintes perguntas: Como se preparar para Perito Criminal? Quais as graduações mais aceitas nos concursos da área? Quais as etapas do concurso e quais delas mais reprovam? Qual o salário de um Perito Criminal? Quais serão os próximos concursos?… Há outros pontos duvidosos que também merecem esclarecimento. Por exemplo, eu já ouvi que “se, em alguns casos, nem todas as vagas do curso de formação são preenchidas, então basta o candidato atingir as notas mínimas, em todas as etapas, estabelecidas no edital, para ser aprovado”. Será que essa afirmação procede?
Pode até parecer muitos questionamentos para um único post, mas vamos aqui responder todos eles, de um jeito um tanto diferente. As estratégias e sugestões para seu planejamento serão extraídas não só de erros, acertos e experiências pessoais, mas também de uma análise estatística detalhada, um “Raio X”, dos três últimos concursos para Perito Criminal (Polícia Federal e dos estados Espírito Santo e Pará). Outro detalhe interessante é que as informações aqui contidas foram lapidadas a quatro mãos. Contei com a ajuda da aluna Amanda Mendes que participou dos três concursos mencionados e foi aprovada em dois deles: Polícia Civil do Espírito Santo e Polícia Científica do Pará. Portanto, além do levantamento minucioso, terão acesso a dois pontos de vista: o do professor e de uma aluna recém aprovada.
E por que é tão importante se atentar aos dados estatísticos dos últimos concursos? Pessoal, para responder tal pergunta, abro um breve parêntese para falar de modo mais amplo… Desde a Grécia Antiga, já se falava da análise do passado como forma de planejar o futuro: “Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro” – Heródoto. Atualmente, mais de 60% das transações em Bolsas de Valores são realizadas automaticamente por ferramentas de inteligência artificial, as quais possuem aprendizado baseado nos dados numéricos passados. Como último exemplo de como os números “falam alto”, foi proposta, nos EUA, uma fórmula matemática que estima com boa exatidão qual será o preço do vinho após 10 anos de sua produção considerando apenas três variáveis: taxa de chuva no inverno, temperatura média durante o crescimento e taxa de chuva durante a colheita. Do mesmo modo, demonstraremos como as informações passadas podem lhe orientar em como se preparar para Perito Criminal.
Para quem ainda não me conhece, sou o Prof. Diego Souza e, assim como muitos de vocês, também almejava ser Perito Criminal. Objetivo alcançado com nomeação e aprovação em 2º lugar para Perito Criminal/Química da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em 2017. Sem mais, vamos ao que interessa: informações úteis para seu planejamento.
Antes de falar sobre como se preparar para Perito Criminal, vale responder a primeira pergunta que muitos fazem: quais as formações aceitas em concursos para Perito Oficial? De início, vale reforçar que o cargo é de nível superior e que são considerados peritos os peritos odontolegistas, peritos médico-legistas e os peritos criminais (Lei 12.030/2009). Como se vê, odontólogos e médicos podem concorrer a cargos de Perito Oficial. Além dessas, várias outras formações são aceitas em concursos para o cargo de Perito Oficial, sobretudo para Perito Criminal.
Em geral, há uma tendência em se exigir algumas formações específicas, sobretudo formações mais científicas e/ou tecnológicas. Os cursos mais amplamente aceitos são farmácia, química, engenharias, medicina, odontologia, biologia, física, odontologia, tecnologia da informação, contabilidade e medicina. A graduação em medicina é requerida mais especificamente para o cargo de Perito Médico Legista. No entanto, existem particularidades. No estado de São Paulo, por exemplo, são aceitas formações superiores em Fonoaudiologia, Geografia, Medicina Veterinária, Museologia, Nutrição e Direito. Para o estado da Paraíba, são aceitos Geógrafos, Fonoaudiólogos e Psicólogos. No Paraná, a lista de formações aceitas é ainda mais extensa. O último concurso em Minas Gerais, por exemplo, aceitava nível superior em qualquer área de formação.
No perfil do Instagram @qapconcurseiros, foi apresentado um levantamento amplo, analisando editais dos 26 estados e do DF, sobre os cursos superiores mais aceitos para o referido cargo, conforme ilustração abaixo. Embora seja mera coincidência o fato de a Amanda ser Farmacêutica e eu, Químico, os dados demonstram que isso nos abriu um maior leque de opções na área. Notamos na ilustração várias outras formações que são amplamente aceitas. Portanto, para aqueles que desejam ser Perito Criminal e ainda não entraram na graduação, há muitas opções de profissão compatíveis com o cargo.
Antes de adentrarmos o nosso levantamento e as estratégias de como se preparar para perito criminal, vou responder rapidamente outra pergunta que muitos fazem: quanto ganha um perito criminal? Na ilustração abaixo, apresento um panorama nacional sobre as remunerações dos Peritos Criminais em diferentes estados, que foi apresentado no perfil @farmaconcurso. Consta nesse perfil que essas remunerações iniciais estão baseadas no contracheque do último Perito Criminal nomeado em cada instituição. Além disso, a tabela apresenta a situação do último concurso para cada unidade da federação. Embora não seja uma dica sobre como se preparar para perito criminal, a tabela abaixo é uma importante ferramenta na decisão sobre perseguir essa carreira.
Em se tratando de concursos, vale a pena nos atermos a dados recentes, pois sabemos que, com o passar do tempo, as bancas vão se modificando, o número de candidatos, o grau de exigência e conteúdos cobrados também podem se alterar. Por isso, decidimos coletar os dados de três concursos recentes para Perito Criminal (Polícia Federal e dos estados Espírito Santo e Pará), que embasará muito da nossa discussão sobre como se preparar para Perito Criminal.
Esses três concursos tiveram editais publicados entre junho/2018 e dezembro/2018. No concurso da Polícia Federal (PF), foram ofertadas 44 vagas, divididas em 13 áreas, para as quais se inscreveram 18142 candidatos, resultando em uma concorrência média de 412 candidatos/vaga. Para Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), 46 vagas, divididas em 8 áreas, 9302 inscritos e concorrência média de 202 candidatos/vaga. Já para o Centro de Perícias Renato Chaves (CPRC-PA) do Pará, 50 vagas (sem contabilizar vagas para médicos), divididas em 17 áreas, 9010 inscritos e concorrência média 180 candidatos/vaga. Os dados de concorrência por área, em cada um desses concursos, estão compilados nas três tabelas abaixo.
A relação candidato/vaga da PF foi cerca de duas vezes maior que os concursos do Pará e do Espírito Santo, o que implica em um maior grau de dificuldade daquele certame. A maior remuneração dos Peritos Federais e a possibilidade de se trabalhar em diferentes unidades da federação podem justificar a maior concorrência observada, resultando em um apelo mais nacional. No entanto, não se pode dizer que os concursos do PA e ES apresentaram uma concorrência apenas local, pois nos parece desproporcional um concurso estadual apresentar a metade dos candidatos de um federal, visto que são 27 unidades da federação. Embora não possamos ser categóricos, esses resultados sugerem que uma parcela significativa da demanda nacional também está presente em concursos estaduais para Perito Criminal. Relacionando isto com o que venho ouvindo de alunos, notamos que muitos candidatos elegeram esse cargo como objetivo e estão dispostos a mudar de estado para trabalhar na perícia criminal, que é inclusive a situação da Amanda, recém aprovada nos concursos da PCES e CPRC-PA.
É importante que você conheça o índice de reprovação em cada uma das fases. Isso despertará sua atenção para os maiores obstáculos, o que lhe ajudará a dosar e dividir seu tempo de preparação entre as diferentes fases. Esse conhecimento é útil não só porque algumas fases são realizadas simultaneamente, a exemplo da prova objetiva e prova discursiva, mas também porque iniciar sua preparação para o TAF só após as provas objetiva e discursiva pode ser arriscado como vou explicar mais a frente com minha própria experiência quase ruim. Todas esses dados e informações lhe ajudarão a entender como se preparar para perito criminal.
Como não havia prova discursiva para PCES, vamos nos concentrar nos concursos da PF e CPRC que apresentaram um formato similar. Como se vê na Tabela abaixo, a prova objetiva foi responsável pela maioria esmagadora da eliminação em ambos concursos, 98,1% (PF) e 93,4% (CPRC-PA). Isso é esperado para a maioria dos concursos, pois geralmente apenas um número pequeno de provas discursivas é corrigido.
Por meio desses resultados, notamos que é MITO ou fake news a afirmação “se, em alguns casos, nem todas as vagas do curso de formação são preenchidas, então basta o candidato atingir as notas mínimas, em todas as etapas, estabelecidas no edital, para ser aprovado”. Isso porque, se você não estivesse entre as maiores notas na objetiva, mais precisamente entre os 1,9% melhores no da PF e entre 6,6% melhores no do CPRC, estaria automaticamente eliminado. O próprio edital já define o número máximo de discursivas corrigidas [respeitados os empates na última posição], então é eliminado quem não estiver entre esse número de candidatos que terão prova discursiva corrigida, mesmo que sua redação fique excelente e que você atinja a nota mínima na objetiva exigida pelo edital.
E alguém pode me perguntar: Professor, então porque, em alguns casos, sobra vaga como foi o caso da área de Química no penúltimo concurso da PF? É porque, dentre os aprovados na prova objetiva, uma quantidade menor que o número de vagas conseguiu ser aprovada em todas as etapas subsequentes. A figura abaixo ilustra bem o funil das diferentes fases do concurso para Perito Criminal Federal.
Você, concurseiro perspicaz, já percebeu que a maior parte da sua energia inicial deverá ser gasta na preparação para a prova objetiva de Perito Criminal. Exato! Os dados dizem que você está corretíssimo… Suas chances dependerão de um bom domínio das diferentes matérias cobradas como conhecimentos específicos, português, raciocínio lógico, e os direitos geralmente cobrados: constitucional, administrativo, penal e processual penal.
Nos parece óbvio que a prova objetiva lhe exigirá mais tempo de preparação que a prova discursiva, até pela diversidade de matérias cobradas naquela fase. A grande questão é quanto se deve valorizar o tempo de preparação de uma fase em detrimento de outra. Veremos mais adiante que alguns candidatos podem ter supervalorizado a prova objetiva e talvez, por isso, não conseguiram a pontuação mínima na prova discursiva, sendo eliminados. Pensando nessa dificuldade em se preparar simultaneamente para duas etapas, sugerimos que esteja atento às notas médias obtidas pelos candidatos aprovados nas provas objetivas. No concurso da PF, os candidatos aprovados obtiveram índice de acerto médio de 56%, já subtraídas os itens errados do número de acertos. 44% foi a menor nota, obtida por um candidato da Engenharia Florestal e 75% a maior, obtida por um candidato da área 3 (Ciência da Computação). No concurso da CRPC-PA, o aproveitamento médio dos aprovados na objetiva foi 66,5%, 50,0% o mínimo e 88,0% o máximo. A maior nota no concurso do Pará se justifica pelo sistema de prova não debitar as questões marcadas incorretamente.
Você deve estar se perguntando: qual a relação dessas notas médias com a divisão de tempo de estudos e de preparação entre as provas objetiva, discursiva e TAF? As notas médias anteriores poderão lhe servir como indicadores, pois seu objetivo primário deve ser a aprovação na prova objetiva e, para tanto, precisará alcançar ou ultrapassar a nota mínima (ponto de corte). Lembre-se, você pode estar com uma alta performance em testes físicos, estar arrebentando nas redações, mas, se não passar na objetiva, nada adiantará. Por outro lado, caso o candidato consiga essa aprovação inicial, a probabilidade de ser convocado para o curso de formação é, em média, maior que 20%, o que é uma chance alta quando se fala em concursos.
Vamos ao caso prático! Você pode utilizar de simulados online ou sites de questões para medir o seu desempenho, em situação semelhante à da prova, e comparar com os últimos pontos de corte. A partir dessa comparação, ficará mais claro como você pode dividir o tempo de preparação para essas duas provas iniciais, de tal forma que tenha boas chances de ser aprovado na objetiva e, ao mesmo tempo, alcance a pontuação mínima exigida para discursiva.
Você deve usar essa estratégia com prudência, pois ela não representa um “corte cirúrgico” da nota mínima da objetiva do próximo concurso, mas sim a estimativa de uma faixa de nota que será necessária. Vários fatores interferem nos pontos de corte, a banca organizadora, conteúdo programático, número de candidatos inscritos, dentre outros.
Conforme a última Tabela acima, dos aprovados na prova objetiva do CPRC-PA, 15,0% foram reprovados na prova discursiva. Esse índice é relativamente alto, pois a aprovação do candidato na discursiva independia do desempenho de seus concorrentes, sendo suficiente obter nota mínima de 6,0 pontos (60% da pontuação máxima). Além disso, é esperado que os candidatos aprovados na prova objetiva possuam conhecimentos razoáveis sobre os diversos conteúdos do edital que podem ser abordados na prova discursiva. No concurso da Polícia Federal, os dados são ainda mais alarmantes, cerca de 40% dos candidatos que tiveram a redação corrigida foram eliminados, índice elevadíssimo.
Outro dado curioso é que 10 candidatos obtiveram nota ZERO, 6 no concurso do CPRC-PA e 4 no da PF. Será que esses candidatos não detinham algum conhecimento, mesmo que superficial, do tema cobrado na discursiva?… Observe nos histogramas abaixo que as maiores incidências de notas estão nas maiores faixas, acima de 60% da nota total, conforme esperado para candidatos que já mandaram bem na objetiva.
Uma vez compreendido que um bom desempenho na discursiva é esperado para os aprovados na objetiva, nos resta entender quais motivos podem ter levado à reprovação de 15% (CPRC) e de quase 40% (PF) dos candidatos e o que você pode fazer para não estar entre esse grupo. Infelizmente esses motivos não são extraíveis dos resultados publicados, mas podemos destacar três principais motivos: fuga de tema, dificuldade de estruturação das ideias e pouca agilidade na resolução das provas objetivas e discursivas em um mesmo período.
O meu intuito não é dar dicas aqui de como fazer uma boa prova discursiva, mas sim alertá-lo para o risco de reprovação nessa etapa. Mesmo assim, segue algumas dicas mais gerais e iniciais para essa etapa:
Muitos candidatos se queixam que seus recursos em provas discursivas quase nunca são aceitos ou quase não modificam a sua pontuação… será que isso é verdade? Nesse sentido, existe obviamente variações entre diferentes concursos e, principalmente, entre diferentes bancas organizadoras. Mas, vamos ver o que os dados têm a dizer sobre isso?
Na Tabela abaixo estão resumidos os dados sobre os recursos na prova discursiva da PF e do CPRC-PA. No primeiro, a nota média geral subiu de 8,14 para apenas 8,30, o que corresponde a um aumento de 1,9%. No entanto, observar o aumento da pontuação média geral não é o mais adequado, já que muitos candidatos não apresentam recursos na prova discursiva ou pode apresentá-los com fundamentação insuficiente. Se consideramos apenas os candidatos que tiveram sua pontuação modificada, a nota passou de 7,92 para 8,90 pontos, o que corresponde a um aumento médio de 11,9%. No concurso do CPRC-PA essa diferença é ainda mais gritante, pois o aumento foi de 0,3% no geral e, entre os que conseguiram elevar sua nota, foi de 21,0%.
No da PF, um candidato da área 03 (tecnologia da informação) conseguiu aumentar espantosos 234,8%, passando de 3,36 (reprovado pela nota provisória) para 11,25 (aprovado pela nota definitiva). Certamente, nesse caso específico, houve algum erro significativo na primeira correção que foi sanado na avaliação de seu recurso. Não só esse candidato, mas muitos outros conseguiram ultrapassar a nota mínima após a avaliação dos seus recursos. No concurso do CPRC, apenas 11 candidatos aumentaram suas notas, ao passo que no da PF foram 79. Acredito que, após a apresentação desses resultados, você esteja convicto de que vale a pena entrar com recurso na prova discursiva. Fica aí, então, mais uma dica sobre como se preparar para perito criminal.
Claro que já terá investido um bom tempo e dinheiro caso seja aprovado na prova objetiva. Por isso, não arrisque! A minha dica é que procurem a assessoria de professores renomados no assunto para auxiliá-los na elaboração dos recursos, o que potencializará suas chances de aumentar a pontuação na discursiva.
Abro um parêntese rapidamente para contar minha experiência pessoal no assunto. No concurso de Perito Criminal em 2016, eu não consegui finalizar a resolução da prova objetiva por dois motivos: sou um pouco lento, e valorizei a resolução das quatro questões discursivas que valiam 100 pontos. No resultado definitivo da objetiva eu constava como 25º colocado. Obtive 81,61 pontos no resultado preliminar da prova discursiva, passando para a 4ª posição e, após os recursos, minha nota subiu para 85,62, alcançando a 2ª posição. Na minha área, Química, o concurso ofertava 2 vagas imediatas e 6 cadastros reserva.
Fase mais conhecida como teste de aptidão física (TAF). É uma fase que reprova um número considerável de candidatos. Em um exame em que a aprovação depende única e exclusivamente do candidato, um índice de reprovação de 39% (PF) é muito alto. Já no concurso do CPRC-PA, o nível de exigência parece ter sido um pouco menor, pois foram reprovados 12,9%. Recentemente, tivemos a realização dos TAF para CPRC e PCES, a Amanda Mendes foi aprovada em ambos e segue firme no jogo. Como se vê, essa fase é importante para nossa discussão sobre como se preparar para perito criminal.
No concurso da PCDF 2016, eu decidi me preparar para o TAF só após a aprovação na prova discursiva e felizmente deu certo. Entretanto, na ansiedade de atingir o desempenho mínimo para o TAF, em um curto período de tempo, acabei lesionando um joelho, o que quase me deixou fora do concurso.
Já a Amanda se preparou de forma antecipada [que é o correto] pois, logo após decidir estudar para o cargo de Perito Criminal, já iniciou os treinamentos físicos com regularidade. Assim que obteve as aprovações nas provas objetivas, procurou ajuda profissional. Essa decisão foi decisiva para a sua rápida evolução, e essencial para não correr o risco de se lesionar como eu. Realizou o TAF de ambos os concursos e passou sem muitas dificuldades (que orgulho!).
Considerando o alto índice de reprovação no último concurso da Polícia Federal e os nossos exemplos pessoais, a dica é começar seu treinamento para o TAF com o máximo de antecedência possível e sob a supervisão de um profissional de educação física, ponto comum entre a minha e a preparação da Amanda.
Pessoal, os índices de reprovação nas 3 fases seguintes são relativamente baixos. Em geral, inferiores a 6%. Já a prova de títulos é apenas classificatória.
Nas fases investigação e exame médico, a maior atenção do candidato deve se voltar a todos os detalhes documentais exigidos no edital. Uma informação incorreta, um documento ou exame faltante podem levar a reprovação do candidato. Claro que a eliminação é passível de ser modificada nesses casos, mas é sempre desgastante e inseguro depender de recurso administrativo ou judicial. Por isso, confira várias vezes todos os documentos e exames. Peça a outra pessoa (um amigo ou um familiar) para fazer essa verificação de forma independente. Peque por excesso nas conferências documentais. Ainda na fase médica, fique atento às condições clínicas, sinais ou sintomas que incapacitam o candidato no concurso público, pois o edital especifica (lista) várias. Caso você esteja na dúvida se você está enquadrado numa delas, procure a orientação de um médico especialista no assunto e, caso ele te considere apto quanto àquele quesito, solicite um relatório médico, pois o parecer de um especialista poderá ser decisivo no dia da fase exame médico.
Na fase exame psicotécnico, procure informações de como funcionam e de como são aplicados os testes. Você pode praticar testes de memórias, de raciocínio lógico e outros testes aplicados, aumentando seu desempenho e diminuindo seu nervosismo no dia do exame. A principal dica para essa fase: não deixe ser surpreendido.
A pontuação média em prova de títulos não é, em geral, alta. No penúltimo concurso da PF, foi baixa, 0,4 pontos (5,1% da pontuação máxima) e, no último, foi intermediária, de 1,85 pontos (26% dos 7 pontos totais). Por isso, você não deve ficar desanimado em fazer concurso para Perito Criminal caso não possua títulos para pontuar nessa fase, pois muitos dos candidatos aprovados possuem apenas graduação. Óbvio que obter alguma pontuação adicional, nessa ou em qualquer outra fase, é interessante. Portanto, avalie a possibilidade de realizar alguma pós graduação lato sensu na área a que está concorrendo com carga horária mínima exigida em edital, desde que isso não comprometa a sua preparação para as fases do concurso.
Acredito que em sua leitura até aqui, já tenha extraído várias informações úteis para seu planejamento. Como dicas finais, lembro da importância de se ter em mãos ótimos materiais de estudo, com teoria completa e muitos exercícios. Além desses exercícios, é importante que resolva outros, pois é praticando e exercitando o raciocínio que se consolida o conhecimento, o chamado estudo ativo. Busque maneiras e ferramentas que te ajudem a revisar o conteúdo de forma objetiva e rápida. Para tanto, você pode utilizar mapas mentais, resumos, seus PDFs com destaques e vídeo aulas com velocidade de reprodução acelerada.
Nesse ponto, julgo interessante uma reprodução literal da fala da Amanda Mendes sobre como ela se preparou e quais as principais estratégias por ela utilizadas. Suas impressões e opiniões são muito válidas por ter conseguido excelentes resultados (3º lugar para CPRC-PA e 17º lugar para PCES) para o Cargo de Perito Criminal, em 1 ano de muita dedicação.
“Lá no início, assisti vídeos de como estudar para concursos e logo percebi que a concorrência nos dias de hoje é extremamente alta. Então, decidi que não entraria no jogo para perder. Estudava 6 a 7 horas líquidas por dia, intercalando entre apostilas, resolução de questões e videoaulas. Fazia meus próprios resumos à mão, revisava periodicamente e gostava de fazer simulados para controlar melhor o tempo de prova. Foi muito difícil, sim. Não é fácil passar os finais de semana estudando e ver seus amigos saindo e se divertindo, optar por estudar ao invés de sair com o namorado para ir ao cinema, coisas do tipo. Às vezes dá vontade de jogar tudo para o alto. Mas sempre me imaginei trabalhando como Perita Criminal e isso me dava forças para continuar. Acredito que se você quer chegar onde poucos conseguem, você precisa fazer o que poucos fazem. Saia da multidão, faça o que ninguém está disposto a fazer, e tenho certeza que a recompensa chegará! E você será eternamente grato por tudo que renunciou e o fez chegar onde você tanto sonhava.”
Muito inspirador o depoimento dela, não é mesmo?
Para finalizar, deixo abaixo o link de um artigo sobre as próximas oportunidades para Perito Criminal, a entrevista com a Amanda Mendes (nossa aluna recém aprovada), em que ela fala sobre sua preparação, suas dificuldades, erros e acertos até a aprovação no cargo de Perito Criminal Oficial da PC-ES e CPRC.
Próximas oportunidades para Perito Criminal: 323 vagas já autorizadas
“Estudar para concursos requer muita dedicação e força para negar as distrações. Não esperava que fosse conseguir uma aprovação tão rapidamente, por isso afirmo: todo esforço vale a pena!” (Amanda Mendes em entrevista ao Estratégia Concursos)
Vou ficando por aqui. Deixem seus comentários sobre o que acharam deste conteúdo, qual concurso pretende prestar, quais as suas dúvidas em como se preparar para Perito Criminal e quais informações adicionais gostaria de ler em nossos artigos sobre a perícia criminal.
Bons estudos!
@prof.diegosouza
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Ver comentários
Ótimo artigo professor. Reprovei no concurso da Polícia Federal Área 01 por 0,5 pontos na prova discursiva (ficaria em 5º). Conto com suas análises e informações para não vacilar novamente!
Forte abraço
Excelente artigo! Muito motivador e com importantes esclarecimentos!
Olá, gostaria de saber se a graduação em fisioterapia pode se candidatar ao concurso de pericia.
Olá, Luana
Nos estados que exige somente formação superior, poderia sim. Nos demais, não.
Bons estudos!
Oie professor
Para perito criminal area 12
O TAF seria igual ao das outras areas de perito criminal???
Olá Marcinha. Sim! Todas as áreas fazem o mesmo TAF.
Bom dia
Realizei cirurgia para correção de Hérnia de disco.
Posso concorrer para o cargo de perito?
Olá, Fábio. Precisa consultar especificamente o último edital para o estado que pretende concorrer.
Sou farmacêutica, gostaria de fazer o concurso para perito criminal, qual curso eu devo comprar?
Olá, Maria. Na parte de química, tenho cursos voltados para Perito Criminal Farmacêutico. Só procurar em cursos por professor.
Já procurei em todos os lugares da internet e nunca obtive resposta certa. O curso de graduação tecnológica Análise e Desenvolvimento de Sistemas é aceito para prestar o concurso de Perito da Polícia Federal área 3(TI)? Pretendo comprar o curso do Estratégia dessa área caso eu possa prestar este concurso nesta área.
Olá Luca. Infelizmente não tenho essa informação. Seria interessante conversar com um Perito da área de TI.
Olá, sou graduanda de biomedicina e tenho interesse na área, poderia dizer dicas de sites, livros, autores, vídeos aulas para iniciar os estudos ?
Sou graduada em química licenciatura posso prestar concurso para Perito Criminal? Na policia civil é levando em consideração a altura do candidato no teste de aptidão?
Olá Jéssica. Não tem exigência de altura não.
Olá. Sou estudante de Medicina do 6° período. Primeiramente, desculpa pela pergunta. Gostaria de saber se seria interessante começar a estudar para perito médico legista? Desde já, agradeço.
Acredito que sim. O quanto antes melhor.