Olá meus caros
Fiquei surpreso quando vi minha caixa de entrada e mensagens do facebook hoje cedo. Devo ter recebido mais emails hoje perguntando sobre a prova do que no meu aniversário :P (não, não me incomodo de forma alguma, mas nunca tinha acontecido antes :P). Pelo que estou vendo, todo mundo estudou bastante e está doido pela vaga. E isso é excelente!
Pois bem, compilei as mensagens, e vi que a discórdia mora nestas questões:
104 A transferência dos documentos dos arquivos correntes para os arquivos intermediários justifica-se pela diminuição do valor primário dos documentos.
JUSTIFICATIVA – É a diminuição do valor primário dos documentos que justifica sua transferência para os arquivos intermediários.
Comentário: Eu detesto recorrer de questões, mas esta aqui vocês podem “floddar” a caixa de entrada do CESPE com seus recursos :P. Não encontro um único autor aclamado pelo público que trate de valor primário e secundário sem ser pela ótica binária (o valor existe ou não existe, não comportando valores intermediários). O objetivo aqui é fazer a banca revelar a literatura que utilizou, e assim, caso ela mantenha a posição, tentar antecipar as próximas questões de prova. Para evitar que os recursos fiquem todos iguais, sugiro que cada um escreva o seu, argumentando que a doutrina atual não vê gradações de valor nos documentos. Usem suas próprias palavras e evitem copiar modelos da internet, para evitar que os recursos sejam indeferidos em massa.
107 O ponto de partida de toda ação arquivística em uma organização, inclusive para a elaboração dos instrumentos de gestão arquivística, é o diagnóstico da situação dos arquivos.
JUSTIFICATIVA – De acordo com a literatura, o ponto de partida de todas as funções arquivísticas é o diagnóstico da situação arquivística.
Comentário: Esta aqui eu vou dar o braço a torcer pra banca. A questão não media o conhecimento do candidato sobre a organização de arquivos, ela estava interessada e saber qual o primeiro passo para se iniciar uma ação arquivística. Ocorre que a coleta de dados por si não é capaz nem mesmo de fornecer qualquer vislumbre de ação por parte do arquivista. São só dados esparsos e não organizados. Com o Diagnóstico, podemos dar início a algumas ações, pois já conhecemos as dificuldades experimentadas pelo arquivo.
92 Classificam-se como materiais perigosos o muito venenoso, o espontaneamente inflamável, o aerodispersoide pesado, o tóxico e o corrosivo, devendo-se definir, a partir de suas peculiaridades, as instruções para o almoxarife, os cuidados durante a movimentação e o sistema de transporte apropriado.
JUSTIFICATIVA – Aerodispersoide pesado não consiste em material perigoso arrolado na literatura de referência. Além disso, o termo usado é “aerodispersoide” e não “aerodispersoide pesado”
Comentário: A banca jogou um dicionário no chão e pegou a primeira palavra que encontrou ali para fazer uma questão :P. Pois bem, como a banca bem apontou, não se encontra na doutrina a utilização do termo “aerodispersoide pesado”, o que já invalidaria a questão. Não estou dizendo que o termo não existe, estou dizendo que nenhum autor consultado pela banca utiliza esta expressão :P. E tem um outro probleminha. Para começar, chama-se aerodispersóide as partículas ou gotículas extremamente pequenas em suspensão na atmosfera ou ambiente de trabalho que são transportados pela corrente de ar. Os aerodispersóides não são materiais, e sim subprodutos gerados da utilização dos materiais no processo de produção. Por exemplo: uma empresa que faça pias de cozinha vai gerar aerodispersóides quando corta o granito para sua montagem, pois o corte da pedra vai gerar poeira. Esta poeira não é um material, aliás, esta poeira nem mesmo tem aplicação comercial :P. Por esta razão, eu não vejo material suficiente para um recurso aqui. Se alguém conseguir encontrar algum texto doutrinário que trabalhe com o termo “aerodispersoide pesado”, gostaria que encaminhasse o excerto para meu email do estratégia: felipepetrachini@estrategiaconcursos.com.br
98 Por meio da curva ABC, evidencia-se a relação entre volume de faturamento e quantidade de produtos rentáveis, o que permite explicar a contribuição de um conjunto de produtos para o lucro da empresa, como, por exemplo, a razão de 80% do lucro de uma companhia serem gerados por somente 20% de seus produtos comercializados.
JUSTIFICATIVA – Existe uma relação entre o volume de faturamento e o número de produtos rentáveis, ou seja, muitas das vezes, 80% do lucro de uma companhia é gerado por somente 20% dos produtos comercializados. Não necessariamente a relação é 80/20, mas pode ser 70/30 ou 90/10. Trata-se da curva ABC, vista em controle de estoque, a qual pode ser também aplicada em mercado para explicar a contribuição de um conjunto de produtos no lucro de uma empresa.
Comentário: A indignação, pelo que pude notar, se deve nem tanto pelo conceito fornecido pela assertiva (que está correto), mas ao “título” da questão, que relacionaria o estudo da Curva ABC ao inventário. E eu bem me recordo de ter explicado a vocês, lá na Aula 03, que era possível sim mesclar a Classificação ABC com o sistema de inventário rotativo, de maneira a gerar uma ferramenta excelente de controle de material. Por fim, lembro a vocês que a Curva ABC foi emprestada de outra disciplina, e pode muito bem ser usada em qualquer cenário que observe uma assimetria na distribuição de recursos em uma dada população analisada: e isto vai desde o inventário de material até a sociedade capitalista na qual vivemos :P.
De tal forma, também não vejo possibilidade de recurso para esta questão.
Sempre reforçando: seu professor não é dono da verdade e a postagem aqui apenas expressa minha opinião a respeito das questões. Se você acredita que alguma questão mereça recurso, eu sou o primeiro a dizer: vai lá e RECORRE! O direito é seu e não permita que ninguém, nem mesmo eu, lhe tome a possibilidade de manifestar-se. É sagrado!
Estou sempre no fórum e meu email está à disposição: felipepetrachini@estrategiaconcursos.com.br
Até a próxima
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