Os papéis da área de RH
Hoje vou brindá-los com uma exposição dos quatro papéis da área de Recursos Humanos.
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1. (CESGRANRIO/EPE/TÉC. SUPERIOR RH/2006)
O posicionamento da gestão de pessoas como uma questão estratégica tem imposto a revisão dos papéis desempenhados pela área de RH. Entre esses papéis, encontra-se o de agente de transformação e de mudança.
Ele diz respeito à capacidade de:
(A) identificar e aperfeiçoar os processos da área.
(B) representar os funcionários perante a gerência.
(C) tornar-se o arquiteto de novas culturas.
(D) definir claramente suas próprias prioridades.
(E) garantir o comprometimento dos funcionários.
Comentário:
“O papel desempenhado pela área de RH é socialmente construído na interação dos seus membros com outros de outras áreas da organização, consistindo num conjunto de ações influenciadas por expectativas próprias e percebidas, prescrevendo formas de comportamento e diferenciando suas funções. O que significa dizer que, o papel que a área de RH desenvolve nas organizações é construído a partir das expectativas que os profissionais que a integram acreditam que os demais gestores e empregados a eles dirigem, na qualidade de exigências sobre suas ações.
A percepção dessas expectativas é construída ao longo do tempo da carreira dos profissionais de RH, quer seja através do conhecimento acadêmico adquirido, quer seja pela participação em grupos profissionais e pela sua vivência dentro das organizações, formando um conceito do papel a ser desempenhado e gerando ações que o concretizem.
Um dos modelos mais conhecidos sobre papéis de RH foi desenvolvido por Ulrich (1998). Este modelo é um dos que mais influenciam a percepção dos profissionais de RH sobre as expectativas dirigidas à área de RH (…)
O modelo de Ulrich (1998) foi concebido a partir de dois eixos: foco estratégico (longo prazo) – operacional (dia-a-dia) e atividades de processo – pessoa. O cruzamento destes eixos delineia quatro papéis principais de RH:
a administração de estratégias de RH,
administração da infra-estrutura da empresa,
administração da contribuição dos funcionários e a
administração da transformação e mudança,
O cruzamento gerou a metáfora de quatro papéis desempenhados por esses profissionais: parceiro estratégico, especialista administrativo, defensor dos empregados e agentes de mudança.
A administração estratégica de RH apresenta diferentes níveis de integração: os planos de RH podem ser uma reflexão posterior, estar integrados ou estar isolado em relação aos planos estratégicos (Ulrich, 1998). No primeiro caso, o foco do planejamento está centrado no planejamento empresarial, sendo as práticas de RH consideradas uma atividade de reflexão a ser desenvolvida após estes planos. Neste sentido, as discussões cabem centralmente aos gerentes de linha, com envolvimento não substancial dos profissionais de RH. Os planos de RH acabam sendo uma síntese das práticas de RH necessárias para a realização dos negócios. No ajuste integrado o foco concentra-se em uma fusão entre os planos empresariais e de RH, onde gerentes de linha e profissionais de RH trabalham como parceiros para garantir a coerência entre os planos. Assim, as práticas de RH enfatizam prioridades de negócio. Finalmente, na terceira abordagem, o foco se concentra nas práticas de RH em si, visando mais estruturar RH que as prioridades empresariais. A participação dos gerentes de linha na elaboração dos planos de RH é reduzida, ficando basicamente centrada nos profissionais de RH. Por isso, não conseguem agregar valor aos negócios.
Na função administração da infra-estrutura da empresa os profissionais de RH criam e desenvolvem processos para contratação, avaliação e treinamento dos empregados. Atuam melhorando processos da área de RH, bem como em outras áreas, com vistas a reduzir custos e a melhorar a eficiência nas atividades rotineiras da empresa. Ajudam gerentes de linha a tornar sua empresa mais competitiva por meio de melhorias contínuas nos processos organizacionais. Os profissionais de RH tornam-se defensores dos empregados ajudando-os a descobrir novos recursos que os habilitem a realizar seu trabalho.
Administração da contribuição ocorre quando os empregados se tornam competentes e dedicados, o know-how se torna um importante ativo mensurável refletido nos resultados financeiros e os profissionais de RH tornam defensores dos empregados quando vinculam as contribuições destes ao sucesso da empresa (Ulrich, 1998).
Na administração da transformação e da mudança os profissionais de RH tornam-se agentes quando realizam sistematicamente mudanças em forma de iniciativa (foco na implementação de novos programas, projetos ou procedimentos), de processos empresariais (foco nas maneiras como o trabalho é executado) e culturais (mudança da mentalidade comum)”. (Trecho extraído e adaptado de: Ferreira, Flávio Jorge; Teixeira, Maria Luisa Mendes. Papéis de Recursos Humanos: uma visão ampliada pelas ações e expectativas percebidas. EAD. FEA. USP.)
GABARITO: C