Olá, queridos e queridas. O artigo de hoje vem para tratar de um tema que não é muito discutido no mundo dos concursos: a ordem de estudo das disciplinas. Preparado e preparada para uma profunda análise e dicas? Vamos lá!
Conforme dito acima, esse é um assunto não muito difundido. A utilização de ciclos de estudos para otimizar a produtividade não é mais novidade, porém, como maximizar os seus benefícios? Além de pensar nesse aspecto qualitativo, também é interessante possuir uma visão mais sistêmica sobre como tirar o máximo da ordem em que as disciplinas são estudadas, possibilitando, também, mais dinamicidade à rotina.
A ideia disso tudo é esquematizar a ordem de estudo das disciplinas levando em consideração diversos fatores, almejando a máxima produtividade dessa rotina de estudos.
É possível dividir tais aspectos em três grandes grupos, os quais possuem relação com:
Para que o estudo seja otimizado, é necessário que o aluno tenha plena consciência de quais são seus pontos fortes e fracos, assim como em quais disciplinas há facilidade ou dificuldade no aprendizado. Podem existir matérias nas quais o candidato possuía dificuldade, mas que acabaram se tornando pontos fortes. Não é por que existe dificuldade em um conteúdo/assunto que haverá, necessariamente, um ponto fraco.
Entendemos que elencar dificuldades/facilidades pode ser, em alguns casos, uma tarefa não tão direta e simples. Dessa forma, a análise dos percentuais de acertos pode ser um bom indicador para elencar as disciplinas e assuntos em tais categorias.
Outros dois fatores são muito importantes: qual é o peso/importância da disciplina em um certame/área específico(a) e quais são as matérias ou conteúdos novos a serem estudados, os quais também influenciarão na ordem de estudo das disciplinas.
Aqui estamos falando da rotina mais global, a qual pode incluir trabalho, afazeres domésticos, faculdade, e também da rotina de estudos para concursos propriamente dita. É muito importante que, não importando quão dinâmicos e inesperados sejam os acontecimentos do dia a dia do aluno, exista, sim, uma rotina a ser cumprida. Isso colabora com a organização e otimização do tempo disponível para os estudos e estipulação de metas e parâmetros de controle.
A grande questão aqui é o candidato saber quais são os momentos, dentro de seu período de estudos, que são mais e menos produtivos. Ou seja, em quais horários há mais energia, disposição e foco disponíveis. Com essas informações, é possível manejar as disciplinas, levando em consideração seus aspectos pontuados acima, nesses momentos de maior ou menor produtividade.
Cada dia é um dia diferente e as situações também acabam sendo distintas. O que funciona perfeitamente em um dado momento pode não produzir o mesmo resultado em um momento distinto, mesmo que seja muito similar àquele outro. É disso que esse tópico trata: é necessário estar atento ao presente momento em que o estudo será realizado.
Exemplificando: o aluno possui dificuldades em Direito Constitucional e, por isso, o estuda sempre no melhor horário do dia para si, das 19h às 20h. Esse é o seu segundo turno de estudos após chegar do trabalho. A primeira matéria é, normalmente, também de Direito, porém uma com a qual possui maior facilidade. Certo dia ele tem dificuldade com a primeira disciplina, que costuma ser cumprida com certa facilidade, e a próxima seria Constitucional, conforme o cronograma.
Será que vale realmente vale a pena tentar estudar Constitucional? Ou seria mais prudente estudar uma disciplina que não seja ligada ao Direito, como alguma da área de exatas, sendo que a primeira tarefa, que costuma ser mais tranquila, não foi bem e ambas são relacionadas. Essa é a grande questão: não há necessidade de engessar demais o cronograma e não levar em consideração as peculiaridades daquele momento específico.
Nesse caso citado, provavelmente o aluno não teria um bom desempenho em Constitucional, o que faria com que aquele período de tempo não fosse bem aproveitado. Porém, havia a opção de escolher uma outra matéria, que não possuísse ligação com as duas citadas, em que ele poderia obter um bom desempenho. Sim, entendemos que tudo isso acaba sendo muito subjetivo, mas é uma ferramenta de análise muito valiosa e que pode melhorar o aproveitamento da ordem de estudo de disciplinas.
O primeiro passo é estar atento a todos as 3 categorias elencadas acima.
Para o 1º grupo, relacionado às disciplinas, uma análise dos percentuais de acerto e outra relacionada à afinidade com a matéria possibilitam uma adequada classificação das matérias e disciplinas.
No 2º caso, relacionado à rotina, é necessário estar muito atento a ela. Quais são os horários em que há maior energia e foco disponível? Esses horários mudam no decorrer dos dias da semana ou são os mesmos todos os dias? Sim, o melhor horário na segunda-feira pode não ser, e provavelmente não é, o melhor horário na sexta-feira. Isso são detalhes que, para serem corretamente evidenciados, devem ser analisados por, no mínimo, 2 semanas corriqueiras.
O 3º caso é o mais subjetivo. Dessa forma, acaba sendo uma questão de tato na hora de estudar e está muito relacionado aos parâmetros do segundo caso: o ideal é que a comparação do momento atual seja realizada com o nível usual de concentração/foco/qualidade daquele momento, deixando a comparação mais justa. É muito importante deixar clara a ideia de que esse fator não seja utilizado como desculpa para não estudar ou continuar a postergar o estudo daquelas disciplinas em que não há afinidade.
Depois de estar consciente de todos os fatores acima, como proceder na otimização da ordem de estudo das disciplinas?
Acreditamos que o simples fato de o candidato estar atento a todos os fatores evidenciados acima já o dará muitos insights e ideias de como otimizar a rotina de estudos e a própria ordem de estudo das disciplinas. Algumas dicas genéricas para conseguir traçar um cronograma (não engessado) de ordem de estudo das disciplinas a ser seguido são:
Após a criação do cronograma, é essencial que ele seja cumprido por algumas semanas e que, no decorrer destas, o estudante esteja atento e consciente em reavaliar todos os fatores elencados no tópico anterior (1º, 2º e 3º grupo) para que haja uma constante evolução. Nessa reavaliação, é importante que o aluno evidencie pontos positivos, negativos e neutros daquilo que ele está colocando em prática.
Vale destacar que isso é um guia geral e que, se utilizado com sabedoria, pode ajudar muito na otimização do tempo. A autocrítica, sinceridade e autoconhecimento do aluno são essenciais para que o método seja levado a sério e surta bons efeitos no curto e médio prazo.
Também vale a máxima: Está bom? Não importa muito se sim ou se não, SEMPRE há espaço para melhoras.
Essa é uma ferramenta que visa à melhoria continua. A ordem de estudo de disciplinas tem, sim, um enorme potencial a ser explorado por todos.
Desejo que essa ferramenta, pouco ou nada comentada, possa ser utilizada e aproveitada por muitos. Sabemos que não é algo simples, bem longe disso, mas que possui uma imensa capacidade de melhora.
Um grande abraço e ótimos estudos e a todos.
Caio Castilho.
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