Polícia Federal já identificou dois advogados aprovados no Exame de Ordem por fraude
Cinco pessoas foram presas nesta terça-feira, 4 de junho, durante a Operação Singular, deflagrada pela Polícia Federal de São Paulo (SP) para combater crimes cibernéticos.
A quadrilha identificada pela PF era responsável por fraudes bancárias e em organizadora de concurso. Os crimes eram cometidos pela chamada Deep Web, parte da internet que não pode ser acessar por sites e mecanismos de busca e que concentra grande parte da criminalidade cibernética.
Segundo a Polícia Federal informou por meio de nota, um dos hackers invadiu os sistemas de uma organizadora de concursos e cobrava em criptomoedas para aprovar candidatos que conseguissem chegar à 2ª fase do Exame de Ordem.
Os mandados de prisão foram cumpridos em São Paulo (SP), Santos (SP), Santa Maria (RS), Tapes (RS) e Fortaleza (CE). A Polícia Federal também cumpriu cinco mandados de prisão.
A Polícia Federal já identificou ao menos dois advogados que se utilizaram dos serviços da quadrilha para garantir sua aprovação no Exame de Ordem da OAB.
Segundo o delegado responsável, Luiz Ungaretti Godoy, os suspeitos pagaram à quadrilha para terem sua nota da 2ª fase alterada. O pagamento era feito por meio de criptomoedas como uma tentativa de mascarar as operações. A Polícia Federal tem hoje os mecanismos para identificar transações e comunicações na Deep Web.
A ação dos hackers ocorria diretamente no sistema da banca responsável pelo Exame de Ordem, a Fundação Getúlio Vargas. Além de alterar a nota, os hackers também inseriam o nome do candidato na lista dos aprovados.
De acordo com a PF, não foi identificada a participação de funcionários da FGV e da OAB na prática das fraudes. As instituições colaboraram com as investigações.
A OAB se pronunciou em nota: a entidade já solicitou acesso às informações coletadas pela PF e tomará todas as medidas cabíveis.
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