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Oficial de Justiça: conheça minha carreira!

Neste artigo iremos falar sobre a carreira de Oficial de Justiça Avaliador Federal, cargo que ocupo atualmente no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Meu objetivo é te deixar informado acerca dessa carreira baseado na dificuldade que eu mesmo tive quando a pesquisei antes de decidir prestar o concurso.

Aqui você saberá o que faz um oficial, como é a rotina de trabalho, quanto ganha, quais os pontos positivos e negativos. Em poucos locais pela internet você encontra as informações que te passarei aqui.

Pausa: você gosta de estudar por mapas mentais? Acesse, ao final do artigo, um conteúdo especial que preparei com mapas mentais!

De início, algumas ressalvas se fazem necessárias. Esse cargo, atualmente, é o mesmo de todos os tribunais de âmbito federal, incluindo os tribunais superiores: STJ, STF, STM, TRT´s, TRE´s, TRF´s e TJDFT. A estrutura remuneratória da carreira é semelhante em todos eles, sendo que o que os diferencia é apenas a matéria de trabalho.

Inclusive, aqui já deixo a primeira informação de bandeja: é possível realizar permuta entre tribunais federais. Embora seja algo que demande tempo, pesquisa, conversa com os órgãos, é completamente possível.

Na verdade, esses tribunais preferem fazer a chamada redistribuição por reciprocidade. Trata-se, na prática, de uma permuta, mas o cargo (e não o servidor) é trocado definitivamente, de forma que não tem o condão de ser temporário.

QUANTO GANHA UM OFICIAL DE JUSTIÇA FEDERAL?

O oficial de justiça é, na verdade, um Analista Judiciário – Área Judiciária, com especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal.

Veja que o VB + GAJ correspondem ao valor que todo Analista Judiciário recebe. No caso do oficial, ainda temos a Gratificação de Atividade Externa, paga na razão de 35% sobre o VB.

Como fica a tabela remuneratória do oficial de justiça?

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Mas não é só isso. Além do auxílio alimentação que todo servidor recebe, variando hoje de R$ 800 a R$ 900 de acordo com o tribunal, há ainda a indenização de transporte recebida pelos oficiais de justiça.

Isso porque o oficial utiliza o seu veículo pessoal para cumprimento dos mandados, salvo nos casos em que a legislação autoriza o uso de carro oficial.

Assim, esse valor visa a indenizar o oficial pelos custos com transporte. Há servidores, por exemplo, que pagam motoristas para auxiliar na atividade. Tem oficial que cumpre mandados de carro importado, ao passo que há outros que preferem utilizar um carro popular seminovo. A forma de cumprimento fica a critério do oficial.

Essa indenização varia de um tribunal para outro, seria muito difícil compilar todas elas aqui. Sei, por exemplo, que o TRT do Goiás paga pela quantidade de mandados cumpridos.

O TJDFT paga R$ 1.600 por mês, independentemente da quantidade de mandados.

Esse valor, como é indenizatório, não sofre desconto de imposto de renda.

Logo, o valor da remuneração do oficial, nessa toada, já está na casa dos R$ 14.000,00 agora em 2016, sem as gratificações de qualificação.

Isso porque há a possibilidade de adicionar até 3% de adicional de qualificação temporário (AQT), que é para cursos, congressos, workshop, etc, no limite de até 360 horas de curso, divididos em blocos de 120 h para cada 1%.

Existe ainda o adicional de qualificação permanente (AQP) pago em razão da conclusão de especialização (7,5%), de mestrado (10%) e de doutorado (12%).

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O QUE FAZ UM OFICIAL DE JUSTIÇA?

Primeiro, vamos falar do que está na lei:

Art. 4º. […]

1o Os ocupantes do cargo de Analista Judiciário – área judiciária cujas atribuições estejam relacionadas com a execução de mandados e atos processuais de natureza externa, na forma estabelecida pela legislação processual civil, penal, trabalhista e demais leis especiais, serão enquadrados na especialidade de Oficial de Justiça Avaliador Federal.

O oficial de justiça, portanto, é o servidor público responsável pela execução de mandados judiciais, das ordens do juiz. Ele funciona como um longa manus dos magistrados. Funciona tanto como o braço longo dos juízes, quanto como os olhos e ouvidos. Como assim?

O juiz emite uma ordem judicial, uma decisão, ou designa uma audiência, e o oficial é o responsável por ir até lá executá-la. Nesse caso ele age como longa manus.

Tudo o que acontece durante a diligência deve ser certificado pelo oficial em documento, o qual fará parte do processo. A palavra dele tem um peso muito grande no andamento do processo.

Além disso, quando, por exemplo, realiza a avaliação de um imóvel, de um carro, com vistas a penhorá-lo, o oficial de justiça age como olhos do juiz, pois terá que descrever o bem nas minúcias para que as partes do processo possam “visualizá-lo” quando da leitura dos documentos no processo.

Por esse motivo, é uma função de extrema responsabilidade, que exige muita acuidade por parte do servidor.

Ok, professor, essas foram as atribuições gerais, mas tem como ser mais específico?

O oficial realiza, na prática:

  • Entrega de comunicações do juízo (óbvio!!)
  • Condução coercitiva de testemunhas que, intimadas, não compareceram à audiência. Nesse caso, há o acompanhamento policial.
  • Penhora e avaliação de bens móveis e imóveis.
  • Afastamento do lar, em caso de medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.
  • Busca e apreensões, sobretudo de veículos.
  • Reintegração de posse.
  • Incomunicabilidade de jurados em Tribunal do Júri
  • Entre outros…

Quais os pontos positivos da carreira oficial de justiça?

Os motivos que mais atraem servidores são:

  • liberdade para administrar o seu horário
  • alta remuneração
  • qualidade de vida proporcionada pela carreira
  • liberdade de cumprir jornada fixa de trabalho
  • não estar vinculado a “quatro” paredes
  • possibilidade de estudar para outros concursos

O principal ponto que atrai candidatos a essa vaga é de fato a possibilidade de o servidor poder administrar o seu tempo e organizar a melhor forma de cumprimento dos mandados.

No caso do TJDFT, por exemplo, o prazo é de 20 dias. Logo, a partir da distribuição, o oficial se organiza de acordo com a urgência que cada mandado requer, e segue sua vida…

Ele vai ter apenas uma distribuição a cada 20 dias? Não, na prática é mais de uma distribuição e a quantidade de mandados varia de acordo com o setor, assim, não é possível prever exatamente o quantitativo.

Oficial de justiça é profissão de risco?

Não tenha dúvida que sim! Os riscos são inerentes ao trabalho de rua. Como oficial, dificilmente você levará boas notícias para os jurisdicionados o que, consequentemente, despertará sentimentos proporcionais.

No entanto, posso dizer que, relativamente ao número de mandados que cumprimos todos os meses, são irrisórios os casos de risco real em que o oficial se envolve.

As associações, contudo, têm trabalhado constantemente para que seja aumentada a segurança por parte do Tribunal.

Professor, qual o perfil do oficial de justiça?

Se você gosta de rotina, essa não é uma profissão pra você. O oficial de justiça não possui rotina, você nunca sabe quanto tempo gastará cumprindo os mandados, nem o que viverá nesse período. Ou seja: haverá dias em que conseguirá trabalhar pouco, outros que terá que suar muito a camisa.

A liberdade é de fato o maior atrativo da carreira, mas o senso de responsabilidade deve estar presente pois, afinal de contas, você precisa administrar o cumprimento do seu trabalho. Vidas estarão em suas mãos!

Muita gente procura o cargo para ter mais tempo para estudar para outras carreiras, tais como magistratura, advocacia pública, promotoria e, de fato, conseguem. Aqui no TJDFT já ouvi falar de ao menos 4 oficiais que, hoje, são magistrados.

Fora isso, todos os meses ouvimos casos de colegas que estão saindo para assumir cargos melhores. No entanto, também é verdade que muitos “se aposentam” dos concursos públicos quando chegam a oficial, haja vista a qualidade de vida.

Oficial de justiça possui porte de arma?

Ainda não possui! Está tramitando no Congresso uma lei que autoriza o porte de arma ao oficial de justiça.

Você já conhece o Informativo Estratégico? Veja essa novidade que preparamos para vocês: informativos do STF e STJ comentados pela equipe de professores do Estratégia.

Informativo STJ

Informativo STF

Há carteira distintiva para oficial de justiça?

Alguns tribunais dão a seus oficiais aquela carteira distintiva. O TJDFT não adota essa prática, até o momento.

Pessoal, espero que tenha gostado. Se tiver dúvida sobre a carreira, deixe o seu comentário que esclarecerei com maior prazer.

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Veja os comentários
  • OLá boa tarde ! Gostaria de saber como faço para entrar nesse serviço que amo tanto ? É concurso ou consigo entrar de outra forma ? Obrigado !
    Silvio Leite em 06/11/19 às 13:21
  • Quais as leis ou outro normativo que regulamentam a atividade do oficial de justiça da justiça federal? (Atribuições direitos e deveres?)
    Daniela em 02/08/19 às 13:15
  • Precisa ter ensino superior para fazer o concurso?
    George Bandeira em 24/05/19 às 21:52
  • Vale a pena estudar para essa carreira tendo em vista o baixo número de vagas disponível por concurso? Gostaria de prestar o concurso para o cargo no TRF4, porém tenho receio de não haver nomeações. Obrigada e aguardo o retorno.
    Sabrina em 13/04/19 às 10:29
  • Boa tarde, Estou estudando para analista – execução de mandados, porém não tenho veículo próprio. Gostaria de saber se possuir o veículo é algo imprescindível na prática ou se é possível realizar o cumprimento dos mandados por outros meios de transporte sem que isso pese no orçamento. Obrigada
    Bianca em 13/03/19 às 14:33
  • A formação é restrita ao curso de direito?
    Israela em 14/02/19 às 20:19
  • Boa noite ex presidiário condenado pode participar do concurso ????
    Leandro Fernandes Vivian em 10/02/19 às 22:38
    • Olá Leandro Os requisitos para investidura no cargo variam de acordo com o edital. Recomendo que você confira o último edital do concurso onde pretende se candidatar para confirmar se existe alguma proibição. Pessoalmente, consultei alguns rapidamente e não vi nenhum tipo de impedimento a ex-presidiários. Att. Equipe Estratégia Concursos
      Leonardo Henrique em 11/02/19 às 18:47
  • Boa tarde, Gostaria de saber se existe alguma exigência de que o oficial de justiça tenha veículo próprio ou se pode definir como melhor cumprirá os mandados. Obrigada
    Bianca Falcone em 26/01/19 às 12:18
  • Quando já cumpridos os mandados daquela semana ou dia o oficial pode ir pra casa como dizem? Ele consegue se administrar pra trabalhar dia sim e dia não independente se trabalhou 8/6horas no dia? Ou quando não está na rua deve ficar interno, trabalhar todos os dias pelas suas 40hsemanais?
    Felipe em 16/01/19 às 07:35
  • Que post legal!! Obrigada por compartilhar conosco todas essas informações! De grande valia! :)
    Thaís M Santos em 31/10/18 às 15:56
  • Olá Fabrício, Sabe informar quais estados ainda exigem somente o ensino médio para oficial de justiça?
    Darvin Lima em 12/08/18 às 21:32
  • Esse artigo me engrandeceu muito a respeito de tal função, além disso nos deixou claro o quanto essa área é promissora! Parabéns e sucesso.
    Louis Henrique em 25/07/18 às 09:56
  • Valeu!! Já estudo para escrevente! Me ajudou a decidir!
    Ernane em 30/04/18 às 01:26
  • Qual a idade máxima pra iniciar a carreira de oficial de justiça ?
    SINAIR Xavier em 01/03/18 às 18:54
  • Parabéns amigo, vou me preparar para os próximos concursos para Oficial de Justiça. Abraços!
    Wilian Pereira Lauriano em 24/02/18 às 20:27
  • Boa tarde Fabrício, artigo muito esclarecedor mais ainda tenho algumas dúvidas que se vc puder me responder seriam de gde valia. Bem sou professora concursada, tenho magistério e faculdade de Adm de Empresas e duas pós graduação tbem na área de Educação. Gostaria de saber se preciso fazer Direito para prestar o concurso pra oficial, pois parece que isso é uma variável dependendo da região, moro em Bebedouro interior de SP e nunca ficamos sabendo sobre vagas e cargos disponíveis. Outra dúvida é, o lugar da prova é realizado nas cidades descritas no edital e se eu passar tem como conseguir uma transferência para minha cidade ou região mais próxima? Antecipadamente agradeço a atenção. Simone
    Simone B Fontoura em 14/02/18 às 11:27
  • entrevista e esclarecimentos muito oportunos! muito obrigado e parabens pelo trabalho!
    Rodrigo Batista em 01/03/17 às 16:34
  • Muito bom o artigo, professor! Por oportuno, gostaria de saber, em sua opinião, quantos Oficiais aprovados no concurso de 2015 serão convocados? Muito baixo o número de aprovados no aludido certame. Abraço!
    Gabriel Oliveira em 02/09/16 às 15:39
  • Fantastico!!! axo q akbei d descobrir o q kero ser...
    Mago em 01/09/16 às 01:20
  • Olá Professor Fabrício Rêgo. Meu nome é Daiane, pretendo seguir a Carreira de Oficial de Justiça, sou Administradora de Empresas, Contabilista e atualmente curso Técnico em Serviços Jurídicos. Por gentileza, podem me dizer como posso fazer o curso , para estar bem preparada para o próximo concurso? Gostaria de começar já. O curso é completo? Obrigado, fico no aguardo.
    Daiane M. Caratanasov em 31/08/16 às 23:58
    • Olá, Daiane! O curso é todo online, com PDF e videoaulas. No corpo do artigo você tem o link para conhecê-los, basta acessar e baixar uma aula demonstrativa! Abraços, Fabrício
      Fabrício Rêgo em 01/09/16 às 07:43
  • Professor muito obrigada, realmente foi de muito valia a sua publicação. Me esclareceu completamente em todos os aspectos da profissão, realmente já havia pesquisado muito, mas nenhum foi tão completo em detalhes como acima; estou estudando para prova de Oficial de justiça avaliador Federal do TRF2, estou ainda mais empolgada agora que consegui ver que realmente é a carreira que almejo. Obrigada.
    nubia em 31/08/16 às 20:40
    • Núbia, muito bom ouvir isso!! Forte abraço, Fabrício
      Fabrício Rêgo em 01/09/16 às 07:42
  • Muito interessante o artigo, sempre quis entender melhor o dia a dia da profissão, costumava achar que era bem perigoso, mas a questão do horário flexível é fantástica. Estou focado em concursos para AJAJ, apesar de ainda não ter me formado, resolvi iniciar os estudos a longo prazo agora para lograr êxito o mais breve possivel. Pensando consideravelmente em mudar o foco para Oficial de Justiça (bom que sao as mesmas materias) ainda mais levando em conta a questão de tempo para estudo pois também viso magistratura a longo prazo. Obrigado por compartilhar suas experiências. Um Abraço
    Albert Rodrigues em 31/08/16 às 19:29
    • Obrigado, Albert!!! Abraços, Fabrício
      Fabrício Rêgo em 01/09/16 às 07:42