A moral possui conceito controverso, sobretudo em vista de sua proximidade, nem sempre acomodada, com a ética. Por essa peculiaridade, a compreensão da moral parte de sua distinção, porque, por nanismo intelectual da modernidade, há forte superstição de tratar “ética” e “moral” como sinônimos.
Neste artigo, você vai compreender os conceitos básicos de moral e sua aplicabilidade.
Moral provém do termo latino mos, moris, vulgarmente traduzido como “costume”, sendo encontrada no conjunto de normas regentes de comportamentos esperados e culturalmente reconhecidos em um grupo.
Seguir regras morais significa agir conforme o “normal”, dando-se aceitabilidade de convívio por determinada coletividade, e que, por isso, notadamente é resultado de série de obrigações, fundadas em princípios gerais, divulgadas como socialmente indispensáveis.
Moralismo não é “descrição de comportamentos reconhecidos por coletividade”, pois tal atividade é típica da “etografia”.
A moral, por sua vez, fixa-se na dualidade indelével, entre o conjunto explicativo de obrigações – o “dever ser” – e seu seguimento objetivo, no estribo de eventuais sanções, especialmente a de exílio social.
É evidente que não há de se falar em “moral”, mas, apropriadamente, em “comportamentos morais” que são destacadamente variados.
Vige, por isso, nos diversos grupos etnográficos, um verdadeiro relativismo: o que é imoral para um grupo é, ao mesmo tempo, moral para o outro, enquanto, para um terceiro, ”amoral” e inclassificável como dever social.
A moral também varia com o tempo. O que se mostra imoral em determinado momento da história, fundando-se, por exemplo, em preceitos religiosos, após a passagem de alguns anos, fixa-se imoral, até mesmo diante da revisão dos preceitos anteriores.
Bastando trânsito de alguns invernos, uma roupa julgada indecente pelos arautos dos bons costumes é usada pelas senhoras mais decotadas do novíssimo “presépio dos desfiles sociais”.
E essa constatação não significa que estejam os homens jogados em um emaranhado de fios engendrados por espécie de “vale tudo” de costumes, um “Deus dará”, em que, basta o convencimento da maioria para que a irregularidade do desvairado torne-se pressuposto a ser ensinado em escolas cívico-militares.
Nesse ponto, ingressa-nos o conceito de Ética, pelo qual se entende a descrição de comportamentos ideais, conforme rígida hierarquia de valores que coordenam o homem para o aperfeiçoamento de sua própria natureza.
Daí a investigação da ética como um farol ideal que deve direcionar todos os sistemas de costumes ou as “morais”, ao longo da história e vigentes em um mesmo instante.
O homem difere-se das bestas selvagens, não por seu “grau de inteligência” ou por “comunicar-se”, mas por sua capacidade abstrativa.
Primatas superiores possuem percepção causal, projetando atitudes para obtenção de fim imaginado. Bem treinados, são capazes de comunicarem-se, por meios “propriamente humanos”, como o célebre exemplo de macacos com linguagem de sinais.
Essas manifestações, contudo, são reflexos de necessidades ambientais, determinações impostas pelo meio que condicionam as respostas dos animais por si afetados e que, não em raras oportunidades, geram maravilhas, após adestramentos.
A capacidade abstrativa, pelo contrário, é a percepção da existência única, em face do universo e do inevitável ocaso da morte; é “notação” direta e consciente da existência – o ser mostrando-se em oposição ao nada; é a luta intransigente, por não se aceitar a origem como brincadeira do acaso.
Eis a consciência metafísica aperfeiçoada pelo desvelamento da realidade, pelo domínio artificial da natureza, pela criação artística – que transmuta o “belo”, o “uno” e o “bom”. Tal fato eleva o homem para além das necessidades corpóreas, opondo-o à tirania do ambiente.
Para desenvolver comportamentos elevando o homem ao alto, aperfeiçoando-o, enquanto civilizado, há regras perenes que garantem a validez e a permanência de valores hierarquicamente dispostos. Por exemplo, o “preservar da vida” e a “defesa da liberdade”. Eis, aqui, as primícias da ética!
Nas palavras de Mário Ferreira dos Santos, há de “a ética corresponder a uma especulação filosófica sobre as normas invariantes; e a moral, a especulação e a sistematização das normas variantes na sua ligação com o invariante”, eis que, só assim, pode-se evitar a tirania dos moralismos.
Sendo assim, existem regras morais opostas a preceitos éticos, sobretudo em tempos de revolução ou nos de ascese da barbárie. Quando a coletividade, tomada por romantismos, violenta a liberdade e a vida, trocando-as pela aparência social e pela sordidez dos bens materiais.
Dessa forma, podemos concluir que, na moral, prevalece o ‘plural’; na ética, o singular.
Artigo produzido por Heloísa Tondinelli em parceria com o Prof. Dr. Tiago Tondinelli
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