Modelos de Organização do Trabalho
Entenda o essencial sobre modelos de organização do Trabalho para AFT.
Considerações Iniciais – Modelos de organização do Trabalho para AFT
A estruturação do trabalho, que visa orientar a abordagem das atividades e expectativas empresariais, desempenha um papel crucial na produtividade e no aprimoramento das operações, transformando a compreensão dos cargos em uma vantagem competitiva para a sua empresa.
Para compreender os fundamentos da organização do trabalho contemporânea e sua adaptação ao ambiente laboral, é essencial traçar uma linha evolutiva dos modelos organizacionais, conforme veremos abaixo:
Pré-clássico
O modelo de organização do trabalho pré-clássico se caracteriza por uma estrutura social baseada na subsistência e na produção artesanal.
Nesse período, as atividades econômicas eram predominantemente agrícolas e manufatureiras, com pequenas unidades de produção familiar.
Não havia uma divisão clara entre o trabalho manual e intelectual, e as relações de trabalho eram muitas vezes baseadas em laços de parentesco ou em sistemas de servidão.
O comércio era limitado e, geralmente, localizado em feiras ou mercados regionais. Esse modelo foi predominante nas sociedades antigas, como as civilizações mesopotâmica, egípcia e grega, antes do surgimento das estruturas organizacionais mais complexas associadas ao período clássico.
Principais características: Predominância da manufatura e do trabalho artesanal. Foco na experiência e no conhecimento individual dos trabalhadores. Ausência de formalização e métodos padronizados.
Administração científica
Num cenário de intenso desenvolvimento tecnológico impulsionado pela Revolução Industrial, emergiu no início do século XX um modelo de organização do trabalho fundamentado na substituição do paradigma tradicional pelo racional, embasado no conceito do homem econômico racional.
A partir de experimentações e análises realizadas no ambiente fabril, delinearam-se princípios orientados para a seleção e capacitação dos trabalhadores, bem como para o planejamento e controle das atividades laborais.
Nessa perspectiva, destacaram-se dois nomes proeminentes que desenvolveram e aplicaram a análise científica: Taylor e Ford.
Taylorismo
O Taylorismo, idealizado por Frederick Winslow Taylor no início do século XX, visava à máxima eficiência através da divisão do trabalho e da padronização das tarefas. O modelo se baseava em cinco princípios:
- Divisão do trabalho: As tarefas complexas eram fragmentadas em etapas simples e repetitivas, permitindo que trabalhadores sem qualificação específica as executassem.
- Cronometragem: O tempo necessário para cada etapa era cuidadosamente medido e cronometrado, estabelecendo um ritmo de trabalho acelerado.
- Padronização: Métodos e ferramentas de trabalho eram padronizados para garantir uniformidade na produção.
- Supervisão rigorosa: Os trabalhadores eram supervisionados de perto para garantir o cumprimento das normas e do ritmo de trabalho.
- Salário por peça: A remuneração era baseada no número de peças produzidas, incentivando a produtividade individual.
O Taylorismo teve um impacto significativo na indústria, aumentando consideravelmente a produtividade e reduzindo custos. No entanto, o modelo também foi alvo de críticas por sua natureza alienante e desumanizadora, que fragmentava o trabalho, limitava a autonomia dos trabalhadores e gerava grande repetição e monotonia nas tarefas.
Fordismo
Henry Ford, inspirado nos princípios do Taylorismo, implementou o Fordismo na indústria automobilística, revolucionando a forma de produção e consumo. As principais características do modelo eram:
- Produção em massa: A padronização dos produtos e a utilização de linhas de montagem permitiram a produção em larga escala, reduzindo custos e preços finais.
- Padronização do consumo: O foco na produção em massa levou à criação de produtos padronizados, com poucas opções de personalização para os consumidores.
- Salários altos: Ford pagava salários relativamente altos para a época, buscando reduzir a rotatividade de funcionários e estimular o consumo de seus próprios produtos.
O Fordismo impulsionou a economia americana e contribuiu para a popularização do automóvel, mas também apresentou desvantagens. A padronização do consumo limitava a escolha dos consumidores, e a intensificação do trabalho na linha de montagem gerava fadiga e repetição, levando à insatisfação dos trabalhadores.
Escola de relações humanas – Modelos de organização do Trabalho
Este modelo de organização do trabalho surgiu como uma reação às abordagens rígidas e mecanicistas da administração científica, enfatizando a importância das relações interpessoais e do bem-estar dos trabalhadores no ambiente de trabalho.
Assim, essa abordagem prioriza o entendimento das necessidades psicológicas e sociais dos funcionários, argumentando que um ambiente de trabalho saudável e motivador leva a uma maior produtividade no trabalho.
A ênfase é colocada na comunicação eficaz, no trabalho em equipe e no desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores. A Escola de Relações Humanas teve um impacto significativo no campo da administração, influenciando práticas de gestão de pessoas e contribuindo para o surgimento de abordagens mais humanizadas na administração de empresas.
Principais Características: Ênfase na importância do fator humano na produtividade. Reconhecimento da necessidade de considerar as motivações e necessidades dos trabalhadores para aumentar a eficiência.
Toyotismo – Modelos de organização do Trabalho
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão despontou como potência industrial, impulsionado pelo Toyotismo, modelo de organização do trabalho idealizado por Taiichi Ohno e Eiji Toyoda. O sistema se baseava em princípios como:
- Just-in-time: A produção era organizada para atender à demanda real, evitando o acúmulo de estoques e desperdícios.
- Qualidade total: A qualidade era priorizada em todas as etapas do processo produtivo, desde a compra de matéria-prima até a entrega do produto final.
- Melhoria contínua: O sistema buscava a melhoria constante dos processos através da identificação e eliminação de desperdícios.
- Trabalho em equipe: Os trabalhadores eram incentivados a trabalhar em equipe para solucionar problemas e melhorar a produtividade.
- Autonomia dos trabalhadores: Os trabalhadores tinham maior autonomia para tomar decisões e realizar seu trabalho, assumindo mais responsabilidades.
O Toyotismo representou uma mudança significativa na organização do trabalho, priorizando a flexibilidade, a qualidade e o trabalho em equipe. O modelo se mostrou eficiente e adaptável às mudanças do mercado, sendo utilizado por diversas empresas em todo o mundo.
Escola sócio-técnica
Este modelo de organização do trabalho é uma abordagem que reconhece a interdependência entre os aspectos sociais e técnicos de uma organização.
Este modelo busca otimizar a eficiência e a satisfação no trabalho, considerando tanto os aspectos humanos quanto os aspectos tecnológicos do processo produtivo.
Esse modelo propõe a criação de sistemas de trabalho que integram as habilidades e necessidades dos trabalhadores com o design e a implementação das tecnologias utilizadas. Isso envolve a criação de equipes multifuncionais, onde os funcionários têm autonomia e responsabilidade sobre o seu trabalho, e a concepção de processos de produção flexíveis e adaptáveis. Essa abordagem visa não apenas melhorar a eficiência produtiva, mas também promover um ambiente de trabalho mais satisfatório e colaborativo.
Principais Características: Abordagem humanística que busca integrar os aspectos técnicos do trabalho com as necessidades sociais dos trabalhadores. Ênfase na participação dos trabalhadores na tomada de decisões e na organização do trabalho.
E atualmente…?
Atualmente, é comum encontrar uma variedade de modelos de organização do trabalho sendo aplicados nas empresas, incorporando conceitos de diferentes abordagens.
Além disso, destaca-se a adoção da gestão baseada no ciclo PDCA, que enfoca o controle e a melhoria contínua dos processos, permitindo ajustes e intervenções eficazes por meio de ferramentas de qualidade.
Outros modelos contemporâneos incluem a gestão da qualidade total, que prioriza a qualidade e a satisfação do cliente; a reengenharia de processos, que visa redesenhar os processos de trabalho para eliminar desperdícios e aumentar a eficiência; o empreendedorismo, que envolve a criação de novos negócios e oportunidades de trabalho; e o teletrabalho e trabalho remoto, que fazem uso de tecnologias de comunicação e informação para possibilitar o trabalho à distância.
Conclusão- Modelos de organização do Trabalho para AFT
Ao longo da história, os modelos de organização do trabalho se adaptaram às necessidades e aos desafios de cada época. O Taylorismo e o Fordismo foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria e o aumento da produtividade, enquanto o Toyotismo trouxe flexibilidade e qualidade ao processo produtivo.
Contudo, cabe ressaltar que este artigo oferece uma revisão concisa dos conceitos fundamentais, portanto, para dominar a banca organizadora é importante que estudem pelas aulas em PDF do Estratégia e façam muitas questões através do Sistema de Questões do Estratégia para consolidar o conteúdo.
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