Minha trajetória até a 8ª colocação para Auditor da SEFAZ SC
Fala concurseiros e concurseiras, tudo certo? Meu nome é Gustavo Terra e é com muita satisfação que passo a integrar a equipe de Coaches do Estratégia.
Hoje, gostaria de compartilhar com vocês minha trajetória até alcançar o cargo dos meus sonhos, Auditor-Fiscal da Receita Estadual de Santa Catarina (SEFAZ SC), obtendo a 8ª colocação na área de Auditoria e Fiscalização.
Vamos lá?
Comecei meus estudos em janeiro de 2016, sem saber nada sobre concursos públicos. Após poucos dias pesquisando, decidi estudar para a área fiscal. Nessa época, eu não conhecia muita coisa sobre os fiscos estaduais, e a minha rápida pesquisa me fez achar que a Receita Federal era a melhor opção (achava, inclusive, que a remuneração da Receita era maior que a dos fiscos estaduais, o que nem sempre é verdade). Assim, comecei pelo caminho que a maioria dos concurseiros da área fiscal seguem, estudando para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal.
Naquele ano, os concursos para o Poder Executivo federal estavam suspensos e as expectativas para um novo concurso da Receita para o meio de 2017 eram grandes. Dessa forma, acreditava que em 1 ano e meio eu já estaria trabalhando na Receita feliz da vida. Ledo engano, como vocês verão a seguir.
Nesse início de preparação, eu conseguia estudar no máximo 7:30h líquidas por dia, somente durante a semana. Meus estudos foram basicamente baseados em PDF’s (lendo no computador mesmo), questões (muitas) e lei seca (quando já estava em um nível mais avançado).
Após estudar praticamente todo o edital da Receita Federal duas vezes, sem sinal do concurso e sem ter feito nenhuma prova, minha motivação caiu demais. Então, como eu não estava trabalhando, resolvi estudar para o cargo de Analista judiciário (área administrativa) do TRE-SP, que teve edital publicado em setembro de 2016, pois sabia que a prova da Receita não viria tão cedo quanto eu pensava.
Só comecei a focar no TRE-SP em novembro daquele ano, tendo quase 3 meses para me preparar (a prova seria em fevereiro de 2017). Minha preparação para o TRE-SP seguiu o mesmo ritmo de 7:30h líquidas por dia, em média. Tive que estudar diversas matérias novas, que não caem na área fiscal, e me surpreendi ao ver que meu desempenho nelas foi muito bom, melhor até que em matérias que eu já tinha estudado antes. Resultado: 42º colocado, dos quase 16 mil inscritos.
Se a motivação já tinha voltado a subir com esse estudo focado em um edital com prova iminente, essa colocação deu um gás ainda maior, pois indicava que meus estudos estavam, de fato, dando resultado, e que a aprovação era possível.
Somente nessa época que fui descobrir as belezas dos fiscos estaduais, e aí o cargo de Auditor-Fiscal da SEFAZ SC passou a ser meu sonho. Contudo, como eu achava que o concurso da Receita Federal sairia bem antes que o de Santa Catarina, voltei a focar nele, estudando todo o conteúdo do edital mais uma vez.
Na sequência, com os boatos de que editais de fiscos estaduais sairiam em 2018, decidi deixar de lado a Receita Federal (sim, mesmo tendo estudado todo o edital 3 vezes) e fiz uma “mistureba” de matérias que permitiram que eu me preparasse genericamente para os fiscos de Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Finalmente, aproximadamente 2 anos e meio depois de começar meus estudos, saiu o primeiro concurso da área fiscal em que eu realmente gostaria de ser aprovado, Auditor-Fiscal da Secretaria da Fazenda de Goiás (SEFAZ GO). Logo, aumentei minha carga horária de estudos para quase 9h líquidas por dia e passei a estudar algumas horas aos finais de semana. Me dediquei bastante, muito mesmo, e confesso que acreditava que seria aprovado. Contudo, cometi vários erros bobos na prova por falta de atenção (como copiar do enunciado um número errado na hora da resolução), que acabaram me deixando fora do cadastro reserva por um pontinho.
Nos dois dias depois da prova, fiquei bem pra baixo. Mas, em vez de ficar me lamentando eternamente, olhei pelo lado positivo: aprendendo com esses erros que cometi, muito dificilmente irei repeti-los no concurso da SEFAZ SC, que é o meu sonho e está logo ali. Bola pra frente!
Entre a prova da SEFAZ GO e da SEFAZ SC havia apenas 1 mês e meio (para vocês verem, mais de 2 anos estudando sem sair nenhum edital e, quando saíram, foram 2 praticamente juntos). Como minha motivação e a pressão para esse concurso estavam pra lá da estratosfera, passei a estudar por volta de 55 horas líquidas na semana.
A abdicação do tempo de lazer foi gigante nesse período, contudo, apesar desse ritmo muito intenso de estudo, a motivação era tanta que eu nem sentia o tempo passar, muito diferente dos estudos para a Receita Federal sem nenhuma expectativa de edital. Aqui, pude ver claramente a diferença que a motivação faz no rendimento, mas gostaria de ressaltar a importância de nunca ter parado de estudar nos períodos de mais desânimo. Sem persistência, foco e disciplina nos momentos em que eu não tinha a menor vontade de estudar (e foram muitos), a aprovação não teria vindo.
Após a prova da SEFAZ SC, eu acreditava que tinha boas chances de ser aprovado, mas, no melhor dos meus sonhos, ficaria no máximo em vigésimo colocado. Assim, quando saiu a lista de classificação, eu já bati o olho mais ou menos nessa região da lista, localizando um Gustavo. Porém, logo vi que tinha um sobrenome diferente, não era eu. Corri com os olhos mais para baixo na lista e vi outro Gustavo na região dos aprovados! Agora vai! Só que não, outro sobrenome diferente.
Nesse momento, continuei até o final da lista na parte dos aprovados e não achei meu nome. Acreditei que não tinha passado. Não conseguia nem pensar direito ao não ver meu nome entre os aprovados depois de todo o sacrifício e dedicação nesses quase 3 anos de estudos.
Antes de ir para a próxima página caçar minha colocação, resolvi dar uma olhada nos nomes que vieram no topo da lista. Para minha grande surpresa, tinha mais um Gustavo por ali. Só que dessa vez era eu mesmo! Em poucos segundos eu fui de acreditar que não tinha sido aprovado, para ver que estava entre os primeiros colocados! Fica a dica: não se subestime.
O alívio e a emoção foram enormes. Não dava para imaginar que a sensação de ser aprovado seria tão boa quanto realmente foi! É algo que desejo a todos que estão nessa batalha.
Finalizando, gostaria de dizer que não existe fórmula mágica para a aprovação, mas a caminhada de todo concurseiro(a) de sucesso exige planejamento, esforço, dedicação, disciplina, motivação e sacrifícios, como foi a minha. Ser um gênio, igual aquele filho(a) da amiga da sua mãe, não está entre os ingredientes indispensáveis para alcançar seu objetivo.
Além disso, erros e momentos de desmotivação certamente aparecerão na sua jornada. Haverá pessoas que não acreditam em você, notícias que te deixarão muito desanimados, dias que você achará ser impossível conseguir ler uma linha da matéria. Entretanto, saiba que tudo isso é normal e conte comigo, que eu estarei aqui justamente para tentar tornar sua jornada mais leve. Acredite, você é capaz! Só resta estar disposto a pagar o preço.
O processo é árduo, não se engane, mas vale a pena!
Bons estudos,
Abraços e até a próxima!