Meu nome é Eduardo Alberi Rossi e sou coach aqui do Estratégia Concursos!
Sou paulista de Ribeirão Preto, SP, porém moro em Brasília há mais de 25 anos. Sou graduado em engenharia mecânica e atualmente exerço o cargo de Perito Criminal da PCDF, aprovado no concurso de 2016.
Agora, deixe-me contar para vocês minha história de concurseiro, afinal todo mundo tem uma!
Bom, minha história foi bem “sofrida”, digamos assim. Meu primeiro emprego na área pública foi como técnico mecânico na Caesb, Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal. Depois assumi o cargo de Especialista em Financiamento e Execução de Programas e Projetos Educacionais no FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, porém trabalhei por pouco tempo e logo assumi como Papiloscopista Policial da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), cargo que trabalhei por cinco anos até me tornar Analista do Banco Central. Como Analista do Bacen, também trabalhei por 5 anos, assumindo, enfim, como de Perito Criminal na PCDF.
Antes de começar com a minha saga até o Banco Central, vocês irão perceber que, durante minha vida de concurseiro, não mantive o foco apenas em um tipo de concurso. Isso não foi bom, pois levei mais tempo para chegar aonde cheguei. Se eu tivesse tido uma orientação melhor durante minha preparação, certamente a história seria outra. Por causa disso, meu objetivo aqui é mostrar que há caminhos e estratégias melhores a serem seguidos durante os estudos que podem fazer a diferença na aprovação de vocês.
Vamos lá!
Meu início de estudos para concursos foi para a PCDF, a partir do segundo semestre de 2007, focado para o cargo de Perito Criminal. Apesar de ter estudado muito, eu tinha acabado de me formar e era pouco experiente em concursos públicos. Estudei sem estratégia definida, estudando o que achava que tinha que estudar naquele dia, ou seja, sem técnica nenhuma e totalmente desorganizado. O resultado dificilmente seria diferente: fiquei fora das vagas iniciais para perito criminal, mas não reprovado. Entretanto, uma semana depois da prova de perito veio a prova de papiloscopista, na qual fiquei bem colocado.
Muitos já devem saber o termo utilizado no mundo dos concursos que ficou comum para esse tipo de “aprovado, mas fora das vagas”: excedente. Durante um ano houve boatos de que eu seria chamado até a validade do concurso e eu fiquei na expectativa esse tempo todo. Infelizmente esses boatos não se concretizaram.
Após tudo isso, comecei a me inteirar melhor sobre outros cargos públicos e fiquei sabendo que sairia o concurso de Auditor do TCU – especialidade obras públicas. Achei que valia a pena me dedicar, pois como sou engenheiro, a parte de obras teoricamente seria mais fácil de aprender. Fiz a prova, fui muito mal e passei longe das vagas. Ali eu percebi que eu estava muito cru para enfrentar uma prova desse calibre.
Depois disso, comecei a estudar mais voltado para a área fiscal, em especial para a Receita Federal. Como quase todos, apanhei muito para aprender contabilidade e demais matérias mais complicadas. Pois bem, após um ano de estudos, saiu o edital de Auditor Tributário do DF. Cem vagas mais cadastro reserva com salário de cerca de R$18.000,00, em 2010!!! Como as matérias diferiam pouca coisa em relação à Receita, não tive dúvidas, mudei meu foco para esse concurso com a esperança de resolver minha vida de concurseiro ainda naquele ano! Durante minha preparação, veio a notícia que o concurso de Auditor Tributário seria adiado por 9 meses, mas nesse caso eu achei bom, pois evoluí bastante nos estudos e estava me sentindo muito confiante com mais esses meses de estudos intensos. Entretanto, aqui veio um balde de água fria. Um mês antes da prova, o concurso foi cancelado e sem previsão de novo edital.
Voltei os estudos para a Receita Federal, contudo, logo surgiu a autorização para abertura do concurso para ACE, Analista de Comércio Exterior, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O cargo de ACE parece não ter relação com a área fiscal, mas são cobradas disciplinas correlatas, como contabilidade e economia, por exemplo. Segui estudando e já me mentalizando no cargo, porém, durante minha preparação para ACE, saiu novamente o concurso de Perito Criminal da PCDF. Como o edital de ACE ainda não havia sido publicado, decidi mudar meu foco e tentei perito para a área de contabilidade (neste concurso específico de 2012 para Perito Criminal da PCDF, mesmo sendo formado em engenharia, foi permitido fazer prova para outra área). Assim, fiz a prova de perito e fui mal. Paciência. Voltei meu foco para ACE, me dediquei muito, estava bem confiante e meu resultado não foi conforme eu esperava, pois fiquei fora das vagas, mas não reprovado, ou seja, fiquei como excedente de novo. Eram 115 vagas imediatas para a minha área, e fiquei na 139ª posição.
Depois da prova, havia vários boatos de que o MDIC chamaria mais que o número de vagas do edital e isso me fez ficar tranquilo, sabendo que mais cedo ou mais tarde sairia minha nomeação. Aqui eu cometi um gravíssimo erro: eu tinha tanta certeza que seria chamado para ACE que nem me dei ao luxo de fazer a prova de Auditor da Receita de 2012. Eu estava bem preparado, só precisava me aprofundar mais em algumas matérias, mas simplesmente não fui fazer a prova. Espero que isso sirva de lição para alguns de vocês, ou seja, se não passou dentro das vagas, não pare, pois poderá se arrepender depois. Não errem como eu errei! Não estou dizendo que eu passaria com certeza na Receita, afinal é um dos concursos mais difíceis do Brasil, porém eu sabia que tinha chances reais de aprovação.
Depois de cansar de esperar essa história de novas nomeações para ACE, voltei a estudar para não perder a carga de estudos que eu já tinha. Novamente mudei meu foco completamente, dessa vez para o cargo Analista da Câmara dos Deputados, ou seja, praticamente nada a ver com Receita Federal ou outros concursos que fiz anteriormente. Resultado: excedente de novo, mas dessa vez fiquei bem longe das vagas do edital (sabia que dificilmente nomeariam até minha posição).
Continuando, saiu autorização para Analista de Finanças e Controle (AFC) da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Nesse caso, os estudos de várias disciplinas foram aproveitados dos meus estudos para Auditor Tributário, Receita e MDIC. Nessa época eu já tinha muito mais noção de técnicas de estudos, disciplina e experiência, porém, mais uma vez fui excedente: das 175 vagas, fiquei em 287.
Não desisti e segui estudando. Muitos amigos falaram para eu parar de estudar, que algum órgão desses nos quais eu estava classificado iria me nomear mais cedo ou mais tarde. Entretanto, como sou muito ansioso, decidi não esperar parado e cometer o mesmo erro de antes. Segui estudando, dessa vez focado para Analista do Banco Central. Nesta etapa, eu já dominava as principais técnicas de estudo, como os ciclos de matérias, revisões periódicas, anotações das horas líquidas estudadas, etc, coisa que demorei muito e só aprendi “na marra” (o que espero que vocês acreditem em mim e me peçam ajuda para evitar esse perrengue todo!).
Finalmente, para minha alegria, consegui aprovação dentro das vagas no concurso de 2013 (45º para a Área 4 – Contabilidade e Finanças)!!!
Em 2014 tomei posse no Bacen e aí vieram duas surpresas: saiu a nomeação de mais ACEs e também de mais AFCs, e eu estava na lista dos dois! Optei por continuar no Bacen e fiquei muito satisfeito em assinar meu termo de desistência para ambos os concursos e, assim, deixar duas pessoas felizes da vida em ocupar minha vaga.
Bom, minha saga como excedente terminou aqui, mas ainda não minha vida de concurseiro.
Depois de um tempo trabalhando como Analista do Bacen, começou um boato de que em 2016 sairia novo concurso de Perito Criminal da PCDF. Confesso que esse concurso de perito sempre foi uma paixão para mim, pois, como já conhecia a PCDF (trabalhei durante 5 anos como papiloscopista), achava muito interessante o trabalho policial, especialmente o pericial. Então, saiu o edital e vi que veio “redondo” para mim. Pensei: “Olha, acho que vale a pena me dedicar nesse período e fazer essa prova novamente”.
E foi isso que aconteceu. Mesmo trabalhando 8 horas por dia no Bacen e estando parado dos estudos para concursos, me dediquei ao extremo durante quase 4 meses para o cargo de Perito Criminal – área de engenharia – e consegui aprovação!!!
Vocês devem estar se perguntando o porquê de eu estudar para Perito já sendo Analista do Bacen. Como disse, me identifiquei com o trabalho de perícia, meu irmão também é Perito Criminal da PCDF, enfim, várias características do cargo me atraem, mas tem que ter perfil! Vou trocar a roupa social e ar-condicionado pelo colete, arma e distintivo!
Pessoal, como vocês puderam notar, eu fui aprovado em dois concursos completamente diferentes. Enquanto que para o Bacen são matérias mais voltadas para a área financeira (contabilidade, economia, finanças, etc), para perito da PCDF tive que estudar engenharia, direito penal, processual penal e vários outros.
A mensagem que quero deixar aqui é que não precisa ser nenhum gênio para ser aprovado em um excelente cargo público. O que mais importa nessa jornada é dedicação e estratégia de estudo. Apanhei muito durante meus estudos para todos esses concursos que prestei, mas quando chegou na prova do Bacen, minhas técnicas de estudo, organização e disciplina já estavam tão fortes em mim que tive grande segurança na hora da prova. Já para Perito Criminal, além da disciplina de estudos espartana que segui, eu defini uma estratégia muito bem pensada e consegui vencer a prova, mesmo sem estudar engenharia por quase 10 anos antes de sair o edital.
Aqui cabe uma observação: esse concurso de Perito Criminal da PCDF é muito peculiar. Várias das técnicas de estudo que nós, coaches do Estratégia, ensinamos aos alunos se aplicam de modo um pouco diferente.
Bom, falei toda essa historinha como forma de abrir os olhos de vocês para um erro muito comum que os concurseiros cometem (eu me incluía também), que é não ter um objetivo definido. Vejam só um resumo da minha saga de concurseiro:
– 2008: Papiloscopista da PCDF – aprovado (nomeado)
– 2008: Perito Criminal da PCDF, área geral – aprovado (excedente, não nomeado)
– 2009: TCU Auditoria de Obras Públicas – reprovado
– 2010: Auditor Tributário do DF – prova cancelada
– 2012: Perito Criminal da PCDF, área contabilidade – reprovado
– 2012: Analista de Comércio Exterior – aprovado (excedente, nomeado)
– 2012: Auditor da Receita Federal – não fiz a prova
– 2012: Analista da Câmara dos Deputados – aprovado (excedente, não nomeado)
– 2012: Analista de Finanças e Controle – aprovado (excedente, nomeado)
– 2013: Analista do Banco Central – aprovado (nomeado, empossado)
– 2016: Perito Criminal da PCDF, área engenharia (aprovado)
Como podem ver, durante cerca de oito anos, fiz inúmeros concursos e vários deles completamente diferentes! Por isso é importante ter um objetivo definido e manter o foco! Claro que há casos que o estudo para um cargo se aproveita muito para outro, mas sugiro não fazer como eu fiz!
Defina um objetivo e o persiga com disciplina, dedicação e muito estudo. Pode parecer difícil no início (e realmente é), mas a insistência é a chave para aprovação. Vocês puderam perceber o quanto fui insistente!
O caminho é árduo, exige abdicação de muita coisa, mas a sensação de dever cumprido e a estabilidade financeira e profissional que o emprego público irá te fornecer compensarão tudo isso!
Por fim, com toda essa minha experiência em concursos, sinto o maior prazer em ajudar as pessoas que estão na luta por um cargo público. Acho muito gratificante poder dar o “caminho das pedras”, de forma que elas não precisem ficar anos e anos estudando sem método algum e atirando para todos os lados, como eu fiz.
Espero que tenham gostado do meu depoimento e estou à disposição para eventuais dúvidas.
Eduardo Alberi
Perito Criminal da PCDF, Ex-Analista do Banco Central e coach do Estratégia Concursos
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Cara, parabéns pela trajetória! Um verdadeiro guerreiro!
Sou funcionário público também e tive que me virar entre faculdade, trabalho e estudos para o concurso. Aproveitei cada minuto disponível.
Valeu, Frank! Durante todos esses anos de estudo eu sempre trabalhei junto, então temos que nos virar para aproveitar o tempo disponível do melhor jeito possível! Abraços!
"Como o edital de ACE ainda não havia sido publicado, decidi mudar meu foco e tentei perito para a área de contabilidade (na PCDF, mesmo sendo formado em engenharia podemos fazer prova para outra área; entre em contato comigo que explico com detalhes como funciona isso)." Professor como funciona isto???? Sou formada em Biomedicina, no ultimo edital de perito da PCDF teve vaga somente para biologia e farmácia, não fiz por achar que mesmo se eu entrasse com mandato de segurança não conseguiria ser nomeada (isto se eu passasse logico, rsrsrs). Parabéns pela trajétoria!!!!
Alice, esta possibilidade só foi possível neste concurso específico de perito da PCDF em 2012. No último, em 2016, as áreas eram exclusivas para as respectivas formações, ou seja, eu só tinha a opção de fazer para engenharia. Sobre a sua formação em biomedicina, já me questionaram a respeito da possibilidade de fazer a prova ou não. Pesquisei e achei este site: http://cfbm.gov.br/biomedicos-podem-participar-do-concurso-para-perito-criminal-da-policia-civil-do-df/
Entretanto, não tenho conhecimento de algum biomédico que de fato fez a inscrição no concurso.
Olá, professor!
Essa questão que você comentou sobre prestar concurso para outra área da que formou seria somente para esse órgão ou outros também permitem isso?
Comente mais sobre, por favor.
Obrigado!
Marco, esta questão de prestar o concurso para áreas diferentes foi só neste caso específico do concurso de perito da PCDF de 2012. Para cada órgão há um regra diferente, então tem que analisar cada um em separado. Ok?
Olá,
Como visto em alguns posts, o edital do Banco Central está previsto para ser liberado. E a avaliação de títulos é uma das etapas requeridas para a vaga de Analista, no ultimo edital é mostrado cursos de pós graduação que inclui nesse processo. No seu texto você informa que é graduado. Na época que prestou você era somente graduado ou tinha pós graduação?
Sou graduada no momento.
Aguardo, obrigada!
Eu era apenas graduado. A prova de títulos de fato ajuda que tem pós-graduação, mestrado, etc, entretanto, na minha opinião, não vale a pena fazer um mestrado apenas para conseguir estes pontos. É mais interessante dedicar essas horas de estudos e tirar a diferença na prova objetiva. Por outro lado, se você tiver condições de fazer uma pós ou estiver finalizando um mestrado, desde que não atrapalhe tanto seus estudos para o concurso, aí sim se torna interessante.
Bom dia Eduardo!! Parabéns pela sua história de vida, realmente é inspiradora.
Também sou formado em Engenharia e gostaria de saber sua opinião: Para qual cargo é melhor se dedicar e estudar, Auditor da RFB ou Analista do BACEN? Na opinião do senhor qual concurso sai primeiro e qual dos dois é mais "fácil" em relação ao outro para se conquistar a aprovação?
Forte abraço !!