Uma das grandes questões que aflige aquele que pensa em sair da iniciativa privada e migrar para a carreira pública é: vale mesmo a pena? Quais considerações devo fazer para considerar essa movimentação?
E essa pergunta abrange não somente questões sobre a “incerteza” que é em passar no cargo desejado, mas também o próprio ambiente do serviço público, como o nível de satisfação na carreira e função pretendidas.
Nesse contexto, pode-se utilizar um raciocínio para a melhor tomada de decisão, o qual aborda três perguntas que exigem autorreflexão:
Vamos analisar cada uma das questões separadamente.
Como diz o ditado popular, a beleza está nos olhos de quem vê. Na carreira profissional, isso significaria que o nível de satisfação com o trabalho é algo muito pessoal.
Dessa forma, antes de sair da iniciativa privada para estudar para concurso público é importante que primeiro cada um entenda quais aspectos são relevantes para si no trabalho. Após esse levantamento, o próximo passo é fazer uma avaliação do nível de contentamento em cada um deles. Alguns aspectos e perguntas que podem ser feitas são:
Em cada um dos pontos acima é preciso que seja feita a avaliação, podendo até mesmo dar notas de 1 a 10 para facilitar o raciocínio. Tendo isso em mãos, é possível partir para a próxima etapa.
As características valorizadas em um trabalho estão intimamente relacionadas com o tópico anterior, já que que muitas vezes o nível de insatisfação com o trabalho atual acontece porque fatores importantes não estão sendo atendidos.
Adicionalmente, o propósito e nível de relevância do trabalho realizado impactam a percepção de valor e realização pessoal. E isso acontece pois essas características podem funcionar como um combustível que motiva mesmo em meio a situações desafiadoras.
Portanto, para fazer valer a pena migrar da iniciativa privada para a carreira pública (especialmente por, em regra, envolver uma boa dose de dedicação e estudos), é importante mapear o que se está buscando.
Muitas vezes não é fácil encontrar um trabalho que una todas as características desejadas, por isso é importante entender o que é fundamental. E, sabidamente, isso muda de pessoa para pessoa.
Há quem coloque como mais importante um salário alto do que uma realização no trabalho. Já existe quem prefira trabalhar 40 horas por semana e não levar trabalho para casa a ter que cuidar das suas entregas com mais autonomia e variar entre dias que trabalha menos e dias que trabalha mais. Há quem considere a dinamicidade e aventura de um trabalho na polícia, por exemplo, como a realização de um sonho. Há quem ache esse trabalho muito arriscado.
É preciso considerar que o próprio conceito de qualidade de vida é outro critério muito pessoal. Para alguns a qualidade de vida é morar num local seguro e com acesso à educação e saúde, além de um trabalho que garanta estabilidade financeira. Para outros, qualidade de vida é poder conciliar trabalho com família de maneira equilibrada. Há ainda quem adicione viagens frequentes nessa equação. E há aqueles que consideram qualidade de vida tudo isso junto e um pouco mais.
Uma técnica que pode auxiliar em tomadas de decisões importantes, em especial aquelas que irão impactar no médio-longo prazo, é se fazer a seguinte pergunta: “se eu continuar no caminho que estou trilhando, como devo estar daqui a 5 ou 10 anos? Estarei satisfeito com esse cenário?”
Certamente há diversos fatores que não serão colocados na balança porque não são conhecidos, mas o objetivo desse exercício é tomar como base aquilo que se sabe.
Por exemplo, se o funcionário pretende construir a carreira na empresa que trabalha, uma forma de fazer isso é avaliando aqueles que ocupam posições mais altas, como o chefe, ou até mesmo o chefe do chefe. Olhando por essa perspectiva, é possível fazer essa consideração de longo prazo dentro de uma realidade mais próxima.
Nesse caso, uma pergunta seria: “eu estaria satisfeito se em 5 ou 10 anos eu assumisse a função que hoje é do meu chefe? Gosto da dinâmica que ele tem, do seu nível de responsabilidade, do tipo de trabalho que ele executa? O salário dele compensa a sua rotina?”
Dessa forma, caso a conclusão de que a projeção provável da carreira atual não seja satisfatória, um sinal de que mudanças importantes precisam ser tomadas é aceso.
E se chegarmos à conclusão de que continuar na trilha atual da iniciativa privada não levará a um caminho de realização? Qual mudança deve ser feita? Para qual lado a decisão profissional deve ser apontada?
Certamente, é nesse ponto que a decisão de seguir a jornada da carreira pública através do concurso público pode se destacar como a escolha que mais vale a pena, seja pelos salários, pela estabilidade, pela própria realização com o serviço público ou até mesmo um pouco de cada.
Nesse contexto, é muito importante explorar o exercício de autorreflexão proposto com afinco, garantindo mais clareza na tomada de decisão.
Em especial, quando se fala em concurso público, sabe-se que existe um nível de dedicação exigido até a aprovação. Ademais, quanto mais árdua for a jornada, mais claros precisam estar os motivos que nos fizeram percorrê-la, caso contrário, quando as dúvidas chegarem, ficaremos mais vulneráveis às nossas emoções momentâneas.
Além disso, para que o plano dos próximos passos possa ser montado, é importante mapear para qual área mirar (o que também está relacionado às preferências pessoais levantadas). O professor Bruno Bezerra preparou o vídeo abaixo que poderá ajudar nessa avaliação:
Existem concursos que exigem uma dedicação mais curta, já outros uma dedicação mais longa. Nesse contexto, surgem mais perguntas, como: “quantas horas devo dedicar por semana? Qual o tempo médio até a aprovação?
Sem dúvida isso depende da complexidade e quantidade de assuntos, nível de concorrência ou até mesmo da frequência em que o concurso é aberto. Uma das formas de entender melhor sobre esses aspectos é através da famosa pesquisa na internet, como em artigos em páginas de concursos e vídeos de aprovados ou professores no Youtube. E, caso seja possível, conversar com pessoas que já tenham trilhado esse caminho é uma ótima opção.
Destaca-se que o nível de dedicação exigido para a aprovação irá variar de pessoa para pessoa, mas ter em mente a média de esforço exigido é um bom passo para o alinhamento de expectativas. Acima de tudo, essa noção auxiliará no próprio planejamento pessoal e familiar.
E isso é ainda mais importante quando se trata de um concurso com maior grau de complexidade, a exemplo da área fiscal, controladoria ou carreira jurídica, já que a jornada costuma ser um pouco mais longa e por isso exige bastante resiliência.
Nesse sentido, o artigo abaixo traz ferramentas para ajudar nessa avaliação:
A lógica de que um pouco mais eficiente todos os dias trará um efeito muito importante no médio-longo prazo é muito válida no mundo dos concursos. Dessa forma, se o nosso estudo se torna 10%, 20%, 30% mais eficiente, por exemplo, porque utilizamos o material correto, temos o devido acompanhamento ou entendemos a maneira de estudar que melhor se adapte à nossa realidade de maneira mais célere, a jornada se torna muito mais rápida e exequível.
E, para facilitar a jornada de estudos para concurso, o Estratégia Concursos tem diversas ferramentas que nos auxiliam nessa jornada. PDFs de alta qualidade, vídeo aulas com os melhores professores do mercado e trilhas de estudos que nos auxiliam na organização dos estudos de maneira excepcional.
Isso se torna ainda mais relevante para quem decide começar a estudar para concursos, mas precisa conciliar essa rotina com o trabalho. Esse é um cenário em que o tempo é escasso, por isso utilizá-lo de maneira sábia e eficiente é crucial.
Finalmente, a decisão da carreira profissional é algo muito importante, por isso deve ser tomada com cuidado e seriedade. Outrossim, por ser um assunto que envolve diversas variáveis, a decisão de se vale a pena migrar da inciativa privada para a carreira pública virá após o correto mapeamento do contexto atual e o contexto desejado.
Colocar tempo para pensar no que se tem, o que se quer e como fazer para chegar lá permitirá que as decisões sejam tomadas com propriedade. Podemos ter diversas pessoas que nos ajudem com esse exercício de autorreflexão (na verdade, é até mais produtivo discutir essas reflexões com pessoas que confiamos), mas seremos nós que precisaremos efetivamente colocar o tempo e energia para colocar as coisas no papel e, ainda mais importante, tirar as coisas do papel depois da decisão ser tomada.
Sendo decidido o caminho dos concursos, há formas de fazer com que o processo seja mais eficiente e eficaz. Como diz o provérbio chinês, “se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado”. A aplicação disso na vida do concurseiro é de que existem formas mais inteligentes de estudar e se preparar, não é preciso inventar a roda e tentar fazer tudo sozinho.
Claro, cada um adapta as ferramentas existentes da melhor maneira para si, mas uma vez que as inúmeras possibilidades estejam claras e organizadas, é muito mais fácil encontrar a melhor estratégia de estudos. E, certamente, estudar de maneira eficiente e através dos melhores materiais nos dará segurança que a aprovação é possível.
Espero que esse artigo tenha ajudado a esclarecer um pouco uma lógica que pode ser utilizada para a avaliar a migração da área privada para o setor público, e que auxilie na melhor tomada de decisão.
Jorge Segundo
Links:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/quantas-horas-semanais-estudar-para-aprovacao-em-concursos/
https://www.youtube.com/watch?v=55RrYr0EonY&ab_channel=Estrat%C3%A9giaConcursos
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