Migrando da área Fiscal para o Tribunais de contas. Estratégia de Transição
Migrar de Auditoria para Controle. É uma boa opção?
Olá pessoal, tudo bem? Eu espero que sim!
Saímos de um período deveras recheado de concursos para área fiscal. Só para se ter uma ideia, no ano de 2018 e 2019 tivemos grandes concursos como:
- SEFAZ Goiás
- Remuneração Inicial: R$ 20.940,62.
- SEFAZ Santa Catarina
- Remuneração Inicial: R$ 22.853,33.
- SEFAZ Bahia
- Remuneração Inicial: R$ 13.000,00* (vencimento + gratificações).
- SEFAZ RS
- Remuneração Inicial: R$ 20.463,50.
Além dos inúmeros concursos municipais (ISS) com excelentes remunerações.
A tendência é que se tenha um ou dois anos com um volume significativo de concursos fiscais como: SEFAZ DF, SEFAZ AL, SEFAZ RR, SEFAZ ES, SEFAZ CE, SEFAZ PR, sem falar do tão esperado concurso da Receita Federal, órgão que atualmente passa por um grave momento em virtude da escassez de pessoal.
De outro lado, temos os famosos concursos para os Tribunais de Contais, que semelhantemente à área fiscal, alinham uma remuneração atraente a um trabalho altamente relevante para a sociedade.
Dentre as previsões para estes próximos anos na área de Controle temos: TCU, CGU, TCE SC, TCDF, TCE PI, TCE AM, TCE GO, TCE AL, TCE SE, TCE RR, além dos concursos de âmbito municipal.
Vale a pena Migrar de Auditoria para Controle?
Com este rol imenso de concursos previstos, é esperado que o aluno fique na dúvida entre qual carreira seguir, e se realmente vale a pena transitar de um concurso para outro na medida que os editais irão sendo publicados.
Não é uma decisão fácil de ser tomada, tendo em vista que passamos por uma fase de editais volumosos, provas com alto nível de dificuldade, e notas de corte expressivas (mas isso não é novidade pra nenhum concurseiro de mãos calejadas, certo?).
A melhor estratégia é sem dúvida manter o foco. Fazer sua escolha e destrinchar seus estudos em cima de bons materiais de revisão e bastante exercícios. Contudo, nem sempre a vida é linear. É muito comum nesse Universo de concursos que o aluno migre de uma área para outra, seja por afinidade, experiência, quantidade de vagas ofertadas ou até mesmo salário.
Ao fazermos uma reflexão sobre qual caminho seguir, remuneração é muito pouco para influenciar uma escolha tão difícil. Pensando pelo lado emocional, a afinidade e experiência na área são elementos-chave. Pessoas que estudam para a área que gostam, além de estarem constantemente motivadas, cansam menos, estudam mais horas líquidas por dia, possuem uma qualidade de estudo melhor, e aprendem mais rápido. Pensando pelo lado estratégico, temos que atacar a realidade: não há vagas para todos! Logo, a quantidade de vagas ofertadas é uma variável que deve entrar no equacionamento.
Nestas áreas específicas (Auditoria e Controle) percebemos um padrão comum: vários concursos com poucas vagas em cada, à exceção dos concursos federais que ofertam uma quantidade significativa de vagas.
Portanto, não há nada de errado em migrar de Auditoria para Controle, desde de que se saiba o que está fazendo. Lembre-se: “Macaco que pula de galho em galho uma hora erra o passo. ”
Analisando os últimos Editais
Comparação edital TCE RJ 2020 (Área: Controle Externo Administração Financeira e Orçamentária) vs. SEFAZ DF 2019 (Auditor-Fiscal)
TCE RJ | SEFAZ DF | Correlação | Observações |
Português | Português | 90% | |
Direito Administrativo | Direito Administrativo | 80% | |
Administração Financeira e Orçamentária | Direito Financeiro | 80% | |
Contabilidade Pública | Contabilidade Pública | 75% | |
Direito Constitucional | Direito Constitucional | 70% | |
Licitações Contratos e Convênios | 60% | Estudado em Direito Administrativo | |
Auditoria Governamental | Auditoria Fiscal do ICMS e ISS | 35% | Conteúdo Médio |
Análise de Dados e Informações | TI | 30% | Conteúdo Médio |
Controle Externo | 10% | Uma parte deste conteúdo é estudado em Direito Administrativo e na própria Constituição | |
Conhecimentos sobre o DF | 0% | Pouco conteúdo | |
Direito Civil, Empresarial e Penal | 0% | Muito Conteúdo (exercícios normalmente fáceis) | |
Economia e Finanças Públicas | 0% | Conteúdo Médio | |
Matemática Financeira, Estatística e Raciocínio Lógico | 0% | Raridade um concurso não cobrar Raciocínio Lógico | |
Contabilidade Geral e de Custos | 0% | Muito Conteúdo | |
Direito Tributário | 0% | Muito Conteúdo | |
Legislação Tributária | 0% | Muito Conteúdo | |
Administração Pública | 0% |
Pela análise apresentada, o aluno que planeja migrar de auditoria para controle terá certa facilidade, uma vez que a quantidade de assuntos cobrados é menor, e grande parte destes já fazem parte do escopo de quem estudou para os concursos Fiscais dos anos anteriores.
Todavia, quem almeja o caminho inverso sofrerá um pouco mais.
Como Planejar a Transição
Ao se planejar um estudo, as seguintes variáveis devem ser consideradas:
- Conhecimento Prévio da Disciplina;
- Pontos Ofertados (Quantidade de Questões x Peso da Disciplina); e
- Quantidade de Assuntos abordados em cada Disciplina.
O equacionamento correto destas três variáveis é essencial para se planejar o tempo a ser alocado em cada matéria.
Não é novidade para ninguém que quem é aprovado é aquele que consegue mais pontos, e não necessariamente quem acerta mais questões ou gabarita determinada disciplina. Por outro lado, isto não significa dizer que não se deva dar a devida atenção a disciplinas com peso 1. A “distância” entre o aprovado e o reprovado muitas das vezes é até menor que 1 ponto.
Equacionando o Conhecimento Prévio de Cada Disciplina
Uma boa ESTRATÉGIA de transição é tentar igualar os conhecimentos das ‘novas’ e ‘antigas’ disciplinas de forma rápida, dando quase 100% de atenção aos novos conteúdos nas primeiríssimas semanas.
Sendo assim, pode-se até mesmo considerar dividir uma mesma disciplina em 2 partes: conteúdos inéditos e conteúdos já estudados
O objetivo inicial é fazer com que o gráfico de Domínio das disciplinas evolua de A para B.
Não é incomum que nesse momento o desempenho caia ligeiramente nos assuntos que o aluno deu menos atenção. É nesta hora que os resumos e mapas mentais cumprem seu papel: não permitir que o conhecimento adquirido se desprenda da memória.
Neste ínterim, deve-se centralizar os esforços para: Auditoria Governamental, Análise de Dados e Informações, Controle Externo e Administração Pública, tendo como base os editais apresentados, além dos assuntos inéditos das outras matérias.
Equacionando Pontos de Cada Disciplina
O próximo passo quando se deseja migrar de auditoria para controle é ter uma evolução global, dando prioridade nas disciplinas que ofertam mais pontos, e dando um toque extra naquelas que o aluno apresenta desempenho inferior
Conclusão
Como analisado, os editais de concursos Fiscais vêm cobrando uma quantidade muito grande de disciplinas, que faz com que o aluno que estude para esta área cogite migrar para outras.
Sim. É verdade que ele não terá muitos empecilhos para migrar de Auditoria para Controle, mas deve-se ter certeza de que esta é a melhor opção em busca da aprovação. Ficar migrando de uma área para outra é, sem dúvidas, a pior estratégia.
Uma vez feita a escolha, um bom começo é atacar a Parte Nova do edital, isto é, todos os tópicos que o aluno ainda não estudou, em busca de um melhor nivelamento entre as matérias.
Feito este nivelamento, é possível ter uma evolução conjunta de todas as disciplinas.
Lembre-se: a disciplina que muitas vezes o aluno deixa de estudar seja porque não gosta, ou tem dificuldade, ou por quaisquer motivos que sejam, tem uma grande chance de tirá-lo do jogo.
Forte Abraço
Leandro Ricardo M. Silveira
Saiba mais: Concurso TCE RJ
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