Oi pessoal! Hoje vamos tratar da Mediania Aristotélica, que é uma concepção ética formulada por Aristóteles, e que vez por outra tem aparecido em provas de concursos.
Ética no Serviço Público é uma matéria simples e curta, mas de vez em quando a banca traz uma surpresa meio indigesta. Isso aconteceu com a Mediania Aristotélica no concurso do MPU 2018. Foi choro e ranger de dentes! Até hoje tem gente traumatizada com Aristóteles! :)
Para compreender como as questões sobre a Mediania Aristotélica são formuladas, precisamos primeiramente compreender o conceito de Virtude.
A virtude é uma ideia que foi muito discutida pelos filósofos gregos da Antiguidade. Ela representa o conjunto ideal de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Esse homem de bem, portanto, seria o homem virtuoso.
Aristóteles valorizava bastante a vontade humana. Ele dizia que a virtude era uma “disposição adquirida de fazer o bem”, e que ela se aperfeiçoa com o hábito, pois mesmo o homem virtuoso poderia buscar a entronização de outros valores.
Aí entra a chamada Mediania Aristotélica. Basicamente Aristóteles considera que os impulsos humanos podem levar o indivíduo a extremos em termos de comportamento, e esses extremos representam o vício (o contrário da virtude). Por outro lado, a virtude estaria no equilíbrio, no controle sobre esses impulsos na busca pelo ideal de equilíbrio.
“Ah professor, isso é muito complicado!”
Nem tanto! Veja um exemplo bem simples que nos ajuda a compreender a virtude do equilíbrio em Aristóteles: imagine que um dos grandes desafios do ser humano é saber como lidar com seus bens, não é? Você deve conhecer pessoas que são muito avarentas, ou seja, que não conseguem dispor dos seus bens para ajudar outras pessoas, e também outros que são pródigos, que gastam tudo que têm com outras pessoas, não conseguindo ter a atenção necessárias às suas próprias necessidades.
A avareza e a prodigalidade, portanto, estão nos extremos, e por isso representam o vício. O equilíbrio, neste caso, seria representado pela generosidade, que está entre uma coisa e outra.
E aí? Viu que não é complicado? Agora vamos ver como a Mediania Aristotélica foi cobrada no concurso do MPU 2018.
MPU – Técnico – 2018 – CESPE.
Segundo Aristóteles, é preciso identificar entre as ações e as paixões as que sejam voluntárias, ou seja, aquelas que dependem da vontade, a fim de se reconhecer seu aspecto ético.
Aristóteles diz que somente existe virtude quando há vontade. Se alguém faz algo involuntariamente (seja por uma compulsão ou uma doença, por exemplo), essa ação não pode ser julgada sob o ponto de vista ético.
GABARITO: CERTO
MPU – Técnico – 2018 – CESPE.
Segundo Aristóteles, a prodigalidade e a mesquinhez correspondem a vícios, marcados pelo excesso e pela falta respectivamente, ao passo que a generosidade corresponde a uma virtude a ser buscada voluntariamente para se encontrar a mediania.
A mediania aristotélica consiste na busca pelo equilíbrio. A virtude está no meio, enquanto os extremos são os vícios. No exemplo dado no texto, a mesquinhez e a prodigalidade são dois extremos no que se refere à maneira como o indivíduo lida com seus bens materiais, ao passo que a generosidade está no equilíbrio, e por isso é uma virtude.
GABARITO: CERTO
MPU – Técnico – 2018 – CESPE.
O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no serviço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.
Essa foi fácil, não é mesmo!? A própria questão nos diz que a prodigalidade e a mesquinhez são vícios, cada um num extremo, e que a generosidade é o equilíbrio entre os dois, e por isso uma virtude.
GABARITO: ERRADO
MPU – Analista – 2018 – CESPE.
Com o objetivo de promover os valores éticos para o bem da sociedade, a fórmula aristotélica da mediania propõe a rigorosa punição dos vícios pelos agentes públicos, simbolizados no texto pela profissão de juiz.
A mediania aristotélica não tem nada a ver com rigorosas punições. Ela encara a virtude no mediano, como se o bom estivesse entre os vícios, que na realidade significam excessos capazes de nos prejudicar. O muito ou o pouco, portanto, são vícios, e o meio termo (ou mediano) é a virtude.
GABARITO: ERRADO
MPU – Analista – 2018 – CESPE.
Conforme a ética aristotélica, o meio-termo deve ser buscado por todas as pessoas como principal caminho para uma vida virtuosa, tanto nas ações como nas paixões humanas, a fim de se equilibrarem os vícios, tanto os decorrentes do excesso como aqueles que resultam da falta.
Agora sim estamos diante de uma definição consistente da mediania aristotélica.
GABARITO: CERTO
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