Artigo

Lei de Benford e indícios de fraude na eleição 2018

Nestas eleições de 2018, assim como ocorreu nas eleições de 2014, houve um trabalho técnico analisando as totalizações das urnas, para verificar se seguem uma lei estatística chamada de “Lei de Benford”. Dado que o TSE não permite auditoria externa, e dado que a justiça se recusou a implementar o voto impresso, este tipo de análise acaba sendo o único recurso disponível para que um agente externo (ou seja, distinto da própria justiça eleitoral) avalie a regularidade das apurações.

Os exames apontaram cerca de 77% de inconsistências, o que é um forte indício de que houve de fato fraude nas eleições 2018.

Durante a apresentação dos trabalho, a equipe do site Brasil Paralelo usou recorrentemente o argumento de autoridade, elencando várias entidades de prestígio que empregam a Lei de Benford em vários tipos de situação.

Argumentou-se ainda que um cidadão comum não precisa conhecer o funcionamento exato de um exame de DNA para confiar nele. Assim também ocorreria com a Lei de Benford: bastaria saber que ela dá um resultado confiável e que a metodologia funciona.

Contudo, no caso do exame de DNA, um cidadão comum, apesar de não saber como é feito (é o meu caso!), concorda com a ideia base: comparar carga genética do filho com a do suposto pai. É algo que é facilmente aceito, é razoável, está de acordo com o senso comum.

Já no caso da Lei de Benford isso não ocorre: imaginar que há situações nas quais os dígitos iniciais dos números envolvidos não seguem uma distribuição uniforme (com mesmas quantidades de dígitos 1, 2, 3, …, 9) não é trivial. De modo que o mesmo cidadão comum que aceita o exame de DNA fica com uma pulga atrás da orelha quando ouve falar nessa tal de Lei de Benford.

Gostou do artigo? Compartilhe em seus grupos de WhatsApp!

Abraços,

Vítor Menezes

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja os comentários
  • Para alguém "desconfiar" da Lei de Benford, questionando-a de forma tão amadora, não tem sentido para não profissionais especializados no tema. Não é uma questão de gostar ou não gostar, é que é um tema para especialistas, não para leigos. É o mesmo que um leigo "desconfiar" de que o fóton pode se comportar como onda ou partícula. Aí o cara escreve dessa desconfiança em pleno século XXI sendo que não sabe nem usar as fórmulas de Newton. Falta humildade para se enquadrar na própria ignorância (de conhecimento).
    Alberto em 06/05/19 às 19:05
  • Tenho certeza que o Alfredo é esquerdista. Discurso inócuo. Brasil modelo kkkkk
    Ranieri em 12/11/18 às 22:30
  • Louvável, se o ilustre professor estiver realmente acreditando nisso que diz. Contestável se for mais um tentando desinformar, como muitas outras "verdades" que vemos atualmente circulando nos mais diversos meios de comunicações de "massa". Votei na urna pela primeira vez em 1996 e até 2014 não se tinha tanto questionamento sobre a confiabilidade da urna eletrônica. Não sou político partidário mas, qualquer pessoa que parar um minuto para analisar as "verdades" que circulam nas redes sociais, perceberá que muitas são verdades construídas que podem ser desconstruídas com um exercício simples de reflexão. O TSE convida especialistas, e qualquer interessado, para participar dos testes das urnas, concedendo total acesso aos programas e equipamentos que as compõem, portanto parece estranho discursos desse tipo, quando seria mais fácil participar dos testes e construir sua própria opinião a partir da realidade e embasado pelo conhecimento técnico. Candidatos se eternizam no poder pelos votos recebidos na urna sem questionar, quando perdem ou acreditam que não vão conseguir, começam a divulgar notícias inverídicas sobre a confiabilidade das urnas. A urna brasileira é modelo para muitos países, entretanto, nossa síndrome de inferioridade colonial não nos permite reconhecer e valorizar o que produzimos de melhor. Como disse um poeta "Se farinha fosse americana, mandioca importada, banquete de bacana seria farinhada". Posto esse comentário com o profundo respeito que tenho por todos os profissionais que fazem o Estratégia Concursos, instituição que conheço desde a sua formação.
    Alfredo em 27/10/18 às 22:30
  • Professor, assisti o video somente pra tentar entender a aplicacao da lei de Benford ao processo eleitoral, já que esta foi a manchete de chamada, bastante impactante, inclusive. Vc deu tantos exemplos e nao deu o exemplo enunciado na propria manchete? Confesso que fiquei frustrada e não entendi a motivação do artigo... que ainda dá brecha para tantos comentários políticos, como os abaixo...
    Flavia Martins em 23/10/18 às 23:27
  • No vídeo está bem explicado o funcionamento da lei de Benford, porém qual é a associação com resultados da eleição?
    Ricardo em 21/10/18 às 16:51
  • Parabéns, professor Vitor Menezes, por trazer à tona para todos nós leigos a Lei de Benford (portanto, uma LEI), esclarecedora de fatos que nem imaginávamos. Se possível, gostaria que aplicasse a referida lei no processo eleitoral brasileiro de 2018, primeiro turno, e nos apresentasse em outro vídeo do youtube. Reitero meu agradecimento ao seu trabalho de utilidade pública.
    Flavio Pinheiro em 21/10/18 às 15:34
  • Excelente artigo. Os exemplos mostram que, quando aplicáveis ao modelo e especialmente para amostras grandes, a lei de Benford é praticamente certeira. O próprio TCU considera o modelo aplicável às eleições, assim sendo, há sim forte suspeita sobre a veracidade da apuração de votos, ensejando uma obrigação de investigação. Até porque não há transparência nos resultados de apuração, as urnas não são auditáveis. Estes tipos de iniciativas deve ser apoiados por todos nós. Segue o link do vídeo postado no youtube do grupo que fez o estudo comentado pelo professor Vítor. Verifiquem se o estudo é sério. O link é este: https://www.youtube.com/watch?v=XcvWHcvXjME
    Vinicius em 21/10/18 às 10:35
  • Democracia em um país onde só tem canalhas criando leis,nem o voto podemos confiar que não é fraudado
    Larissa em 21/10/18 às 02:59
  • Democracia compreende-se transparência e respeito às vontades e direitos de um povo. Vivemos no Brasil há 13 anos um regime s comunista/socialista mascarado como democracia e estamos passando pelo pior momento histórico porque esses oportunistas não querem deixar o poder baixo nenhuma hipótese. Assim ocorre em vários paises cuja ditadura é escancarada. Se supostamente o Brasil é um país democrático, pq não se permite auditoria externa nas urnas respeitando o pedido de mais da metada de população brasileira? Porque contrataram uma empresa venezuelana (governo ditador e que foi mantido financeiramente pelos recursos do povo brasileiro através do BNDES) para a instalação de tais urnas fraudulentas? Como podem crer que uma nação imensa como o Brasil, o povo seja tão ignóbil ao ponto de acharmos nos dias atuais e com o nível de informações que podemos acessar e separar o joio do trigo, que tal sistema é 100% confiável? Qualquer programador mediano consegue fraudar essas urnas. Houve acesso interno no TSE para a complementação da fraude. É muito fácil distinguir fake news, basta ser das organizações Globo, Folha de São Paulo, pesquisas como Datafolha, Vox (da CUT), revista Veja. Empresas que possuem desespero para se manter funcionando e se vendem sem ética alguma. Associado estão os assassinatos de um prefeito e sete testemunhas, o atentado à um presidenciável e mais duas mortes misteriosas. Uma vergonha o que está ocorrendo. Pra piorar um ministro da Segurança que declara que irá prender quem disser algo contrário sobre a segurança das urnas. !!!!!! Democracia????? Há muito que não temos. Obrigada pelo video explicativo. Já havia visto com outro profissional. Muito esclarecedor
    Márcia em 20/10/18 às 05:56
  • Adorei a aula. Mas também esperava a análise dos resultados das eleições.
    Camila Gandini em 20/10/18 às 05:23
  • Não entendo o motivo de algumas pessoas ofenderem-se ou sentirem-se violadas em algum direito, o vídeo foi antes de mais nada instigador e nos colocou numa posição mais questionadora..no processo democrático este espírito é FUNDAMENTAL. PARABENS!!!!!!
    ANTONIO SERGIO DOS SANTOS SENA em 19/10/18 às 20:26
  • "A lei de Benford foi invocada como evidência de fraude nas eleições iranianas de 2009[17], e também usadas para analisar outros resultados eleitorais. Entretanto, outros especialistas consideram a lei de Benford essencialmente inútil como um indicador estatístico de fraude eleitoral em geral.[18][19]" Fonte: Wikipedia https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Benford
    Antonov em 19/10/18 às 20:22
  • O vídeo é interessante, mas acho perigoso que, com base em abstração, se faça esse tipo de afirmação: "Os exames apontaram cerca de 77% de inconsistências, o que é um forte indício de que houve de fato fraude nas eleições 2018." Chega a beirar a irresponsabilidade.
    Rodrigo Pereira em 19/10/18 às 18:54
  • As opiniões tendem ao extremismo quanto mais desconhecem as variáveis. Pessoas que lastimam do conteúdo explicado, não conseguem compreender que existem certas leis universais, que sendo probabilidades matemáticas, independem de instituições humanas, e por isto, não são falhas. Confiar em instituição humanas que se prestem a dizer que, cegamente se devam confiar nelas, sem um processo físico, sólido, confiável e demonstrável de verificação, está no nível da fé, não é científico.
    Mauricio Diógenes Olive de Moraes em 19/10/18 às 18:42
  • Prezado professor,  Assisti a seu vídeo, entendi o método estatístico explicado, mas fiquei frustrada por não ter sido apresentada a análise feita com os dados das eleições. Então, fui pesquisar sobre o Brasil Paralelo, seus fundadores, seus conteúdos, seu vídeo sobre a "fraude"... e por fim encontrei uma matéria bastante interessante no jornal The intercept sobre o assunto. Segue o link, caso se interesse: https://www.google.com.br/amp/s/static.theintercept.com/amp/hoeschl-antifraude-urnas.html Att, Sheila Magaly 
    SHEILA MAGALY DE SOUZA GAMA em 19/10/18 às 18:27
  • Nós concurseiros temos que está atentos à eleição pois nosso destino depende de quem vai ocupar a presidência. Em MG por exemplo vão colocar os peixes no sistema prisional, não haverá concurso público para AGEPEN-MG. RIDÍCULO.
    Wander Santos em 19/10/18 às 18:26
  • Ótimo vídeo. Eu não sabia da existência dessa lei e aprendi bastante com o vídeo.
    Xombras xombras em 19/10/18 às 18:20
  • Bom artigo! Eu não tinha ouvido falar sobre essa lei, não entendo porque as pessoas se aborrecem com este tipo de assunto, parecem sentir-se ofendidas, eu não! Eu até agradeço pois quando mais conhecimento eu absorvo mais minha mente se expande. Grata
    Luciana em 19/10/18 às 17:42
  • Valeu pela postagem. Visto a situação atual em que nos encontramos, é um assunto interessante a ser discutido. Democracia é isso.
    Fatima Cabral em 19/10/18 às 17:35
  • Bastante interessante. Não dá pra ficar alheio ao que ocorre no cenário nacional pois vai impactar diretamente nós concurseiros.
    Sidnei em 19/10/18 às 17:32
  • Vê quem quiser... Ninguém é obrigado a ver o que não quiser! Povo chato
    Felipe em 19/10/18 às 17:22
  • Excelente explanação. Nao vi o assunto politico que disseram ai em cima; vi um tema de estatística de extrema importância. Grato
    Rafael em 19/10/18 às 17:11
  • Não autorizei conteúdo relativo a política por parte da Estratégia Concursos, desta forma peço descadastrar o e-mail!
    IVAN GONCALVES FILHO em 19/10/18 às 16:34
  • Professor. Excelente explicação sobre a lei, mas esperava que o vídeo mostrasse alguns fatos que evidenciam os 77% de inconsistência. Os erros se tratam de quantidade de eleitores votantes, número de votos para candidatos A ou B, número de votos nulos, qual foram as inconsistências? Grato.
    Renato Pissini em 19/10/18 às 15:15
  • Vi todo o vídeo bem interessante o método e tudo mais. Mas é diferente informações de dados fixos e reais e votos. Pareceu sensacionalista o título para mostrar apenas um cálculo que não diz nada na verdade a meu simples entender. De qualquer maneira gostei muito da usa metodologia de ensino.
    Pedro Costa em 19/10/18 às 14:53
  • Muito bom o vídeo! Agora vou procurar os trabalhos divulgados pelo Brasil Paralelo. Ótima explicação! Parabéns!
    Mariana Gerardi em 19/10/18 às 14:45
  • A que ponto chegamos! Vc sabia que vários servidores que estudaram pelo material de vocês estão participando do PROCESSO ELEITORAL, sejam como servidores, mesários, policiais, etc. Vocês estão prestando um desserviço ao país. Colocam todas as instituições legalmente instituídas em completo desapreço, já que OAB, Ministérios Público, Tribunais e inclusive os PARTIDOS POLÍTICOS participam ATIVAMENTE na fiscalização do PROCESSO ELEITORAL. Lastimável...
    Janaina Leite em 19/10/18 às 13:52
  • Espantosamente o Estrategia Concursos escreveu um artigo e encaminhou um email, provavelmente para milhares de pessoas, com nítida motivação política e sem base suficiente para chegar a conclusão que está logo no início "Os exames apontaram cerca de 77% de inconsistências, o que é um forte indício de que houve de fato fraude nas eleições 2018". Esse tipo de conclusão se dá através de notícias falsas já refutadas pelo TSE e analisadas pela mídia: https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/06/mensagens-com-conteudo-fake-sobre-fraude-em-urnas-eletronicas-se-espalham-nas-redes.ghtml http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2018/esclarecimentos-sobre-informacoes-falsas-eleicoes-2018 É revoltante que, no momento em que o país está atravessando, em uma gigantesca crise de fake news, uma instituição como o Estratégia manche seu nome em troca de contribuir com uma manipulação popular. É ainda mais revoltante que o pano de fundo para essa manipulação seja criar uma sustentação popular para que, em caso de derrota de Bolsonaro, um golpe contra a democracia seja aplicado. Falta bom senso nas análises realizadas: 1- Ignora a peculiaridade de que a distribuição de votos nas cidades pode sofrer grande discrepância devido a questões culturais locais ou de momento pela qual a cidade está passando. Enquanto que população, PIB, área, se comportam de maneira muito mais "comportada", pois são mais "proporcionais". 2- Dizer que imprimir o voto seria mais confiável do que a apuração eletrônica é como dizer que é mais seguro levar um caminhão de dinheiro de São Paulo a Brasília do que fazer uma transferência eletrônica. Na verdade é ainda mais absurdo, porque as urnas são mais seguras do que o bankline. 3- As pessoas que supostamente deteriam poder para fazer tal manipulação muito provavelmente seriam pessoas do alto escalão da sociedade brasileira, que está em sua imensa maioria apoiando Bolsonaro. A única ação digna a ser tomada pelo Estratégia é enviar um email de retratação, para tentar recuperar a confiança de alguns outros alunos, porque a minha confiança já foi ferida de maneira irremediável.
    Marco em 19/10/18 às 13:47
  • Obrigado professor por o excelente artigo esclarecedor para nos brasileiros.
    Marcelo Gunchoroski em 19/10/18 às 13:44
  • Eu não ACREDITO na Grande Mídia, no TSE, no Ministro Raul Jungmann, no Alto Escalão do PT. Pois, todos estão fazendo o DIABO para descartar qualquer desconfiança contra as famigeradas " Urnas Eletrônicas ", taxam como " Fake News " - quem ouse - levantar uma hipótese de desconfiança do " Sistema de Votação Brasileiro " e, por incrível que pareça, o Establishment Político-Judiciário está ameaçando processar os cidadãos e iniciativas que desconfiam da lisura das Eleições Gerais - 2018. A brilhante Equipe do Brasil Paralelo e a clara explicação do Prof. Vitor Menezes fazem mais pela nação do que os burocratas e os seus puxa sacos supracitados.
    Alberto Torres em 19/10/18 às 13:41
  • Assim como o comentário acima, gostaria de "receber somente o que me interessa. No meu caso, apenas assuntos que caem em concursos públicos". Grata.
    Carla Viana em 19/10/18 às 13:38
  • Parabéns pela excelente explanação professor, sempre é bom nos manter informado e evitar que fiquemos num mundo alienado, pensando somente no que nos convém. Vocês do Estratégia são nota 10!
    Dionatan Novak Machado em 19/10/18 às 13:37
  • Bem que eu desconfiei, afinal, nao tem tanto idiota pra votar no Bolsonaro.
    Concurseira Cansada em 19/10/18 às 13:37
  • É inacreditável que o Estratégia esteja agindo politicamente nesta eleição tão polarizada, reforçando o argumento do Bolsonaro para justificar um ataque direto às instituições democráticas.
    Luiz Antonio em 19/10/18 às 13:36
  • Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
    Magner em 19/10/18 às 13:10
  • https://projetocomprova.com.br/post/re_2B5W8XZQGoGN " Enganoso A Lei de Benford, o conceito matemático que baseia o vídeo, não é considerada algo sólido na literatura acadêmica para apontar se uma eleição foi ou não fraudada. Evidência insuficiente Especialistas e estudos consultados pelo Comprova atestam que a lei matemática, por si só, não é capaz de provar irregularidades."
    Yuri em 19/10/18 às 13:03
  • A lei de Benford é a constatação de que, em números gerados de forma “natural” (sem escolha arbitrária por humanos), os dígitos menores (1, 2, 3…) tendem a aparecer com mais frequência do que dígitos maiores (…7, 8, 9). Nesses casos, cada dígito costuma aparecer com uma frequência aproximada específica, seguindo a lei de Benford. Se um relatório contábil, por exemplo, apresenta muitos números figurando o dígito 9, e o dígito 2 aparece pouco, isso pode ser indício de adulteração, pois um humano manipulando números o faz artificialmente, sem obedecer a lei de Benford.
    Alan Maciel em 19/10/18 às 12:47
  • pois é!!! claramente era pra esse presidenciavel que faz caixa 2 e foge de debates não ter ido pro segundo turno com tantos votos! fraude clara. mas pelo menos o voto não é impresso, já pensou na roubalheira? ele ganharia logo no primeiro turno. mas ainda temos a chance de não elege-lo. #elenão
    thales em 19/10/18 às 12:25
  • "Dado que o TSE não permite auditoria externa". De onde viria essa informação? Dado que o TSE faz sim auditoria externa, com ampla divulgação, disponibilizando códigos fontes para os melhores profissionais da área de informática encontrarem falhas. Embora encontrem as falhas, essas São corrigidas pelo TSE e numa nova tentativa não as encontram mais. Por isso achei equivocado dizer que o TSE não permite auditoria externa.
    Lucio Mayer em 19/10/18 às 12:21
  • Direto do Sit do TCU: Aplicações da Lei de Benford à auditoria de obras públicas https://portal.tcu.gov.br/inovatcu/noticias/aplicacoes-da-lei-de-benford-a-auditoria-de-obras-publicas.htm
    Rafael Pinheiro em 19/10/18 às 09:28
  • Caro, Vitor Menezes Não é bem assim. Vi o seu vídeo (ótimo e muito didático, diga-se), mas restringirei minhas críticas a esse seu texto aqui. Fiquei com a impressão que o senhor demonstrou má vontade em relação a esse projeto independente que, de forma legitima e motivada, tenta questionar o nosso sistema de processo eleitoral, que não possui qualquer garantia de confiabilidade e ao longo dos anos tem acumulado recorrentes denúncias de irregularidades e possíveis fraudes, que JAMAIS são averiguadas de fato pelo TSE, que se limita apenas a dizer que eram falsas antes mesmo de investigar, coagindo o cidadão que denuncia com ameaça de processo, a exemplo dessa última votação. Nesse texto o senhor "pinçou" UM EXEMPLO que aquele analista apresentou na entrevista com o Brasil Paralelo para alegar que ele apelou para a falácia do argumento de autoridade (famosa carteirada), para botar em "xeque" toda análise desse projeto. Não foi isso e tampouco eles se apoiaram unicamente nesse exemplo para defender a aplicabilidade do modelo. Ele quis ILUSTRAR ou DEMONSTRAR casos práticos do uso da Lei de Benford, a título de exemplo e para um publico e um ambiente pouco familiarizado com a referida metodologia, embora já seja familiar ao TCU. Ele apenas disse que ela é não só conceituada e confiável pelos mais diversos agentes, como tem aplicação prática. De modo algum sustentou a reputação e aplicabilidade do método nesses exemplos. ADEMAIS, disse que o método é matemático e estatístico, neutro, já aplicado com sucesso em processos eleitorais de outros países e perfeitamente reproduzível por qualquer pessoa interessada, conforme os preceitos elementares da pesquisa científica. Por outro lado, quando apresentou esses exemplos, ele JAMAIS disse que a metodologia por si só é suficiente para atestar fraude, pois ela apenas é um ótimo recurso para uma averiguação preliminar, para se encontrar indícios e, a partir dai, utilizar outras técnicas de auditoria para um verdadeiro aprofundamento, sobretudo no aspecto material. Aliás, é a praxe da auditoria, utilizar de múltiplos métodos e técnicas, bem como reunir variadas evidências. Porém, ele ressaltou que a investigação do elemento material é prejudicada pela desmaterialização do voto digital, além dos embaraços criados pelo TSE que proíbe acesso amplo as urnas e ao código fonte do software, o que torna inviável uma auditoria ampla. Consta que o senhor é professor e também que já fez concursos da área fiscal (onde há a disciplina "Auditoria"). Então, fiquei surpreso com a sua má vontade e excesso de críticas em relação a esse projeto humilde e independente. Tudo bem que o senhor tentou direcionar suas críticas aos aspectos matemáticos e estatísticos, mas necessariamente entrou no terreno da auditoria. O senhor estudou auditoria, então sabe muito bem que não existe essa conversa do juridiquês de "in dubio pro reo" nas contas dos agentes e firmas auditadas, ou seja, há a inversão do ônus da prova. ESTÁ NOS MANUAIS DE AUDITORIA: a auditoria externa ou independente deve COMPROVAR tanto a fraude, erros ou omissões, quanto COMPROVAR a correção, precisão e lisura das contas auditada. Se o auditor não consegue comprovar nenhum ou nem outro, o auditor então se abstém de dar opinião. EXATAMENTE o que ocorreu na auditoria independente promovida pelo PSDB nas urnas de 2014, que foi não só inconclusiva como foi crítica ao TSE, por este criou vários embaraços e dificuldades na investigação dos auditores. Ademais, está na CF/88 que o princípio da transparência e publicidade. O processo eleitoral é uma sucessão de atos administrativos, e este deve ser público e transparente, para ter conferido e inspecionado por qualquer cidadão. Mas o TSE descumpre isso utilizando todo tipo de subterfúgio e até de falácias, como demonstraram quando inviabilizaram a impressão do voto. É inadmissível a apuração ser secreta e o voto ser desmaterializado (por ser digital) e inviabilizar a recontagem. Para falar a verdade, fiquei bem frustrado com o seu texto, especialmente por ter sido publicado nesse blog, pois quando vi o título do seu artigo esperava ler uma aula e demonstração prática dos preceitos da auditoria externa. Não esperava ler críticas (pobres) a uma tentativa legítima de auditar o sistema eleitoral brasileiro, a despeito de todo autoritarismo do TSE e das dificuldades que ele cria para impedir esses empreendimentos. Já pensou, caro Vitor, que ridículo seria uma Petrobrás, que possui ações na Bovespa, portanto, depende de credibilidade nas contas para captar recursos, se desse ao luxo de não ter auditoria? Ou, ainda, fosse permitido nos manuais de auditoria externa o "in dúbio pro reo"? A Petrobrás simplesmente seria encorajada a criar todo tipo de embaraço aos auditores, ocultando passivos, elementos materiais de fraude ou maquiando de toda forma as contas e elementos que poderiam motivar uma opinião adversa do auditor. Ai, o auditor, com fortes suspeitas diante dos embaraços e da situação atípica das contas, não poderia apresentar qualquer opinião que atestasse uma fraude, erro ou omissão, pois não teria como comprovar nada. Ou seja, não comprovou nada de errado, mas tampouco nada de correto. Mas isso não impediria que a sua credibilidade fosse questionada, bem como o valor de suas ações reduzissem a pó. É EXATAMENTE o que ocorre com TSE, que não só inviabiliza como proíbe a auditoria externa, por razões que desconheço. Mas essa atitude dessa corte apenas fere de morte esse sistema eleitoral que é insustentável, pois a insatisfação e perda da credibilidade é crescente. Esse autoritarismo apenas vai estimular um ambiente revolucionário ou de anarquia nesse país, basta lembrar dos protestos recentes que por pouco não descambaram em coisa pior, mas parece que nossas autoridades vivem em "bolhas" e não se dão conta do perigo de uma população revoltada. Portanto, penso que o SEU argumento e do próprio TSE não procedem, pois nada garantirá a lisura e confiabilidade do processo eleitoral sem que haja algum dia uma auditoria externa ampla para COMPROVAR tais requisitos indispensáveis para um processo eleitoral seguro, bem como para uma democracia plena nesse país. Por mais que o projeto do Brasil Paralelo se esforce, jamais conseguiriam essa auditoria nas condições atuais. Assim, o ônus da prova é do TSE/STF, porque são eles que têm a obrigação de provar e garantir que o processo é seguro e confiável.
    Ricardo em 19/10/18 às 03:29
  • Professor, a Lei de Benford considera fatores sociais e geográficos ? Por exemplo, o Nordeste vota mais em tal canditado, mas as capitais votam mais em outros ? Enfim, existe uma extratificação para aplicá-la? O tema é instigante.
    Inayra Mesquita em 18/10/18 às 17:04