História de superação: Querer é poder! Mãe de quatro filhos aprovada em dois concursos top!
Mãe de quatro filhos e três enteados, Maria Fernanda alcançou aprovação no STJ e na Aeronáutica. História de superação.
Cara leitora e caro leitor do Estratégia,
Vamos dar uma pausa nos estudos e conhecer, hoje, a história de superação de Maria Fernanda*, mãe de quatro filhos, aprovada nos concursos de Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça – STJ – e Oficial da Aeronáutica. Quem é mãe ou pai sabe a dedicação que os filhos exigem, sobretudo, a dedicação de tempo. Maria Fernanda transformou os escassos tempos livres em tempo de estudo e conseguiu, com muito empenho, depois de alcançar a meta de perder 10 quilos de massa corporal (pois no concurso da Aeronáutica há aferição de percentual de gordura), ser aprovada nos disputados certames de Analista Judiciário do STJ e de Oficial da Aeronáutica. Ela transformou os tempos de distância dos filhos em incentivo para a superação.
Além dos quatro filhos, ela tem três enteados, já criados. A família é grande, mas isso não foi empecilho para o seu estudo e, ao final, a aprovação nesses dois relevantes concursos do País.
Eu poderia contar a história, porque a conheço bem – é minha irmã. Aliás, é daquelas pessoas que me inspiram, porque, a meu ver, é nas referências próximas a nós que buscamos nossa maior inspiração. Todavia, pedi para que ela mesma nos contasse a sua impressionante história de superação.
Ela topou o desafio.
Leiam abaixo um pouquinho dessa história de superação tão inspiradora, pela própria autora dos feitos:
“Nasceram minhas quatro paixões, meus quatro filhos. Minha expectativa de ser mãe era bem acanhada face à realidade. Minha mãe havia me advertido: filha, você vai ver que não existe amor igual. Foi exatamente o que senti: mãe, que amor é esse?!
Foi maravilhosa cada gestação, cada parto, cada filho. Vivo a maternidade com muita intensidade. Mas sou médica. Pediatra. É prazeroso lidar com crianças, receber o abraço sincero de cada uma delas, a gratidão dos pais (sei a angústia deles em relação à doença dos filhos). Mas é, por tudo isso, uma profissão que exige muita dedicação.
Trabalhei, por muitos anos, em cidades do interior e senti a necessidade de morar em um grande centro, que oferecesse mais recursos intelectuais e culturais aos meus filhos. Com o apoio incansável e imprescindível da minha família, prestei dois concursos, laboriosos, em Brasília – DF.
Pronto.
Como me preparar para esses dois concursos? Um deles exigia conhecimento de direito, domínio da língua portuguesa. O outro, 10 kg a menos e preparo físico. Além, é claro, de conhecimentos específicos de Pediatria.
Alguns diriam: nossa! É muito obstáculo! Impossível!
Mas eu tinha a certeza oposta: estava com a faca e o queijo na mão!
1. Realizada como mãe;
2. Realizada como dona de casa, esposa, irmã, filha;
3. Fisicamente perfeita, sem problemas graves de saúde.
Tinha o alicerce pronto. Era só partir pra batalha. Esses pilares já me colocavam à frente de muitos candidatos.
Contratei uma personal trainer e me dediquei ao treino funcional, academia, areia, rua, esteira, zumba… Tudo isso, claro, sem comprometer o tempo que dedico aos meus filhos. Preferia aproveitar os tempos de aula deles (o mais novo, de seis meses à epoca, estava em aleitamento materno e então me acompanhava muitas vezes na atividade física).
Suprimi o chocolate das minhas refeições (muitas vezes ele era a minha refeição). E viajei 6 vezes a Brasília e uma semana ao Rio de Janeiro para cumprir as etapas do concurso. Em três dessas viagens não pude levar Pedro (o meu caçulinha) e na semana do Rio levei toda a família.
Lia a matéria de pediatria na esteira, na academia, nos intervalos dos atendimentos e enquanto esperava os meus filhos em alguma aula. O restante eu lia em casa, nas tardes que tinha de folga (partes de tardes que tinha de folga).
As atividades físicas costumava fazer no início da noite ou no final da tarde. Cerca de 1 hora de academia ou treinamento funcional na areia, na praça, na rua, de segunda a segunda. Meus horários de descanso eram à noite, quando meus filhos já estavam dormindo. Quanto à alimentação, além de abolir o chocolate, diminuí o pão (usava mais tapioca) e não comia depois das 19h.
Era muita correria, mas não muito sofrimento. Cada um de nós tem uma força propulsora! Meus filhos, meu tempo longe deles, o investimento no futuro deles… isso não me permitia desperdiçar nem um minuto de meu tempo, não permitia que eu fizesse de qualquer jeito.
Quatro meses mais tarde, 10 kg a menos, havia sido aprovada em todas as etapas, nos dois concursos. Agora, sim, me permitia sentir medo, insegurança, tristeza até. Um dos concursos previa um curso de quatro meses em Belo Horizonte. Quatro meses vendo meus filhos só aos finais de semana! Fui.
O curso é intenso, denso, de treinamento militar, saúde operacional. Muito conhecimento novo, muita informação em pouco tempo. Pouco… Não. O tempo não parecia transcorrer em horas, era um tempo próprio: os despertadores começavam às 4h 30min, meninas correndo para arrumar o uniforme, fazer o coque, fila no banheiro, lanternas, luz apagada… café da manhã, entrada em forma, retirada de falta, aula, outra aula, advertências, aula… E ainda eram 8h da manhã. Mais aulas, marcha, treinamento, apresentações, dúvidas, disciplina, providências intermináveis… O sol indicava meio-dia. E só depois de mais 3 dias é que esse mesmo dia acabava…
Esperava ansiosamente a sexta-feira, ir pra casa, ver minha família, meus filhos. Todos já sabiam que eu corria enlouquecidamente para não perder o vôo, ou para viajar de carro mais cedo, com meu enteado. Chegar em casa o mais cedo possível, esse era o lema. Minha mãe e minha tia auxiliavam meu marido no cuidado com as crianças.
Houve vez em que, passando por minha cidade natal, de ônibus, só pra embarque e desembarque de passageiros, (dali ainda seriam mais 5h até a cidade em que moro) vi meu irmão e minha mãe na rodoviária me esperando, só pra me abraçar. Eram 2h 30min da madrugada! Não houve uma única vez em que não saí de casa com o coração apertado, angustiada por deixar meus filhos por mais uma semana. Sei que algumas vezes essa minha perseverança foi incentivo pra outras pessoas, pra quem se custava a estar ali. Bom ter servido pra alguém.
Às vezes chorava de madrugada. Mas não me permitia ser triste. Foi uma experiência indescritível.Tenho ainda a insegurança, o medo da mudança. Mas me apego à perspectiva de muitas oportunidades aos meus filhos, e surpresas boas. Ouvi no curso mesmo que o planejamento não está em decisões futuras, está em repercussões futuras de decisões presentes.”
*Maria Fernanda Borges de Andrade é médica, Oficial da Aeronáutica, aprovada no concurso de Analista do STJ.
Amiga e amigo estrategista,
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Gabriel Borges é professor de Direito Processual Civil do Estratégia Concursos:
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