Olá pessoal, tudo bem? Vamos comentar aqui as questões da prova da PETROBRAS para Engenheiro de Petróleo, referentes à matéria de Engenharia de Petróleo propriamente dita.
Nesta prova tivemos 5 questões de nossa disciplina no bloco 3 (64 a 68 da prova disponível no site), o que considero um bom numero, favorecendo quem separou uma parte de seu disputado tempo para estudar estes tópicos. Gostaria de comentar também que todas as 5 questões foram vistas em aula, e que nossos alunos tiveram total capacidade de gabaritar as questões. Inclusive, já recebi a informação de um aluno que gabaritou estas questões tranquilamente. Vamos a elas.
64 Considerando-se a conceituação mais aceita atualmente, o petróleo é gerado a partir
(A) de elementos inorgânicos liberados por atividade vulcânica submarina
(B) de elementos minerais decorrentes da oxidação de rochas continentais
(C) do intemperismo químico de rochas ricas em carbono e hidrogênio
(D) da precipitação química a partir da água do mar, em condições redutoras
(E) da transformação termoquímica de restos orgânicos acumulados junto aos sedimentos em bacias sedimentares no decorrer do passado geológico
Resolução: Estudamos este tópico na aula 01 (geologia de petróleo, pg 22), vendo a divisão entre as teorias abiogênicas e biogênicas de geração do petróleo. Conforme comentamos, a principal teoria biogênica é a da maturação termoquímica da matéria orgânica acumulada nos sedimentos das rochas, bem explanada na alternativa E.
Resposta: E. Sem possibilidade de recurso.
65 Um dos métodos indiretos de investigação de bacias sedimentares mais utilizados nas etapas de exploração de hidrocarbonetos é o método sísmico de reflexão. Nesse método, os refletores identificados em uma linha sísmica representam horizontes definidos por contrastes de impedâncias acústicas no pacote rochoso.
Tendo como base essas premissas, o conceito de impedância acústica pode ser expresso como o(a)
(A) produto entre velocidade e a densidade da rocha
(B) produto entre porosidade e a densidade da rocha
(C) composição mineralógica da rocha
(D) razão entre o coeficiente de reflexão e a pressão litostática
(E) razão entre pressão e saturação de fluidos
Resolução: Aqui o tópico foi abordado na aula 02 (Geofísica do petróleo, pg 14). Estudamos tópicos bem mais aprofundados, e foi cobrada exatamente a propriedade que é a base da sísmica. Ou seja, se o aluno compreendeu a aula, ele (ou ela) não levou mais de 30 segundos para marca a alternativa correta. A sísmica de reflexão é baseada na diferença de impedância acústica entre as diferentes camadas rochosas, que permite a reflexão das ondas geradas e posteriormente captadas por receptores. Esta propriedade da rocha, a impedância acústica, é o produto entre a velocidade da onda na rocha e a densidade da rocha.
Resposta: A. Sem recursos possíveis.
66 Tendo em vista as propriedades de rocha mais importantes a serem consideradas na avaliação de reservatórios, os dois parâmetros petrofísicos mais relevantes, a serem monitorados nas etapas de produção de petróleo, são
(A) capilaridade da rocha e molhabilidade do fluido
(B) capilaridade da rocha e permeabilidade da rocha
(C) porosidade total da rocha e molhabilidade do fluido
(D) porosidade específica da rocha e permeabilidade da rocha
(E) porosidade específica da rocha e capilaridade da rocha
Resolução: Estudamos alguns parâmetros das rochas na aula 01 (geologia) e outros na aula 06 (engenharia de reservatórios), mas aqui devemos lembrar das propriedades que tornam a rocha reservatório diferente das demais: a capacidade de armazenar fluidos em seus poros (porosidade) e a capacidade de permitir o fluxo destes fluidos por meio destes poros (permeabilidade).
Resposta: D. Aqui podemos até discutir o uso da palavra “específica” para a porosidade, mas não creio que seria suficiente para causar a anulação da questão.
67 “Existem basicamente dois tipos de Unidades de Perfuração Marítima: as com o BOP na superfície … e as com BOP no fundo do mar …”
Thomaz, J.E. (org.) Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 2a Ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2004, p. 110
Unidades de Perfuração Marítima com BOP (Blowout Preventer) posicionado na superfície são
(A) plataformas fixas, plataformas autoeleváveis, plataformas semissubmersíveis
(B) plataformas fixas, navios-sonda, plataformas semissubmersíveis
(C) plataformas fixas, plataformas tension legs, plataformas autoeleváveis
(D) plataformas fixas, plataformas flutuantes, plataformas semissubmersíveis
(E) plataformas autoeleváveis, navios-sonda, plataformas semissubmersíveis
Resolução: Vimos uma introdução à classificação das sondas na aula 00 (introdução), mas estudamos todo este tópico por completo na aula 03 (perfuração de poços). Inclusive, fizemos um exercício bem similar a este na aula 05 (completação de poços), que tratava do posicionamento da árvore de natal (um outro equipamento que acaba substituindo o BOP em um outro momento do projeto de explotação de petróleo. O posicionamento do BOP na superfície (no convés do navio) só é possível quando existe uma certa estabilidade da sonda, obtida geralmente em poços com lâmina d’água não muito profunda. Destas sondas citadas, os navios sonda e as semissubmersíveis são utilizadas para a perfuração em águas profundas e ultraprofundas, o que impossibilita a utilização do BOP em superfície. Assim, a alternativa C contém as opções para este tipo de equipamento.
Resposta: C. Sem recurso.
68 Há vários perfis geofísicos de poços, que são utilizados na avaliação de formações.
Associe os tipos de perfis de poço com as propriedades medidas ou detectadas por essas ferramentas geofísicas de avaliação de formações.
A alternativa que contempla as associações corretas é:
(A) I – P , II – R , III – S , IV – T
(B) I – P , II – Q , III – S , IV – T
(C) I – R , II – P , III – T , IV – Q
(D) I – T , II – R , III – Q , IV – P
(E) I – T , II – S , III – Q , IV – R
Resolução: Vimos todos esses tipos de perfis na aula 04 (avaliação de formação), com seus fundamentos e aplicações. Talvez essa seja a questão mais difícil pois é simples confundir os conceitos. O perfil de raios gama (GR) é baseado na medição da radiação natural da rocha que foi perfurada, o que está descrito na letra T. O perfil de potencial espontâneo (SP), por sua vez, utiliza a diferença de potencial entre a rocha perfurada e um eletrodo em superfície, bem descrito pela letra R. Já o perfil sônico (DT) utiliza-se da medição do tempo entre a emissão e recepção de uma onda que “caminha” pelo pacote rochoso, bem de acordo com a letra Q. Por fim, o perfil de densidade (RHOB) é aquele que utiliza a emissão de raios gama que interagem com os átomos da rocha e do fluído, captando a resposta desta interação. O mecanismo está bem descrito pela letra P.
Resposta: D. Sem possibilidade de recursos.
Parabéns aos futuros engenheiros/engenheiras da PETROBRAS ;)
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