Gabarito extraoficial TRF 1ª Região Português
Olá, pessoal!
Neste artigo, você verá o comentário da prova de Técnico Judiciário e em seguida de Analista.
(Alguns gabaritos divergiram da minha interpretação,por isso leia também o artigo sobre possíveis recursos aqui)
Técnico Judiciário
1. O autor do texto defende…
Resposta E (Não houve menção à realização de concursos públicos no texto)
2. Depreende-se do texto que a contratação…
Resposta E (O texto não deixou nenhum vestígio a respeito de alguma análise…)
3. No início do segundo parágrafo…
Resposta C
4. A correção gramatical e os sentidos do texto…
Resposta E (Deve haver “devido ao”, e não “devido o“)
5. Na linha 4, o vocábulo “seja”…
Resposta E (seja…seja tem valor coordenativo alternativo, e não uma condição)
6. Apesar da palavra “eleita”…
Resposta E (Eleita e elegida são adjetivos corretos e sinônimos. Assim, não há prejuízo na substituição de um pelo outro.)
7. O texto é predominantemente argumentativo…
Resposta C (O autor defende algum posicionamento, mesmo que não seja diretamente relacionado à exigibilidade ou não de licitação).
8. A substituição da expressão “a respeito da por a cerca da…
Resposta E (O correto é “acerca da”).
9. A substituição das formas verbais…
Resposta C (mantém a correção gramatical as substituições do presente do indicativo pelo presente do subjuntivo)
10. No trecho tanto trabalhos…
Resposta C (Há realmente a união de dois aspectos distintos pela expressão correlativa de adição).
11. O pronome na forma verbal “voltou-se”…
Resposta E (Na realidade, há valor reflexivo, e não de reciprocidade).
12. O vocábulo “portanto”…
Resposta C (Realmente a conjunção “portanto” tem valor conclusivo).
13. A supressão do trecho “o de”…
Resposta C (mantêm o sentido e a correção gramatical).
14. Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto…
Resposta C (A expressão temporal “até então” é o mesmo que “até aquela época”).
15. na linha 7, o sinal indicativo de crase…
Resposta C (O verbo “levar” realmente exigiu a preposição “a” e os substantivos femininos admitiram artigo “a”).
16. O trecho “para que ele consiga…”…
Resposta E (A locução conjuntiva “para que” tem valor de finalidade, e não de condição).
17. Sem prejuízo para a correção gramatical…o período “Assim…
Resposta E (No trecho original há noção de oposição, na reescrita há proporcionalidade, o que traz mudança de sentido).
18. Na linha 13, o termo oracional…
Resposta E (O fez com que a afirmação ficasse errada foi o emprego da palavra “distingue”).
19. Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do texto, o trecho “permitindo…”…
Resposta C (mantém o sentido e a correção).
20. Por ser um advérbio, o vocábulo “só”…
Resposta E (A troca de posição muda o sentido).
Analista Judiciário
1. A locução “Além de” (linha 1) estabelece uma relação de adição no período em que ocorre.
Resposta C (A expressão “Além de” é denotativa de inclusão. Assim, seu papel é mesmo o de adicionar ideias.)
2. O referente da forma pronominal “eles” (linha 3) é o termo “cargos” (linha 2).
Resposta E (O referente é “conceitos”).
3. Sem prejuízo dos sentidos originais e da correção gramatical do texto, o trecho “Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo” (linhas 7 e 8) poderia ser assim reescrito: Isso não se trata somente do combate do escritor contrário ao patrimonialismo e ao nepotismo.
Resposta E (O índice de indeterminação do sujeito “se” não admite presença do sujeito determinado “Isso”).
4. Depreende-se do texto que Graciliano Ramos, além de literato, foi um administrador público cujo estilo de trabalho pode ser atualmente considerado modelo em gestão pública.
Resposta: C (Pois na linha 5 se fala que Graciliano foi um gestor em busca da eficiência e que agia com extremo zelo com os recursos públicos.)
5. O texto trata da biografia de Graciliano Ramos e informa os motivos que o levaram a abandonar o ofício de escritor para se dedicar à política.
Resposta E (Esta é uma afirmação extratexto, pois o texto nada informa sobre um possível abandono da literatura por parte de Graciliano Ramos.)
6. Infere-se que na oração introduzida por “mas também” (linha 8) está elíptico o verbo tratar-se.
Resposta E (Como a banca inseriu em negrito a expressão “tratar-se“, isto é, no infinitivo, há erro na afirmação, pois, na realidade, pode se subentender o presente do indicativo “se trata”.
Não se trata apenas do seu combate ao patrimonialismo e ao nepotismo, mas também (se trata) do que se designa…
7. A correção gramatical e os sentidos originais do texto seriam mantidos caso o trecho “se designa” (linhas 8 e 9) fosse alterado para vem designar.
Resposta E: (Ao excluir o pronome apassivador, dentro dessa voz passiva sintética, o agente (da passiva) indeterminado passa a ser determinado pelo sujeito “que”. Essa identificação do agente faz mudar o sentido original.)
8. O elemento “disso” (linha 10) retoma “foco no resultado com responsabilidade fiscal” (linhas 9 e 10)
Resposta C (Realmente o fato de Graciliano, como prefeito do agreste alagoano, de 1928 a 1930, construir estradas gastando menos da metade do que se costumava gastar por quilômetro construído pela administração do estado é exemplo do foco no resultado com responsabilidade fiscal.
9. O elemento “ele” (linha 12) refere-se a “prefeito” (linha 10).
Resposta E (Esta questão vai abrir muita discussão e não me surpreenderei se a banca anulá-la. Ora, o pronome “ele” se refere a “Graciliano Ramos” assim como o pronome possessivo “seu” (linha 7); porém Graciliano naquele momento estava na condição de prefeito. Assim, mesmo não retomando diretamente o substantivo “prefeito”, não se poderia ignorar tal afirmação. Portanto, coloquei aqui o gabarito como Errado, por considerar a literalidade, mas há grandes chances de o gabarito ser outro ou a banca anular.
10. A oração introduzida pela expressão “mas também” (linha 8) introduz uma ideia que complementa e reforça a ideia contida na oração imediatamente anterior a ela.
Resposta E: A expressão “mas também” é correlativa de adição. Ela serve para incluir uma segunda informação, não simplesmente reforçar a anterior. Reforça-se uma ideia anterior por meio de uma justificativa, explicação, não com um elemento adicional, o qual transmite nova ideia.
11. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o trecho “são protegidos” (linhas 11 e 12) poderia ser substituído por protegem-se.
Resposta E (Com a substituição, o pronome “se” não seria apassivador. Na realidade, este contexto forçaria o sentido do “se” a pronome reflexivo e passaríamos a entender que os animais protegem a si mesmos. Assim, a transformação neste caso muda o sentido original.
12. A correção gramatical e a coerência do texto seriam mantidas caso o vocábulo “inovadores” (linha 5) fosse isolado por vírgulas.
Resposta C (Não foi à toa que a banca deixou de colocar “sentido original” e colocou “coerência”. Ao inserirmos a dupla vírgula, transformamos o adjunto adnominal “inovadores” a aposto explicativo. Assim, há mudança de sentido. Porém, a questão afirmou apenas que se mantém a correção gramatical e a coerência, a lógica textual.
Ora, quando afirmamos que alguns doutrinadores brasileiros inovadores defendem a existência de um direito animal, sabemos que alguns deles podem não ser inovadores. Ao inserirmos a dupla vírgula, passamos a entender esses doutrinadores referenciados são todos inovadores. Isso muda o sentido, mas não há elemento linguístico no texto que desconsidere essa possível informação. Assim, mantém-se a lógica textual, a coerência.
13. A oração “que protege os animais” (linhas 8 e 9) delimita o sentido do termo “norma” (linha 8).
Resposta C (Quem delimita o sentido de substantivo é o adjunto adnominal ou a oração subordinada adjetiva restritiva, pois ambos têm valor restritivo. Como a oração “que protege os animais” é subordinada adjetiva restritiva e caracteriza “norma”, a afirmação está correta.)
14. O emprego do sinal indicativo de crase em “à tutela dos animais” (linhas 2 e 3) é facultativo.
Resposta E (O verbo “limita-se”exigiu a preposição “a” e o substantivo “tutela” é precedido do artigo “a”. Assim, a crase é obrigatória.
15. Caso fosse inserida vírgula após “poder público” (linha 3), a correção gramatical do texto seria mantida.
Resposta C (O trecho “em função da sua utilidade enquanto fauna brasileira intrínseca ao meio ambiente equilibrado” faz parte de um adjunto adverbial que se posicionou no final do período. Assim, ele pode ser precedido de vírgula.
16. A inserção de uma vírgula imediatamente após “objetos” (linha 19) manteria a correção gramatical e o sentido original do período.
Resposta E (A inserção da vírgula faria a oração subordinada adjetiva restritiva passar a ter o valor explicativo)
17. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a conjunção “Porém” (linha 10) fosse substituída por Mas.
Resposta E (A resposta seria C, se não houvesse vírgula após a conjunção. A conjunção “porém” admite vírgula em seguida, mas a conjunção “mas” não. Não cabe vírgula após a conjunção adversativa “Mas”). A banca CESPE já cobrou isso numa prova de 2015. Veja:
Questão constante em nosso curso: TRE GO 2015 Analista Judiciário (banca CESPE)
Fragmento do texto: Os militares, por outro lado, defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à autonomia buscada pelos civis. Isso sem mencionar as acirradas disputas internas de cada grupo. Esse era um quadro que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?
A inserção de vírgula logo após “Mas” (linha 5) não prejudicaria a correção gramatical do texto, pois, nesse caso, a utilização da vírgula é de caráter facultativo.
Comentário: Os conectivos adversativos “porém”, “contudo”, “entretanto”, “no entanto”, “todavia”, quando iniciam períodos ou forem precedidos de ponto e vírgula, podem ser seguidos de vírgula:
Estudo pouco. Porém, passou no concurso.
Estudo pouco; porém, passou no concurso.
Contudo, devemos observar que somente a conjunção “mas” não admite tal pontuação posterior. Assim, a afirmativa é errada.
Gabarito: E
Assim, se a banca der a questão 17 como correta, podem entrar com recurso, porque ela mesma já considerou errada com base na questão acima.
18. No segundo parágrafo, o trecho que se segue aos dois-pontos descreve aquilo em que consiste o “argumento puramente utilitarista” (linha 11).
Resposta C (O sinal de dois-pontos precede segmento que esclarece, descreve “argumento puramente utilitarista”).
19. A oração “Desprovidos de valor próprio e de relevância jurídica no direito penal” (linhas 14 e 15) introduz no período uma ideia de concessão, razão por que poderia ser corretamente introduzida por Embora, feito o devido ajuste na inicial maiúscula da palavra “desprovidos”.
Resposta E (Não há ideia de contraste, concessão).
20. Caso os termos “coisas semoventes” (linha 17) e “objetos que possuem a capacidade de se mover” (linhas 19 e 20) fossem intercambiados, a correção e o sentido do texto seriam mantidos.
Resposta E: (Note que, no direito, “semovente” significa aquilo que possui capacidade de se mover e que pode dar lucro ao seu proprietário. Assim, “semoventes” poderia substituir os dois trechos: “objetos que possuem a capacidade de se mover e que podem proporcionar lucros aos seus proprietários“.
Sintaticamente também haveria problema, tendo em vista que, com a troca, teríamos a seguinte construção “são apenas coisas semoventes e que podem proporcionar lucros aos seus proprietários”. Ora, só empregamos a expressão “e que” quando anteriormente já empregamos uma oração também iniciada por “que”, o que não ocorreu nesta reescrita.)
Meus amigos, agora é esperar o gabarito preliminar da banca!
Havendo necessidade, a gente posta aqui nos artigos do Estratégia possíveis recursos!
Grande abraço a todos!
Décio Terror
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Ver comentários
So far, so good! Continue corrigindo nobre Professor!
Professor,
Sobre a questão abaixo, o comando não estaria se referindo ao verbo "tratar-se", de forma genérica, sem conjugação?
"Infere-se que na oração introduzida por “mas também” (linha 8) está elíptico o verbo tratar-se.
Resposta E"
Olá, Leandro!
Pode ser que a banca entenda assim como você falou.
Mas o fato de ela negritar normalmente é a expressão que leríamos no trecho reescrito, entende?
Acredito até que possa ter sido um vacilo de digitação, mas, se isso realmente ocorreu, a banca pode anular a questão.
Grande abraço e sucesso!
O enunciado da questão 10 diz que a expressão “mas também” (linha 8) INTRODUZ UMA IDEIA que complementa e reforça a ideia contida na oração imediatamente anterior a ela. E na sua justificativa o senhor disse que ela serve para INCLUIR UMA SEGUNDA INFORMAÇÃO, não simplesmente reforçar a anterior. Apesar de incluir uma segunda informação seria errado eu dizer que ela INTRODUZ UMA IDEIA QUE COMPLETA A ANTERIOR?
O senhor acha que cabe recurso nessa questão?
Olá, Thiago!
Acho que cabe recurso sim, seja qual for o gabarito da questão.
O fato é que normalmente as estruturas coordenadas aditivas inserem nova ideia. Neste contexto e no meu entendimento do texto, essa segunda informação (o foco na responsabilidade fiscal) é um dado que se soma ao anterior (combate ao patrimonialismo e ao nepotismo), mas vejo como um dado a mais a este, não um complemento.
Bom, vamos esperar o resultado da banca e se caberá recurso.
Abração
Concordo com o Leandro, em relação à questão do verbo "tratar-se".
Também fiquei em dúvida em relação à correção da questão 10, já que esta menciona "reforçar e complementar". Assim, não seria apenas um reforço, como colocado na correção, mas também um complemento, situação compatível com a expressão "mas também".
Olá, Leandro!
Cabe esta interpretação sim.
Vamos aguardar o resultado da banca para observar o ponto de vista dela.
Abração!
Professor o senhor acha que na questão de número 10 cabe recurso?
Vamos aguardar o gabarito preliminar, mas acho que cabe sim.
Bacana. Boa explicação. Muito obrigado. Vitorino.