Olá, Pessoal, tudo bem?? Prof. Felipe Luccas na área.
Escrevo este artigo para corrigir as questões da prova do MPU, que aconteceu neste domingo. Primeiro vou corrigir as questões de técnico, depois do cargo de Analista Especialidade Direito.
Vou examinar o gabarito oficial preliminar e propor os recursos cabíveis amanhã! Vamos à prova. Há possibilidade de recurso na questão 9 de Técnico e 10 de Analista (conforme os cadernos usados nesse artigo)
GABARITO MPU – TÉCNICO
Com relação às ideias do texto CB2A1-I, julgue os itens que se seguem.
De acordo com o texto, a herança cultural repassada pelos pais contribui para que seus filhos desenvolvam uma visão etnocêntrica.
Comentários:
Literal das linhas 13-15. Questão correta.
Um dos principais desencadeadores do etnocentrismo é a xenofobia.
Comentários:
Houve inversão, é o etnocentrismo que causa xenofobia. Questão incorreta.
A cultura é um fator que limita a concepção de mundo dos diferentes povos, levando-os a uma visão estreita das dimensões da vida humana.
Comentários:
Não é a cultura em si, é “limitarmo-nos a ela”, isto é, “limitarmo-nos à nossa própria cultura” e depreciar as demais. Questão incorreta.
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue os próximos itens.
Na linha 4, a correção do texto seria prejudicada caso a vírgula empregada logo após o parêntese fosse substituída por ponto e vírgula.
Comentários:
Como temos uma estrutura “paralela”: Se por um lado a cultura é importante, por outro é perigoso limitar-se a ela. Não podemos separar esse “par” por ponto e vírgula, pios são metades dependentes.
Questão correta.
No texto, a palavra “depreciando” (l.5) foi empregada com o sentido de desprezar.
Comentários:
Desprezar é diminuir, tratar como inferior, então é sinônimo de depreciar mesmo.
Questão correta.
O trecho “tomar conhecimento (…) preconceituosa” (l.16-18) poderia ser reescrito, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido do texto, da seguinte forma: tomar conhecimento do outro sem aceitar a lógica de seu pensamento e sem acatar a lógica de seus hábitos acabam gerando uma visão etnocêntrica e preconceituosa.
Comentários:
O sujeito é oracional, então a forma correta do verbo é “acaba”, na terceira pessoa do singular. Questão incorreta.
No penúltimo período do texto, a correção gramatical estaria preservada se, logo após a forma verbal “pensarmos” (l.21), fosse inserida a expressão por exemplo, desde que excluídas a expressão “apenas como exemplos” (l.24) e a vírgula que a antecede.
Comentários:
Por exemplo deveria vir entre vírgulas, só assim o texto ficaria correto.
O etnocentrismo está certamente, entre as principais causas de intolerância internacional e da xenofobia. Basta pensarmos nas relações entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses e os povos vindos do norte do continente africano que buscam residência em países estrangeiros, apenas como exemplos.
O etnocentrismo está certamente, entre as principais causas de intolerância internacional e da xenofobia. Basta pensarmos, por exemplo, nas relações entre norte-americanos e latinos imigrantes, entre franceses e os povos vindos do norte do continente africano que buscam residência em países estrangeiros.
Questão incorreta.
A inserção de uma vírgula após “global” (l.26) alteraria os sentidos originais do texto, mas não sua correção gramatical.
Comentários:
Aqui, temos a mesma “lógica” das orações adjetivas. Observem que o adjetivo ‘decorrente’, sem vírgula, tem valor restritivo. Ao inserir a vírgula, passa a ter valor explicativo:
A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de integração global decorrente (que decorre) da modernização dos meios de comunicação como a internet…
A visão etnocêntrica caminha na contramão do processo de integração global, decorrente (que decorre) da modernização dos meios de comunicação como a internet…
Portanto, embora não cause erro, a inserção da vírgula altera os sentidos.
Questão correta.
Em “servindo-nos” (l.3) o pronome “nos” poderia ser suprimido, sem prejudicar a correção gramatical e a coesão do texto.
Comentários:
Não podemos suprimir o “nos”, pois a referência coesiva ao sujeito “nós” permeia todo o parágrafo, de forma que o “servindo” deixaria de se referir a esse “nós”, mudando as relações coesivas originais. Entendo então, que o gabarito seja incorreto. Contudo, a banca aceitou a retirada do pronome, ignorando o fato de que mudaria o referente “nós” que estava presente no pronome” e o prejuízo “coesivo” que isso causaria, pela possível mudança de referente! É como se a banca dissesse que não faz diferença dizer “Isso nos serve (a nós)” ou “Isso serve” (pode ser a qualquer um).
Entendo, portanto, que caiba recurso! Não sendo uma questão de gramática, não há como sustentar esse recurso com alguma regra consagrada. Porém é possível argumentar que o pronome não era gratuito e tinha como referente o “nós” que permeia o parágrafo, por isso inclusive, o pronome era “nos” e não outro qualquer. O pronome é um elemento coesivo e ao retirá-lo, é certo que há prejuízo às relações coesivas originais.
Julgue os itens seguintes, a respeito das ideias do texto CB2A1-II.
O texto informa que, em 2002, entrou em vigor no Brasil o primeiro dispositivo legal para eliminação da discriminação contra a mulher.
Comentários:
O texto não informa isso, não é possível saber qual foi o primeiro. Aliás, o próprio texto traz menção a uma lei de 1997, anterior à vigência da Convenção.
Questão incorreta.
Depreende-se do texto que a cota eleitoral de sexo é um dos exemplos mais prósperos de ação afirmativa implementada no Brasil, no que diz respeito à eliminação da discriminação contra a mulher.
Comentários:
Não se faz nenhuma valoração sobre a eficácia da medida. Questão incorreta.
As medidas a que se refere o terceiro parágrafo estão elencadas no segundo parágrafo, especialmente no trecho “toda distinção (…) outro campo” (l.7-13).
Comentários:
As medidas, de fato, são mencionadas no segundo parágrafo, na forma de “A convenção prevê que os estados signatários adotem política destinada a eliminar a discriminação”. Contudo, essa política (conjunto de medidas) não está “elencado” no parágrafo, não há uma lista de medidas. Questão incorreta.
Conforme o terceiro parágrafo do texto, a convenção pretende implementar medidas que acabem com a prática da prostituição e alterem os padrões de conduta da sociedade em geral com relação à mulher.
Comentários:
Rigorosamente, o texto diz que as medidas previstas na Convenção visam também “suprimir todas as formas de exploração da prostituição”. Então, “prática da prostituição” seria diferente de “exploração”. Contudo, em algumas questões o Cespe não considera detalhes assim. Além disso, não é a Convenção que implementa, mas sim os países signatários.
Questão incorreta.
Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1-II, julgue os itens a seguir.
O trecho “para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher” (l.2-3) apresenta a razão pela qual a ONU aprovou a referida convenção.
Comentários:
Apresenta a finalidade. Questão incorreta.
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos do texto, o primeiro parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: Em 1979, a assembleia geral da ONU aprovou a convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. No entanto, apenas em 2002 o trabalho internacional passou a viger internamente no Brasil.
Comentários:
O que houve foi a conversão da voz passiva para voz ativa, que não afeta o sentido. O “no entanto” não estava na redação original, mas estava implícito, pois a Convenção foi aprovada em 1979, MAS só foi internalizada em 2002.
Questão correta.
A substituição de “e suprimir” (l.17) por ao suprimir não comprometeria a correção gramatical do período, mas alteraria seu sentido original.
Comentários:
Compare:
Além de buscar alterar os padrões socioculturais de conduta e suprimir todas as formas de tráfico…(valor de adição)
Além de buscar alterar os padrões socioculturais de conduta ao suprimir todas as formas de tráfico…(valor de tempo: ao+infinitivo—oração subordinada temporal reduzida de infinitivo)
Então, há sim mudança de sentido, mas não há erro gramatical.
Questão correta.
Seria gramaticalmente correta a substituição de “das mulheres” (l.15) por às mulheres.
Comentários:
Ao usar a forma com crase, “às mulheres” passa a ser complemento de “garantir”: garantir Algo A alguém
As medidas previstas visam garantir o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais às mulheres
Questão correta.
GABARITO MPU – ANALISTA
Com relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue os itens subsequentes.
Infere-se do texto que calamidades com consequências de proporções imensuráveis não devem ser consideradas casos de injustiça, já que é impossível contê-las.
Comentários:
Não foi dito que toda calamidade é impossível de ser contida, nem foi dito que são “imensuráveis”. Caso seja possível evitar a calamidade e, por omissão, não seja, aí sim, segundo autor, temos caso de “injustiça”.
Questão incorreta.
Para o autor do texto, nem sempre a discussão sobre justiça pode ser feita a partir de uma argumentação racional, visto que, em casos de evidente injustiça, as pessoas são tomadas por um impulso que as impede de raciocinar antes de agir.
Comentários:
Esta questão é bastante polêmica, pois o item é redigido de uma forma que não sabemos se vale a conclusão final do autor, ou ideias que ele apresenta ao longo do texto. Sua conclusão é que a discussão sobre justiça sempre deve levar em consideração a razão, até menciona que, diante de certos casos, não avaliamos racionalmente o que seria ou não injustiça.
Então, podemos dizer que o item está correto, porque, de fato, o autor menciona que nem sempre é possível discutir justiça a partir de uma argumentação racional. Ele, inclusive, abre o texto mencionando “A impossibilidade de manter silencia sobre um assunto” em “muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem…“. Veja que o autor sugere a ideia de “descontrole”, de reação impulsiva, antes de pensar.
Em outro momento, ele menciona “Quanto nos defrontamos, por exemplo, com uma alastrada fome coletiva, parece natural protestar em vez de raciocinar de forma elaborada sobre a justiça e a injustiça”. Então, diz “protestar em vez de raciocinar”, no sentido bem próximo de “agir por impulso” antes de “raciocinar propriamente”.
Por fim, o autor diz “Entre os requisitos de uma teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça”. Então, insinua também aqui que a razão é “um dos elementos”, “um dentre os requisitos”, de modo a incluir também a emoção, o impulso mencionado na alternativa.
Então, entendo que a banca queira justamente que o candidato perceba nessas partes do texto o comportamento que impulsivo e pouco racional que temos diante de situações vistas como “patentes injustiças” e deve então considerar o item como correto.
Por outro lado, é possível também defender que, segundo o autor do texto, a discussão sobre justiça deve sim partir de uma discussão racional, sendo inclusive essa a tese do texto.
Questão incorreta.
O protesto é a primeira e a mais natural reação do ser humano a calamidades ou a casos de injustiça.
Comentários:
Cuidado. O autor diz: “parece natural protestar em vez de raciocinar de forma elaborada sobre a justiça e a injustiça”, o que sustenta dizer que protestar é uma reação comum diante de casos extremos, como o mencionado no texto. No entanto, o item é categórico e geral demais ao insinuar que é a reação mais natural do ser humano. Além disso, o texto não fala de “qualquer injustiça”, mas sim “injustiças supostamente patentes” como, por exemplo, uma calamidade de fome alastrada. Calamidades e injustiças são, nesse contexto, uma mesma situação, ao passo que o “ou” do item sugere que são “coisas diferentes”.
Questão incorreta.
O autor do texto defende a ideia de que a razão é um elemento de relevância na definição do que possa ser considerado justiça ou injustiça.
Comentários:
Sim, é um dos requisitos da “teoria da justiça”. Isso está literal em:
Entre os requisitos de uma teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça.
Questão correta.
Julgue os próximos itens, relativos aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I.
Na linha 9, caso a expressão “às vezes” fosse deslocada para imediatamente após “justiça”, feitos os devidos ajustes de pontuação, a correção gramatical seria mantida, mas o sentido original do texto seria alterado.
Comentários:
Compare:
Afirma-se, às vezes, que a justiça não diz respeito à argumentação racional. (“às vezes” restringe “afirma-se”, ou seja, “isto é algo que se afirma às vezes, em algumas ocasiões”)
Afirma-se que a justiça, às vezes, não diz respeito à argumentação racional. (Nessa reescritura, “às vezes” restringe a afirmação de que a justiça não diz respeito à argumentação racional, no sentido de: “nem sempre a justiça diz respeito à argumentação racional, só às vezes, em algumas ocasiões”.
Portanto, a forma proposta pela banca é possível e correta, mas mudaria o sentido do texto original ao muda a “porção” da frase que está sendo modificada pelo “às vezes”.
Questão correta.
A substituição de “relacionada com a disciplina” (l.8) por relacionada à disciplina, embora mantivesse o sentido do texto, prejudicaria sua correção gramatical.
Comentários:
Questão idêntica à cobrada em um de nossos simulados.
Aqui, não há prejuízo gramatical algum, pois a troca da preposição “com” por “a” geraria a necessidade do acento grave, como a banca propôs:
“relacionada com a disciplina”
relacionada à disciplina (relacionada A+A disciplina)
Questão incorreta.
Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados caso o trecho “uma calamidade seria um caso de injustiça apenas se pudesse ter sido evitada” (l.14-15) fosse reescrito da seguinte maneira: apenas uma calamidade que poderia ter sido evitada é um caso de injustiça.
Comentários:
O “apenas”, assim como “somente”, seu sinônimo, tem valor de restrição/exclusão. Então, quando a banca diz:
apenas uma calamidade que poderia ter sido evitada é um caso de injustiça,
podemos entender que só isso (uma calamidade que poderia ter sido evitada é um caso de injustiça) é um caso de injustiça, nenhuma outra hipótese seria caso de injustiça. Então, essa alternativa muda o sentido original.
Como estamos lidando com o CESPE, historicamente conhecido por não ter um critério fixo do que “muda o sentido ou não”, apresento outra possibilidade de leitura, em que o “apenas” limita apenas “calamidade”, no sentido de que só uma calamidade deste tipo (daquela que poderia ter sido evitada), e não as outras calamidades, seria um tipo de injustiça. Se a banca pedir essa leitura, aí o item fica polêmico, pois essa leitura se encaixaria na dicotomia do texto: “calamidades evitáveis” x “calamidades inevitáveis”. Mesmo assim, entendo que estaria incorreto, pois o texto menciona também o fato de que ele deve ter sido não evitada por omissão de quem poderia e deveria ter tentado evitá-la. Nessa linha, também há mudança de sentido. Então, a banca não deveria considerar esse item como correto.
Questão incorreta.
Na expressão “fazê-lo” (l.16), a forma pronominal “lô” retoma a ideia de agir para tentar evitar uma calamidade.
Comentários:
Sim. Aqui, temos o “pronome demonstrativo neutro usado com verbo vicário”:
Fazê-lo = Fazer isso (o que foi mencionado: agir para tentar evitar uma calamidade)
Questão correta.
Na forma “Afirma-se” (l.9), o emprego do pronome “se” indica que não existe um agente responsável pela ação de afirmar.
Comentários:
Questão difícil, mas também mencionada em nossa revisão. Temos VTD+SE, voz passiva sintética, porém com sujeito passivo oracional. Veja:
Afirma-se [que a justiça não diz respeito à argumentação racional]
Afirma-se [ISTO]
[ISTO] Afirma-se (é afirmado)
Portanto, temos voz passiva sintética, com omissão do agente. Podemos dizer então que a voz passiva sintética, ao esconder o agente, deixa o texto impessoal. Porém, não podemos afirmar que “não existe um agente”. No máximo, forçando a barra, podemos dizer que ele não é revelado, está oculto, subentendido na frase, mas dizer que “não existe” não é correto, pois sugere uma ação mágica, espontânea, ação de “afirmar” sem ninguém que afirme.
Questão incorreta.
A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “Quando nos defrontamos, por exemplo, com uma alastrada fome coletiva” (l.11-12), a forma pronominal “nos” fosse suprimida.
Comentários:
Defrontar-se (com) é um verbo pronominal e, portanto, deve ser conjugado com o pronome. Contudo, Celso Pedro Luft, Antenor Nascentes, maiores autoridades em regência verbal, também o registram sem o pronome. Então, a banca entendeu pelo uso facultativo da forma pronominal. Questão correta.
Na linha 3, o adjetivo patente tem um significado de impressionante.
Comentários:
Na linha 3, o adjetivo patente tem um significado de evidente, óbvio, flagrante.
Questão incorreta.
Acerca das ideias e dos sentidos do texto CB1A1-II, julgue os itens a seguir.
No texto, a palavra minoria (l.8) refere-se aos grupos sociais marginalizados, em situação de maior vulnerabilidade social, tal qual a população das periferias, por exemplo.
Comentários:
A minoria em tela é a minoria que se beneficia da riqueza, isto é, a minoria rica da população. Por isso o texto fala em “desigualdade”, no sentido de que “a minoria é rica” e a maioria é pobre. Questão incorreta.
Considerando que situações de pobreza são sensíveis ao grau de desigualdade de um país, a autora do texto argumenta que uma ação de enfrentamento da desigualdade consequentemente combate a pobreza.
Comentários:
Sim. A autora sugere que a desigualdade agrava a pobreza, do que podemos depreender que a desigualdade seria uma causa direta ou indireta da pobreza. Dito de outro modo, a pobreza é uma consequência. Veja:
A reprodução social das desigualdades contribui para o aprofundamento da pobreza. Por isso, uma estratégia de enfrentamento deve considerar a conexão entre as duas pautas.
Daí podemos concluir que reduzir a desigualdade teria como consequência a redução da pobreza. Inclusive argumenta que é preciso considerar a relação que existe entre as duas pautas. Questão correta.
A banca no entanto, considerou o item errado, entendendo que combater a desigualdade não teria como consequência uma redução da pobreza (o que é contrário à própria tese da autora).
A história do Brasil é marcada por fatos cujos efeitos na sociedade até hoje contribuem para a manutenção de desigualdades.
Comentários:
Esse entendimento consta em:
No caso do Brasil, há especificidades que devem ser observadas. A história de colonização e de escravidão deixou heranças ainda presentes, que resguardam a condição desigual no acesso a bens, serviços e equipamentos públicos.
Em suma, esses fatores históricos contribuem para a manutenção das desigualdades atuais. Questão correta.
A respeito dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-II, julgue os itens subsecutivos.
A introdução de uma vírgula imediatamente após a palavra “revelados” (l.16) manteria a correção gramatical do texto.
Comentários:
Veja:
Os mecanismos que reproduzem as desigualdades devem ser revelados, de forma que se possibilite seu enfrentamento
A oração destacada é adverbial e pode sim perfeitamente ser marcada por vírgula, sem erro gramatical.
Questão correta.
Os termos “de gênero” (l.19), “da igualdade racial” (l.19-20) e “dos direitos humanos” (l.20) complementam a palavra “justiça” (l.19).
Comentários:
Os termos “da igualdade racial” (l.19-20) e “dos direitos humanos” (l.20) complementam a palavra “garantia” (l.19), não complementam “justiça”. Questão incorreta.
A substituição da forma verbal “compreender” (l.6) por compreendermos prejudicaria a correção gramatical do texto, assim como alteraria os seus sentidos originais.
Comentários:
Não comprometeria a correção gramatical. Vejamos:
Temos um sujeito oracional:
É necessário [compreender que a desigualdade se expressa em diferentes dimensões]
É necessário [ISTO]
A oração entre colchetes é subordinada substantiva subjetiva, ou seja, um sujeito oracional. Dentro dessa oração com função de sujeito, nada impede que o infinitivo se flexione para concordar com um suposto sujeito oculto “nós”:
É necessário [compreender que a desigualdade se expressa em diferentes dimensões]
É necessário [(NÓS) compreenderMOS que a desigualdade se expressa em diferentes dimensões]
É necessário [ISTO]
O que mudaria é o sentido, pois incluiríamos um sujeito “nós” que não pertencia ao texto, todo em terceira pessoa. Porém, não há erro gramatical.
Questão incorreta.
01 – E
02 – C (polêmica)
03 – E
04 – C
05 – C
06 – E
07 – E
08 – C
09 – E
10 – E
11 – E
12 – E
13 – C
14 – C
15 – C
16 – E
17 – E
A imagem da prova está logo abaixo!
Perdoem eventuais erros de digitação. Já estou elaborando o artigo com a justificativa, mas já adianto esse gabarito para aliviar um pouco a ansiedade! Às 19h começa nossa correção ao vivo no canal do Estratégia, não percam!
Como de costume, nos fins de semana de provas o Estratégia Concursos organiza um Ranking Classificatório para que os candidatos preencham seus gabaritos e confiram uma prévia do que pode ser a sua nota no concurso e uma possível classificação.
Gostaríamos de te convidar a participar do Ranking MPU, uma boa oportunidade para você conferir qual foi o seu desempenho e ainda poder comparar com os dos outros candidatos. Muitos candidatos participam do ranking preenchendo o gabarito.
Com isso você consegue ainda ter uma noção de qual vai ser a nota de corte do certame.
Preencha seu gabarito!
(Preencha somente uma vez)
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Ver comentários
Boa noite,
Preenchi o ranking do MPU, mas não acho em lugar nenhum. Gostaria de saber onde encontrar.
Att
Olá Carla. Você pode conferir o ranking no artigo a seguir: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/ranking-mpu-gabarito-mpu/
Att. Equipe Estratégia Concursos
Olá, Prof Felipe!
Tenho duvida quanto a correção de duas questões de técnico. A primeira é:
"As medidas a que se refere o terceiro parágrafo estão elencadas no segundo parágrafo, especificamente no trecho 'toda distinção(...) outro campo'."
Pelo meu entendimento na interpretação do texto a parte que diz ' toda distinção(...) outro campo' se refere a DISCRIMINAÇÃO e não a MEDIDAS PREVISTAS, tornando assim o gabarito da questão errado. Confere?
A segunda é:
"Conforme o terceiro parágrafo do texto, a Convenção pretende implementar medidas que acabem com a prática de prostituição e alterem os padrões de conduta da sociedade em geral com relação à mulher."
No meu ponto de vista "acabar com a prática de prostituição" é diferente de "suprimir EXPLORAÇÃO da prostituição feminina", tornando essa questão errada. O que acha?
Vi que outros colegas ficaram com essa mesma duvida durante a transmissão do vídeo de correção.
Muito obrigada pelas excelentes aulas que me ajudaram muito na realização dessa prova.
Sim, isso já está considerado lá no comentário no artigo escrito, ok?
Abraço e bons estudos.
A questao que fala em acabar com a pratica da prostituicao eu acho que nao esta correta.
Porque ela fala em acabar com a PRATICA da prostituicao , no texto fala em suprimir o TRAFICO E EXPLORACAO da prostituicao.
Nao e a mesa coisa , na verdade a pratica da prostituicao e a exploracao da prostituicao sao coisas bem diferentes.
Vou recorrer , ate porque a sociologia , antropologia e o direito tambem fazem essa diferenciacao
Olá! Acredito que tenha um erro na correção da questão nº 16, pois o comando da questão refere à palavra "justiça", e não à palavra "garantia", como usado na correção.
(CESPE / MPU / ANALISTA / 2018)
Os termos “de gênero” (l.19), “da igualdade racial” (l.19-20) e “dos direitos humanos” (l.20) complementam a palavra “justiça” (l.19).
Comentários:
Os termos “da igualdade racial” (l.19-20) e “dos direitos humanos” (l.20) complementam a palavra “garantia” (l.19). Questão correta.
Então, é isso mesmo. Não complementam "justiça", os dois últimos complementam "Garantia", por isso o erro.
Bom dia professor, tudo bem?
Na correção da questão 16 da prova de analista, o senhor fez a correção e mencionou que os termos citados no texto complementariam a palavra "garantia", mas a questão cobrou se os termos complementariam a palavra "justiça", é isso mesmo?
Coloquei como incorreta devido a essa ligação - os termos com a palavra "justiça" e não à "garantia".
Agradeço pela atenção e pela correção, aprendendo muito com todos vocês do Estratégia!!
Sim, justamente. Está errado porque duas expressões complementam "garantia" e não "justiça".
Muito obrigada!!!
Mestre, na questão 12, de técnico, todo trecho ao qual a questão se refere ("toda distinção ... outro campo") não estaria na verdade explicando o termo antecedente "discriminação"?
Interpretei da seguinte forma:
A discriminação da mulher é entendida como toda distinção que tenha como objetivo prejudicar ou anular o reconhecimento, pela mulher, dos direitos humanos e das liberdades.
Dizer que esse trecho se refere às medidas (às políticas), é dizer que a discriminação é o objetivo.
Não sei se me fiz entender, mas é basicamente o referente do termo "entendida como" que seria o cerne da questão.
Grande abraço,
Pedro
Mestre, mais uma vez gostaria de debater uma questão da prova de técnico. Na questão 13, é falado em "acabar com a prática da prostituição". Não considero que seja a mesma coisa que "acabar com a prática da exploração da prostituição", como está literal no texto. Acabar com a exploração é uma coisa, acabar com a "atividade" prostituição é outra coisa.
Fazendo uma analogia (foi exatamente a que fiz na hora da prova, rs), acabar com a exploração infantil no extrativismo, não significa acabar com o extrativismo.
Inclusive, acho (ainda não fiz nenhuma pesquisa) que no Brasil a prática da prostituição nãose configura nem em crime. Crime seria justamente a exploração da prostituição. Por isso a finalidade não seria acabar com a prostituição, mas sim com sua exploração.
Grande abraço (novamente)
Pedro
Na questão pra técnico. Questão Errada!!
Desprezar é abandonar e não diminuir..
Ter sentimento de desprezo em relação a alguém.
Ex: 1. Era um misântropo, desprezava a todos.
não levar em conta.
2. Ao fazermos a declaração de imposto de renda podemos desprezar os centavos.
Já depreciando (Depreciar) significa:
Diminuir ou retirar o valor de; fazer pouco caso de; rebaixar.
Ex: Depreciar os merecimentos de alguém.
Bom dia, prof. Felipe. Muito obrigado por mais essa correção!!! Deus abençoe!!! Quanto à questão 17, usar "compreendermos", em vez de "compreender" não feriria gramaticalmente o texto, por "quebra de paralelismo", não? O texto vem, desde seu início, usando a 3ª pessoa do singular. De repente, usar a 1ª do plural, não "quebraria o paralelismo", incorrendo em erro gramatical? Me perdoe se eu estiver confundindo as coisas. Abraço!!!!