Futuro dos Concursos. Vale a pena continuar estudando?
O Futuro dos concursos será promissor?
Olá pessoal, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!
Muitos andam bastante receosos a respeito do futuro dos concursos no Brasil. Se antes concurso público era sinônimo de estabilidade máxima, e garantia de salários elevados, hoje, talvez, este conceito esteja em xeque.
Contexto
Mesmo antes da crise do coronavírus, o governo vinha seguindo um posicionamento no sentido de estabelecer reformas econômicas ao erário, tendo como alvo, até mesmo, os servidores públicos.
Alguns críticos aos serviços públicos alegam que, mesmo em momentos de calamidade financeira, os servidores pleiteiam reajustes salariais anualmente.
Certamente que generalizar uma classe tão heterogênea como a de servidores públicos é um erro. Primeiramente que, apesar do reajuste anual, de forma a compensar a inflação, ser uma garantia Constitucional, isto não acontece na prática.
Art. 37º. Inciso X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
Bem na verdade, o que ocorre é que determinadas (para não dizer todas) classes passam anos sem ter revisões salariais, e acabam sofrendo pela diminuição de seu poder de compra em face da inflação.
Segundo, que nem todas classes são recompensadas pela revisão. Determinados setores chegam a perder até 40% de seu poder de compra. Obviamente que não há nada de absurdo em pleitear recomposição salarial, visando a manutenção do seu salário REAL.
Situação Financeira
Antes de mais nada, não é novidade para ninguém que tanto a União, como Estados e Municípios passam por uma crise financeira com raízes na elevada folha salarial, déficit da previdência e a volumosa dívida dos entes federativos que, por sua vez, gera juros bilionários todos os anos.
Em suma, são inconsistências que se arrastaram por décadas e que hoje todos devem dar sua parcela de contribuição para que o sistema não entre em colapso. É de se esperar, como já está acontecendo, que o Estado se modernize, se adeque às novas realidades e retire algumas amarras que restringem seu movimento. Contudo, não se pode dizer que a culpa dessa situação é dos servidores. Não foram eles que abusaram dos recursos disponíveis, tampouco foram eles que desrespeitaram a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A princípio, segundo o Tesouro Nacional, o custo estimado de juros e amortizações da dívida pública FEDERAL é de aproximadamente 1 TRILHÃO de reais por ano. De outro lado, o custo dos servidores públicos federais na ativa é cerca de 30% deste valor.
Enquanto a primeira cifra favorece poucos bancos e milionários, sem que estes tenham gerado um serviço público sequer para a sociedade diretamente, a segunda é responsável pela manutenção das mais variadas formas de prestação de serviços à população, além de sustentar milhões de famílias, em sua maioria, classe média.
O Futuro dos Concursos
Não há dúvidas que a realidade de quem entrar no setor público nos próximos anos será diferente da realidade de quem entrar antes da Reforma Administrativa que ainda está por vir.
Dessa forma, a proposta visa flexibilizar a estabilidade dos servidores públicos, mediante avaliações de desempenho, adequar salários iniciais das carreiras à realidade do setor privado, aumentar o tempo necessário para chegar ao topo da carreira, além de aumentarem o rol de servidores contratados por tempo determinado.
Por conseguinte, o que se espera para o futuro dos concursos, NA PRÁTICA, é que apenas a redução salarial venha impactar a vida dos futuros aprovados em seus primeiros anos como servidor, muito embora o teto salarial deverá continuar o mesmo. Apesar da estabilidade do funcionalismo público estar em xeque, aos bons funcionários em nada deverá mudar.
Por último, não se deve esquecer do uso maciço da tecnologia. Os governos estão engajados neste tema. Estão buscando, cada vez mais, soluções digitais, informatizadas, com cruzamento de dados. Algumas carreiras, sem sombra de dúvidas, sofrerão o impacto. Por conta disso ATENÇÃO: a cobrança de Tecnologia de Informação nos certames será cada vez mais habitual e abrangente.
Portanto, reserve um tempo de sua semana para se dedicar a aperfeiçoar o domínio de ferramentas como: Microsoft Word, Excel, Access, Outlook, Internet. O Futuro dos concursos estará andará lado a lado à tecnologia.
Vale a Pena ser um concursado do Futuro?
Com certeza vale! É verdade que alguns cargos poderão não mais existir no futuro, mas é improvável imaginar que para o futuro dos concursos não existam policiais, procuradores, defensores, auditores, delegados, analistas do INSS. Por mais que a tecnologia venha auxiliar, essas profissões nunca desaparecerão, uma vez que a iniciativa privada não possui autorização para exercê-las.
Se o salário inicial sofrerá uma redução, não é este o motivo que fará o aluno desistir de um cargo público, pois o que se deve ter em mente é a progressão de carreira e o salário final.
Ademais, outro ponto positivo em relação à iniciativa privada, é que por mais que a estabilidade dos servidores se torne menos rígida, dificilmente algum servidor será demitido sem justa causa, por motivos arbitrários. Nas empresas públicas, como Banco do Brasil, por exemplo, seus empregados não possuem estabilidade, e isto não faz com que sejam reféns de decisões monocráticas dos gerentes/diretores.
Portanto, fique tranquilo e mantenha o foco, você está no caminho certo.
Forte Abraço
Leandro Ricardo M. Silveira
Instagram: https://www.instagram.com/leandro.rms12/
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