Neste artigo mostraremos um pouco sobre a técnica de estudo reverso, que pode ser um diferencial em sua preparação para concursos.
Olá, pessoal, tudo bem?
Sempre recebemos pedidos de indicações de técnicas de estudo que sejam capazes de potencializar o que foi estudado e melhorar o índice de acertos. Sendo assim, resolvemos falar um pouco mais sobre o que vem a ser o método de estudo reverso e como essa técnica pode auxiliar seus estudos.
O método de estudo reverso, como o próprio nome indica, é o estudo feito de trás para frente. Isto é, a ordem comum é começar pela teoria, fazer resumos, mapas mentais ou grifos e só depois partir para as questões. No caso do estudo reverso, nosso estudo começa pelas questões e por meio delas vamos construindo o material de revisão e estudando a teoria.
Para aplicar o estudo reverso devemos analisar em que ponto estamos do nosso estudo, ou seja, se somos alunos iniciantes, intermediários ou avançados. Essa análise precisa ser feita, visto que apesar de ser uma excelente técnica, o método reverso pode ser menos eficiente e até mesmo atrasar os estudos, se usado de forma errada. Por isso, recomendamos que seja aplicado por alunos intermediários e/ou avançados, que possuam algum conhecimento teórico do assunto a ser estudado.
Essa recomendação parece um pouco contraditória, já que o estudo reverso em sua essência deve ser aplicado a partir das questões. No entanto, algumas disciplinas requerem que o aluno inicie os estudos da forma tradicional, pela teoria mesmo.
Por exemplo, Administração Financeira e Orçamentária, para quem nunca viu essa disciplina na vida, começar pelas questões pode gerar uma grande frustração. O aluno irá se deparar com termos e conceitos nunca antes vistos e certamente seu índice de acertos será muito abaixo do que ele faria se tivesse lido a teoria antes das questões.
Logo, o ideal é que o aluno tenha algum conhecimento da matéria e a partir dessa base o estudo reverso pode ser aplicado para aparar as arestas e preencher as lacunas de conhecimento.
Por outro lado, disciplinas como Português e Raciocínio Lógico, mesmo para quem é iniciante, podem ser estudadas pelo modo reverso desde o início. Mas é preciso que o aluno se sinta seguro e identifique se possui ou não mais facilidade para aprendê-las.
Vejamos de maneira prática um exemplo do que pode ser feito em Português:
Pegamos o primeiro tópico a ser estudado, suponhamos que seja Acentuação Gráfica, e começamos a fazer as questões. Mas não é apenas “resolver as questões” vamos resolvê-las analisando fatores como:
Esse é o melhor cenário, que é quando você realmente sabe o porquê de a resposta estar certa e as outras alternativas estarem erradas. Apenas siga em frente com essas questões.
Nessa situação, é preciso ficar atento. Às vezes acertamos questões sem realmente saber o assunto, vamos no “chute” e assim, pensamos erroneamente que sabemos a matéria. Não se engane, tenha cuidado redobrado com essas questões. Volte e procure entender os pontos cobrados da matéria, leia comentários do professor e se for preciso retorne à teoria.
Aqui está um ponto que merece bastante atenção. Nessas questões, assim como as que acertou no “chute”, serão identificados quais são seus principais pontos fracos. A partir disso, retorne à teoria e estude os assuntos cobrados. A maior vantagem é que, nesse caso, será um estudo direcionado para os assuntos mais cobrados pela banca.
Outro ponto que merece destaque é quando encontramos aquelas questões semelhantes. Quando um assunto se repete muito, podemos concluir que existe uma predileção da banca em cobrar aquele tema. Desse modo, é recomendado que se faça um controle dos assuntos mais recorrentes e quando for o momento de revisão e estudo teórico, será possível criar uma estratégia do que merece ser mais estudado.
Ter em mãos um bom material com questões comentadas é essencial. Utilizar um PDF com questões comentadas pelo professor, ou um site de questões onde haja comentários confiáveis é uma excelente ferramenta para a prática do estudo reverso. Uma vez que, na maioria das questões o comentário do professor será o suficiente para revisar o tópico e sanar as dúvidas que surgirem.
Nada melhor do que treinar com quem vai elaborar sua prova. Portanto, se o seu concurso já possui banca definida foque em resolver questões dela. Caso contrário, procure questões de bancas mais conhecidas e que terão um maior repertório de provas para resolver, como Cespe e FCC, por exemplo. No caso daquelas matérias que não possuem histórico grande de cobrança, reforce a quantidade de questões da sua banca optando por fazer questões de bancas que possuem um perfil mais parecido com a do certame.
Aqui entra aquela orientação de que não basta só fazer questões. É preciso destrincha-las e entender o que é cobrado em cada alternativa. No caso de questões de múltipla escolha (A, B, C, D ou A, B, C, D, E), cada letra representa uma nova questão, principalmente porque em vários casos são cobrados um assunto por alternativa. Portanto, aproveite ao máximo as questões para aprender não só o estilo da banca, como também mais conteúdo.
Alguns assuntos são mais difíceis de serem assimilados. Quando isso acontece percebemos que mesmo tendo estudado a teoria, ainda erramos sempre o mesmo estilo de questão de um dado assunto. Desse modo, não há outra saída. É preciso voltar à teoria para entender o conteúdo e se for preciso recorra às videoaulas. Alguns assuntos podem ficar mais claros quando o professor explica por vídeo.
Essa é outra dica que pode ajudar muito. Abra um arquivo de texto e registre por disciplina aquelas questões erradas e/ou que tratam de assuntos recorrentes. Com essa ferramenta é possível montar um excelente material de revisão, no qual estarão em destaque as questões que cobram justamente os seus pontos fracos.
Retorne ao arquivo de tempos em tempos e refaça essas questões. Analise como anda o seu entendimento e se o seu percentual de acertos mudou. Inclusive, algumas questões que estiver acertado, mas que tratam com profundidade um determinado tema, podem ser usadas como revisão e merecem ser adicionadas a esse caderno também.
Sabemos que o estudo da lei seca pode ser mais maçante e por esse motivo alguns alunos acabam o deixando um pouco de lado. Entretanto, muitas bancas cobram a literalidade da norma e, desse modo, conhecer a lei seca pode garantir pontos preciosos na hora da prova.
Utilize o método reverso para dinamizar um pouco mais esse ponto do estudo. Assim como o caderno de erros, sugerimos que seja criado um arquivo com o texto da lei. E à medida que forem sendo resolvidas questões de uma norma específica, faça marcações nos artigos exigidos.
Ao final de uma bateria de questões será fácil perceber os pontos mais importantes. Além disso, seu material de revisão dessa lei será criado e incrementado aos poucos com a resolução de mais questões.
O método de estudo reverso é uma excelente opção para aqueles alunos que já avançaram em várias disciplinas, ou até mesmo já fecharam o edital. Ao utilizá-lo o estudante conseguirá revisar de forma assertiva e preencher as vulnerabilidades que ainda existem em sua preparação.
Contudo, essa técnica de estudo, como tantas outras, precisa ser entendida e planejada antes de o aluno sair aplicando. Esperamos que nossas dicas ajudem um pouco nesse entendimento do que é o estudo reverso e que partindo dessas orientações seja possível aplica-lo aos seus estudos.
Caso tenha alguma dúvida ou sugestão, envie pra gente.
Não desanime e siga firme nos estudos!
Grande abraço e até a próxima.
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Ver comentários
O estudo reverso serve para a 2 fase da OAB?
Parabéns pelo artigo e ao Estratégia. Bem elucidativo.
Usei estudo reverso do zero em contabilidade. Funcionou. Mas como sou de exatas consegui criar uma lógica própria pra dar certo.