ENTREVISTA: Monique Silva do Nascimento – Aprovada no concurso TRF 4 em 2° lugar para Técnico Judiciário na região Leste/PR
“Não é preciso ser nenhum gênio para passar em concurso público e estar nas primeiras posições. Só é necessário calma, foco, determinação e muita fé. A vitória pode demorar, mas um dia ela vem!”
Confira nossa entrevista com Monique Silva do Nascimento, aprovada no concurso do Tribunal Regional Federal da 4° Região em 2° lugar para Técnico Judiciário na região Leste/PR:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Monique Silva do Nascimento: Tenho 30 anos e moro em Curitiba, mas sou carioca. Sou formada em Matemática.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Monique: Como trabalho na Força Aérea, estou sujeita a ser transferida para qualquer lugar do país (o que acabou sendo cogitado em meados de 2017, quando foi determinado que eu deveria trabalhar em uma cidade a qual eu não gostaria de levar minha família para morar). Sabendo disso, comecei a vislumbrar o serviço público na área de tribunais como uma solução para o meu dilema. Então, quando saiu o edital do TJ-PR, comecei a estudar para concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Monique: Eu trabalho em regime de escala, logo estudava nos contra-turnos. Montei um ciclo de estudos e conseguia estudar em torno de 4/6h por dia. Eu nunca me pressionei a estudar quando estava muito cansada, pois sabia que não renderia. Mas, quando tinha o dia livre, precisava aproveitar. Da mesma forma, quando havia algum dia que eu não podia estudar, eu não me sentia culpada a ponto de desanimar, pois no dia seguinte eu compensaria.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Monique: Ainda com 18 anos, passei na EEAR para sargento especialista da FAB. Desde 2017, fiz quase 10 concursos para tribunais e MPU nos cargos de técnico, mas só fiquei bem classificada em três (TRE-PR em 171º lugar; TRT-SP em 22º e o último, TRF4 em 2º).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Monique: Nossa…foi uma sensação muito boa, de incredulidade sabe?! Em nenhum dos meus sonhos e pedidos a Deus, imaginei que conseguiria uma classificação tão boa. Liguei para meu marido, mãe, irmão, todos que de alguma forma me ajudaram a lograr êxito. Até agora é difícil acreditar nessa conquista.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Monique: Sempre fui uma pessoa muito caseira, assim como meu marido. Então não fiz grandes renúncias sociais para estudar o quanto deveria. Mas como tentei estudar o máximo que consegui todos os dias, quando eu podia, dava uma saída com meu marido e recebia algumas visitas de familiares, que foram totalmente compreensivos e acabaram não atrapalhando em nada minha rotina de estudos. Minha família sempre foi meu suporte e motivação para continuar nos estudos.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Monique: Sou casada e tenho um filho canino, o Scooby… rs. O meu marido me apoiou bastante, sempre me motivando a pensar na sensação que nós teríamos caso eu conseguisse ser bem aprovada e dizendo o quanto acreditava em mim. Minha mãe, mesmo morando em outra cidade, também me perguntava sobre meus estudos todos os dias e me mandava mensagens motivacionais. Na verdade, ela quase virou uma expert em concursos por minha causa…rs
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Monique: Acredito que isso seja uma posição muito pessoal. Infelizmente, apesar de termos muitos concursos ainda, a concorrência aumentou bastante e está cada vez mais bem preparada, ou seja, não dá mais para acertar 80% da prova e ter certeza da nomeação. Sendo assim, acho que o foco em uma área específica deve ser constante, para não fazer o candidato perder o tempo de estudos pensando em outros concursos. Mas é claro, às vezes a pessoa está passando por uma situação financeira difícil e precisa de resultados imediatos, então se aparecer uma oportunidade de concurso mais tranquilo, mesmo que não seja o foco dele naquele momento, mas que tenha matérias correlatas, ele pode aproveitá-la e depois, já empossado, retornar os estudos para sua área preferencial.
Depois desse concurso para o TRF4, estou visando a área de controle em Tribunais de Contas, mas é um planejamento inicial ainda.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Monique: Para o TRF-4 foi algo em torno de três meses estudando, principalmente as matérias que eu nunca tinha visto, como Previdenciário, Tributário, e reforçando o Processo Civil pois o edital previa muitos artigos do CPC.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Monique: Para esse concurso, estudei 1 mês sem edital. Mas antes disso, desde janeiro estudei direto, em torno de 4 horas todos os dias, as matérias que caem em todos os concursos na área de direito. Procurava variar as formas de estudar para não deixar o estudo chato por estar vendo as mesmas matérias há tanto tempo. As vezes lia o PDF e fazia questões, em outras fazia marcações na lei seca.
Não sou muito de ver videoaulas mas, muitas vezes, quando precisava limpar a casa, ficava as ouvindo porque eu poderia lembrar de algo importante na hora da prova pela memória auditiva. Busquei diversificar minhas formas de estudar para deixar o aprendizado mais eficiente.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Monique: Conheci no vídeo sobre a análise do edital do TJ-PR em 2017.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Monique: Eu sempre estudei por ciclos. Coloquei mais horas nas matérias mais importantes ou as que eu tinha menor domínio e sabia que cobrariam bastante na prova. Fiz alguns resumos no Word de matérias como Constitucional, Processual Civil e Penal. Em outras matérias, imprimi os resumos dos PDFs do Estratégia e ia adicionando pontos que eu achava interessantes para completá-los. Imprimi os artigos da CF, do Código de Processo Penal, do Código Processual Civil, de Tributário e de Previdenciário, encadernei e ia grifando com marca-texto os artigos que mais caíam de acordo com o Mapa da lei que o Estratégia deixou na área do aluno.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Monique: Sim. Tenho dificuldades em Processual Civil e, como o conteúdo era enorme, precisei focar naquilo que caía mais de acordo com o mapa da lei e no que, para mim, era mais óbvio de poderem cobrar. Foquei bastante na lei seca e em questões da banca. Essa estratégia me ajudou bastante pois aquilo que previ que poderia cair, realmente foi cobrado e me garantiu uma boa nota.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Monique: Na última semana estudei como antes. Mas, nos últimos dois dias, eu peguei pesado. Revi todos os prazos possíveis, leis menores que eu não tinha revisado ainda e pontos que ainda não tinha decorado que podiam fazer a diferença. Revi e decorei temas, autores e argumentos que poderiam surgir como assunto na redação. Tentei me alimentar sem exageros e ficar calma. Ansiosa, mas calma.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Monique: Fiz um curso específico para redação da FCC e elaborei 5 redações em um período de 6 semanas. Treinei o tempo para fazê-la e busquei uma estratégia de como iria estruturá-la no dia da prova.
Quando abro a prova, vejo o tema, destaco os termos importantes nos textos motivadores e começo a estruturar em tópicos quais pensadores, exemplos e dados que posso usar. Depois disso, vou para as questões e deixo para o final da prova as que me deixaram em dúvida. Monto a discursiva e transcrevo na folha oficial; depois passo o gabarito e termino a prova.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Monique: Sem falsa modéstia, mas acho que dessa vez fiz o mais certo que poderia ter feito. Mas algo que eu deveria ter aproveitado melhor foi o meu tempo, porque às vezes batia uma preguiça de estudar pela manhã bem cedo e eu postergava para levantar da cama (pelo frio que faz na minha cidade). Mas o motivo de estar naquele desafio me encorajava a prosseguir e compensar os minutos que eu perdia no fim do dia.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Monique: O bem-estar da minha família sempre é minha maior motivação. Eu sei que trabalhando no TRF-4, bem perto de casa, as coisas só vão ficar bem melhores do que já são. O bem à minha saúde e o tempo que eu passarei a mais com a minha família nos fins de semana e feriados também farão toda a diferença na nossa vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Monique: Desejo que essa pessoa que está lendo esse depoimento se planeje, busque um foco e persista! Não é preciso ser nenhum gênio para passar em concurso público e estar nas primeiras posições. Só é necessário calma, foco, determinação e muita fé. A vitória pode demorar, mas um dia ela vem!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes